quarta-feira, 2 de janeiro de 2019

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS LUZES DE UM VERDADEIRO ANO NOVO E AS GRAVES EXIGÊNCIAS DA SAÚDE NAS ESCOLAS E LARES NA SUSTENTABILIDADE (27/143)


(Janeiro/2019 = mês 27; faltam 143 meses para a Primavera Brasileira)

“Que venha mais um ano
        Se tivesse que usar apenas duas palavras para expressar os meus votos de Ano-Novo ao mundo inteiro e, em especial aos meus leitores, usaria saúde e paz. O resto é sobra. Se pensarmos bem, não há como aspirar à prosperidade e à felicidade – metas de qualquer um – perturbados pelas doenças e enfrentando conflitos de toda ordem.
         Num cartão que aceita uma mensagem de poucas linhas, desejo acima de tudo a alegria de viver, de se levantar de manhã e de se sentir bem no mormaço de uma praia, na seiva de uma mata, nas brumas da estação de chuvas, nas neblinas do inverno, no sol triunfante do verão. E com cheiro de manacá ao abrir a janela.
         Desejo manhãs que comecem com saber de manga, com o gosto de maracujá, com pão quente e macio, com broa de fubá e chá de capim-santo colhido na horta.
         Desejo, ainda, noites com grilos cantando, saturadas do perfume da dama-da-noite e de grama cortada, sonhos esplêndidos ao som de uma chuva fina.
         Gostaria que cada um tivesse sempre alguém que se preocupasse com você quando baixa uma gripe, uma dor de estômago, ou, simplesmente, quando a cara se fecha de preocupação.
         Desejo um colchão e um travesseiro limpos e macios, noites descansando na cama de casa mais do que de hotéis.
         Para completar a felicidade, cachorros brincando, lambendo, correndo e pulando. Latindo de alegria ao vê-lo retornar do trabalho.
         Mais do que luxo, desejo aos meus leitores e leitoras o conforto, o aconchego. Espero que se decidam a escolher um sapato confortável do que o mais sofisticado.
         Que não se importem muito com o julgamento e as críticas dos outros e que prefiram atender a voz da própria consciência, mesmo quando incompreendida.
         Desejo o fim do sufoco, das atribulações, do estresse para quem corre atrás de um emprego. Espero que a placa dependurada na porta de “não há vagas” seja substituída pela de “procura-se”.
         Faço votos de que os políticos deixem de pensar apenas em função dos projetos pessoais, do poder a qualquer preço, e passem a agir, em primeiro lugar, em favor de quem acreditou neles e obrem para diminuir o sofrimento, mesmo dos adversários. Que todos possam dedicar um tempinho para ajudar um jovem, um idoso, um desesperado, porque com isso o mundo fica melhor.
         Desejo solidariedade, compreensão e, sobretudo, amor, que é o melhor meio de evolução e que consegue até milagres.
         A vida pode ser uma obra de arte. Seja calmo e ame-se.
         Enfim, feliz 2019 e um forte abraço.”.

(VITTORIO MEDIOLI, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 30 de dezembro de 2018, caderno A.PARTE, página 2).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 15 de dezembro de 2018, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de RENATA ISHIDA, psicóloga e consultora pedagógica do LIV – Laboratório Inteligência de Vida, e que merece igualmente integral transcrição:

“A saúde da nossa educação
        A expressão ‘educação do século 21’ se transformou em um jargão na imprensa, nos congressos e em encontros de educadores, pois tem sido descrita, majoritariamente, pela perspectiva das transformações tecnológicas e o que elas têm proporcionado nos últimos tempos, como o impacto nas formas da transmissão de informação, no mercado de trabalho e suas profissões, além de nas próprias relações humanas. Aqui, proponho usarmos uma lente diferente: a saúde.
         O modo como a educação tem sido entendida e praticada no Brasil pode ser discutida a partir dos resultados de algumas pesquisas, realizadas nos últimos anos, sobre o aumento alarmante do uso de medicamentos psiquiátricos entre crianças e adolescentes no país e no mundo.
         De acordo com estudo realizado pelo Instituto de Medicina Social da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), entre 2003 e 2012, o consumo do metilfenidato (conhecido também como Ritalina ou Concerta, o mais utilizado na tentativa de reverter os sintomas do controverso transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), aumento 775% entre crianças e adolescentes na faixa dos 6 aos 16 anos.
         Os sintomas mais frequentes do quadro de TDAH, e que fazem parte da descrição relatada pelo Manuel de psiquiatria (DSM 5), são: agitação, falta de atenção e impulsividade. Além de manifestações não inusitadas na infância e adolescência que podem ser oriundas de questões circunstanciais e não de saúde, mas que também podem ser sinais de outros quadros psicopatológicos, como ansiedade ou depressão.
         A pressa por uma resposta e a falta de critérios para distinguir uma coisa da outra (por isso o termo “controverso) para caracterizar o TDAH aumentam as chances de estas crianças receberem o diagnóstico e, consequentemente, o medicamento. De fato, não existe um exame clínico e nem psicológico que determine de forma objetiva a existência de TDAH.
         Então, será que o fato de uma criança se distrair, agir impulsivamente ou, ainda, estar inquieta significa que ela tenha essa patologia? Será que essas questões devem necessariamente ser cuidadas com o uso de medicação? E o que isso tem a ver com a educação?
         O principal caminho para se chegar a esse diagnóstico no Brasil tem seu início na escola, a partir das dificuldades de aprendizagem e/ou insubordinação de determinada criança ou adolescente. São corriqueiras hoje, nas escolas, cena em que professores e coordenadores encaminham alunos para avaliação psiquiátrica, neurológica e psicológica com suspeita de TDAH e/ou supervisionam o uso de medicação daqueles já diagnosticados. A responsabilidade da falta de atenção, nesse caso, seria sempre de uma incapacidade particular do aluno e não de uma aula desinteressante do professor ou outra situação do contexto escolar.
         Além dos professores, mães e pais passaram a exigir diagnóstico e medicamento em busca de aquietar os conflitos na escola e dentro de casa. Encontrar um culpado pelos problemas – e que tem possibilidade de desaparecer com o uso de uma pílula – pode ser menos angustiante do que escutar o que uma criança ou um adolescente está querendo dizer com seu comportamento e sinais.
         Além disso, os efeitos do uso de medicamento psicotrópico em crianças e adolescentes ainda são desconhecidos, tendo em vista que eles estão em desenvolvimento físico e emocional.
         Com essas provocações, o intuito não é condenar avaliações médicas e nem a pesquisa de novos tratamentos medicamentosos. Até porque, foi devido ao aprofundamento do estudo das psicopatologias e sua divulgação que as pessoas tiveram acesso à informação; e as crianças que antes eram tachadas de burras ou incompetentes, puderam ter a oportunidade de aprender melhor. De acordo com o psiquiatra infantil Luis Rodhe, não é só no caso do TDAH que a intervenção medicamentosa, quando aliada a uma orientação familiar e escolar, pode ajudar os estudantes no desempenho de suas tarefas diárias. Em outros transtornos, ela se faz ainda mais necessária em situações em que outros psicopatologias são identificadas, como o autismo grave, psicose infantil ou depressão. De qualquer forma, o diagnóstico e a prescrição não são definitivos.
         O alerta, portanto, é o seguinte: será que, na educação do século 21 (seja na escola ou em casa), estamos transformando em patologias as dificuldades do dia a dia? Será que o mais saudável é medicar uma criança, a fim de que ela se adapte e se conforme a um mundo que nós mesmos criticamos?
         Este não é um artigo que nega os diagnósticos como aliados do cuidado, mas sim um alerta de que eles não devem ser usados como rótulos, classificando as crianças e adolescentes como passíveis ou não de serem educados. Este é um artigo que afirma a importância de escutar os estudantes na sua singularidade, como protagonistas de suas histórias, e que fazem parte de um contexto familiar e social. Calá-los em suas tentativas de se comunicar com os adultos, em prol de uma “normalidade”, pode significar calar não só os conflitos, mas também aquilo que os alimenta: o pensamento crítico, a curiosidade, a capacidade imaginativa. Ou seja, pode significar calar os problemas do ato de educar que a gente espera para o século 21.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em novembro a ainda estratosférica marca de 279,8% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial se manteve em históricos 305,7%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,05%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2019, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,422 trilhão (43,6%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 758,672 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
57 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2018)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.