segunda-feira, 12 de agosto de 2019


A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, OS EXIGENTES CAMINHOS DO SUCESSO E FELICIDADE E AS LUZES E OS GRAVES DESAFIOS DA PRESTAÇÃO DE CONTAS NA SUSTENTABILIDADE

“Caminhos para o sucesso e felicidade
        Por muitas vezes, e não somente para minhas equipes de trabalho, sempre que tenho oportunidade passo a seguinte mensagem: ‘O sucesso consiste em você fazer o que gosta, acreditar no que fez e persistir no que acredita’. Isso porque o que tem valor de fato é chegar no final do dia e sentir lá no seu âmago: ‘Hoje fui feliz’.
         Se nos aprofundarmos nesse mundo do bem-estar, podemos questionar o quanto os índices atuais que medem a riqueza de um país estão obsoletos. O que vale mesmo é o IFP – índice de felicidade pessoal. Aquilo que te faz feliz e que te impulsiona a sonhar, a realizar, a contaminar seu ecossistema com a sua felicidade.
         Um dos pensadores que se preocuparam com essa grande questão da humanidade foi o prêmio Nobel de literatura, filósofo, matemático e escritor inglês Bertrand Russell. Na sua obra clássica A conquista da felicidade, ele defendia que muitas pessoas infelizes podem chegar a conquistar a felicidade se fizerem um esforço bem-orientado. O ensaísta analisa os muitos fatos que fazem o homem infeliz e aqueles que devem se empenhar para alcançar, de forma permanente, a tão desejada felicidade, ainda que, ao nosso ver, ela não seja de todo modo integral.
         Por causa da tradicional espiritualidade de alguns países orientais, a felicidade alcançou um outro patamar em alguns deles. No longínquo e enigmático Butão, há até o Ministério da Felicidade, que procura planejar o bem-estar da população, de modo a alcançar o mais alto estado de espírito para encontrar alegria e satisfação. Criaram até o Índice de Felicidade Interna Bruta (FIB), pelo qual o governo mede, além do desenvolvimento econômico sustentável, a conservação do ambiente, a preservação das tradições e até se o governo é bondoso. Essa diretriz levou o Butão a integrar as 10 nações mais felizes do planeta. E isso sem ser rica economicamente.
         Em seu território, a violência é muito baixa, não há mendigos e a fome inexiste, sendo a maioria dos habitantes vegetarianos. O pensamento dominante é que a alegria do povo é o principal e mais importante do que o desenvolvimento econômico. Ele contraria a lógica ocidental de que a riqueza vem acima da felicidade.
         A receita do encontro com a felicidade já tinha sido resumida por Aristóteles muitos séculos atrás, quando receitou que “felicidade é ter algo que fazer, ter algo que amar e algo a esperar”. Como grande pensador, o mestre Buda disse “que não existe caminho para a felicidade e que ela é o caminho. Entre outros inúmeros pensamentos sobre o tema ele declarou: “A felicidade não depende do que você tem ou de quem você é. Só depende do que você pensa”.
         Aqui fica um convite: vamos fazer o que gostamos sem nos influenciar com os ‘modelos que a sociedade nos impõe? Venha ser feliz!!!”.

(NEIDE MONTESANO. CEO do Grupo Montesano e expert em sustentabilidade regulatória e boas práticas de desenvolvimento de negócios, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 9 de agosto de 2019, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição, caderno e página, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente integral transcrição:

“Presta contas
        A negociação de valores e princípios indica desgastes e esgarçamentos na consciência moral com incidências na conduta, tornando as pessoas incapazes de cumpria a sua obrigação, particularmente, na administração daquilo que deve promover o bem de todos. Se ninguém é dispensado do uso honesto e equilibrado dos próprios bens, legitimamente adquiridos, a exigência é ainda maior em relação à fidelidade, à honestidade e ao equilíbrio, quando se considera a responsabilidade de administrar o bem comum e de exercer a solidariedade, especialmente quando se trata dos mais pobres. O adoecimento da consciência e a consequente desfiguração da conduta moral, além dos desequilíbrios psíquicos, encontram no dinheiro a força sedutora que entorpece sentimentos, obscurece a visão, exercício domínio compulsivo. Compreende-se, assim, o dito de Jesus que, em interlocução com os fariseus, retratados nos evangelhos como “amigos do dinheiro”, apontava: não se pode servir a Deus e ao dinheiro.
         O dinheiro tem força para desencadear compulsões e exercer domínios tão ou mais esmagadores que os desequilíbrios advindos da esfera afetivo-sexual. Agrega elementos que promovem a sua idolatria, entre as mais evidentes, a insaciável sede de poder, que alimenta a patologia da autoafirmação. Na contramão desse domínio do dinheiro está o compromisso com a adoção de uma conduta honesta. Desafio existencial de cada pessoa, emoldurado pelo cultivo permanente da competência humana de imprimir ao viver um sentido espiritual que ultrapasse dimensões estreitadas pelas pulsões, compreendendo a vida como dom. Sem o investimento na moralidade, são inevitáveis os fracassos individuais e os pesados prejuízos para a sociedade.
         Aqui, agora, em questão, está a idolatria do dinheiro. Patológica, pois trata-se da relação estabelecida com o dinheiro quando não se desvencilha de seu domínio, aceitando-o como força dominadora. A ganância tem também, na sua raiz, uma crise antropológica que é profunda e impossibilita enxergar a primazia do ser humano e a sua dimensão sagrada. A idolatria do dinheiro tem força para afetar qualquer indivíduo de modo doentio, independentemente de sua condição social, intelectual, cultural ou religiosa. No âmbito religioso, é uma perversão demolidora de proporções devastadoras em se considerando que a autenticidade religiosa não pode abrir mão de um décimo de centímetro do desapego. Desconsiderado, o desapego dá lugar ao seu reverso: a falsidade, disparate de um discurso de pobreza e sobre os pobres assentado na cobiça pelo dinheiro, por ajuntá-lo muito, por usufruir descompassadamente daquilo que ele pode comprar, pela via ardilosa de burlar esquemas, entortar ferramentas de controles, ou não usá-las, para garantir a promoção da alimentação dos absurdos da idolatria do dinheiro. A segurança em Deus – cerne da religiosidade autêntica e exigência inegociável da fé – passa a ser substituída pelo dinheiro, cegamente engajando seus adoradores em acelerados processos de desumanização.
         O dinheiro passa a criar novos ídolos. Ultrapassa, em dimensões de galáxia, o seu autêntico sentido: viabilizar relações de compra e venda, suprimento de bens, necessidades e produções. Nasce, pela idolatria do dinheiro, um complexo fetichismo que alimenta a hegemonia de uma economia sem rosto, que contemporiza, vergonhosamente, os cenários de miséria, exclusão e, sobretudo, admite uma honestidade lesada. A crise mundial e os descompassos individuais, consequências dessa idolatria, aponta a urgente necessidade de uma orientação antropológica. O ser humano não pode ser reduzido à suas necessidades de consumo. Crescem, também, as exigências de sistemas inteligentes e eficazes de controladoria que, por meio de ferramentas, sejam capazes de barrar os desequilíbrios morais, psíquicos e afetivos de indivíduos orientados por suas patologias, submersos na idolatria do dinheiro.
         A ambição do ter e do poder não conhece limites. Promove a rejeição da ética e a recusa de Deus. Há uma relativização provocada pelo dinheiro e pelo poder que desfigura a consciência moral e também religiosa. Nesse horizonte, as instituições estão permanentemente desafiadas redobrar sistemas de controle, a se amparar em legislações balizadoras e a cuidar dos seus pares, com investimentos em formação, que os prepare para resistir a essa avalanche alimentada pelo consumismo e pela perda do senso de justiça, bondade e honestidade. Entre as instituições estão as igrejas, penalizadas por essas patologias que encontram viveiros em seus membros, o que exige ações corretivas urgentes.
         A lógica do evangelho de Jesus é o remédio que cura. Precisa-se considerar seriamente a indicação do apóstolo Paulo: o dinheiro é a raiz de todos os males. Particularmente, urge-se a aprendizagem do princípio que baliza a honestidade, apontando para limites que não podem ser ultrapassados: a certeza de que o melhor é ser sujeito de credibilidade. O bem se torna abundante para todos quando se reconhece que, no fechamento de ciclos, e num último juízo, se ouvirá a exigência: presta contas. Vale a pena ser honesto, independentemente dos desafios, exercendo o desapego que tempera o equilíbrio e produz resistência ao domínio da corrupção. Vitória é estar tranquilo quando se ouvir: presta contas.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em junho a ainda estratosférica marca de 300,09% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou em históricos 322,23%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 3,37%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2019, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,422 trilhão (43,6%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 758,672 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.


 

        

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