“Empatia, confiança e motivação no ensino da dança
As
pessoas muitas vezes se sentem pressionadas a ter uma vida perfeita, atingir
metas e objetivos, sem entender que isso pode ser prejudicial à saúde mental. O
problema é que a perfeição não existe, e, portanto, essa busca pode levar a um
sentimento de frustração, insatisfação e autocobrança excessiva. É importante
aprender a lidar com isso e a encontrar um equilíbrio saudável entre querer
melhorar e aceitar as próprias limitações.
Independentemente
da área de atuação, o professor deve estar atento à forma como orienta seus
alunos, pois ele é, também, responsável pelos reflexos de suas palavras e ações
na vida desta criança, jovem ou adulto.
Pela
minha experiência – são mais de 35 anos – como professora e bailarina, percebi
com o alto grau de exigência e a busca excessiva pelo perfeccionismo levaram
muitos alunos a desenvolver quadros de ansiedade, medo e depressão. Críticas
constantes para apontar falhas não ajudam a construir confiança e motivação, e
muitos acabam desistindo da carreira ou de simplesmente dançar para ser feliz.
Uma
relação baseada em princípios indispensáveis, como admiração, confiança,
respeito, comprometimento e entrega, traz equilíbrio e motivação para o
desenvolvimento do bailarino. Um professor que elogia quando o aluno faz um bom
trabalho e oferece feedback construtivo quando comete erros, como uma
oportunidade de aprendizado, cria um ambiente seguro e motivador.
Acredito
que devemos elogiar não apenas a boa execução de um exercício ou coreografia,
mas o esforço, o comprometimento e a superação de cada aluno, que deve sempre
ter seus objetivos e limitações validados e respeitados. Nenhum professor pode
exigir resultados a qualquer custo, devendo ter muita atenção aos sinais de
seus alunos, procurando trabalhar de forma cuidadosa com lesões existentes, e
preventiva para minimizar riscos futuros.
A
relação entre professor e aluno é uma parte fundamental do processo de
aprendizado. O professor é um orientador que ajuda o aluno a desenvolver suas
habilidades e competências. Mas nem sempre essa relação é fácil, especialmente
quando o aluno não aceita as regras estabelecidas pela escola ou pelo
professor.
Quando
um aluno apresenta comportamentos desafiadores e opositivos, ou estão tristes
demais, desanimados demais, irritados, é importante que o professor esteja
atento, pois ele pode estar deprimido ou sofrendo de algum transtorno, como o
transtorno opositivo desafiador (TOD) e o transtorno do déficit de atenção com
hiperatividade (TDAH).
Tive uma
aluna que era linda dançando, com alma de artista, estava um pouco acima do
peso, segundo os padrões da dança, e sempre triste. Antes de fazer aulas
comigo, nunca teve seu valor como bailarina reconhecido e validado. Ela
brilhava em minhas aulas e foi se sentindo segura, elevou sua autoestima.
Um dia,
sua mãe me chamou para conversar e disse: “Elaine, acabamos de sair do
terapeuta, e ela disse que a minha filha já pode ter alta, contanto que ela
nunca pare de dançar com você!”. Neste dia percebi o quanto eram importantes
meu olhar e meus cuidados com seus alunos.
Entretanto,
mesmo sem transtornos, alguns alunos podem apresentar dificuldades em seguir
regras e respeitar o professor. É fundamental que o professor esteja aberto ao diálogo
e à escuta ativa, buscando estabelecer uma relação horizontal com seus alunos.
Afinal, a relação professor-aluno é uma via de mão dupla, em que ambos têm
muito a aprender um com o outro. É preciso que essa relação seja pautada pela
confiança e empatia, buscando entender suas motivações e dificuldades, e
alternativas para que ele possa se sentir motivado e engajado com o processo de
aprendizagem.
Somos
responsáveis pelo que ensinamos e pelos registros emocionais que deixamos em
nossos alunos. Escutar e dialogar é essencial nessa relação. Muitas vezes,
ouvimos relatos de problemas pessoais, traumas, medos e dificuldades que foram
superados a partir desse momento de conversa e atenção.
Dançar é
um aprendizado para a vida. Com empatia, confiança e motivação, os estudantes e
os profissionais podem explorar suas habilidades sem medo de punição ao cometer
erros, e se desenvolver, seja como bailarinos ou em qualquer outra profissão.”.
(Elaine Reis. Bailarina, coreógrafa e
professora, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição
de 17 de abril de 2023, caderno OPINIÃO, página 16).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de
artigo publicado no site www.arquidiocesebh.org.br,
edição de 20 de outubro de 2023, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE
AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente
integral transcrição:
“Uma pessoa vale mais que o mundo
O
Papa Francisco dedica orientações preciosas aos cidadãos sobre a “Política
Melhor”, no quinto capítulo de sua Carta Encíclica Fratelli Tutti. Trata-se de
um balizamento ético-moral de caráter singular que contribui para a
qualificação do exercício da política. Uma urgência, quando se considera a
situação da política nacional e internacional. Por isso, o Santo Padre reforça
ainda mais a sua orientação para qualificar a política, na recente Exortação
Apostólica Laudate Deum – Louvai a Deus, dedicando-se a refletir
sobre a gravidade da crise climática vivida no planeta, com incidências no
contexto sociopolítico. No terceiro capítulo, com lucidez profética, o Papa
Francisco aponta para a fragilidade da política internacional, com ênfase nos
graves problemas ambientais que conduzem a humanidade para uma realidade
sombria – as consequências são ainda mais graves para os mais pobres e
indefesos da Terra.
Ao
dedicar-se à fragilidade da política internacional, o Papa Francisco também
projeta luzes sobre as sombras de um mundo em guerra – “Terceira Guerra Mundial
aos pedaços”, segundo palavras do Santo Padre. Neste horizonte, não se pode
deixar de considerar: o exercício da política para construir a paz não tem
encontrado êxito, de modo semelhante às tratativas para solucionar os desafios
ambientais. Prevalecem as guerras em todo o planeta. Conflitos com maior ou
menor intensidade, desencadeados no interior de famílias, envolvendo facções,
inimizades motivadas pela disputa política, ideológica. Existem, assim, guerras
bélicas e silenciosas que também contribuem para promover a morte. No caminho
para solucionar esses conflitos, dever ser considerada a conduta humana de tudo
justificar para fazer valer interesses particulares, mesmo que isso represente
agir na contramão daquilo que é, minimamente, humanitário. Essa conduta leva à
justificação de horrores para alcançar o lucro ou se obter certos “direitos”,
ainda que essas metas levem ao sacrifício de outras pessoas, especialmente
aquelas mais empobrecidas.
O
desafio para se construir a paz no planeta é ainda mais complexo quando se
considera que propósitos assumidos em conferências e parlamentos não são
efetivados. Realidade que revela a estatura apequenada de muitas pessoas que
apresentam discursos articulados, inteligentes, mas são incapazes de ajudar a
humanidade a avançar para uma nova etapa, de mais civilidade. Na verdade, esses
discursos acabam por se tornar repetitivos e estéreis. Não levam às respostas
que precisam ser alcançadas, com urgência, para minimizar o sofrimento dos
pobres, dos famintos, dos doentes e solucionar a crise climática que se agrava
com o passar do tempo. Ainda pior, existem opiniões pouco racionais que
contribuem para esconder a grave realidade vivida no mundo contemporâneo.
Diante dessas opiniões pouco racionais, que circulam até mesmo em segmentos da
Igreja Católica, o Papa Francisco diz que se vê obrigado a fazer especificações
que podem parecer óbvias. Nesse sentido, afirma que é muito necessário cultivar
uma visão mais abrangente, capaz de admirar as maravilhas do progresso e, ao
mesmo tempo, considerar a herança que o ser humano deixará para as futuras
gerações. A história, afirma o Papa, tem dado sinais de regressão.
Sublinha
o Santo Padre que são necessários acordos multilaterais entre Estados para que
se possa alcançar, mais eficazmente, um progresso sólido e duradouro.
Constata-se uma carência de organizações com autoridade para garantir,
conjuntamente, o bem comum, promovendo a erradicação da fome e da miséria, a
defesa dos direitos humanos fundamentais. Não se trata de uma autoridade
centralizadora, mas capaz de promover e de respeitar o multilateralismo,
independentemente de contextos políticos instáveis, manipulados por interesses
tacanhos, contaminados por insanidade cega diante de normas internacionais e
humanitárias.
É
preciso superar o recrudescimento de autoritarismos políticos que impõem
circunstâncias inaceitáveis aos próprios concidadãos. Fazer um “redesenho” da
política internacional para que efetivamente sejam fortalecidas iniciativas
dedicadas a contribuir com a promoção do bem comum. Sem avançar nesse
propósito, o mundo continuará a amargar prejuízos humanitários irreversíveis. O
primeiro passo para avançar na promoção do bem comum, acentua o Papa Francisco,
é reconhecer o primado do ser humano, do compromisso com a dignidade humana,
independentemente de circunstâncias ou argumentações. Abre-se, assim, um vasto
campo para construir entendimentos, desencadeando ações qualificadas, capazes
de corrigir personalismos, superar maldades. Seja, pois, observada a preciosa
indicação de Santa Maria Eufrásia Pelletier, fundadora da Congregação das Irmãs
do Bom Pastor, que, há duzentos anos, disse: “Uma pessoa vale mais que o
mundo”.”.
Eis,
portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e
reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história –
que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas,
civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e
sustentavelmente desenvolvidas...
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil, com o auxílio da
música, yoga e shantala (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de
idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos
nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –,
até a pós-graduação (especialização,
mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade
absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação
profissional (enfim, 133 anos depois, a República proclama o que esperamos
seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de
maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova
pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da
civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da
sustentabilidade... e da fraternidade universal);
b) o combate
implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e
mais devastadores inimigos que são:
c) a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2023, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,556 trilhões (49,40%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 2,010 trilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e
eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).
E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz:
“... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos,
mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite
da dívida pública...”.
Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta
de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já
combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de
poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições,
negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à
pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas
e sempre crescentes necessidades de ampliação
e modernização de setores como: a gestão
pública; a infraestrutura (rodovias,
ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada,
esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística
reversa); meio ambiente; habitação;
mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda;
agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência
social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança
pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e
desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer;
turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e
operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade
– “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade,
competitividade); entre outros...
Este
é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e
perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
62
anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2023)
- Estamos nos descobrindo através da Excelência
Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando
nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira... pois, o
poder é para amar, servir e edificar - jamais, jamais e jamais para subir,
dominar e destruir!
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da
sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral:
econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e
preservação dos nossos inestimáveis recursos naturais ...
- A alegria da vocação: juntando diamantes ...
porque os diamantes são eternos!
- O Epitáfio: “Não chorem por mim, chorem por
todos aqueles que, ainda, não descobriram Cristo em cada Eucaristia!”.
- (Re)visitando o Santo Graal, para uma vida
virtuosa: “... porque és pó, e pó te hás de tornar. (Gen 3,19)” ...
Afinal, o Brasil é uma
águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão
olímpica e de coragem!
E P Í L O G O
CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador,
Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e
não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados
com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do
saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse
construído com o
Sangue, suor e lágrimas,
Trabalho, honra e
dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim!
Eternamente!
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