“Ao bom, a cruz
Quem
vive da divisão, da exploração dos desprotegidos, dos conflitos sociais terá
motivos para criticar e apedrejar o ‘estadista’ e seus métodos, já que a
esquálida forma de ganhar do parasita social será posta em discussão com a
descontaminação das relações humanas que é gerada num ambiente sadio.
Os
métodos prejudiciais serão vistos e reconhecidos com clareza e abominados,
assim como seus responsáveis. Essa era virtuosa, ainda distante, haverá de
chegar rapidamente quanto maior for o número de seguidores da purificação
social, não apenas ambiental, que hoje passou a ser apoiada mundialmente e já é
uma forma de se livrar do mal.
A
sociedade composta de seres humanos chegará um dia a unir-se num grande
propósito comunitário de interesses, permitindo que cada indivíduo se sinta
parte do todo, um elemento útil à “grande obra”, e com ela colabore com prazer.
Esse
indivíduo tenderá a refinar-se e melhorar para aprimorar o conjunto, e não para
explorar, como acontece atualmente, numa sociedade dividida em setores e
disputas que buscam o interesse próprio sem ver o interesse coletivo nem, muito
menos, se preocupar com o rastro de injustiças, sofrimentos e desequilíbrios
que deliberadamente provoca.
Há de se
reparar que se generalizou o desejo de enriquecimento a qualquer custo, mesmo
provocando distúrbios e perdas graves para as pessoas mais frágeis.
Mais do
que o cinismo, a sede predadora e descomprometida com os males que se provocam
nasce da ignorância disseminada, que é a principal causadora tanto das doenças,
das depressões, dos sofrimentos quanto da deterioração da natureza e do
ambiente.
O indivíduo de posses e riquezas é hoje a pessoa mais
reverenciada, pois no acúmulo de bens se encontra a medida da importância entre
seres humanos. Infelizmente, ter vale mais do que ser. Enquanto essa realidade
não se inverter, colocando o ser (íntimo) acima do ter (egoísta), a sociedade dificilmente
encontrará sossego. Há grande parcela que quer o dinheiro descomprometido, para
ela mesma fazer uso de luxos e ostentações, sem compromisso de colocá-lo à
disposição do desenvolvimento, da geração de oportunidades e empregos.
A sinceridade e lealdade são os ingredientes que purificam o
ser humano, preparando-o para se transformar num instrumento de progresso.
Não avançamos conceitualmente dos povos que iam à arena para
ver uns matar outros.
A sinceridade, não apenas a ausência de mentiras, é uma
disposição de ser vulnerável, de compartilhar os aspectos mais autênticos e
interiores. Essa vulnerabilidade é temida num mundo poluído pela maldade,
entretanto permite que as almas virtuosas se conectem facilmente, formando
laços espirituais que resistem à oxidação do medo, da ignorância e do egoísmo.
O grande estadista, como um alquimista de antigamente,
procura transformar o chumbo em ouro, busca unir as almas por meio de um
propósito maior, que dissolve os males e as unifica em volta de propósitos
elevados. Torna-se um farol que ilumina a viagem entre desafios, insídias e
riscos. Ele assume a capacidade e o poder de transmutar as rivalidades e
pacificar os opostos numa união que tem seu fim no bem de todos.
Há de se lamentar que ainda devemos aguardar séculos de
perdas e dores para se chegar à compreensão difusa e clara do “certo” e
sepultar o “errado” e se impedir que estadistas sejam indivíduos mais
escolhidos para a cruz do que para governar.”.
(VITTORIO MEDIOLI,
em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 3 de
junho de 2024, caderno A.PARTE,
página 2).
Mais uma importante e
oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência
Educacional vem de artigo publicado no site www.arquidiocesebh.org.br,
edição de 14 de junho de 2024, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO,
arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral
transcrição:
“Mobilização Verde
A mobilização da sociedade brasileira pela
promoção da Campanha Junho Verde, além de óbvia ação político-cidadã, contempla
uma indispensável dimensão de espiritualidade. A Campanha Junho Verde foi
instituída por Lei Federal, demandando o envolvimento de todos, mesmo os que
não creem, mas balizam a própria conduta em adequados parâmetros éticos. É
preciso reconhecer que motivações espirituais
também podem iluminar atitudes cidadãs, conferindo-lhes força peculiar,
incidência transformadora. Essa força e incidência são especialmente
necessárias no campo socioambiental,
consideradas as urgências climáticas, as graves consequências sociais da
exclusão, da pobreza e das discriminações que ferem o Brasil. As motivações que
brotam da fé, respeitadas as escolhas cidadãs, têm uma força moral capaz de
inspirar o exercício da cidadania de modo qualificado e independente.
Importante sublinhar que a vivência da fé no âmbito político-cidadão não deve
ferir autonomias e liberdades, mas enriquecê-las. Também no campo ecológico, a
fé constitui luzeiro na contemplação dos laços indissociáveis que ligam o ser
humano ao meio ambiente. Quem crê sabe
que nenhuma criatura é dona plenipotenciária de parte alguma no conjunto da
criação, porque a terra pertence a Deus.
A partir da sabedoria que brota da fé, o ser humano
compreende que deve obedecer às leis, combatendo arbitrariedades e as
costumeiras prepotências, justificadas e impulsionadas por inadequados
entendimentos sobre o que significa desenvolvimento. Esses entendimentos
inadequados são regidos por lógicas perversas e mesquinhas de lucros que
esgotam a criação. Um olhar emoldurado pela fé permite enxergar que no conjunto
da criação existem incontáveis e fantásticas manifestações da grandeza e da
amorosa inteligência de Deus. Não cabe, pois, à página espiritual do ser
humano, nenhum desatino de depredação e de uso prepotente de qualquer bem do
planeta, principalmente quando se reconhece que tudo, no conjunto da criação,
está interligado. Essa radical e incontestável interdependência, quando
desrespeitada, ocasiona prejuízos a todos, especialmente aos pobres e
deserdados da Terra.
A espiritualidade cristã é enriquecida com a referência de
Jesus, mestre e senhor, sempre em contato com a natureza, ressaltando a sua
beleza, inspirando gestos de apreço e respeito incondicional à criação de Deus.
Os discípulos de Jesus aprenderam com o Mestre os códigos da contemplação.
Descobriram, nas criaturas todas, além da sua riqueza natural, uma dimensão
sobrenatural, aprendida da plenitude de Cristo Ressuscitado. O universo,
portanto, não é objeto de exploração até o seu esgotamento. Ao invés disso, é
revestido de detalhes que enchem e enriquecem os olhos voltados à contemplação,
oferecendo um manancial de lições que equilibram a vida na racionalidade e em
uma sensibilidade que não permite manipulações. A contemplação do universo, com
os olhos sensibilizados pela fé, contribui para superar paradigmas que arrasam,
em nome de lucros e de desenvolvimentos equivocados, os bens da criação. A adequada
vivência da espiritualidade tem força para fecundar a racionalidade humana, não
permitindo os atuais e costumeiros descalabros no tratamento da casa comum.
E a dimensão espiritual permite alcançar o mistério que está
em cada criatura, até mesmo em uma simples folha, no orvalho, no rosto do
pobre, fazendo brotar uma sabedoria que não está em livros, mas no amor
revelado na criação de Deus. A fé corrige insolências, evitando os disparates
contemporâneos, superando incompetências governamentais e cidadãs na
implementação, por exemplo, de tratados e compromissos ambientais. Fica
evidente que a vontade política precisa deixar-se iluminar pela dimensão
espiritual para alcançar a competência humanística indispensável à promoção de
um viver mais equilibrado na casa comum. O Papa Francisco, na Carta Encíclica
Laudate Deum, sublinha a importância de se caminhar em comunhão e com
responsabilidade, partindo do princípio de que Deus uniu todas as criaturas.
Contesta a hegemonia do paradigma tecnocrático que ilude – faz o ser humano
acreditar que pode viver, de modo separado, daquilo que o rodeia.
A espiritualidade cristã reconhece e defende o valor
peculiar e central do ser humano no meio do maravilhoso concerto de todos os
seres. Mas, conforme bem sublinha o Papa Francisco, a vida humana não pode ser
compreendida, ou se sustentar, sem as outras criaturas. Não se pode tratar
parte das criaturas, desconsiderando todas as outras, sob pena de perdas
prejudiciais para o conjunto dos seres vivos. Todas as criaturas formam uma
grande família que lótica alguma pode retalhar. Essa verdade estabelece o
desafio de serem alcançadas novas posturas, lógicas e adequadas legislações,
atualizadas, sem estreitamentos provocados pelos interesses individuais ou de
pequenos grupos privilegiados. Esse desafio deve ser respondido a partir do
sentido sagrado que vem da união de todas as criaturas no mesmo mundo,
compreendendo que o ser humano não é autônomo, onipotente e ilimitado.
O Papa Francisco convida a se fazer um caminho de
reconciliação com a casa comum, hospedagem de todos, cultivando valores
essenciais a uma vida cidadã exemplar, capaz de inspirar decisões adequadamente
relevantes. Neste propósito, as mudanças virão com novos hábitos pessoais,
familiares e comunitários que estejam na contramão das atitudes dos predadores
da natureza. A sociedade tem decisiva e inadiável participação nos grandes
processos de mudança que são fundamentais para garantir a continuidade da vida
na casa comum – mobilizações verdes, com espiritualidade, para curar o ser
humano do desatino de querer tomar o lugar de Deus.”.
Eis,
portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e
reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história –
que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas,
civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e
sustentavelmente desenvolvidas...
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil, com o auxílio da
música, yoga e shantala (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de
idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos
nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –,
até a pós-graduação (especialização,
mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade
absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação
profissional (enfim, 134 anos depois, a República proclama o que esperamos
seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de
maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova
pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da
civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da
sustentabilidade... e da fraternidade universal);
b) o combate
implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e
mais devastadores inimigos que são:
c) a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2024, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,5 trilhões (45,98%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,7 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
pois, quando os títulos da dívida financiam os investimentos nos tornamos TODOS
protagonistas do desenvolvimento SUSTENTÁVEL da nação;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e
eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).
E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz:
“... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos,
mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite
da dívida pública...”.
Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta
de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já
combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de
poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições,
negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à
pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas
e sempre crescentes necessidades de ampliação
e modernização de setores como: a gestão
pública; a infraestrutura (rodovias,
ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada,
esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística
reversa); meio ambiente; habitação;
mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda;
agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência
social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança
pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e
desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer;
turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e
operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade
– “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade,
competitividade); entre outros...
Este
é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e
perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
62
anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2023)
- Estamos nos descobrindo através da Excelência
Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando
nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira... pois, o
poder é para amar, servir e edificar - jamais, jamais e jamais para subir,
dominar, oprimir, destruir ou matar!
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da
sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral:
econômico; social, com promoção humana e espiritual, e, ambiental, com proteção
e preservação dos nossos inestimáveis recursos naturais ...
- A alegria da vocação: juntando diamantes ...
porque os diamantes são eternos!
- O Epitáfio: “Não chorem por mim, chorem por
todos aqueles que, ainda, não descobriram Cristo em cada Eucaristia!”.
- (Re)visitando o Santo Graal, para uma vida
virtuosa: “... porque és pó, e pó te hás de tornar. (Gen 3,19)”.
- “Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós
que recorremos a vós! (1830) ...
- “... A paz esteja convosco”. (Jo 20,19) ...
- Um hino de amor: “Nossa Oração” – Luiz Ayrão
...
- A arma espiritual mais poderosa do mundo: a
reza diária do Santo Terço!
- Helena Antipoff: a verdadeira fonte de alta
performance!
- Milton Santos: Por uma outra globalização do
pensamento único à consciência universal.
Afinal, o Brasil é uma
águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão
olímpica e de coragem!
E P Í L O G O
CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador,
Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e
não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados
com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do
saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse
construído com o
Sangue, suor e lágrimas,
Trabalho, honra e
dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim!
Eternamente!
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