“A chave é amar
Enquanto
se é jovem, o prelúdio do fim, a velhice, parece tão distante como outra
galáxia.
Nunca
chegaremos lá.
Porém em
certo momento me intriga ver gente nos deixando: alguns amigos e, a conta
gotas, os avós, tios, pais e outros por decurso de prazo. Chega-se à posição de
sermos os próximos em ordem temporal, ninguém mais na fila. Ficamos órfãos na
plateia de onde se assiste à representação interpretada pelas novas gerações.
Depois de as outras gerações terem se dissolvido como as luzes do pôr do sol,
passamos a contar quem sobra da nossa geração. Contam-se os sobreviventes, e
subirmos o morro para a despedida de entes queridos passa a ser uma ginástica.
Sim, a
nossa validade é determinada, sem ser estampada no frasco ou na bula. Ao
nascer, ao sair do ventre da mãe, a única certeza é que deveremos deixá-la
enterrada ou como cinzas espargidas. Bom mesmo é desconhecer quando e como, é
não termos que ficar numa contagem perturbadora.
Começa
em certa época a se agradecer pelos anos, depois pelos meses, enfim pelos dias.
Um dia a mais representa o resto de nossa vida, de um recomeço valioso de
possibilidades neste planeta, sempre que a saúde nos seja companheira fiel.
Chega-se
a um ponto em que se tem certeza, na lógica cósmica, de que nós temos apenas
uma vida; o purgatório, o inferno ou, ainda, o paraíso são metáforas de estados
entre vidas.
Num
universo de bilhões de anos e de galáxias, de trilhões de planetas, nada se
destrói, mas tudo se transforma, como ensinou Antoine-Laurent de Lavoisier. Nós
também vamos mudando, evoluindo, expandindo-nos, continuando em um ou outro dos
mundos.
No
ensinamento Vedanta, os homens e mulheres são seres que alcançaram o mérito de
se encarecerem como tais mantendo a individualidade consciente, depois de
incontáveis ciclos minerais, vegetais e animais.
A
condição privilegiada do ser humano, que o faz rei deste mundo, é possuir o
livre-arbítrio, que exercita em milhares de vidas até encontrar uma porta
aberta. Esta, dizem, sempre existiu, “ninguém pode fechar” para passarmos
adiante, num estágio pós-humano. Talvez angelical, desempenhando outras tarefas
em mundos e dimensões mais adiantados. Difícil de se entender na ressaca da
luta terrestre.
Fascinante.
Perturba profundamente, contudo, quem prefere ficar mergulhado na matéria, nos
prazeres dos sentidos, ou se escora apenas na ciência “conhecida” e tenta
eliminar o que não vê, não sente.
Em mais
elevadas tarefas – coisas que se parecem agora como “pérolas jogadas aos cães e
porcos” – caberá a ele cuidar de outras centelhas divinas do conjunto-uno em
viagem eterna neste universo: revelação do pensamento de alguém, dito de Deus.
Isso,
por paradoxal que pareça, não entra em conflito com a religião católica, é a
semente escondida, cujo fruto, para alguns poucos, já se fez verdade e, para
outras, ainda não.
Cristo
não é uma pessoa, é a realidade alcançada por um ser. O estado crístico dá
início ao pós-humano, à Ascensão. É o resultado, a meta de uma trajetória
evolutiva a que somos destinados. Alguns em posição mais adiantada, outros
menos. Disso vem a multiplicidade na diversidade, e cada um com o dever de se
importar com aqueles que vêm atrás.
Rudolf
Steiner escreveu, ou melhor, interpretou e reescreveu os quatro evangelhos e
lhes adicionou um quinto, cujo conteúdo apenas entenderão os que se elevaram
acima das aparências, dos enganos, da luta crua por dinheiro, poder e glória.
Efêmeros como pedra de Sísifo.
Cair e
levantar, lutar e perdoar, repelir e atrair, mas a chave é o bem, é amar. Os
prazeres passageiros, para conseguirmos coisas que aqui ficarão – apenas meios,
e não fins –, como disse Qolet, são “fome de vento”.”.
(VITTORIO MEDIOLI, em artigo publicado no
jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 18 de novembro de 2024, caderno
A.PARTE, página 2).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de
artigo publicado no site www.arquidiocesebh.org.br,
edição de 15 de novembro de 2024, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE
AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente
integral transcrição:
“A oração do pobre
‘A
oração do pobre eleva-se até Deus’, ensina o Livro sapiencial de Sirácida,
iluminando a celebração do 8º Dia Mundial dos Pobres, 17 de novembro. A
vivência do Dia Mundial dos Pobres é convocação profética do Papa Francisco à
Igreja Católica, em todo o mundo, para repercutir também em mentes e corações
como interpelação cidadã. É preciso superar a gravíssima exclusão social,
configurada em muitos cenários de miséria – tantas pessoas sofrem sem o
essencial, passam fome. Esses cenários pedem uma reação emergencial e urgente,
para inspirar políticas públicas capazes de promover a dignidade humana. Viver
o Dia Mundial dos Pobres é compromisso inegociável na agenda de cada comunidade
de fé na Igreja, oportunidade pastoral de se sensibilizar, cada vez mais, diante
da exclusão social – ouvir a oração dos pobres, respeitá-los e reconhecer as
suas necessidades.
Todos
são interpelados a se dedicar às iniciativas que ajudem, efetivamente, os
pobres. Unir-se aos voluntários que buscam efetivar uma organização social
capaz de tratá-los de modo justo e fraterno. A celebração convocada pelo Papa
Francisco é oportunidade para enfileirar-se entre os que amam os pobres. Esse
amor é remédio contra a perversa indiferença que impede o ser humano de tratar,
adequadamente, o seu semelhante que padece com a exclusão. Padres, diáconos,
cristãos leigos – são muitas pessoas que exemplarmente se sensibilizam e
dedicam-se aos mais empobrecidos. O testemunho exemplar desses homens e
mulheres precisa sempre inspirar o sentido social de solidariedade e o
compromisso com a justiça, selos de qualificado exercício da cidadania.
Há de se
cultivar o gesto concreto de acolher, ouvir e abraçar o pobre, que tem muito a
ensinar, especialmente em uma cultura que coloca a riqueza em primeiro lugar e
que sacrifica a dignidade das pessoas no “altar” dos bens materiais. O grande
ensinamento do pobre é uma advertência profética: aponta que o essencial
sentido do viver humano não se esgota na posse de bens e em uma insaciável
busca por benesses. A oração do pobre eleva-se a Deus. E também alcança Deus a
oração de quem se dedica a ações concretas de caridade solidária, cientes de
que a caridade sem a oração pode se tornar uma filantropia efêmera, que
rapidamente se esgota. A espiritualidade cristã, pela prática da oração,
ilumina o compromisso com o pobre como atitude de encontro, diálogo e luta
pelos direitos humanos, em vista da edificação de uma sociedade justa e
solidária.
Considere-se
como verdade consistente que os pobres têm um lugar privilegiado e preferencial
no coração de Deus. Reconheça-se: Deus, na ternura de sua paternidade, conhece
os sofrimentos de seus filhos e não os abandona. Aproximar-se para dialogar e
ajudar os pobres cura a comum pretensão humana de querer ser, a todo custo,
reconhecido, famoso. Uma ambição que alimenta o fascínio pelo poder e riqueza.
Assim, o ser humano deve inspirar-se no cuidado de Deus que, na sua
paternidade, zela por todos, especialmente pelos marginalizados, sofridos,
vulneráveis, pobres e necessitados. Sublinhe-se: em alguma medida, todo ser
humano é marginalizado, sofrido, vulnerável, pobre e necessitado. Por isso
mesmo, o mundo contemporâneo precisa aprender que o caminho da felicidade não
se percorre com o espezinhar de direitos e da dignidade do semelhante. Cultivar
proximidade, buscar escutar e dialogar com o pobre constituem saíde para graves
problemas, inclusive na superação da violência.
Lembra o
Papa Francisco, citando a Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, que cada
cristão e cada comunidade são chamados a ser instrumentos de Deus a serviço da
libertação e promoção dos pobres, para que possam integrar-se plenamente na
sociedade; isto supõe estar docilmente atentos para escutar o clamor do pobre e
socorrê-lo. Este cuidado social e político deve estar articulado com o
indispensável zelo espiritual para oferecer aos pobres a amizade, a bênção, a
Palavra, os sacramentos. Isso somente é possível quando se cultiva a humildade,
sem vangloriar-se, testemunhando o amor misericordioso de Deus. Conta muito
oferecer ao pobre a certeza de que Deus está com ele. Neste mesmo horizonte,
ser presença solidária e cidadã na vida dos que sofrem, sabendo que todos são
irmãos e irmãs.
O
desafio de mudanças nos cenários de exclusão é extenso e complexo. São
inspiradores os testemunhos daqueles que, partindo da espiritualidade orante,
contribuíram exemplarmente para superar vergonhosas discriminações. Avançar na
busca por essa superação exige recursos técnicos e políticos, contemplando
fecunda espiritualidade, para que sejam alcançadas respostas emergenciais,
efetivando uma cultura da solidariedade. O Dia Mundial dos Pobres, com eles
celebrado, inspire novas atitudes capazes de efetivar o sonho de Deus: uma
sociedade justa e solidária, fecundada e temperada com o sabor do Evangelho de
Jesus Cristo. A oração do pobre se eleva a Deus, e Ele a ouve. Sejam também
ouvidos os clamores dos pobres no coração de cada ser humano, para curá-lo. A
humanidade possa escutar os pobres – fontes de sabedoria. Com o coração
sensibilizado a partir da atenta escuta dos pobres, sabendo que “a oração do
pobre eleva-se até Deus”, o ser humano se capacita para edificar um mundo mais
solidário e fraterno.”.
Eis,
portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e
reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa
história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas,
civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e
sustentavelmente desenvolvidas...
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil, com o auxílio da
música, yoga e shantala – e muito singularmente, do parto humanizado e o
aleitamento materno (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade,
em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas
crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –,
até a pós-graduação (especialização,
mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade
absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação
profissional (enfim, 135 anos depois, a República proclama o que esperamos
seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de
maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova
pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da
civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da
sustentabilidade... e da fraternidade universal);
b) o combate
implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e
mais devastadores inimigos que são:
c) a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2024, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,5 trilhões (45,98%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,7 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
pois, quando os títulos da dívida financiam os investimentos nos tornamos TODOS
protagonistas do desenvolvimento SUSTENTÁVEL da nação;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e
eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).
E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz:
“... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos,
mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite
da dívida pública...”.
Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
Este
é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e
perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
63
anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2024)
- Estamos nos descobrindo através da Excelência
Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando
nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira... pois, o
poder é para amar, servir e edificar - jamais, jamais e jamais para subir,
dominar, oprimir, destruir ou matar!
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da
sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral:
econômico; social, com promoção humana e espiritual, e, ambiental, com
pesquisa, proteção e preservação dos nossos inestimáveis recursos naturais ...
- A alegria da vocação: juntando diamantes ...
porque os diamantes são eternos!
- O Epitáfio: “Não chorem por mim, chorem por
todos aqueles que, ainda, não descobriram Cristo em cada Eucaristia!”.
- (Re)visitando o Santo Graal, para uma vida
virtuosa: “... porque és pó, e pó te hás de tornar. (Gen 3,19)”.
- “Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós
que recorremos a vós! (1830) ...
- “... A paz esteja convosco”. (Jo 20,19) ...
- Um hino de amor: “Nossa Oração” – Luiz Ayrão
...
- A arma espiritual mais poderosa do mundo: a
reza diária do Santo Terço!
- Helena Antipoff: a verdadeira fonte de alta
performance!
- Milton Santos: Por uma outra globalização do
pensamento único à consciência universal.
- A construção da civilização do amor!
- NeuroVox: A Criação, o conhecimento e o bem
comum!
- “A colheita é grande, mas os trabalhadores
são poucos. Pedi, pois, ao Senhor da colheita que mande trabalhadores para sua
colheita.” (Lc 10,2).
- Destrave seu cérebro: A excelência no mundo
das capacidades, habilidades e competências! – Renato Alves
Afinal, o Brasil é uma
águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão
olímpica e de coragem!
E P Í L O G O
CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador,
Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e
não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados
com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do
saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse
construído com o
Sangue, suor e lágrimas,
Trabalho, honra e
dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim!
Eternamente!