“Domínio de si mesmo
O
que predomina no homem de vontade é o domínio de si mesmo. Quem pertence a essa
categoria humana controla um sentido poderoso de responsabilidade, age assim
com firmeza ante as circunstâncias da vida e não se deixa dobrar facilmente ou
se levar pela ânsia de sucessos mundanos.
Valoriza
mais o ideal que a conta bancária, mais a sinceridade que as palavras
rebuscadas. Sabe que deste mundo nada levará a não ser os méritos de seu
esforço. Tem noção que vem de um infinito e a outro está destinado. Respeita a
vida no animal, na planta, na água e em todo o sistema. Abomina o sofrimento e
a injustiça e se levanta sempre que pode para diminuí-las.
É
tolerante, respeitoso, nunca passivo ou indiferente. Suporta e aguarda a hora
em que a justiça divina se cumpra com perfeição.
É
inclinado naturalmente para ações positivas, persegue o bem em tudo. Costuma
avançar na crista da onda, enfrenta a vida como um desafio que lhe foi dado de
viver. Não se entrega à ociosidade nem à indiferença. Sabe silenciar por longo
tempo para escutar melhor o que tem de mais sutil e profundo.
Para
esse tipo de homem, no xadrez da vida existe um contínuo plano de evolução que
se realiza em cada momento. Não se assombra com forças adversas e entra em ação
quando as próprias lhe garantem promover o progresso.
Aprendeu
a jejuar, sofrer em silêncio, agradecer as quedas, não odiar os inimigos,
guardar energias para o momento certo, manter a concentração e a fé na justiça
divina.
É quase
invencível, pois a vitória que persegue não á para ele e nem para satisfazer
vaidades, mas para uma causa que reputa justa. Aprendeu a ver na derrota o
aprendizado para vencer.
Ele, independentemente
do berço e da família que lhe deu origem, dos estudos e dos diplomas, chega ao comando
de um exército. É um homem universal, místico, marcial, estoico, dotado de
pureza, utopia, audácia e destemor.
Segundo
o mago, esse homem se ergue como fortaleza, não se abala com ofensas, contempla
amistosamente a decadência e as alternâncias. Sai vitorioso das derrotas. Não
se deprime frente à morte, que considera o início de uma vida mais importante
que a terrena, não se desorienta.
Sabe que
o ideal, quando justo, nunca se perde, persiste e escorre como águas de um rio
correndo ao mar. Sabe se livrar das
coisas inúteis e velhas, doar sem pedir em troca, desfazer-se do supérfluo como
o cão que retira a água de seu corpo ao sair do rio.
Dispõe-se
a começar nova empreitada, de mãos livres e olho na meta. Considera a
austeridade não um fim, mas um dever, uma virtude imprescindível. Ele decide
confiando nos princípios, tem a rapidez da intuição, é prático, não se deixa
vencer pelo oportunismo, não se vende nem por um cofre cheio de ouro e pedras
preciosas.
Seu
caráter se inspira nos antigos estoicos, na dignidade das ações que se
transformam em bons exemplos. Enxerga com clareza a relação entre os métodos e
os resultados. Não suja as mãos. Não se deixa cair em tentações.
Ele é
solidamente senhor de si mesmo, superior à dor e à tristeza, ao vil metal.
Quando empreende uma justa caminhada, avança sem medo, desfruta de cada
instante da existência como fosse uma oportunidade. É homem tão rato quanto
imprescindível entre nós.
É um ser
eminente que se libertou da pequenez, dos vícios. Quando aparece um, os
milagres acontecem como aconteceram na Índia com Gandhi, homem que mereceu o
título de Mahatma, ou Grande Alma.”.
(VITTORIO MEDIOLI, em artigo publicado no
jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 16 de dezembro de 2024, caderno
A.PARTE, página 2).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de
artigo publicado no site www.arquidiocesebh.org.br,
edição de 13 de dezembro de 2024, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE
AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente
integral transcrição:
“Advento: Desejos Novos
O
tempo sagrado do advento, preparação para a Festa do Natal do Senhor Jesus,
Salvador, ultrapassa os desejos que se esgotam, as ofertas do comércio e os
sonhos que o consumo alimenta. O Advento possibilita um indispensável confronto
existencial com os anseios do coração que movem a existência de cada pessoa. A
preparação para o Natal oferece, pois, a possibilidade de uma revisão interior,
capaz de levar à qualificação existencial. O Advento bem vivido contribui para
garantir que a interioridade sustente e contribua na conquista de uma alegria
duradoura, reconfigurando os modos como o ser humano se relaciona consigo mesmo
e com os seus semelhantes. Bem viver este tempo contempla o indispensável
exercício de olhar a própria história, criteriosamente, para alcançar o sentido
essencial à vida – o dom maior do tempo do Natal. Em contraponto às
externalidades tão presentes neste tempo, deve-se dedicar atenção aos
sentimentos – tecido frágil, mas essencial para conquistar liberdade e dar
passos certeiros, firmes, distanciando-se da ilusão da onipotência. Uma ilusão
que ronda sempre o coração. Ao contrário da onipotência, o ser humano,
invariavelmente, é vulnerável, permanentemente confrontado com o vazio e a
solidão. Por isso também reclama, sente incômodo. O desafio é alcançar o real
sentido de uma solidão que é comum a cada pessoa.
Trata-se
de um caminho para tratar expectativas adoecidas, que não alavancam a fonte
genuína do sentido de viver. O Advento, então, guarda u horizonte de revisão de
vida que abre corações para a disponibilidade de buscar reconciliações. Afinal,
aquele que vem, o esperado das nações, vem, primordialmente, como instrumento
de reconciliação, por meio da encarnação do Verbo, Deus que se faz humano. A
reconciliação possibilitada pelo nascimento de Jesus é remédio eficaz na cura
dos muitos adoecimentos que comprometem a fraternidade, que inviabilizam
diálogos e proximidades com os diferentes, que restringem relacionamentos à
“roda de amigos”. Para bem viver o Advento e o Natal, requer-se a disposição
interior de afrontar as patologias da própria alma, reordenando o turbilhão dos
próprios sentimentos e razões com o compromisso de assumir novas dinâmicas na
própria vida. A reconciliação já configurada no Advento, em preparação para o
Natal do Senhor, é alcançada pela compreensão lúcida e transparente sobre a
razão do nascimento de Jesus. Todos precisam avançar na conquista dessa
compreensão, para que o Natal não seja simplesmente mais uma celebração que
passa fugazmente.
Bem
viver o Advento inclui admitir que, na interioridade de cada pessoa, não
habitam somente as coisas harmoniosas e belas. A interioridade precisa de
tratamento terapêutico para superar patologias antigas e novas. Um tratamento
possível graças a Jesus – Aquele que vem – ensinando caminhos de reconciliação
que levam luz à interioridade humana. O convite-convocação do Advento é
deixar-se reconciliar, partindo de uma profunda consciência sobre os próprios
limites. Permitir-se moldar por uma abertura amorosa à vida. Uma experiência de
cura a partir da misericórdia que nasce do Deus que vem encontrar a humanidade,
luz que dissipa sombras existenciais. Ele, Cristo, o único Salvador, resgata
cada pessoa. A partir do Advento, todos têm a oportunidade de recompor-se na
unidade interior, ainda que esta unidade esteja devastada pela força de desejos
envelhecidos, que causam adoecimentos crônicos. Adoecimentos que podem ser
sentidos na “própria pele”, levando a fechamentos e narcisismos, a preconceitos
e à falta de diálogo. Sem a recomposição da unidade interior, a vida fica
aprisionada, reduzida a consumos, a ilusões oferecidas pela vaidade e pelo
poder que alimentam disputas. Essas ilusões apenas alimentam a inveja e o
desassossego, gerando novas patologias e incômodos.
É
urgente zelar pela qualidade dos próprios desejos, que não podem estar
restritos ao consumo ou a tudo que é efêmero. Cultivar desejos novos, a partir
dos próprios direitos e deveres, reconhecendo-se como importante parte de um
horizonte maior. Compreende-se esse horizonte com o reverente olhar voltado
para o Pai que envia Seu Amado Filho, como Salvador e Redentor. Essa reverência
pode adequadamente modular o relacionamento humano, tornando-o mais generoso,
marcado pela capacidade de perdoar. A reverência a Deus – que faz a vida humana
ser, de fato, vivida como dádiva – deve marcar o tempo do Advento, que oferece
a possibilidade para serem cultivados desejos novos, configurados a partir do
nascimento de uma esperança que ilumina. Experimenta-se, assim, um sentimento
de gratidão ao Pai que transforma e redime todo coração, deixando-se banhar
pelo gesto misericordioso do Deus-Menino, luz do alto, sol nascente, que
visitar a humanidade. Uma gratidão que abastece a alma de misericórdia,
indispensável para construir um mundo novo – forte na reconciliação. Uma
gratidão misericordiosa que não obscurece e nem relativiza o bem recebido. Ao
invés disso, fecunda o caminho da reconciliação – sentido genuíno do Natal,
verdadeiramente feliz.”.
Eis,
portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e
reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa
história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas,
civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e
sustentavelmente desenvolvidas...
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil, com o auxílio da
música, yoga e shantala – e muito singularmente, do parto humanizado e o
aleitamento materno (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade,
em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas
crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –,
até a pós-graduação (especialização,
mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade
absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação
profissional (enfim, 135 anos depois, a República proclama o que esperamos
seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de
maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova
pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da
civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da
sustentabilidade... e da fraternidade universal);
b) o combate
implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e
mais devastadores inimigos que são:
c) a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2024, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,5 trilhões (45,98%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,7 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
pois, quando os títulos da dívida financiam os investimentos nos tornamos TODOS
protagonistas do desenvolvimento SUSTENTÁVEL da nação;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e
eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).
E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz:
“... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos,
mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite
da dívida pública...”.
Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
Este
é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e
perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
63
anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2024)
- Estamos nos descobrindo através da Excelência
Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando
nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira... pois, o
poder é para amar, servir e edificar - jamais, jamais e jamais para subir,
dominar, oprimir, destruir ou matar!
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da
sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral:
econômico; social, com promoção humana e espiritual, e, ambiental, com
pesquisa, proteção e preservação dos nossos inestimáveis recursos naturais ...
- A alegria da vocação: juntando diamantes ...
porque os diamantes são eternos!
- O Epitáfio: “Não chorem por mim, chorem por
todos aqueles que, ainda, não descobriram Cristo em cada Eucaristia!”.
- (Re)visitando o Santo Graal, para uma vida
virtuosa: “... porque és pó, e pó te hás de tornar. (Gen 3,19)”.
- “Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós
que recorremos a vós! (1830) ...
- “... A paz esteja convosco”. (Jo 20,19) ...
- Um hino de amor: “Nossa Oração” – Luiz Ayrão
...
- A arma espiritual mais poderosa do mundo: a
reza diária do Santo Terço!
- Helena Antipoff: a verdadeira fonte de alta
performance!
- Milton Santos: Por uma outra globalização do
pensamento único à consciência universal.
- A construção da civilização do amor!
- NeuroVox: A Criação, o conhecimento e o bem
comum!
- “A colheita é grande, mas os trabalhadores
são poucos. Pedi, pois, ao Senhor da colheita que mande trabalhadores para sua
colheita.” (Lc 10,2).
- Destrave seu cérebro: A excelência no mundo
das capacidades, habilidades e competências! – Renato Alves
Afinal, o Brasil é uma
águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão
olímpica e de coragem!
E P Í L O G O
CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador,
Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e
não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados
com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do
saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse
construído com o
Sangue, suor e lágrimas,
Trabalho, honra e
dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim!
Eternamente!
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