(Fevereiro = mês 97; faltam 73 meses para a Primavera Brasileira)
“Um pedaço do mundo
Até
recentemente, o mundo era a soma dos países, agora, cada país é um pedaço do
mundo. Os problemas passaram a ser planetários. Depois da radicalidade da
globalização econômica e cultural, já não faz sentido dizer ‘o que importa é
meu país’.
Não se
justifica mais dizer “Amazônia é nossa, e podemos queimá-la, pavimentá-la,
explorar seu petróleo”.
O mundo
é um sistema de países, mas a política continua a decidir por país soberano,
com a visão de “o que importa é meu país”. A geografia tradicional deixou de
representar a realidade social, econômica e cultural, mas continua
representando a realidade política. Eleitores e eleitos não votam para resolver
problemas do mundo nem para fazer um mundo melhor no longo prazo; votam para
seu país ser mais rico nos próximos anos, barrando imigrantes para proteger
privilégios e para aumentar a produção industrial, mesmo contra as gerações
futuras.
No livro
“Minhas Frases dos Outros”, Thélio Queiroz Farias cita frase de Joaquim Nabuco:
“O verdadeiro patriotismo é o que concilia a pátria com a humanidade”. Com mais
de cem anos, a frase ainda é um conceito de filosofia, não de prática política.
A maneira de combinar humanidade e democracia é definir valores morais de
interesse da humanidade que imponham limites ao poder dos eleitores de cada
país: a moral fica humanista, a política continua nacional.
Essa é a
importância das COPs, nas quais – apesar de o nome ser Conferência das Partes,
não do todo – diplomatas e militantes se reúnem para discutir o futuro do
mundo, não de cada país, isoladamente.
Embora o
acordo final deva ser aprovado e assinado conforme os interesses de cada país
por seu respectivo governo, é possível ter otimismo com a COP30, em Belém, no
próximo novembro. Porque o Brasil é o país que melhor representa o conjunto da
humanidade. Porque temos um presidente que depende dos votos nacionais, mas tem
sensibilidade para os problemas mundiais, e porque o presidente da COP30,
embaixador André Aranha Corrêa do Lago, é um competente e respeitado diplomata
brasileiro com consciência dos problemas do mundo.
Na
COP30, o Brasil tem a grande chance de ser o país de onde possa sair uma
alternativa para o futuro da humanidade. Para tanto, não devemos enfrentar os
problemas do mundo sob a ótica do “o que importa é meu país, depois o resto”.
Os países desenvolvidos devem entender que o padrão de consumo de suas
populações é insustentável, ainda que construam muros e deixem os imigrantes
morrendo do outro lado, e os países em desenvolvimento precisam perceber que
cada um de seus ricos consome mais do que o consumo médio de cada habitante dos
países ricos.
Até
novembro, o Brasil precisa pensar como Nabuco e saber de quanto estamos
dispostos a abrir mão com a consciência de que somos um pedaço do mundo.”.
(Cristovam Buarque. Professor emérito da UnB e
membro da Comissão Internacional da Unesco para o Futuro da Educação, em artigo
publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 31 de janeiro de
2025, caderno OPINIÃO, página 13).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de
artigo publicado no site www.arquidiocesebh.org.br,
mesma edição, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo
metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:
“Ancorados na esperança
A
esperança é a âncora do peregrino. Sem esperança, faltará a luz indispensável
para o caminho de cada pessoa. A luz da esperança dissipa sombras, afronta e
vence o medo, firma os passos na direção certa, com realismo, escancarando as
portas da vida à ação do alto. A esperança imprime a orientação, indicando a
direção e a finalidade da existência humana, uma compreensão que emoldura o
horizonte deste Ano Jubilar 2025, celebrado pela Igreja Católica, a todos
oferecendo a oportunidade de ser peregrinos de esperança. Tornar-se peregrino
de esperança é qualificação que se desdobra em profundo sentido humanístico e
espiritual, possibilitando corrigir rumos na contemporaneidade, com
entendimentos novos, capazes de inspirar o necessário equilíbrio
humano-ecológico. Assim, a indicação sábia do apóstolo Paulo, escrevendo aos
Romanos no século primeiro da Era Cristã, precisa ser sempre lembrada: “Alegres
na esperança, pacientes na tribulação, perseverantes na oração”. Transbordar em
esperança para alargar corações, convencidos de que o amor é o único caminho de
reconciliação, de construção da fraternidade universal.
A alegre
esperança, quando vivida, fecunda no coração o entusiasmo de um amor oferente,
sustentando um profundo sentido social e político da cidadania. Ajuda a romper
as amarras dos interesses mesquinhos, das manipulações e da ganância. Capacita
o ser humano para exercer a generosidade gratuita – a oferta de um sorriso, um
gesto de amizade, um olhar fraterno, uma escuta sincera, um serviço gratuito.
Generosidade especialmente exercida quando se oferecem as próprias aptidões e
responsabilidades profissionais ao propósito de construir um horizonte
civilizatório marcado pela amizade social. A esperança capaz de inspirar
transformação não é uma esperança qualquer, nem mesmo consiste em aposta cega,
fundamentada em sentimentos que, não raramente, estão distantes da realidade.
Ela tem propriedades para ancorar os peregrinos, razões que produzem luz e
vigor. A esperança que não confunde tem fundamento divino, portas abertas para
a vida eterna, iluminando de modo adequado a vida que passa como um piscar de
olhos.
Trata-se
de esperança com luz inigualável, que leva a uma verdade essencial: a história
da humanidade, de cada pessoa, não corre para uma meta sem saída e nem para um
abismo escuro. É orientada para a glória do Senhor, como assinala o Papa
Francisco no documento de convocação deste ano Jubilar. Faz-se importante,
pois, adentrar, sempre mais, nas ricas dimensões constitutivas da esperança que
não confunde e não decepciona. A esperança cristã tem uma fisionomia ampla e
rica. Vivê-la proporciona um horizonte nove e luminoso. Mas o que se pode
esperar? O Papa Bento XVI, na sua Carta Encíclica Spes Salvi – Salvos pela
esperança – apresenta essa interrogação com uma resposta, repleta de lições.
Bento XVI lembra que o progresso por adição só é possível no campo material,
com processos de dominação da natureza. Nos campos da consciência ética e da
decisão moral é diferente, pois a liberdade humana sempre se renova – não deve
estar sujeita à dominação. Por isso mesmo, o bem-estar moral não é garantido
somente pelas estruturas, por mais essenciais que sejam. Precisa das decisões e
das escolhas do conjunto de cidadãos, norteadas por um horizonte inspirador que
se alimenta de uma esperança que não decepciona.
A
ciência contribui incontestavelmente para a humanização do mundo, mas não
consegue redimir a interioridade do ser humano. Uma esperança fundada apenas na
ciência é, pois, insuficiente. Não se redime a pessoa pela ciência, mas pelo
amor, afirma o Papa Bento XVI. Experimentar na vida um grande amor é
experimentar a redenção. Saiba-se que o fundamento da esperança que não
decepciona é uma pessoa, tem um nome, Jesus Cristo, o Salvador. Ele é o único
fundamento da esperança que não decepciona. A esperança fidedigna se alicerça
na oferta do sacrifício e na ressurreição de Cristo. Ela é capaz de orientar a
humanidade, pois, Cristo possibilita uma compreensão que ilumina todo olhar com
a luz da fraternidade, inspirando estilos de vida que ajudam a superar cenários
de miséria e de exclusão, garantindo o respeito à dignidade de todos. Não
existe outro caminho para transformar a sociedade, partilhando as conquistas da
ciência, qualificando a política, promovendo a vida. É preciso buscar a
esperança que se fundamenta em Jesus. O ano jubilar permita a todos alcançar a
sabedoria alicerçada em Cristo, qualificando cada ser humano para ser autêntico
peregrino de esperança.”.
Eis,
portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e
reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de
valores –, para a imperiosa e
urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas,
civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e
sustentavelmente desenvolvidas...
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil, com o auxílio da
música, yoga e shantala – e muito singularmente, do parto humanizado e o
aleitamento materno (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade,
em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas
crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –,
até a pós-graduação (especialização,
mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade
absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação
profissional (enfim, 135 anos depois, a República proclama o que esperamos
seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de
maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova
pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da
civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da
sustentabilidade... e da fraternidade universal);
b) o combate
implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e
mais devastadores inimigos que são:
c) a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2025, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,5 trilhões (44,3%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,7 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
pois, quando os títulos da dívida financiam os investimentos nos tornamos TODOS
protagonistas do desenvolvimento SUSTENTÁVEL da nação;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e
eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).
E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz:
“... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos,
mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite
da dívida pública...”.
Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta
de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já
combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de
poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições,
negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à
pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas
e sempre crescentes necessidades de ampliação
e modernização de setores como: a gestão
pública; a infraestrutura (rodovias,
ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada,
esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística
reversa); meio ambiente; habitação;
mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda;
agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência
social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança
pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e
desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer;
turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e
operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade
– “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade,
competitividade); entre outros...
Este
é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e
perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
63
anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2024)
- Estamos nos descobrindo através da Excelência
Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando
nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira... pois, o
poder é para amar, servir e edificar - jamais, jamais e jamais para subir,
dominar, oprimir, destruir ou matar!
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da
sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral:
econômico; social, com promoção humana e espiritual, e, ambiental, com
pesquisa, proteção e preservação dos nossos inestimáveis recursos naturais ...
- A graça e alegria da vocação: juntando
diamantes ... porque os diamantes são eternos!
- O Epitáfio: “Não chorem por mim, chorem por
todos aqueles que, ainda, não descobriram Cristo em cada Eucaristia!”.
- (Re)visitando o Santo Graal, para uma vida
virtuosa: “... porque és pó, e pó te hás de tornar. (Gen 3,19)”.
- “Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós
que recorremos a vós! (1830) ...
- “... A paz esteja convosco”. (Jo 20,19) ...
- Um hino de amor: “Nossa Oração” – Luiz Ayrão
...
- A arma espiritual mais poderosa do mundo: a
reza diária do Santo Terço!
- Helena Antipoff: a verdadeira fonte de alta performance, através das luzes da filosofia, psicologia e teologia!
- Milton Santos: Por uma outra globalização do
pensamento único à consciência universal.
- A construção da civilização do amor!
- NeuroVox: A Criação, o conhecimento e o bem
comum!
- “A colheita é grande, mas os trabalhadores
são poucos. Pedi, pois, ao Senhor da colheita que mande trabalhadores para sua
colheita.” (Lc 10,2).
- Destrave seu cérebro: A excelência no mundo
das capacidades, habilidades e competências! – Renato Alves
- Deus acima de tudo e o Brasil no coração de todos!
Afinal, o Brasil é uma
águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão
olímpica e de coragem!
E P Í L O G O
CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador,
Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e
não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados
com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do
saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse
construído com o
Sangue, suor e lágrimas,
Trabalho, honra e
dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim!
Eternamente!
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