“Cidades de cuidado
Em
2019, a capital da Colômbia – Bogotá – foi premiada em um dos mais importantes
programas privados de aceleração de políticas públicas, o Desafio de Prefeitos
da Bloomberg Philantropies. O recurso injetado no governo local foi somado a
toda uma infraestrutura de investimentos, compromisso político e políticas
públicas que se desenvolve até hoje no modelo de “cidade de cuidados” de
Bogotá.: as Manzanas de Cuidado. Mas talvez o impacto maior desse prêmio tenha
sido a enorme exposição que esse projeto deu à cidade graças ao reconhecimento
da Bloomberg.
A partir
daquele ponto, o ecossistema de cuidados de Bogotá não apenas tornou-se a
principal referência global desse tipo de ação pública, mas também posicionou o
tema das cidades de cuidado no centro da agenda do desenvolvimento urbano e
trouxe ainda mais investimentos e cooperação à cidade.
O tema
se estrutura sob a lógica da “pobreza de gênero”, que entende a íntima relação
entre a divisão sexual do trabalho e das responsabilidades sociais e a falta de
oportunidades de crescimento e desenvolvimento econômico e social das mulheres.
Assoberbadas
pelas funções de gestão da família e do lar e prejudicadas pelas complexidades
da cartografia urbana e das assimetrias socioeconômicas contemporâneas, as
mulheres são vítimas e reféns do trabalho doméstico não remunerado,
invisibilizado pela sociedade. O resultado disso é sua incapacidade de evolução
intelectual, patrimonial e social.
A
solução de Bogotá virou uma chave na comunidade internacional e no tema do
desenvolvimento justo e sustentável. Naquele momento, um governo local assumia
a responsabilidade de oferecer solução para reduzir o tempo dedicado pelas
mulheres aos trabalhos não remunerados, para que assim elas pudessem ter mais
oportunidades de crescimento pessoal.
As
Manzanas de Cuidados são espaços físicos multidisciplinares que integram e
oferecem serviços públicos essenciais – como lavanderia, creches municipais
básicas – e oportunidades de desenvolvimento – como cursos, lazer, atividades
físicas – no mesmo local. Os beneficiários desse sistema têm a oportunidade de
acessar quaisquer desses serviços e ofertas rapidamente, sem grandes
deslocamentos, de forma segura e atenta às necessidades e demandas de cada
comunidade.
Em 2024,
Belo Horizonte foi selecionada pela maior rede de cidades metropolitanas do
mundo – a rede Metropolis – para participar de uma formação em sistemas de
cuidado com vários outros municípios da América Latina, Ásia e Europa. Ao mesmo
tempo, o tema das cidades de cuidado tomava a agenda de compromissos urbanos
globais em várias outras organizações e logo passou a fazer parte dos Marcos
Globais de Desenvolvimento ao lado dos ODSs e da Nova Agenda Urbana.
Por
aqui, a cidade aprovava a lei que estabeleceu o Sistema Municipal de Cuidados e
uma nova diretoria era estruturada na assistência social para cuidar dele.
À época,
a gestão municipal e o plano de governo para a gestão 2025-2028 adotaram essa
posição como um importante eixo estratégico, muito alinhado aos movimentos
internacionais. Houve grande comoção e ação no tema, com engajamento de
sociedade civil, lideranças e imprensa. Belo Horizonte foi a primeira cidade do
Brasil a encaixar nos trilhos deixados por Bogotá e depois seguidos por Buenos
Aires, Cidade do México, Istambul e várias outras. Mas, se repararmos bem, a
pauta perdeu protagonismo local.
O tema
que proporcionou e projetou Bogotá ao mundo precisa de um ressurgimento aqui,
pois certamente faria o mesmo BH.”.
(Bernardo Ribeiro. Diplomata de cidades e
mestre em relações internacionais, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo
Horizonte, edição de 13 de outubro de 2025, caderno OPINIÃO, página 16).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de
artigo publicado no site www.arquidiocesebh.org.br,
edição de 10 de outubro de 2025, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE
AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente
integral transcrição:
“Saúde institucional
O tema, além de
instigante, é vital: a saúde das instituições merece a atenção de especialistas
dos mais distintos campos do saber, considerando o carisma e a missão de cada
instituição no contexto social e na construção da história. É especialmente
importante avaliar a performance do tesouro mais precioso e determinante para a
vida institucional: as pessoas que cuidam do dia a dia das instituições.
Refletir sobre a realidade institucional, contando sempre com a contribuição de
especialistas, merece crescente atenção de todos, para que cada pessoa cultive
sempre mais consciência sobre a sua responsabilidade e as suas contribuições à
realidade da instituição da qual faz parte. Essa responsabilidade e
contribuição, naturalmente, estão além de um lugar conquistado, um título ou um
status adquiridos, que concedam benesses ou expressem simpatias que muitas
vezes estão distantes das finalidades institucionais. A dimensão constitutiva
da instituição, no horizonte luminoso de seu carisma e missão, depende de
desempenhos individuais nas muitas frentes de trabalho.
A instituição se move e
efetiva a sua missão a partir do dinamismo e da lucidez alicerçados em
qualidades humanas e nas aptidões daqueles que configuram o mais importante
recurso institucional - o ser humano. As instituições podem ter uma longeva
história ou acumular amplo patrimônio social, político, religioso ou cultural,
mas sempre dependerão dos desempenhos de seus colaboradores. Há uma firme
incidência da qualidade humana e espiritual do líder e de cada colaborador no
contexto institucional. Por isso, a história, os patrimônios espiritual e moral
das instituições devem permanentemente desafiar aqueles que estão à frente de
seus trabalhos na contemporaneidade, para que sejam alcançadas respostas
qualificadas. Essas respostas precisam estar à altura do trabalho de
predecessores.
Um risco grave está na
perda ou assoreamento da memória histórica institucional que precisa ser sempre
bem cultivada. Quando se ignora essa memória, enfraquece-se o compromisso de se
respeitar e de corresponder ao legado daqueles que ofereceram significativas
contribuições para a solidez institucional. Os sucessores desse legado
precisam, assim, sentir-se desafiados pelo carisma, história, personagens,
patrimônio moral e social das instituições. A desatenção a esse desafio conduz
a desempenhos medíocres que se ajeitam na satisfação de anseios egoístas,
alimentando a máscara “do faz de conta” ou “do mais do mesmo”. Quem age
desatentamente em relação ao legado que recebeu no contexto institucional,
alimenta ilusões a respeito de si mesmo, atribuindo-se uma dimensão que não
corresponde à realidade. A ilusão a respeito de si mesmo é um grande e poderoso
mal, com força para corroer patrimônios, sobretudo aqueles de ordem moral,
social, religioso e cultural.
O agir ancorado em
aptidões ou qualidades individuais requer o permanente exercício de refletir
sobre si mesmo, identificar os próprios limites para superá-los
diuturnamente. Quando a prática de refletir sobre si mesmo é pífia, sem a
observância do carisma e da missão institucional, verifica-se, efetivamente, o
risco da acomodação. O único interesse passa a ser “garantir um lugar ao sol”,
sem luz própria. Aqueles que realmente buscam o desenvolvimento de suas
instituições precisam deixar-se confrontar pela inventividade e pela inovação.
Nada de modo afoito ou irrefletido. O importante é, a exemplo de atletas,
buscar superar seus próprios recordes, para vencer o risco de acomodação nas
próprias contradições internas. Os acomodados permitem-se oferecer justificativas
pífias para a própria mediocridade, impondo dificuldades ao carisma e à missão
das instituições. O prejuízo é grande, não simplesmente para um contexto
institucional, mas para a sociedade que pode perder uma importante referência.
A saúde institucional
depende das posturas e dos desempenhos de seus recursos humanos. O exercício de
responsabilidades não pode ser confundido com a busca pela realização de
ambições pessoais ou profissionais. Nesse sentido, valer-se da própria responsabilidade
ou do lugar que se ocupa para matar a patológica sede pelo poder é enjaular-se
na mediocridade. O pertencimento institucional, pelo cargo e pela
responsabilidade, pede um esforço considerável para corresponder aos anseios da
sociedade, que precisa do carisma e da missão das instituições. O propósito
institucional, para ser alcançado, depende da dedicação daqueles que tem a
responsabilidade de efetivá-lo no contexto de suas instituições.
Especialmente no atual
contexto, de tanto pluralismo e acentuada velocidade no transcurso de tudo,
deve-se cuidar da dimensão humana que é essencial às dinâmicas das
instituições, sem saídas paliativas. A sociedade precisa de instituições
saudáveis e vigorosas, atuantes a partir de seu carisma e missão, contando com
desempenhos relevantes de seus colaboradores, para alavancar a efetivação do
sonho permanente de um mundo mais justo e fraterno, jamais reduzido a
interesses cartoriais, estreitado pela pequenez do egoísmo e das mediocridades.
No horizonte da saúde institucional, se inscreve uma grande responsabilidade
social e uma importante oportunidade: a partir da participação qualificada na
vida institucional, no desempenho de todos os tipos de função, pode-se ajudar,
significativamente, a escrever memorável página na história.
Eis,
portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e
reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de
valores –, para a imperiosa e
urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas,
civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e
sustentavelmente desenvolvidas...
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil, através do amor
incondicional, com o auxílio da música, yoga, meditação e shantala – e muito
singularmente, do parto humanizado, aleitamento materno, nutrologia e estímulo
– sob a luz perene da excelência educacional
(0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em
pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas
crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –,
até a pós-graduação (especialização,
mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade
absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação
profissional (enfim, 135 anos depois, a República proclama o que esperamos
seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de
maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova
pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da
civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da
sustentabilidade... e da fraternidade universal);
b) o combate
implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e
mais devastadores inimigos que são:
c) a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2025, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,5 trilhões (44,3%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,7 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
pois, quando os títulos da dívida financiam os investimentos nos tornamos TODOS
protagonistas do desenvolvimento SUSTENTÁVEL da nação;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e
eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).
E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz:
“... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos,
mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite
– e sem qualificação - da dívida pública...”.
Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
Este
é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e
perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
64
anos de testemunho de um verdadeiro servidor público (1961 – 2025)
- Estamos nos descobrindo através da Excelência
Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando
nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira: tendo por
substrato basilar a unificação das eleições, mandatos de 5 anos e fim da
reeleição para o Executivo... pois, o poder é para amar, servir e edificar -
jamais, jamais e jamais para subir, dominar, oprimir, destruir ou matar!
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da
sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral:
econômico; social, com promoção humana e espiritual, e, ambiental, com
pesquisa, proteção e preservação dos nossos inestimáveis recursos naturais ...
- A graça e alegria da vocação: juntando
diamantes ... porque os diamantes são eternos!
- O Epitáfio: “Não chorem por mim, chorem por
todos aqueles que, ainda, não descobriram Cristo em cada Eucaristia!”.
- (Re)visitando o Santo Graal, para uma vida
virtuosa: “... porque és pó, e pó te hás de tornar. (Gen 3,19)”.
- “Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós
que recorremos a vós! (1830) ...
- “... A paz esteja convosco”. (Jo 20,19) ...
- Um hino de amor: “Nossa Oração” – Luiz Ayrão
...
- A arma espiritual mais poderosa do mundo: a
reza diária do Santo Terço!
- Helena Antipoff: a verdadeira fonte de alta
performance, através da filosofia, psicologia e teologia!
- Milton Santos: Por uma outra globalização do
pensamento único à consciência universal.
- A construção da civilização do amor (São João
Paulo II – Papa entre 16/10/1978 e 02/04/2005)!
- NeuroVox: A Criação, o conhecimento e o bem
comum!
- “A colheita é grande, mas os trabalhadores
são poucos. Pedi, pois, ao Senhor da colheita que mande trabalhadores para sua
colheita.” (Lc 10,2).
- Destrave seu cérebro: A excelência no mundo
das capacidades, habilidades e competências! – Renato Alves
- Deus acima de tudo e o Brasil no coração de
todos!
- Vozes que iluminam e palavras que edificam!
- “A Fonte da Juventude” (Peter Kelder – Livros
1 e 2) ...
- A última eucaristia e os caminhos do
renascimento.
- As luzes de O Poder do Subconsciente – Dr.
Joseph Murphy, Ph.D.
- Um verdadeiro e rico guia para a saúde
integral – Dr. David Perlmutter.
- A juventude bem viva: Torne-se mais jovem,
viva por mais tempo – Deepak Chopra, M.D. e David Simon, M.D.
- E que sejamos construtores de pontes entre as
pessoas, cidades e nações!
- A busca de uma nova maneira de viver:
ANTICÂNCER – Prevenir e vencer usando nossas defesas naturais, do médico DAVID
SERVAN-SCHREIBER.
- Um encontro com a luz natural no Discurso do
Método, de René Descartes.
- IBIRITÉ – Berço da Excelência Educacional!
- O papel do gari e a plena cidadania,
democracia e sustentabilidade!
Afinal, o Brasil é uma
águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão
olímpica e de coragem!
E P Í L O G O
CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador,
Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e
não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados
com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do
saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse
construído com o
Sangue, suor e lágrimas,
Trabalho, honra e
dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim!
Eternamente!
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