“Reescrevendo
a vida
Estamos vivendo a fase
naus lenta da aceleração. Nos próximos anos, o impacto tecnológico fulminará as
semânticas binárias, aumento, vertiginosamente, a velocidade do raciocínio humano
entre variáveis móveis, multidisciplinares e intercambiantes. Assim como a revolução
industrial transformou o mundo agrário, a tecnologia nos fará acessar pioneiras
dimensões do intangível, forçando uma necessária reinterpretação dos fatos da
vida e o correlato surgir de ressignificações com novos prismas de compreensão.
Sim, a
inteligência artificial impactará, sem pedir licença, as formas e capacidades
do trabalho humano. No entanto, a discussão fundamental não é sobre desemprego,
mas sobre as habilidades imanentes que precisamos desenvolver. Se toda
atividade padronizável será substituída pela robotização inteligente – capaz de
trabalhar 24 horas por dia, sete dias da semana, sem adicional noturno ou
periculosidade –, resta aberto todo um amplo campo de ofícios que fazem do human touch o seu grande diferencial.
Objetivamente,
estamos em um ponto crucial da mudança: as nações que tomarem o rumo errado estarão
condenadas a décadas de pobreza social. Para progredir, precisamos falar,
seriamente, sobre educação, e não apenas para nossas crianças, pois também é
imperativo retreinarmos a população adulta economicamente ativa, equipando-a
com as lógicas laborais da tecnologia. Segundo a inteligência inquieta de
Thomas Frey, a partir de 2030, o ser humano terá que refundar suas bases
funcionais de oito a 10 vezes ao longo de sua vida profissional, colocando em
xeque, portanto, muitos dos longos ciclos universitários de quatro a cinco
anos.
Objetivamente,
estamos nos movendo de um teaching model para
um dinâmico processo de learning model.
Trata-se de um degrau a mais em nossa caminhada evolutiva, que impõe métricas
de raciocínio progressivamente mais complexas e, ao mesmo tempo, mais livres,
intuitivas e fugidias. Nesse ambiente de ubíqua fluidez do conhecimento, quanto
mais avançarmos nas possibilidades de interconexão cultural, maior será nossa
margem potencial de liberdade, embora tenhamos palpáveis riscos de uma
extraordinária massificação segmentada com um efeito colonizador de dominação
de consciências.
O mais
incrível é que os palcos de atuação da vida estarão em esferas sobrepostas do
real com o virtual. Se a inteligência artificial (AI) é um dos termos da moda,
as big players já estão investindo pesadamente em augmented reality (AR), imbricando meticulosamente o poder criador
da imaginação com a concretude existencial. Em outras palavras, as plurais
dimensões do viver vão se entrecruzar, refundando as bases de como enxergamos a
vida e as infinitas possibilidades do ser.
Por tudo,
a tecnologia é um grande projeto de reconstrução humana. Se melhor ou se pior,
é uma página em branco à espera de um enredo vencedor. Na verdade, estamos
reescrevendo um novo livro da vida, reinaugurando as infinitas possibilidades
daquilo que nos faz humanos. Dos amores às tristezas, das crenças à
objetividade, das loucuras à consciência, das opressões reais ou imaginadas à
plenitude das liberdades, teremos, à frente, uma ampla gama de significados e
significações que simplesmente desconhecemos. E só aqueles com coragem para
viver terão condições de entender para contar.”.
(SEBASTIÃO
PEREIRA DA PAIXÃO JR. Advogado e cofundador do Instituto Dynamic Mindset,
em artigo publicado no jornal ESTADO DE
MINAS, edição de 4 de agosto de 2019, caderno OPINIÃO, página 7).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a
Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de
7 de agosto de 2019, mesmo caderno e página, de autoria de GAUDÊNCIO TORQUATO, jornalista, professor titular da USP e
consultor político e de comunicação, e que merece igualmente integral transcrição:
“A
cultura individualista
São múltiplas as razões
para a extensão das redes criminosas que agem à sombra do Estado. Uma das
fontes desse poder oculto é a própria Constituição de 1988. Parece uma sandice,
pela antinomia expressa: a lei maior, no mais elevado pedestal da pátria, ser
responsável por mazelas. Há lógica?
Ao abrir
o leque de direitos sociais e individuais, a Carta construiu as vigas
institucionais com autonomia, liberdade e competência funcional. Sistemas e
aparelhos se robusteceram para exercer com independência as funções
constitucionais. O Estado liberal e o Estado social convergiram suas posições
em direção ao Estado democrático de direito, sob o qual o Poder Judiciário
assume posição de relevo, fato que explica seu papel preponderante na
pavimentação da via democrática.
A judicialização
da política, fenômeno bastante observado nos últimos tempos, leva em
consideração a ausência de legislação infraconstitucional, o que tem permitido ao
Judiciário entrar no vácuo legislativo e interpretar as normas de comando.
Instituições
do Estado, voltadas para a defesa do regime democrático, da ordem jurídica e
dos interesses sociais e individuais, ganharam impulso. O Ministério Público,
por exemplo, alçado à condição de instituição essencial à função jurisdicional
do Estado e acrescida de bagagem normativa, passou a incorporar a missão de
guardião maior da sociedade. Sua atuação, se, de um lado, ganhou o respeito dos
cidadãos, passou a ser questionada por causa de ações consideradas exageradas.
A Polícia
Federal reforçou a identidade como órgão encarregado de exercer a segurança
pública para a preservação da ordem e da incolumidade das pessoas e do patrimônio,
passando a agir em parceria com instâncias do Judiciário. Sua extensa folha de
serviços, alargada por um fluxo de maior de profissionalismo, penetra nos
espaços mais obscuros da vida criminosa e nos porões incrustados nas malhas da administração
pública.
A par de
sua contribuição para a consolidação dos pilares éticos e morais e a preservação
das boas práticas políticas, ganhou uma legião de críticos e adversários,
também por conta de operações espetaculosas, marcadas por nomes simbólicos. Como
pano de fundo, temos a Constituição de 88, que propiciou ao aparelho do Estado competência
para organizar estruturas e métodos capazes de garantir a sua segurança e
alcançar o equilíbrio social.
Às ações
do MP e da PF se somam tarefas de outros sistemas que também fazem apurações e
controles, como o Gabinete de Segurança Institucional, o Tribunal de Contas da
União, a Corregedoria Geral a União, além dos aparatos do Parlamento, como as
comissões de inquérito. O Estado tem máquina mais que suficiente para monitorar
retas e curvas de pessoas físicas e jurídicas. Mas, nessas trilhas, a coisa
começa a desandar. A pletora de instrumentos de controle abre imensos vácuos. A
política é como a água corrente: preenche os vazios.
Tarefas
assemelhadas se repartem entre alguns órgãos, espaços se bifurcam e dirigentes
são atingidos pelo fogo das vaidades. Cada qual procura chamar para si a
atenção. Afinal, as luzes do Estado espetáculo propiciam ampla visibilidade. Se
as ferramentas a serviço do Estado fossem desprovidas de sentimentos, teríamos gigantesca
estrutura de controles comprometida com o bem comum. Coisa difícil.
O bem da
coletividade passa pela filtragem personalista. Somos um país que privilegia a
marca pessoal. A ação da entidade é precedida pela louvação do dirigente. O ministro
Sérgio Moro ganha estátua de xerife-mor. Mesmo sob tiroteio. Juízes e
procuradores dão o tom da justiça e da política, imprimindo à orquestra o seu
compasso. Alas e grupos se formam no interior de estruturas, matizes políticos
dão o tom de operações e a algazarra do espetáculo acende altas fogueiras.
A querela
se espalha, como estamos vendo, hoje, entre os três poderes. O que fazer com a
massa contenciosa que agita atores e instituições? O óbvio: cumprir o dever nos
limites prescritos pela lei, despir-se de vaidades, usar o bom senso para
evitar duplicação de tarefas e profissionalizar as estruturas, deixando-as
imunes aos partidarismos. Cada poder deveria se ocupar de suas funções. Sem
mais, nem menos. Se for criado um novo controlador para comandar o já
existente, o país andará em círculos.”.
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e
oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança
de nossa história – que é de ética, de
moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas,
civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e
sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras
cruciais como:
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da
democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b) o combate implacável, sem eufemismos e
sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:
I – a inflação, a exigir permanente,
competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares
civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa
de juros do cartão de crédito atingiu em junho a ainda estratosférica marca de
300,09% nos últimos doze meses, e a taxa
de juros do cheque especial chegou em históricos 322,23%; e já o IPCA, também
no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 3,37%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa
promiscuidade – “dinheiro público versus interesses privados”
–, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando
incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária
ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da
Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor,
de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é
cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional; eis, portanto, que todos os valores que vão
sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518
anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios,
malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção
mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício,
em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e
danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no
artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança
das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é
desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de
problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos,
quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas
de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à
corrupção e à falta de planejamento...”;
c) a dívida pública brasileira - (interna e
externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para
2019, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos
Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e
insuportável desembolso de cerca de R$
1,422 trilhão (43,6%), a título de juros, encargos, amortização e
refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 758,672 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria
grega, do direito e da justiça:
- pagar,
sim, até o último centavo;
-
rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
-
realizar uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda
a propósito, no artigo Melancolia,
Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente
degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das
contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).
Isto posto,
torna-se absolutamente inútil lamentarmos
a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência,
eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com
menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira
alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem
o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela excelência
educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida,
que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas,
oportunidades e potencialidades com todas
as brasileiras e com todos os
brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários
previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além
de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do
século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da
informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da
sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da
paz, da solidariedade, da igualdade
– e com equidade –, e da fraternidade
universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a
nossa esperança... e perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos
de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)
-
Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
-
ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por
uma Nova Política Brasileira ...
- Pela
excelência na Gestão Pública ...
- Pelo
fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares
do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e,
ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A
alegria da vocação ...
Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou
asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...
E
P Í L O G O
CLAMOR
E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de
infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre
pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da
dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.