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quinta-feira, 31 de outubro de 2019

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, O PODER DAS PEQUENAS LIÇÕES DE GRANDEZA E A TRANSCENDÊNCIA DAS QUESTÕES DA AMAZÔNIA NA SUSTENTABILIDADE


“Pequenas lições de grandeza
        Em ‘Seis Propostas para o Próximo Milênio’, palestras que pronunciaria em 1985 na Universidade de Harvard – se a morte não tivesse interrompido sua obra –, Ítalo Calvino, o grande escritor de família italiana, tratou de objetos literários que gostaria de ver preservados. É uma bela coletânea sobre a complexidade das estruturas narrativas. Apesar do foco literário, podemos projetá-la para a vida social e política.
         Roguemos para que nossos governantes e políticos se comprometam com a leveza, primeira das seis propostas. Ao constatar que o esforço do governo para resgatar a economia quase não alterou o desemprego nem a vida da população, resta a prece para que se corrija a monstruosidade registrada pelo IBGE: o rendimento total dos 10% mais ricos supera a soma dos 80% mais pobres; em 2018, o rendimento médio mensal do 1% da classe mais rica foi de R$ 27.744; os 50% mais pobres receberam R$ 820, valor 33,8 vezes menor. Pede-se a leveza de um cotidiano tranquilo, seguro e farto na cozinha. Não dá para postergar.
         O segundo valor, a rapidez, deve responder ao povo nas ruas nesse ciclo explosivo das comunicações. Brasileiros estão cansados da conhecida lenga-lenga: “Vamos construir a pátria dos nossos filhos”. Urge construí-la nas cidades devastadas por más administrações. Lincoln ensinava: “Podeis ludibriar uma parte do povo durante o tempo todo, ou o povo durante algum tempo; mas não podereis ludibriar todo o povo durante todo o tempo”.
         O Brasil que ressurgiu da última eleição espera por exatidão, valor massacrado nestes tempos de fake News. Precisamos banir o refrão nazista de que uma mentira repetida três vezes torna-se verdade no quarto relato. Precisamos banir a falta de escrúpulo, a mentira, a hipocrisia.
         Bobbio, outro italiano, chama a atenção para dois fenômenos adversos e estritamente ligados: o poder oculto e o que oculta, que se esconde, escondendo. O poder invisível deve ser escancarado. Daí a necessidade da visibilidade para que se possa acreditar nos representantes. O país não aceita mais o Estado visível e o invisível, com estruturas corrompidas, gabinetes secretos, decisões longe do público, “o poder mascarado” destruindo a nação.
         Nossa cultura abriga valores nobres, como respeito, lealdade, dignidade, ética. A vontade plural merece ser respeitada. Trata-se, então, de promover a multiplicidade (quinto valor) dos olhares sobre a realidade. A pluralidade social, econômica e cultural constitui referência para o planejamento e administração de políticas públicas, o que recomenda a mobilização de classes e categorias profissionais.
         A última lição de Calvino trata da consistência. No caso, o resgate da responsabilidade, que implica seriedade, densidade. O contraponto é o improviso irresponsável.
         Nesta parte do milênio, o Brasil precisa praticar a humanidade como Confúcio definiu: “A humanidade é mais essencial para o povo do que água e fogo. Vi homens perderem sua vida por se entregarem à água ou ao fogo; nunca vi alguém perder a vida por se entregar à humanidade”.”.

(Gaudêncio Torquato. Jornalista, professor (USP) e consultor político, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 27 de outubro de 2019, caderno O.PINIÃO, página 19).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no site www.domtotal.com, edição de 25 de outubro de 2019, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente integral transcrição:

“Verdade sobre o Sínodo para a Amazônia
        O Sínodo para a Amazônia, convocado pelo papa Francisco há dois anos, em 17 de janeiro de 2017, e que está sendo realizado no Vaticano neste mês de outubro, movimentou internamente a Igreja Católica, interpelou outras confissões religiosas, correu nas veias dos cristãos, encheu de esperança o coração dos povos tradicionais e habitantes deste precioso território. Ganhou lugar pauta mundial – ambientalistas, meios de comunicação, governantes e diferentes segmentos da sociedade dedicam toda a atenção ao sínodo, que lança novas luzes sobre a história e sobre os preocupantes contextos social, religioso e ambienta. Também, lamentavelmente, o sínodo serviu de pauta para muitos que se dedicam a propagar notícias falsas. Foi alvo de interpretações equivocadas, inclusive dentro da própria Igreja, alimentou medos e preconceitos, distanciamentos e fechamentos a respostas que precisam ser buscadas para se alcançar necessárias transformações. Contudo, o transcurso dessa experiência sinodal tem sido fecundo e vencedor. É uma evangélica réplica às interpretações inadequadas, com a partilha em torno da verdade sobre o sínodo.
         Não se pode desconsiderar, de maneira alguma, que a Igreja é sinodal. Isso significa que trilha o seu caminho com a participação e o envolvimento de todos, desafiados sempre a se abrir à ação amorosa e transformadora do Espírito Santo, mestre e guia da Igreja. Nunca é demais lembrar e ler, mais uma vez, o capítulo 15 dos Atos dos Apóstolos, sobre a primeira experiência sinodal da Igreja Católica, há mais de dois mil anos. O ponto de partida dessa primeira experiência da Igreja nascente foi marcado pela tensão que, inevitavelmente, faz parte dos processos de entendimentos quando se busca novos rumos, novas resposta à luz do Evangelho de Jesus, fiel aos princípios e às tradições inegociáveis que sustentam a Igreja. Uma assembleia sinodal que parte da escuta uns dos outros, porta-vozes de clamores dos pobres e dos injustiçados. Sensíveis às interpretações vindas da realidade em permanente mutação.
         Contracenando nesses processos, homens e mulheres são desafiados ao diálogo, de modo a clarear novas direções, a avaliar sua abertura de coração para se deixar interpelar pela voz de Deus, pelos clamores dos sofridos e pela contribuição em busca da verdade. Essa é uma experiência que exige escutas. Um processo que agrega riquezas e permite reconhecer limites, ao submeter-se a confrontos na elaboração da lucidez que faz entrever e encontrar o modo novo de se viver a verdade do Evangelho que não muda. É imutável a verdade do Evangelho, que tem força, propriedade e razão para transformar mentes e corações. Para gerar a sabedoria indispensável a respostas novas, próprias a cada época. Por isso, é oportuno retomar o magnífico processo sinodal descrito nos Atos dos Apóstolos, pois comprova que escutar uns aos outros e a Deus é o único caminho seguro na busca diária e permanente da verdade, a se conhecer com sua força libertadora.
         Assim, numa Igreja sinodal, isto é, aquela que prima sua vida e testemunho pela escuta permanente de Deus, dos irmãos e, particularmente, dos clamores dos pobres e sofredores, dinâmica a ser vivida em toda a Igreja, em todas as suas instâncias, e em todas as relações, realiza-se o Sínodo dos Bispos para a Amazônia. Uma convocação de quem tem a autoridade para escutar bispos, padres, cristãos, leigos, peritos, convidados, mas especialmente os representantes dos povos da Amazônia: o papa Francisco. O papa faz esse caminho sinodal precedido por uma longa preparação, a partir de ampla participação de diferentes setores e um concentrado esforço para o entendimento da realidade.
         A esperançosa realização do Sínodo para a Amazônia, emoldurada por espiritualidade, respeito fraterno mútuo e solidário, pela dedicação a um trabalho sério – qualificado do ponto de vista teológico, pastoral e científico –, reunirá agora indicações, linhas e aportes aos necessários e urgidos novos caminhos para a Igreja em missão na região. Será, ainda, referência, lição e compromisso com uma nova ordem na Casa Comum, no horizonte da ecologia integral. Ser sinodal é condição fundamental para que a Igreja avance, a exemplo da família, da sociedade ou de qualquer outra instituição. Depende sempre da competência humana e espiritual e requer o equilíbrio que abre as portas para a escuta. Não há outro caminho para ser destinatário da verdade revelada por Deus e do amor que ele esparge. E o papa Francisco é admirável referência, sinal visível da unidade na Igreja nessa competência humana e espiritual de escuta. Quem não escuta ataca: quem não escuta se defende com acusações; quem não escuta se entrincheira, ilusória e agressivamente, em ataques desrespeitosos, na semeadura de cizânias, da discórdia e da confusão. Realidade muito diferente da referência de sinodalidade, presente nos Atos dos Apóstolos.
         A experiência do Sínodo para a Amazônia, mesmo revelando os limites humanos, os confrontos nos embates dos entendimentos, num percurso que continua a exigir de todos a condição de aprendizes, apontará novos caminhos para a Igreja e para homens e mulheres de boa vontade, no compromisso com a vida plena, em todas as suas etapas, da concepção ao declínio natural. Lição a ser aprendida sempre e praticada em todas as circunstâncias: escutar a Deus e uns aos outros. E o desafio: abrir-se a novos caminhos fiéis à verdade que não muda e ao inegociável dos princípios. Uma esperança: novos modos e dinâmicas no horizonte imutável dos valores do Evangelho de Jesus. Um dever: acolher com humildade, fecundando a unidade. Um convite: participação e compromisso missionário para que a Igreja cumpra sua tarefa de fazer de todos, discípulos e discípulas abertos ao novo que vem de Deus. Uma indicação aos que se fecham e se encapam como defensores da verdade, atacando e dividindo: a conversão. No mais, agradecer, celebrar e praticar as luzes novas que em si trazem, por ser fruto da escuta de Deus e uns dos outros, o amor que unicamente tudo pode. A hora é esta: acolher, pelas do papa Francisco, a verdade sobre o Sínodo para a Amazônia.”.
        
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em setembro a ainda estratosférica marca de 307,82% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou em históricos 307,58%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 2,89%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2019, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,422 trilhão (43,6%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 758,672 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.


        

 




quarta-feira, 11 de setembro de 2019

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS LUZES DA CIÊNCIA DOS OCEANOS E A TRANSCENDÊNCIA DOS NOVOS HORIZONTES NA SUSTENTABILIDADE


“Sustentabilidade dos oceanos
        A busca da sustentabilidade dos oceanos depende, fortemente, de conhecimento científico sólido e abrangente. Entretanto, a capacidade de geração de informações e a produção científica para os oceanos é bastante variável entre os países.
         O Relatório Mundial sobre a Ciência Oceânica, publicado em 2017, revelou que o Brasil apresentou importante crescimento recente na produção de conhecimento sobre ciências marinhas, consolidando papel de destaque na América Latina e no Atlântico Sul. Na escala mundial, o Brasil figura como o 11º país com maior número de artigos científicos publicados. A pesquisa oceânica é prioridade pública, mas ainda padece do baixo nível de internacionalização e da escassez e oscilações de fontes de financiamento.
         Embora o Brasil seja entendido como país emergente nesse contexto, muito ainda há que ser feito para compreendermos e gerenciarmos os oceanos de forma sustentável. Além do avanço nas pesquisas, é necessário ampliar o conhecimento da sociedade sobre os oceanos e, em especial, o uso do conhecimento científico na tomada de decisão.
         Surge nesse, então, a Década da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável. A década foi proposta pela Organização das Nações Unidas (ONU), entre 2021 e 2030, e visa produzir “a ciência que precisamos para o oceano que queremos”. Esse objetivo está alinhado, fortemente, ao documento “O futuro que queremos”, resultante da Conferências das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio +20, realizada em 2012, no Rio de Janeiro.
         Para superar esse desafio, uma nova forma de pensar e fazer ciência deve ser estimulada no país. A cátedra Unesco para sustentabilidade dos oceanos foi criada junto ao Instituto Oceanográfico e ao Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo como uma ação catalisadora dessas frentes. A cátedra Unesco pretende integrar esforços em rede, estimulando a pesquisa interdisciplinar e integrada, promovendo a cultura oceânica (do inglês ocean literacy), e ampliando o diálogo entre as ciências do mar, a sociedade e as políticas públicas. Em conjunto com diversas outras iniciativas que têm emergido no país, a cátedra pretende fortalecer a participação e o controle social com vistas à busca da sustentabilidade dos oceanos.
         Como exemplo das sinergias que estão sendo promovidas para esse fim, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), a cátedra e a Fundação Boticário produziram e estão disseminando a versão em português do material de divulgação da Década no Brasil. Com isso, espera-se que não somente a comunidade científica possa se envolver e contribuir para elevarmos o oceano à prioridade que ele deve ter, dada sua importância e as agressões que vem sofrendo. O lançamento dessa publicação será em 3 de setembro próximo, no evento Conexão Oceano. Comunicar. Engajar. Proteger, realização da Fundação Boticário, Unesco e Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro, marcando essa nova fase dos oceanos no Brasil.”.

(ALEXANDER TURRA. Cátedra Unesco para sustentabilidade dos oceanos, professor do Instituto de Estudos Avançados e do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (USP) e membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 25 de agosto de 2019, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 19 de julho de 2019, mesmo caderno e página, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente integral transcrição:

“Alargar horizontes
        Todo processo educativo há de ter a meta de se conquistarem oportunidades que alarguem os horizontes. Paga-se preço muito alto pelas estreitezas que emolduram experiências, vivência de valores e a desafiadora competência de discernimento e escolhas que podem alavancar avanços, impor retrocessos, ou mesmo a estagnação. Essa é uma questão que afeta o pai de família e o governante, o juiz e o cidadão, o político e o eleitor. Atinge a vida cotidiana e os círculos de convivência, não menos as práticas religiosas e os compromissos nas molduras ideológicas de diferentes matizes. Compreende-se, facilmente, o quanto a educação básica e inicial – da mesma forma a educação permanente –, influencia de modo determinante o processo civilizatório de qualquer grupo social, religioso, político e cultural.
         Em questão está a estrutura da compreensão. Os contextos da compreensão no interior de todo processo educativo, seja aquele formal, da escola, seja aquele interno da vida familiar e também âmbito da religiosidade, com sua força própria de imprimir dinâmicas de entendimento, são o segredo daquilo que se pode alcançar da indispensável lucidez no tratamento de temas, nos processos decisórios e nas relações estabelecidas.
         Pode-se, então, constatar que práticas e dinâmicas religiosas equivocadas, ao contrário de proporcionar a conquista de amplitudes, alargar o horizonte de compreensão de seus integrantes, podem provocar a desconexão em relação ao atendimento de demandas, ao exercício próprio de sua função. Incide de forma pífia na realidade circunstante, por desconhecimento de linguagens e também por obsoleta capacidade de dialogar e interagir com um mundo profundamente em transformação.
         Não é diferente no mundo da política. Os balizamentos estreitos de concepções ideológicas, por si mesmas, impedem o alargamento de horizontes. As limitações que configuram as leituras da realidade, e as propostas pouco criativas ante os problemas, sem contar a mesquinhez no que diz respeito ao bem comum, resultam na mediocridade de escolhas legislativas e nas atuações executivas atabalhoadas. Atitudes sem força para proporcionar novos rumos civilizatórios retardam as necessárias mudanças na vida de uma sociedade e impedem a clareza na compreensão necessária para a obtenção de novas respostas, exigidas com urgência.
         Esse problema atinge a vida comum dos cidadãos. Formata práticas que estreitam balizamentos e não permitem marcos civilizatórios adequados, compatíveis com o momento atual, plural, complexo, com muitas e diferentes linguagens. Não se obtêm bons frutos com a produção de tantos equívocos, usos inadequados dos cargos ocupados, vaidades e convicções de se estar certo – uma incoerência com os resultados sempre aquém do esperado e exigido.
         Assim, o problema da compreensão, como questão filosófica e existencial, se põe de maneira contundente. Requer muitos e urgentes investimentos sob pena de prejuízos irreversíveis ou da imposição de relevantes atrasos. Quanto maior é o problema da compreensão que incide sobre o alargamento ou estreitamente dos horizontes, mais se observa o crescimento do autoritarismo, dos acirramentos ideológicos, de convicções ilusórias a respeito do próprio valor e das propostas medíocres, sem força de mudança. As instituições e segmentos – religiosos, educacionais, políticos, culturais – pagam um alto preço e passam a intensificar, como processo de colisão suicida, os cenários descompassados que se multiplicam. Importante é ter presente, também, que alargar horizontes não é simples questão conceitual, pois a ignorância é fator devastador em todo processo de compreensão. Alicerçados em profunda e ajustada impostação conceitual, há de se considerar a força determinante da esfera psicoafetiva existencial na mundividência do indivíduo e sua forte incidência na conduta e escolhas.
         Alargar horizontes é um desafio a todo segmento social, envolvendo seus pares, como necessidade prioritária, em meio a uma complexa linguagem contemporânea, articulando valores e princípios inegociáveis por serem esses os alicerces sem os quais tudo desmorona ou impede de se chegar onde é preciso. Não é raro encontrar indivíduos e grupos que, por falta de compreensão adequada, banalizam processos.  Entendem que determinado modo civilizatório é o melhor apenas porque corresponde à comodidade desejada, e nem sequer consideram a importância de valores inegociáveis. Também, não é raro quem pense estar inovando enquanto desmonta e destrói com narrativas religiosas, culturais, existenciais e políticas. Constata-se, assim, a dimensão e o alcance que representa o desafio de sempre alargar horizontes.
         Nesse sentido, encontram-se as dinâmicas da economia que também devem ser consideradas na desafiadora busca por uma sociedade justa e solidária: urgência como contraposição e superação das vergonhosas desigualdades. Paga-se muito, em todos os níveis e segmentos, pelas consequências da compreensão tacanha, que encurrala decisões e escolhas, sob a égide ilusória de que se está inovando. Na realidade, o que ocorre é um desmonte que conduzirá, adiante, ao verdadeiro caos. Urgente é investir em diferentes modos e compromisso de todo processo educativo, do formal ao praticado na convivialidade, na tarefa individual e comunitária, de alargar horizontes, para evitar a perpetuação de discursos que pecam por falta de coerência, de compreensão ou pelo marasmo da ausência de lucidez.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em julho a ainda estratosférica marca de 300,29% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou em históricos 318,65%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 3,22%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2019, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,422 trilhão (43,6%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 758,672 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.


 




sexta-feira, 9 de agosto de 2019

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A LUZ DA TECNOLOGIA NA QUALIFICAÇÃO HUMANA E AS EXIGÊNCIAS DO ALTRUÍSMO PARA AS MUDANÇAS ESTRUTURAIS NA SUSTENTABILIDADE


“Reescrevendo a vida
        Estamos vivendo a fase naus lenta da aceleração. Nos próximos anos, o impacto tecnológico fulminará as semânticas binárias, aumento, vertiginosamente, a velocidade do raciocínio humano entre variáveis móveis, multidisciplinares e intercambiantes. Assim como a revolução industrial transformou o mundo agrário, a tecnologia nos fará acessar pioneiras dimensões do intangível, forçando uma necessária reinterpretação dos fatos da vida e o correlato surgir de ressignificações com novos prismas de compreensão.
         Sim, a inteligência artificial impactará, sem pedir licença, as formas e capacidades do trabalho humano. No entanto, a discussão fundamental não é sobre desemprego, mas sobre as habilidades imanentes que precisamos desenvolver. Se toda atividade padronizável será substituída pela robotização inteligente – capaz de trabalhar 24 horas por dia, sete dias da semana, sem adicional noturno ou periculosidade –, resta aberto todo um amplo campo de ofícios que fazem do human touch o seu grande diferencial.
         Objetivamente, estamos em um ponto crucial da mudança: as nações que tomarem o rumo errado estarão condenadas a décadas de pobreza social. Para progredir, precisamos falar, seriamente, sobre educação, e não apenas para nossas crianças, pois também é imperativo retreinarmos a população adulta economicamente ativa, equipando-a com as lógicas laborais da tecnologia. Segundo a inteligência inquieta de Thomas Frey, a partir de 2030, o ser humano terá que refundar suas bases funcionais de oito a 10 vezes ao longo de sua vida profissional, colocando em xeque, portanto, muitos dos longos ciclos universitários de quatro a cinco anos.
         Objetivamente, estamos nos movendo de um teaching model para um dinâmico processo de learning model. Trata-se de um degrau a mais em nossa caminhada evolutiva, que impõe métricas de raciocínio progressivamente mais complexas e, ao mesmo tempo, mais livres, intuitivas e fugidias. Nesse ambiente de ubíqua fluidez do conhecimento, quanto mais avançarmos nas possibilidades de interconexão cultural, maior será nossa margem potencial de liberdade, embora tenhamos palpáveis riscos de uma extraordinária massificação segmentada com um efeito colonizador de dominação de consciências.
         O mais incrível é que os palcos de atuação da vida estarão em esferas sobrepostas do real com o virtual. Se a inteligência artificial (AI) é um dos termos da moda, as big players já estão investindo pesadamente em augmented reality (AR), imbricando meticulosamente o poder criador da imaginação com a concretude existencial. Em outras palavras, as plurais dimensões do viver vão se entrecruzar, refundando as bases de como enxergamos a vida e as infinitas possibilidades do ser.
         Por tudo, a tecnologia é um grande projeto de reconstrução humana. Se melhor ou se pior, é uma página em branco à espera de um enredo vencedor. Na verdade, estamos reescrevendo um novo livro da vida, reinaugurando as infinitas possibilidades daquilo que nos faz humanos. Dos amores às tristezas, das crenças à objetividade, das loucuras à consciência, das opressões reais ou imaginadas à plenitude das liberdades, teremos, à frente, uma ampla gama de significados e significações que simplesmente desconhecemos. E só aqueles com coragem para viver terão condições de entender para contar.”.

(SEBASTIÃO PEREIRA DA PAIXÃO JR. Advogado e cofundador do Instituto Dynamic Mindset, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 4 de agosto de 2019, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 7 de agosto de 2019, mesmo caderno e página, de autoria de GAUDÊNCIO TORQUATO, jornalista, professor titular da USP e consultor político e de comunicação, e que merece igualmente integral transcrição:

“A cultura individualista
        São múltiplas as razões para a extensão das redes criminosas que agem à sombra do Estado. Uma das fontes desse poder oculto é a própria Constituição de 1988. Parece uma sandice, pela antinomia expressa: a lei maior, no mais elevado pedestal da pátria, ser responsável por mazelas. Há lógica?
         Ao abrir o leque de direitos sociais e individuais, a Carta construiu as vigas institucionais com autonomia, liberdade e competência funcional. Sistemas e aparelhos se robusteceram para exercer com independência as funções constitucionais. O Estado liberal e o Estado social convergiram suas posições em direção ao Estado democrático de direito, sob o qual o Poder Judiciário assume posição de relevo, fato que explica seu papel preponderante na pavimentação da via democrática.
         A judicialização da política, fenômeno bastante observado nos últimos tempos, leva em consideração a ausência de legislação infraconstitucional, o que tem permitido ao Judiciário entrar no vácuo legislativo e interpretar as normas de comando.
         Instituições do Estado, voltadas para a defesa do regime democrático, da ordem jurídica e dos interesses sociais e individuais, ganharam impulso. O Ministério Público, por exemplo, alçado à condição de instituição essencial à função jurisdicional do Estado e acrescida de bagagem normativa, passou a incorporar a missão de guardião maior da sociedade. Sua atuação, se, de um lado, ganhou o respeito dos cidadãos, passou a ser questionada por causa de ações consideradas exageradas.
         A Polícia Federal reforçou a identidade como órgão encarregado de exercer a segurança pública para a preservação da ordem e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, passando a agir em parceria com instâncias do Judiciário. Sua extensa folha de serviços, alargada por um fluxo de maior de profissionalismo, penetra nos espaços mais obscuros da vida criminosa e nos porões incrustados nas malhas da administração pública.
         A par de sua contribuição para a consolidação dos pilares éticos e morais e a preservação das boas práticas políticas, ganhou uma legião de críticos e adversários, também por conta de operações espetaculosas, marcadas por nomes simbólicos. Como pano de fundo, temos a Constituição de 88, que propiciou ao aparelho do Estado competência para organizar estruturas e métodos capazes de garantir a sua segurança e alcançar o equilíbrio social.
         Às ações do MP e da PF se somam tarefas de outros sistemas que também fazem apurações e controles, como o Gabinete de Segurança Institucional, o Tribunal de Contas da União, a Corregedoria Geral a União, além dos aparatos do Parlamento, como as comissões de inquérito. O Estado tem máquina mais que suficiente para monitorar retas e curvas de pessoas físicas e jurídicas. Mas, nessas trilhas, a coisa começa a desandar. A pletora de instrumentos de controle abre imensos vácuos. A política é como a água corrente: preenche os vazios.
         Tarefas assemelhadas se repartem entre alguns órgãos, espaços se bifurcam e dirigentes são atingidos pelo fogo das vaidades. Cada qual procura chamar para si a atenção. Afinal, as luzes do Estado espetáculo propiciam ampla visibilidade. Se as ferramentas a serviço do Estado fossem desprovidas de sentimentos, teríamos gigantesca estrutura de controles comprometida com o bem comum. Coisa difícil.
         O bem da coletividade passa pela filtragem personalista. Somos um país que privilegia a marca pessoal. A ação da entidade é precedida pela louvação do dirigente. O ministro Sérgio Moro ganha estátua de xerife-mor. Mesmo sob tiroteio. Juízes e procuradores dão o tom da justiça e da política, imprimindo à orquestra o seu compasso. Alas e grupos se formam no interior de estruturas, matizes políticos dão o tom de operações e a algazarra do espetáculo acende altas fogueiras.
         A querela se espalha, como estamos vendo, hoje, entre os três poderes. O que fazer com a massa contenciosa que agita atores e instituições? O óbvio: cumprir o dever nos limites prescritos pela lei, despir-se de vaidades, usar o bom senso para evitar duplicação de tarefas e profissionalizar as estruturas, deixando-as imunes aos partidarismos. Cada poder deveria se ocupar de suas funções. Sem mais, nem menos. Se for criado um novo controlador para comandar o já existente, o país andará em círculos.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em junho a ainda estratosférica marca de 300,09% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou em históricos 322,23%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 3,37%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2019, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,422 trilhão (43,6%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 758,672 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.