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domingo, 28 de julho de 2019

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A ARTE E FELICIDADE DA PARTILHA E A FECUNDIDADE DO SILÊNCIO E ESCUTA NA SUSTENTABILIDADE


“A arte de partejar
        Não há pai, mãe ou responsável que não queira o bem para o seu filho. Bem como de que todo professor quer o melhor para o seu aluno. Portanto, está entre as intenções do adulto responsável aumentar as possiblidades de vida e de felicidade da experiência humana. Mas o que vem a ser querer o bem, querer o melhor em relação ao outro? O verbo partejar traz em sua essência os indicativos para compor essa resposta. Significar dar à luz, trazer à vida, dar vez ao outro que, pelo princípio da alteridade, tem o direito de, ao longo da sua história, constituir-se por meio das relações que ele estabelece com seus referentes. De emanar a sua energia particular, produzindo luz própria.
         Enquanto se irradia a energia gerada pela vida, de forma circular, num processo de captação e transferência entre as pessoas, se persegue um objetivo comum: ser feliz – que, curiosamente, é um horizonte que não se consegue construir sozinho. Identifica-se, portanto, uma das principais características humanas: a interdependência, ou seja, a necessidade da presença do outro na vida de cada um. A origem latina da palavra feliz remete à fertilidade, à capacidade de despertar em si e no outro a vida fulgurada.
         Assim sendo, felicidade tem relação direta com o sentimento de vida fértil. José Outeiral, médico psiquiatra, tem um exemplo pertinente ao contexto conceitual que se pretende construir, no que diz respeito ao adulto responsável. Trata-se daquele que vê em seu filho/aluno o Davi que Michelangelo conseguia enxergar em um pedaço de pedra. A sua arte concentrou-se, apenas e tão somente, em retirar os excessos, para que todos pudessem apreciar a obra que estava escondida na pedra. Isso é trazer à luz, tornando real o que já existia potencialmente, pela energia de um “sopro”, carregado de expectativa positiva. É acreditar, a priori, na possibilidade capturada pelo olhar atento e generoso, ajudando o outro, por quem se responde, a se realizar.
         Para tanto, faz-se necessário refletir em torno de alguns questionamentos que ajudam a ampliar a consciência sobre as energias capazes de se transformar em “sopro de vida”. Como adulto responsável, as suas ações revelam uma proximidade com o conceito de raiz, que nutre, alimenta e revigora? Ou como o de âncora, que imobiliza e aprisiona, transformando-o em um ídolo para o seu referente? Seu fazer se concentra no que é possível ou tornar possível o que é necessário? Suas atitudes promovem a fertilização ou a esterilização do potencial humano daqueles com os quais se relaciona? Seu filho/aluno tem ciência do lugar de valor que ele ocupa em sua vida e das suas expectativas em relação ao seu potencial?
         Pertencer ao projeto de vida de um adulto responsável é salutar e indispensável para o desenvolvimento das potencialidades humanas. O sentimento de pertença, uma vez existente, precisa ser cultivado pela qualidade do tempo e da energia investidos nas oportunidades de relacionamento. Cada vez mais se constata que esse sentimento se apresenta como basilar para a realização do projeto de vida dos filhos/alunos que, quando assumidos como um lugar de valor em nossas vidas, são cativados – e acabamos por nos tornar responsáveis, parafraseando Saint-Exupèry.”.

(ACEDRIANA VICENTE VOGEL. Diretora pedagógica da Editora Positivo, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 26 de julho de 2019, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição, caderno e página, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente integral transcrição:

“Silêncio e escuta
        Sem o silêncio e a consequente escuta, as relações na sociedade tornam-se um verdadeiro caos, com traves prejuízos para todo o mundo. O mais imediato deles é o distúrbio na essencialidade da escuta. Não saber escutar é causa de demolidora incidência sobre a aptidão para discernimentos e escolhas. Instala-se, assim, uma verdadeira torre de Babel.
         Essa perda de rumos, decorrente do desequilíbrio na competência do discernimento, empurra a humanidade para os extremos configurados nos fundamentalismos, nas polarizações irracionais, na tendência  autodestrutiva de fazer ataques. E o que pode visto, no início, com fogo amigo, ao longo do tempo se avoluma em dinâmicas de ódio e atitudes violentas que impossibilitam as relações entre as pessoas. A história mostra o quanto podem ser devastadores os efeitos do comprometimento da convivência humana e onde se pode chegar. Por isso, a necessidade da imediata correção de rumos, perante os absurdos que configuram os cenários da contemporaneidade – a exemplos dos vergonhosos contextos que perpetram a exclusão social –, evidenciando realidades que alcançam o patamar patológico de convivências passivas com os frutos de perversidades e insensibilidades produtoras desses mesmos cenários.
         Ao se lançar o olhar sobre o mundo, particularmente sobre a sociedade brasileira, é lamentável constatar que esses cenários excludentes não foram revertidos no seu alto grau de perversidade. Do contrário, eles têm se agravado de maneira preocupante e caótica. Os termômetros sociais comprovam o quanto se está distanciando das soluções, pela carência de respostas satisfatórias em razão da incompetência humanística e moral vigente na condução das sociedades.
         O agravamento dessa situação retarda os processos e distancia os pobres e excluídos da resposta que esperam, necessitam e a que têm direito. Instala-se, assim, uma distância civilizatória que produz irracionalidades e que precisa ser superada para se desenhar e operacionalizar novos cenários. Essa é a condição para que o mundo possa merecer, de fato, ser a expressão amorosa de seu criador. Lugar dos desabrochamentos que humanizam e enriquecem as interfaces e interações entre as criaturas.
         Sem a necessária correção de rumos, vai ficando longe o amor que conta. Predominam sentimentos confusos e hostis, as opiniões são empobrecidas por não conseguir circular na indispensável escuta que é capaz de gerar entendimentos para o respeito e a competência afetiva e racional de lidar com os valores – tanto os próprios, quanto os valores das outras pessoas, na medida certa.
         A perda dos funcionamentos ético-morais, temperados pelo argumento de que valem as autonomias próprias e o uso das liberdades específicas, explica a confusão que se vai estabelecendo: cada indivíduo ou grupo se reconhece no direito de usos e usufrutos de valores, tradições e experiências, sem ponderar sobre as consequências das indevidas relativizações e atitudes que comprometem as relações, conduzindo todos ao caos.
         Não se sabe, consequentemente, responder a quem tem razão e a quem precisa redimensionar suas escolhas e ajustar suas posturas. Por isso mesmo, é imprescindível reabrir o diálogo, na busca de entendimentos. É fundamental investir na composição de intercâmbios, começando pela consciência dos limites e do lugar que se ocupa, consciente de que autonomias e liberdades horizontes largos, mas não sem limites. Essa é a condição para se encontrar o rumo certo.
         Não perceber os próprios limites na dinâmica das relações com outras autonomias e liberdades, certamente, precipitará a sociedade, sempre mais, nas defesas e justificativas de extremismos, lugar de dinâmicas sem possibilidades para se encontrarem as necessárias soluções. Urgente é encontrar remédio para essa gravíssima enfermidade que está obscurecendo mentes, incapacitando inteligências para percepções e discernimentos, enjaulando a competência humanística indispensável numa sociedade plural.
         A situação é tão grave que há um arvorar-se, em curso, que por conta própria e por articulação de argumentos que, em si, não deixam de ter pertinências, secundando entendimentos que justificam indivíduos, grupos ou segmentos a se pensarem donos da verdade e com autoridade de balizar um mundo que precisa muito mais do que é visto somente por um indivíduo e apenas de um. As diversas formas de expressão, especialmente a arte, na sua genuinidade, sem riscos de manipulações ou de deturpações, com a inerência de um código próprio de validação, podem e precisam abrir sempre mais um espaço para este diálogo perdido.
         Há de se apontar como eficaz remédio, com força educativa e terapêutica, o silêncio e a escuta – que não se restringem a dinâmicas de uma vida monástica e religiosa. A prática do silêncio e da escuta constitui uma disciplina corretiva com força qualificante das relações e dos entendimentos. Sem o silêncio, também físico, em se considerando o mundo barulhento, extremamente barulhento, os ricos não vão escutar os clamores dos pobres. Sem o silêncio que permita uma escuta capaz de recuperar sensibilidades, os governantes poderão ter boas intenções, mas suas escolhas estarão comprometidas pela falta de clareza e assertividade para formatar os rumos novos.
         Muitos defenderão os injustiçados, mas serão incapazes de descer de suas cátedras e abrir mão dos privilégios, que incluem altos salários e benesses, transformando seus protestos em meros posicionamentos conceituais. Da mesma forma, a religiosidade pode se tornar uma farsa mágica, pois, sem o silêncio, não há a escuta de Deus, que fala e interpela – prevalecem apenas as justificativas interesseiras de projetos pessoais e profissionais.
         Já no contexto familiar, sem o silêncio e a escuta há o comprometimento da qualidade dos relacionamentos. Não se alcança a meta desejada, nem se consegue avançar na direção acertada e urgida. O silêncio qualificado é interior, mas há de se começar por evitar falatórios, corrigir a presunção de que se sabe tudo ou de que o que se sabe é a verdade única.
         O silêncio se qualifica e produz a competência da escuta, aquela que faz a ponte para o diálogo, para a ressensibilização em vista da solidariedade fraterna, para o reencontro do encantamento pelo outro, num respeitoso e civilizado abraço comprometido com o bem e a justiça, abrindo mão de defesas belicosas, começa o calar-se mais para mais escutar. Assim, torna-se a fonte de onde brota a sabedoria que está faltando para o tempo novo.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em maio a ainda estratosférica marca de 299,78% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou em históricos 320,87%; e já o IPCA, em junho, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 3,37%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2019, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,422 trilhão (43,6%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 758,672 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.