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quarta-feira, 8 de julho de 2020

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS LUZES DAS ESCOLAS E JUVENTUDE NA TRAVESSIA DAS PANDEMIAS E A TRANSCENDÊNCIA DAS LIÇÕES DO PÁSSARO AMARELO NA SUSTENTABILIDADE



 “Educação, pandemia e juventude
        Hoje proponho uma reflexão acerca dos rumos que estamos dando à educação no Brasil e o que, de fato, desejamos de nossa atual juventude em sua maturidade. Com base em recente pesquisa divulgada em 23 de junho, pelo Conselho Nacional da Juventude (Conjuve), cerca de 28% dos jovens entre 15 e 29 anos pensam em deixar os estudos quando as escolas reabrirem. No caso das faculdades, que ofertam períodos semestrais ou trimestrais, essa realidade poderá chegar bem antes.
         Do ponto de vista econômico, esse cenário é trágico, pois enfraquece ainda mais as perspectivas de jovens e adolescentes quanto ao futuro profissional. No que tange à educação, compreendida como instrumentalização moral, técnica e ética para a vida, temos um déficit ainda maior, uma vez que uma grande parcela é deixada à margem da história pelas desigualdades da exclusão digital.
         Reconhecer a história das desigualdades no Brasil passou a ser um discurso comum e, muitas vezes, banalizado, principalmente por aqueles que querem parecer “politicamente corretos” sem, em contrapartida, realizar nada para transformar essa realidade. Frases como “o Brasil é um país do futuro” e “a juventude é o futuro da nação” têm sido repetidas por décadas e até séculos, sem que esse famigerado futuro se torne presente.
         Esse cenário que se arrasta e que arrasta os jovens das classes menos privilegiadas economicamente, somado ao inusitado da pandemia que vivemos, faz surgir para os estudantes dos ensinos médio e superior uma névoa quase intransponível sobre suas expectativas futuras. Sentimentos que deveriam ser comuns para a juventude, como, por exemplo, alegria, liberdade, esperança e busca de aventuras, são substituídos pelo tédio, medo, ansiedade e impaciência.
         A pesquisa realizada pelo Conjuve evidencia o que muitos sabem e poucos realizam: nossos adolescentes e jovens estão “gritando” por apoio das instituições governamentais. O Estado precisa construir uma base sólida que garanta políticas públicas eficazes para acolher, apoiar e incluir esses indivíduos em uma realidade que não pode ser mudada.
         Dados como o divulgado pela diretora da Unesco no Brasil, Marlova Noleto, de que 258 milhões de jovens estão excluídos do sistema educacional não podem ser recebidos como meros números estatísticos que vão abrilhantar teses acadêmicas ou projetos audaciosos que não saem do papel. É preciso que as instituições verdadeiramente comprometidas com a educação sejam incentivadas por políticas governamentais a implementar e ampliar ações que minimizem os abismos sociais e educacionais já conhecidos.
         Curiosamente, dos 33.688 jovens entrevistados pela pesquisa Conjuve, em todos os Estados da Federação, no período de 15 a 31 de maio, 44% destacam a necessidade de valorização dos educadores; 46% reconhecem a importância da ciência para o mundo, e 48% acreditam que devemos ter mais atenção nas relações humanas e de solidariedade.
         Os principais medos vividos por esses jovens estão relacionados à perda de entes queridos (75%) e ao receio de serem infectados (48%) ou de infectarem alguém (45%). Eles também acreditam em novas formas de estudar, apesar de 50% desses entrevistados não estarem certos se vão realizar as provas do Enem e 28% estejam cogitando a ideia de abandonar as escolas.
         Como pode ser avaliado, ainda, pelos dados da pesquisa do Conjuve neste momento em que o ensino presencial passou a ser remoto, apenas 54% dos jovens negros possuem acesso à internet, contra 78% dos mesmos jovens brancos; 70% dos jovens estão emocionalmente abalados com as incertezas do futuro; e 60% dos entrevistados acreditam ser necessário que as escolas desenvolvam atividades para os auxiliarem a lidar com as emoções e gerir melhor seu tempo e organização das atividades.
         Por fim, ouso afirmar, obviamente respaldada em parte pelo educador Paulo Freire, que as instituições devem promover uma prestação de serviços educacionais capaz de aliar qualidade, compromisso e respeito às especificidades do educando; os educadores devem discutir saberes fundamentais à prática educativa-crítica e moderna, sempre em sintonia com a realidade dos alunos; e ao Estado cumpre a tarefa de garantir, por meio de políticas e investimentos, o desenvolvimento e a inclusão da juventude no melhor cenário de uma nação que se pretende futurista.”.

(Cida Vidigal. Educadora e coordenadora do curso de direito da Faculdade Batista, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 1 de julho de 2020, caderno OPINIÃO, página 15).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 8 de junho de 2020, caderno A. PARTE, página 2, de autoria de VITTORIO MEDIOLI, e que merece igualmente integral transcrição:

“A vergonha
        Quando me mudei de continente, há 44 anos, tive que escolher muito bem as coisas que levaria na mala, de apenas 20 kg. Somente o essencial, e nela entrou o texto de uma prece singela, publicada em 1887, atribuída ao cacique Sioux Yellow Lark, doado a mim por uma pessoa muito importante na escolha de mudar, a mais difícil de minha vida. Num papel amarelado pelo tempo, ainda dobrado no passaporte que aqui me trouxe, em 1976, limpando gavetas, eu a li hoje com emoção. Seja pelos sentimentos expressos, seja pelas lembranças da ruptura com planos e sonhos de infância, especialmente acalentados pelos meus pais.
         Repetiria a escolha, sem dúvida e sem qualquer arrependimento. Acredito que Deus me deu a inspiração certa para embarcar no destino que me aguardava.
         A prece sinaliza que existem forças superiores que unem a humanidade, independentemente dos estudos, da cultura, da cor da pele e do país de nascimento. Sempre que a leio, imagino o cacique, “Pássaro Amarelo”, olhando, ao entardecer, para um ponto indefinido entre a planície e um céu vergado de cores, clamando a Deus:

“Ó Imenso Espírito, cuja voz sinto nos ventos/
e cujo respiro dá vida ao mundo todo,/ouve-me./
Prostro-me frente a Ti, um dos tantos filhos Teus,/
insignificante e frágil./

Preciso da Tua força, da Tua sabedoria./

Permite-me caminhar entre as coisas belas/
e deixa que meus olhos admirem/
o pousar do sol vermelho e ouro./

Faz que minhas mãos respeitem/
o que Tu criaste,/
e meus ouvidos sejam preparados/
para ouvir a Tua voz./

Deixa-me sábio, de forma que eu reconheça as coisas/
que Tu ensinaste ao meu povo,/
as lições que escondeste em cada folha,/
em cada rocha./

Procuro força, não para ser superior aos meus irmãos,/
mas para ser preparado a combater/
o meu maior inimigo: eu mesmo./

Deixa-me sempre pronto para retornar a Ti,/
com mãos limpas e olhos francos,/
de forma que, quando a minha vida se findar/
como a luz no ocaso,/
o meu espírito possa chegar a Ti/
sem qualquer vergonha”.
        
Nada mais para dizer, quase tudo que um homem precisa ser.
         Contudo, para eliminar a incômoda presença dos índios na América, levou-se a cabo um genocídio com a narrativa de que os povos indígenas eram uma ameaça grave para os colonizadores, e não o contrário.
         Na tribo vivia-se sem dinheiro e sem complicações, regidos apenas pelo bom senso, por leis naturais, aquelas que o cacique Sioux pedia ao Supremo para poder compreender em seu íntimo, respeitar e usar para o bem o de seu povo.
         A humanidade acelerou-se vertiginosamente. Estonteia pensar que o número de seres humanos sobre a Terra em apenas 70 anos triplicou, e nós fazemos parte desse fenômeno incrível.
         O desenvolvimento que conseguimos em tão breve tempo remete ao mito de Ícaro, a pandemia em curso pode ser o ponto em que as asas entram em combustão ao se aproximar do sol tão cobiçado.
         Guerras, sofrimento, extermínios, embora fossem “necessários” para adquirir o desenvolvimento atual, custaram o esquecimento da “vida” singela e feliz, como era no começo.
         Ver nos dias atuais os “caciques civilizados” se digladiando, no momento que recomendaria a união, a sabedoria, o esquecimento de diferenças, deixa a prece do líder Sioux como uma oportuna leitura.
         Como poderão se reunir com o Supremo sem sentir vergonha de suas atitudes?”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 130 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em abril a estratosférica marca de 313,43% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 119,32%; e já o IPCA, em maio, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 1,88%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2020, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,651 trilhão (44,79%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,004 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.






        

sábado, 20 de junho de 2020

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS LUZES DA HISTÓRIA NA TRAVESSIA DAS PANDEMIAS E AS EXIGÊNCIAS DO DISCERNIMENTO, DEMOCRACIA E HUMANISMO INTEGRAL NA SUSTENTABILIDADE


“É preciso reaprender com a história
        Vivemos um tempo difícil, em que o enfrentamento de uma pandemia que assusta o mundo é cercado por um ambiente de instabilidade política, conflitos ideológicos, desrespeito e ameaça aos valores democráticos. Mais do que nunca, o Brasil precisa de união, entendimento, soma de forças e serenidade.
         É hora de as pessoas de bem, de todos os setores representativos da nossa sociedade, se unirem e levantar a voz em defesa da democracia e da Constituição. Juntamente com a liberdade, são essas as bases de sustentação do que buscamos, que é uma vida mais justa para todos.
         A democracia é um processo contínuo, é uma terra a ser regada diariamente. Exige respeito às diversidades, opiniões e ideias. Nós, mineiros, que temos no DNA a luta pela liberdade, não podemos nos calar neste momento. Como escreveu Miguel de Cervantes no livro “Dom Quixote de La Mancha”: diante da tragédia, temos que pisar onde os bravos não ousam, onde os heróis se acovardam, temos que reparar o mal irreparável.
         É preciso reconhecer a tragédia que vivemos com os efeitos da pandemia da Covid-19 sobre a saúde da população e sobre a economia do país. Este é o nosso inimigo comum a ser combatido. A população espera de nós, homens públicos, seriedade e sabedoria para buscarmos caminhos que possam minimizar os efeitos danosos sobre a vida de todos.
         A articulação entre os Poderes da República é fundamental em tempos de normalidade, mas se torna ainda mais importante diante de uma crise de dimensão global como esta. Portanto, temos que enfrentar este momento de incerteza garantidos pela ordem constitucional e pelo respeito aos direitos fundamentais.
         Não podemos perder tempo com discussões inúteis e disputas que só tornam o cenário ainda mais incerto. Precisamos zela pelos alicerces do Estado democrático de direito. E nisso temos que ser intransigentes.
         No mundo atual, em que todos estão interligados pela tecnologia, os ataques às pessoas e às instituições são cada vez mais ferozes. Para enfrentar essa distopia, precisamos mais do que nunca da nossa Constituição.
         Temos que reaprender com a história e costurar um entendimento entre as forças democráticas, como já ocorreu no passado. É nosso dever apontar caminhos neste momento difícil da vida nacional. Mas sempre seguindo rigorosamente as linhas da Constituição, defendendo a liberdade de imprensa, o contraditório e o direito à ampla defesa.
         As experiências autoritárias já demonstraram os desastres que causaram aos países e aos cidadãos. Só conseguiremos superar tamanhos desafios com muito trabalho, compromisso com a vida, e numa sociedade democrática.
         Tenho a certeza de que sairemos vitoriosos desse momento sem precedente que atravessamos. Vamos em frente, em busca de um novo tempo.”.

(Dalmo Ribeiro. Presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 12 de junho de 2020, caderno OPINIÃO, página 15).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no site www.domtotal.com, edição de 12 de junho de 2020, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente integral transcrição:

“Discernimentos e poesia
        A humanidade está desafiada a tomar a direção certa para não ser vítima de emboscada. A pandemia da Covid-19, em curva decrescente de contaminações, expôs, ainda mais, as muitas outras pandemias que ameaçam o ser humano. A forme, a miséria, o feminicídio, o extermínio de indígenas, moradores de rua e vulneráveis mostram grande ferida, a ser curada, na civilização contemporânea. Em especial no contexto brasileiro, há uma preocupação: o país parece estar entre dois “paredões”, obscurecendo seus rumos e esmaecendo a luz de sua esperança. Urgentes providências são necessárias – os paredões precisam ser rompidos por um processo técnico-humanístico. Processo que seja capaz de iluminar direções para libertar a cultura de obscurantismos crescentes, obstáculos ao desenvolvimento integral.
         Embora a contemporaneidade seja marcada pela assinalação de muitos avanços tecnológicos e científicos, admiráveis, convive-se com um terrível despreparo humanístico-espiritual. Consequentemente, não há adequado enfrentamento das muitas crises que pesam sobre a humanidade. Ao analisar os acontecimentos dessas duas primeiras décadas deste terceiro milênio percebe-se, claramente, esse despreparo humanístico-espiritual. Há, no Brasil, muitos fatores que contribuem para o crescimento da exclusão social, para o recrudescimento da violência e para a consolidação de hábitos que são fonte de esgotamento do meio ambiente, causa de adoecimento das pessoas. Esses males ainda acentuam os atentados contra a democracia, com desrespeitos graves a instituições democráticas, a princípios pétreos da Constituição Federal, passando por cima da integridade das pessoas.
         Espera-se rapidez para investir em ferramentas, dinâmicas e, principalmente, em experiências humanístico-espirituais que permitam à civilização contemporânea tomar rumo certo, libertando a sociedade brasileira de “paredões” escurecidos como porões. É preciso inaugurar novo estilo de vida e não permitir que a herança cultural-religiosa do povo seja ameaçada por escolhas ideológicas e políticas. Essas escolhas, além de serem equivocadas, alimentam vandalismos, que comprovam delírios de onipotências de grupos guiados pela hegemonia do dinheiro. Essa submissão a ideologias que distorcem o ser humano leva pessoas a acreditar, alucinadamente, serem “donas da verdade” e, por isso, detentoras de autoridade para atacar, desrespeitar, passar por cima dos outros. Uma situação incontestavelmente grave, que gera perdas no exercício da cidadania e na força das instituições a serviço do país.
         Almas adoecidas, ideologias que comprometem a democracia, cidadania enfraquecida e instituições fragilizadas levam a um diagnóstico preocupante: faltam forças estratégicas para vencer as pandemias e há carência de lucidez para escolhas acertadas, capazes de gerar as mudanças necessárias. Sofre-se com a ausência da capacidade para articular valores, interpretar adequadamente a realidade e, assim, acertadamente contribuir para qualificar o contexto sociopolítico, nos parâmetros da democracia e do humanismo integral. Há, também, um nível de desgaste nas relações que provoca a perda de um componente indispensável para a harmonia entre as pessoas: a ternura, um dos fundamentos necessários à convivência. Importante é superar esquemas viciados e enxergar horizontes de valores e princípios que inspirem cada pessoa a contribuir para uma virada civilizatória urgente. O convite é recorrer sempre ao discernimento e à poesia.
         Tristemente, falta a competência para o discernimento. Isto se torna evidente quando é observado o amplo universo de palavras proferidas na vida social – poucas são edificantes. Grande parte das palavras ditas apenas revelam delírios de onipotência. A poesia pode ser caminho para corrigir essa triste realidade, pois recompõe o encantamento – por Deus, pela natureza, por si e pelo outro, que é irmão. É hora de palavras edificantes, do coro dos lúcidos, para que ocorra o que diz Dante Alighieri: “Porque se as palavras curam tua alma, também hão de curar o teu corpo”. A humanidade, com feridas expostas, neste tempo difícil, de travessia, acolha também a indicação de Carlos Drummond de Andrade: “Ponha a saia mais leve, aquela de chita, e passeie de mãos dadas com o ar. Enfeite-se com margaridas e ternura e escove a alma com leves fricções de esperança. De alma escovada e coração estouvado, saia do quintal de si mesmo e descubra o próprio jardim”. Por uma humanidade nova, na lucidez de discernimentos e na ternura da poesia.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 130 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em abril a estratosférica marca de 313,43% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 119,32%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 2,40%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2020, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,651 trilhão (44,79%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,004 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.




quarta-feira, 3 de junho de 2020

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS LUZES DA ESPERANÇA NA TRAVESSIA DAS PANDEMIAS E OS FUNDAMENTOS CIVILIZATÓRIOS NOS NOVOS HORIZONTES DA SUSTENTABILIDADE


“Manifesto de esperança
        Em tempos de pandemia da Covid-19, temos consumido muitas informações, sobretudo as vinculadas na internet. De que modo reagimos às intempéries? Como bom mineiro, me faço a seguinte pergunta: como nosso espírito mineiro enfrenta tudo isso?
         Trazemos conosco a mesma realidade do rio, que contorna os percalços e acidentes geográficos. Na linguagem atual, o mineiro é resiliente. A resiliência é a capacidade de se recuperar de situações difíceis e aprender com elas. É o poder de recuperação diante dos desafios.
         Minas é marcada pelas montanhas e acidentes geográficos. As Gerais, ao contrário, têm uma vegetação rala, mais seca, mais planícies. Ambas trazem, a seu modo, as dificuldades em seu bojo. Político mineiro e mais longevo ministro da educação do Brasil, Gustavo Capanema retrata um pouco além: “no do Sul, a calma, a paciência, a serenidade; no da Zona da Mata, a bravura, a dureza, a teimosia, a energia, a pugnacidade; no das montanhas e da mineração, o idealismo, o sonho, a filosofia, o quixotismo.”.
         O mineiro não enfrenta, não bate de frente, encarapaça-se, engaiola-se para não se magoar, nem se ferir, nem ferir o outro. Sente antecipadamente a dor do seu próximo. É a forma que encontra de cuidar carinhosamente do seu semelhante. O quanto isso é valioso agora! Para isso, é preciso força. Aquela que vem de dentro da gente e que, se a gente acredita, brota como uma semente lançada.
         O olhar que se volta para os desafios de hoje é o mesmo que se dirige para o horizonte e nos traz a esperança de que seguiremos nessa odisseia humana para tempos mais fraternos, mais geradores de vida. Por isso é preciso ter clareza de que precisamos seguir uma rotina adaptada ao momento, fazer coisas que nos dão prazer, não nos isolar do contato afetivo, pelos meios possíveis, e ter consciência de que este momento vai passar.
         Mineiro reclama, esbraveja. Faz isso como um desabafo, mas logo está disposto a recomeçar. Ele é um louco-teimoso! Mas, ao mesmo tempo, tem a paciência de esperar e prosseguir renovando suas energias. É assim que a cor da esperança do mineiro tem a marca de sua persistência e ânimo. Esperamos um amanhã, breve e cheio de reencontros.
         O escritor mineiro Rubem Alves, ao se perguntar onde está sua esperança, escreve: “Minha esperança está numa multidão de indivíduos, independentemente do seu lugar social ou econômico, que vivem possuídos pelo sonho da vida, da beleza e da bondade”. Por isso, esperança, Minas Gerais! Siga sua missão, levadas por bons mineiros e mineiras de alma e corações leves, porque os dias logo voltarão ao normal.”.

(Geraldo Trindade. Bacharel em filosofia e teologia e padre na Arquidiocese de Mariana, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 1 de junho de 2020, caderno OPINIÃO, página 9).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo e edição, página A.PARTE, página 2, de autoria de VITTORIO MEDIOLI, e que merece igualmente integral transcrição:

“Em breve
        A passagem da pandemia deixará o mundo diferente. As previsões são de um ambiente socioeconômico revolto, segundo a McKinsey & Company, uma das maiores consultorias de gestão, que atende as mais importantes corporações e fundações do planeta. Distribuiu aos seus clientes no mês de maio um estudo global de tendências comportamentais e mercadológicas decorrentes da pandemia e no qual analisa o quadro que desponta no horizonte pós-Covid-19.
         Nas considerações iniciais encontram-se a China e o continente asiático, passando pela Europa, pelo Norte e pelo Sul da América, seguindo o percurso do coronavírus e traçando os momentos vivenciados em cada país.
         O estudo lista as perdas dos setores econômicos mais atingidos. Em primeiro lugar a indústria aeronáutica, seguida por petróleo e gás, instituições bancárias, seguradoras, automotivo, moda, agricultura, financeiro, eletroeletrônicos, alimentação. Só a tecnologia digital não perdeu espaço, e apenas o farmacêutico cresceu – 20%.
         A queda do PIB prevista para 2020 encontra o Brasil como o país mais penalizado do planeta, com queda de 8,6%, e o menos impactado, a China, com queda de 4,4%. A média mundial é prevista em 6,5% em relação a 2019. Nessa triste realidade pesa a qualidade dos políticos nacionais. Se em outros países se uniram contra o inimigo (Covid-19), aqui a instabilidade levou a maioria a se aproveitar para incendiar o ambiente. Sempre usando da estratégia surrada do “quanto pior, melhor”, dos pedidos de impeachment. Políticos sem responsabilidade social, refratários às consequências, com visão que não vai além do próprio umbigo, blindados em salários e prerrogativas escandalosas, despreparados moral e socialmente.
         Se a China voltará aos níveis de produção de 2019 já em 2021, a previsão da McKinsey para o Brasil é de retornar ao “antes” apenas em 2023. Os três meses de isolamento custarão três anos para recuperar a perda de empregos e receitas públicas. Mais uma vez o despertar do gigante, deitado em berço esplêndido, sofrerá atraso imperdoável.
         Os Estados Unidos e a Europa também se recuperarão plenamente apenas em 2023.
         A China já está batizada a conquistar mais penetração nos mercados globais com suas gigantescas corporações, as mais capitalizadas, e, ainda, apoiadas por um governo centralizado, determinado e sem oposição interna. Superará em ordem de grandeza os rivais e assumirá o vértice mundial.
         O Brasil desponta como uma das fronteiras de expansão dos interesses da China, com destaque para matérias-primas estratégicas e produtos agrícolas que abastecem suas distantes indústrias de transformação e alimentam 1,4 bilhão de habitantes.
         O Brasil, que prefere exportar seus recursos em vez de transformá-los, que abdicou de seu potencial estratégico, será teatro de uma nova colonização asiática.
         A previsão de retorno à plena normalidade sanitária é prevista para o fim de 2021, quando uma vacina deverá desmontar as medidas excepcionais. Até lá não se registrarão novas explosões de contágio, mas retornos de ocorrências que encontrarão barreiras numa população mais prevenida, protegida e retraída.
         Viajará menos, consumirá em casa, cuidará mais de sua estética, ficará mais tempo no mundo virtual, consumirá mais alimentos frescos, privilegiará a proteção de sua saúde, escolherá produtos mais econômicos, confortáveis, ambientalmente corretos.
         Assistiremos a uma escalada de atitudes para ter ar e águas mais limpas, de cuidados com a reciclagem, com produtos sustentáveis que colaboram com a despoluição do planeta e do clima.
         As fontes energéticas renováveis deixarão o carvão e o petróleo como última e rara opção em 2030.
          O consumo será mais consciente, as compras pela internet crescerão em ritmo vertiginoso, e as pessoas exigirão informações claras do que vão consumir. A fidelidade às “marcas” sofrerá uma reviravolta, a afetividade com as antigas poderá ser substituída por uma ligação mais forte com outras marcas alinhadas com o “novo” tempo. Nisso uma oportunidade enorme para quem souber entender a nova onda.
         A incerteza econômica levará à procura por lojas e marcas com preços menores, que ofereçam uma relação custo-benefício mais conveniente. Entretanto, a “origem correta” e consoante a sustentabilidade ambiental pesará nas escolhas como nunca, em detrimento do preço.
         A permanência em casa com a família crescerá, pois nelas se terá um local mais seguro, sem risco de contágio. Disso as melhorias habitacionais e adaptações das residências para atividades profissionais e de convivência prolongada com seletas companhias.
         As metrópoles, em geral poluídas e barulhentas, perderão seu apelo. Haverá migração para locais “naturais”, que ofereçam saúde e qualidade de vida, e acessibilidade.
         O estudo detecta que as empresas “resilientes” terão oportunidade de se expandir em detrimento das mais conservadoras e acomodadas.
         A consultoria McKinsey sugere a urgência em qualquer empreendimento de reequilibrar custos, fechar setores não estratégicos, enxugar despesas, repensar as rotinas, rever a linha de produtos, simplificar, reinventar à luz da nova realidade.
         Dois terços dos entrevistados acham “mais importante do que antes limitar impactos de mudanças climáticas”.
         A experiência pandêmica deixará, em breve, as empresas realmente resilientes, mas contundentes em revelar seus propósitos, em gerar ação, tomar partido e reforçar a conexão afetiva com os consumidores, as vencedoras do novo tempo.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 130 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em março a estratosférica marca de 326,4% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 130,0%; e já o IPCA, em abril, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 2,40%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2020, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,651 trilhão (44,79%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,004 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.