“Inovando
com valor
Inovação é o ato ou
ação de inventar, criar coisas novas, modificar processos, influenciar
tendências e fazer algo diferente. É a extensão da criatividade. Porque não
basta ter uma ideia, é preciso agregar valor a ela, ser útil e trazer
resultados a quem vai usar a solução.
Em
muitos casos, a mera combinação de soluções e processos existentes cria uma
nova forma de fazer as coisas e que revolucionam hábitos ou costumes. Por isso,
não podemos julgar como inovações importantes somente aquelas que nos
apresentam produtos ou serviços com os quais nunca interagimos antes.
Por
mais que algumas inovações pareçam obra do acaso, há sempre um processo por
trás do resultado. Há um número grande de fatores que conduzem à inovação
produtiva. Entre eles, o uso de processos específicos de criação, o uso intenso
de recursos financeiros e humanos, a existência de um ambiente propício para a
atividade inovativa, a motivação individual e coletiva, entre outros.
Mas um
fator em especial é o fundamento que sustenta as grandes inovações: a
compreensão do problema a ser resolvido.
Quando
nos predispomos a inovar, é necessário que tenhamos uma visão clara de qual necessidades
queremos atender, seja ela de um novo produto, um novo serviço ou da solução de
um desafio recorrente.
Fazer
de forma diferente é crucial para manter a competitividade das empresas, mas
terá pouco efeito se não se criar um real valor para o usuário da inovação. Por
exemplo, qual é o valor e sucesso de um novo produto que não resolve um
problema ou cumpre uma função para o consumidor? De que adianta oferecermos um
serviço inédito pelo qual ninguém está disposto a pagar?
É
preciso ir além: preencher a lacuna, comprovar a utilidade e tornar-se
imprescindível ao usuário. Inovar com valor é trazer resultados concretos por
meio da transformação daquela situação.
Mas
como fazer isso de forma eficaz? O primeiro passo é investir boa parte do nosso
tempo entendendo profundamente o problema que estamos resolvendo, seja ele do
consumidor, da empresa ou de qualquer negócio.
Conhecer
o problema em detalhes nos traz informações cruciais e aumenta,
significativamente, as chances de escolhermos soluções certas.
Essa
não é uma tarefa trivial, mas é fundamental para que nossas ações de criação
tragam resultados concretos e impactem verdadeiramente as organizações, ao
mesmo tempo em que melhorem a qualidade de vida das pessoas.
Como
já dizia Albert Einstein, um problema bem definido já é metade da solução.”.
(ERNANI NUNES.
Diretor de Novos Negócios da Embraco, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 10 de maio
de 2017, caderno OPINIÃO, página 7).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a
Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de
12 de maio de 2017, mesmo caderno e página, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo
Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:
“Civilidade
e respeito
Parece estar cada vez
mais distante o tempo em que se investia em civilidade e urbanidade. Era comum,
nos lares, ouvir os pais corrigirem seus filhos, valendo-se de expressões com
tons de advertência: “cria modos”, “tenha compostura”. De modo semelhante, as
escolas, instituições religiosas e culturais costumavam investir em processos
formativos para que os alunos aprendessem as normas da voa convivência. Com o
passar dos anos, esses necessários requisitos foram perdendo a importância,
comprometendo os princípios de urbanidade que poderiam garantir processos
relacionais qualificados e imprescindíveis para a civilidade. Não há dúvidas de
que a qualidade na dimensão relacional de um povo é determinante, para o bem ou
para o mal, nas dinâmicas sociais. Por isso é importante reconhecer: investir
em civilidade é necessidade real e urgente.
Pode
parecer que esse investimento seja supérfluo ou esteja na contramão do mundo
pós-moderno. Afinal, vive-se num tempo em que as subjetividades reivindicam
absoluta autonomia. Um contexto que leva à consideração de que tudo aquilo que
não corresponde aos interesses individuais imediatos é indevido e,
consequentemente, inaceitável. Com isso, cada pessoa orienta seu comportamento
observando apenas as suas ambições, desconsiderando a vida dos outros. O
abandono do necessário processo de aprendizagem das posturas que garantem
civilidade contribui para que haja um terrível primado do subjetivismo.
Consequentemente, cada pessoa passa a considerar-se como norma e referência
absolutas.
A
possibilidade de “cada cabeça” estar livre para proferir “sentenças” contribui
para alimentar uma perversa anomia. Com a falta de regras e normas, cada um
passa a fazer o que quer e como bem entende, sem obediência e reverência a
parâmetros inegociáveis. Caminho livre para que a arbitrariedade se instale e
alimente violências, descasos, subestimando, assim, a sacralidade da vida. Não
cultivar a reverência às posturas que garantam civilidade compromete o
respeito, a percepção das diferentes, a competência para valorizar aquilo que
realmente conta e sustenta o equilíbrio da vida em sua complexidade. Esse mal
atinge não apenas algumas pessoas ou segmentos da sociedade. Alcança todos,
desencadeando descompassos no âmbito da cultura. Alimenta prejuízos que incidem
na economia, tecido social e no conjunto dos hábitos e das vivências que
definem o jeito de ser de um povo.
Diante
da hegemonia da lógica do mercado, com suas dinâmicas que pesam principalmente
sobre o ombro dos mais pobres, torna-se mais difícil perceber e considerar a
influência determinante da civilidade, que abrange desde as pequenas atitudes
aos gestos mais significativos, capazes de configurar, no dia a dia, avanços
rumo a uma sociedade mais solidária e justa. No entanto, sem investir na
civilidade, todos continuarão a conviver com situações problemáticas, a exemplo
da frequente incapacidade para respeitar o bem comum, das tendências ao
desperdício e à depredação. Não se pode deixar de constatar que certos estilos
de vida social – com suas práticas, privilégios, gastos excessivos e
desnecessários – alimentam um imaginário que está longe daquilo que é de todos:
contribuir para o cuidado social e o amparo aos mais pobres, a partir do apoio
a projetos que tornem a sociedade um lugar melhor para se viver, marcado por
valores alicerçados no amor e no respeito à vida.
O grau
de urbanidade incide ainda sobre o estabelecimento de prioridades no contexto
social – do uso honesto dos recursos para promover o bem-estar de todos e até a
definição de impostos. Isso significa comprometer-se mais com a promoção e a
vivência da ética, do equilíbrio e de qualificadas relações entre os cidadãos.
Uma dinâmica capaz de constituir o tecido cultural que transforma as pessoas,
permitindo o aprendizado do sentido de respeito e reverência, bem diferente dos
muitos descompassos característicos desta pós-modernidade, a exemplo dos
comportamentos “viralizados” nas redes sociais. Apenas assim será possível
promover a formação de líderes com refinado sentido social e político,
realmente capacitados para oferecer respostas às demandas de uma sociedade mais
ética. Eis um caminho para reverter o que tanto se amarga neste momento. A sociedade precisa de civilidade e respeito.”.
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e
oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança
de nossa história – que é de ética, de
moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e
sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras
cruciais como:
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da
participação, da sustentabilidade...);
b) o combate implacável, sem eufemismos e
sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:
I – a inflação, a exigir permanente,
competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares
civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa
de juros do cartão de crédito atingiu em março/2017 a ainda estratosférica
marca de 490,3% nos últimos doze meses,
e a taxa de juros do cheque especial registrou históricos 328,0%; e já o IPCA
também no acumulado dos últimos doze meses, em abril, chegou a 4,08%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa
promiscuidade – “dinheiro público versus interesses privados”
–, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando
incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a
lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato,
Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso
específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e
que vem mostrando também o seu caráter transnacional; eis, portanto, que todos os valores que vão sendo
apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já
se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios,
malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a
corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar
inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo,
segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a
“... Desconfiança das empresas e das famílias é
grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase
nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses
recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à
ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de
infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de
planejamento...”;
c) a dívida pública brasileira - (interna e
externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para
2017, apenas segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável
desembolso de cerca de R$ 1,722 trilhão,
a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com
esta rubrica, previsão de R$ 946,4
bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar,
sim, até o último centavo;
-
rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
-
realizar uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente e eficaz auditoria...
(ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda
a propósito, no artigo Melancolia,
Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente
degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das
contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).
Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta
de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já
combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de
poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições,
negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à
pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas
e sempre crescentes necessidades de ampliação
e modernização de setores como: a gestão
pública; a infraestrutura (rodovias,
ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada,
esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística
reversa); meio ambiente; habitação;
mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda;
agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência
social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança
pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e
desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer;
turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e
operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade
– “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade,
competitividade); entre outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira
alguma, abatem o nosso ânimo e nem
arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela excelência
educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que
possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e
potencialidades com todas as
brasileiras e com todos os
brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários
previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além
de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do
século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da
informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da
sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da
paz, da solidariedade, da igualdade
– e com equidade –, e da fraternidade
universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a
nossa esperança... e perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
- 55
anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...
-
Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
-
ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por
uma Nova Política Brasileira...