“O
desafio de se construírem relações mais saudáveis para o desenvolvimento do
Brasil
Um ambiente propício
para o crescimento econômico sustentado depende, necessariamente, da interação
entre governos, iniciativa privada e instituições de ensino. Mais que as ações
funcionais, cada um dos agentes envolvidos deve adotar postura propositiva e
que foque na cooperação e solução de problemas. Contudo, o clima de embate
entre segmentos da sociedade que tomou conta do país nos últimos meses tem sido
extremamente prejudicial às ambições de desenvolvimento da nação.
A
fragmentação da sociedade tem feito com que projetos de interesse comum fiquem
estagnados por conta de disputas políticas e ideológicas. Por isso, o principal
desafios dos cidadãos brasileiros hoje é elevar o nível das relações em todos
os campos. Em vez do enfrentamento, precisamos criar pontes para que governo,
empresas, sociedade civil organizada, instituições do Judiciário e
universidades dialoguem e cooperem entre si.
No
setor de construção, temos inúmeros desafios que podem ser superados caso
façamos um pacto pela melhoria das relações entre os agentes envolvidos.
Ampliar e aprofundar as interações com base da ética e na responsabilidade
técnica é uma das saídas para amenizarmos os confrontos que hoje há, por
exemplo, entre aqueles engenheiros que executam e os que fiscalizam obras.
Não
raras vezes, casos que envolvem adequações pequenas ou mesmo divergências de
conceitos são elevados a um patamar tal que é preciso a intermediação de um
juiz. Nesses momentos, certamente, a boa vontade e o diálogo na hora da
fiscalização conduziriam para uma solução imediata no próprio canteiro de
obras.
Essa
situação é decorrente de preconceitos de lado a lado. Há fiscais que veem as
empresas e seus profissionais como agentes que tentam burlar a lei e há
empresários e engenheiros que enxergam o fiscal como um mero arrecadador do
Estado. Precisamos combater isso. Nesse contexto, a ética nas relações é
fundamental para minimizar esses estereótipos.
Contudo,
a mudança no mercado depende da evolução dessa discussão também dentro das
universidades brasileiras. Infelizmente, ainda hoje, alguns educadores veem as
empresas como vilãs na estrutura da sociedade, fomentando o preconceito nos
futuros profissionais. Em países desenvolvidos, a academia e o mercado são
parceiros do desenvolvimento socioeconômico. O conhecimento construído nas
instituições de ensino fica à disposição dos cidadãos, das empresas, dos órgãos
públicos e das demais instituições da sociedade civil. Por outro lado, compete
aos governos, ao setor privado e entidades fomentar e financiar a construção do
saber.
É
injustificada a aversão de professores e pesquisadores ao mercado. Se uma nova
mentalidade de sustentabilidade tem se desenvolvido dentro das empresas, ela é
decorrente dos novos conceitos e soluções que nasceram dentro das universidades
e centros técnicos. Os novos modelos de negócios das empresas não se baseariam
apenas no lucro, agora a rentabilidade é um resultado da qualidade e eficiência
do trabalho, tendo como preceitos o respeito aos indivíduos e o desenvolvimento
do bem comum.
Certamente,
a sinergia entre governo, empresas e instituições de ensino resultará no
aumento das fontes de financiamento das pesquisas, da arrecadação com patentes
e royalties, da produtividade e eficiência na indústria e comércio, da geração
de empregos, da renda e da arrecadação de tributos. Nesse ciclo virtuoso, o
resultado é sempre a incorporação de mais tecnologia, riqueza e qualificação
profissional na economia.
Por
fim, indiscutivelmente, os modelos de desenvolvimento sustentável também
perpassam pelas relações entre as empresas e os governos. Assim, a modernização
e simplificação da legislação tornariam as relações entre empresas e Estado
menos burocráticas, minimizando brechas para favorecimentos de qualquer ordem.
Quanto mais claras as regras, mais justo é o jogo.
Assim,
precisamos seguir exemplos bem-sucedidos de outras nações que fortaleceram os
laços entre a indústria, governo e instituições de ensino e hoje experimentam
um sólido processo de crescimento econômico e melhora da qualidade de vida de
seus cidadãos. Para isso, é preciso muito diálogo e, sobretudo, cooperação.”.
(GERALDO JARDIM LINHARES JÚNIOR. 1º vice-presidente
do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais
(Sinduscon-MG), em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 9 de outubro de 2016, caderno LUGAR CERTO CLASSIFICADOS, coluna MERCADO IMOBILIÁRIO, página 2).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a
Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de
20 de outubro de 2016, caderno OPINIÃO,
página 7, de autoria de GLAUCO
CAVALCANTI, fundador da empresa GC-5 Soluções Corporativas e autor do livro
Decolando para o futuro, juntamente
com a consultora Márcia Tolotti, e que merece igualmente integral transcrição:
“Planejamento
eficaz e interesses
O planejamento é, sem
dúvida, uma das etapas mais importantes do processo de negociação. No entanto,
o que vemos são negociações que improvisam e usam as informações disponíveis
naquele instante para tomar decisões. Não percebem que muitas negociações são
ganhas fora da mesa, a partir da qualidade do planejamento que é realizado. Na
mesa, negociadores profissionais estão apenas executando aquilo que foi traçado
e definindo de forma estratégica fora da mesa. A relação entre uma boa
preparação e uma negociação de sucesso é mal entendida e subestimada. Com
frequência, os problemas que surgem em muitas negociações são consequência da
falta de preparação de uma ou mais partes.
As
pessoas não se preparam para uma negociação basicamente por três motivos: não
acreditam, suficientemente, na eficácia da preparação (confiam mais na
intuição), estão ocupadas demais para investir tempo nisso; ou, simplesmente,
não sabem como se preparar de maneira produtiva. Um dos principais conceitos
para se preparar para uma negociação é saber claramente qual é a sua posição e
quais são seus interesses. Existe um conto que, de forma lúdica, explica essa
diferença. Trata-se da história de João, Maria e a laranja.
Certo
dia, o pai chegou em casa e encontrou seus filhos João e Maria brigando por uma
laranja. Só havia uma laranja na casa, ou seja, era um recurso escasso e
ninguém queria ceder. João dizia que queria a laranja, Maria dizia que queria a
laranja. O pai, então, pensou em um forma de resolver aquele conflito entre os
filhos e falou: “Vou resolver este problema, já que não conseguem chegar a uma
solução”.
Os
filhos ficaram atentos para a decisão do pai: “João, corte a laranja, e Maria,
escolha o primeiro pedaço”. João não queria que Maria levasse um milímetro a
mais da laranja e, por isso, mediu o local exato em que iria cortar a laranja.
Partiu bem no meio. Sabia que se partisse 60% x 40% Maria teria o poder da
escolha e pegaria o maior pedaço. Para evitar isso, João cortou bem no meio.
Certinho. Maria, olhando os dois pedaços tão iguais, escolheu um. João, então,
ficou coma outra metade da laranja. Cada um saiu para um lado e o problema foi
resolvido. Pergunto ao leitor (a): o pai resolveu o conflito? Foi uma solução
inteligente? E, por último, foi a melhor solução possível com o recursos
disponível?
A
princípio, parece ser uma solução inteligente e a melhor possível com o recurso
disponível. Mas o pai desconfiado seguiu João até o quintal da casa, onde viu o
filho espremendo a laranja e tomando o suco. Depois João jogou a casca fora. Na
sequência, o pai encontrou Maria na cozinha da casa. A filha raspava a casca da
laranja e enfeitava o bolo de aniversário da avó. Maria só usou a casca da
laranja e jogou o restante fora.
Esta é
a diferença entre posição e interesse. Posição é aquilo que dizemos que
queremos, são as demandas e exigências que fazemos. Nesse caso, a posição de
João e Maria era: “Queremos a laranja”. Posição são as exigências. “Eu quero
isso”, “este é o preço que quero por este produto”. Sempre que alguém nos fala
o preço de um produto ou serviço, isso é a posição. No caso de João e Maria, a
posição é “quero a laranja”, mas não é isto que de fato eles realmente
precisavam para atender às suas necessidades. Cada um precisava de uma parte
diferente da laranja. João precisava do suco e Maria da casca. O interesse é
mais profundo do que apenas suco e casca. O verdadeiro interesse de João matar
sua sede. Já Maria tinha o interesse de agradar a avó.
Quando
definimos de forma equivocada nossos interesses na fase de planejamento,
tendemos a conduzir toda uma negociação de forma equivocada. Este é um dos
maiores erros cometidos por negociadores: não distinguir qual é a posição e
quais são os verdadeiros interesses. Toda demanda, exigência ou valores é
posição. Ao passo que interesse é tudo aquilo que preciso para satisfazer às
minhas necessidades. Antes de sentar à mesa de negociação, defina seus
interesses e não fique apegado à sua posição. Afinal, você não quer travar uma
barganha posicional com a outra parte. O que quer é atender aos seus
interesses. Muitas vezes nos agarramos nas nossas posições e nos desgastamos
muito neste processo, que vira uma queda de braço ou cabo de guerra. Seja um
caçador de interesses e solucionador de problemas. Negociação não é tanto para
atender às suas posições e, sim, satisfazer seus interesses pessoais.”.
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e
oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança
de nossa história – que é de ética, de
moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e
sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras
cruciais como:
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da
participação, da sustentabilidade...);
b) o combate implacável, sem eufemismos e
sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:
I – a inflação, a exigir permanente,
competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares
civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa
de juros do cartão de crédito atingiu em agosto a ainda estratosférica marca de
475,20% para um período de doze meses; e em setembro, o IPCA acumulado nos doze
meses chegou a 8,48% e a taxa de juros do cheque especial registrou ainda em agosto históricos
321,08%...); II – a corrupção, há
séculos, na mais perversa promiscuidade
– “dinheiro público versus
interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da
vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária
ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da
Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor,
de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é
cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional; eis, portanto, que todos os valores que vão
sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516
anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios,
malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a
corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar
inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo,
segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a
“... Desconfiança das empresas e das famílias é
grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase
nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses
recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à
ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de
infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de
planejamento...”;
c) a dívida pública brasileira - (interna e
externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para
2016, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e
insuportável desembolso de cerca de R$
1,348 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos
(ao menos com esta rubrica, previsão de R$
1,044 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar,
sim, até o último centavo;
-
rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
-
realizar uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente e eficaz auditoria...
(ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda
a propósito, no artigo Melancolia,
Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente
degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das
contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);
Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta
de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já
combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de
poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições,
negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à
pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas
e sempre crescentes necessidades de ampliação
e modernização de setores como: a gestão
pública; a infraestrutura (rodovias,
ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada,
esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística
reversa); meio ambiente; habitação;
mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda;
agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência
social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança
pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e
desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer;
turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e
operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade
– “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade,
competitividade); entre outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira
alguma, abatem o nosso ânimo e nem
arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela excelência
educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que
possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e
potencialidades com todas as
brasileiras e com todos os
brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários
previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além
de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do
século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da
informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da
sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da
paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a
nossa esperança... e perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
- 55
anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...
-
Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
-
ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por
uma Nova Política Brasileira...