“Os
líderes e seus desafios emocionais
Ser líder é um desafio.
Além de competência técnica, é preciso muita sabedoria e inteligência
emocional. Afinal, é necessário lidar não apenas com as suas próprias
dificuldades, mas com as de toda a equipe. É preciso, cada vez mais, conhecer a
si e a seu time. Conhecer características individuais da equipe é fundamental
para o desenvolvimento de todos. Pesquisa da consultoria de recrutamento Egon
Zennder mostra que lidar com questões comportamentais tem sido a principal
dificuldade entre 402 presidentes de empresas em 11 países, inclusive no
Brasil, com receitas combinadas de US$ 2,6 trilhões.
Buscar
autoconsciência, conseguir expressar vulnerabilidade, construir o time de
gestores e comandar a transformação cultural das empresas apontados como os
maiores desafios desses líderes. E, num contexto de extrema vulnerabilidade e
mudanças constantes, buscar espaço para conhecer a si mesmo e refletir é uma
questão de sobrevivência no mundo corporativo. É que o nosso cérebro é
programado para a manutenção do status quo, para o esforço mínimo. Assim, sair
do automático requer muita disciplina e força de vontade.
A
pressão é constante. Essa mesma pesquisa mostra que 86% dos executivos no
Brasil consideram mudar a si mesmos enquanto mudam a empresa. No mundo, a
proporção é de 79%. Por isso, cada vez mais os treinamentos empresariais estão
apresentando abordagens diferentes, mais direcionadas para as questões de
autoconhecimento, equilíbrio e inteligência emocional. Autoconhecimento tem
sido a maior ferramenta dos líderes.
Muitos
estão lotando salas de aula em busca de conhecimentos sobre coaching,
programação neurolinguística e até meditação, como forma de se conhecer e
acalmar suas mentes. Executivos engravatados sentados em pufes, montando
estratégias com Lego e fazendo uso de lápis de cor, giz de cera e canetinha são
cenas cada vez mais frequentes. O despertar da criatividade e das emoções passa
pelo experimento de técnicas mais lúdicas, que visam integrar os dois lados do
cérebro.
Tudo
isso requer dos líderes boa dose de humildade. É preciso deixar a vaidade de
lado e entender que o mundo mudou e eles precisam mudar junto. Aceitar aprender
com os mais jovens e estar aberto para feedbacks de seus subordinados faz parte
da liderança atual. Despir-se de velhas crenças e abraçar o novo é o único
caminho para os líderes que desejam enfrentar os seus desafios emocionais e
tornarem-se referências para suas equipes.”.
(FERNANDA
ANDRADE. Gerente hunting e outplacement da NVH – Human Intelligence, em
artigo publicado no jornal ESTADO DE
MINAS, edição de 23 de julho de 2018, caderno OPINIÃO, página 7).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a
Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de
28 de julho de 2018, mesmo caderno e página, de autoria de JACIR J. VENTURI, coordenador da Universidade Positivo (UP), foi
professor e diretor de escolas públicas e privadas, e que merece igualmente
integral transcrição:
“Cidadania
e espiritualidade
A solidariedade é
intrínseca à condição humana, um dever moral que vai além da dimensão
religiosa, pois todos somos gregários e frágeis. A bondade é tão relevante que,
cinco séculos antes de Cristo, nos limiares da filosofia, o pré-socrático
Demócrito de Abdera assim aconselhava: “É preciso ou ser bom ou imitar quem o
seja”.
Praticar
o bem é um ato nobre e gratificante, sejam quais forem as motivações:
espiritualidade, cidadania ou alegria de servir. Conta-se que um grande
filantropo americano foi à Índia conhecer as ações de Madre Teresa e, surpreso
com tanta misericórdia e dificuldade, teria exclamado: “Irmã, eu não faria esse
trabalho por dinheiro algum do mundo”. Ao queela respondeu: “Eu também não”.
Imbuída de elevada religiosidade, ela manifesta a sua escala de valores: “As
mãos que ajudam são mais sagradas que os lábios que rezam”.
O
voluntariado é uma via de mão dupla, pois dá dignidade, supre necessidades
básicas e leva tanto quanto possível autossuficiência à comunidade atendida. E
a neurociência comprova que agir de modo altruísta, entre outros efeitos
positivos, libera o hormônio oxitocina, que promove bem-estar e cuja falta pode
ocasionar estresse e depressão. “Voluntarioterapia”, um neologismo que se impõe
diante de testemunhos daqueles que esquecem os próprios problemas, pois são
pequenos diante da realidade em que estão atuando; ou que abandonaram terapias
e remédios contra a tristeza e a depressão – não há voluntário triste em ação.
Zilda
Arns, uma mártir do voluntariado – pois faleceu em plena atividade comunitária,
vítima do terremoto no Haiti, em 2010 –, se faz oportuna: “Quem é voluntário
não só dá, recebe muito mais”. Essa transcendentalidade está presente nas
palavras de Gibran Khalil Gibran, humanista e escritor libanês: “O trabalho
voluntário é para mim uma prece silenciosa. Deveis encontrar uma causa generosa
à qual sacrificareis tempo e dinheiro, porque é assim que conhecereis a alegria
de dar. Mais do que vossas posses, é quando derdes de vós próprios é que
realmente dais”.
Inegavelmente,
é a motivação religiosa que prepondera em atividades sociais de benemerência.
Os fiéis que frequentam igrejas, sinagogas, mesquitas ou outros templos são
mais generosos na doação de seu tempo e nas contribuições pecuniárias. Estudo
realizado nos Estados Unidos pela Charities Aid Foundation aponta que, em
média, o americano religioso distribui 7% de sua renda para projetos sociais,
correspondendo ao dobro dos 3,5% praticados pela população como um todo, em
muito contrastando com o 0,3% da renda que os brasileiros dedicam às doações.
Certamente,
não é menor a generosidade dos brasileiros, mas sim baixa a confiança em
relação às associações de filantropia (quantas delas merecedoras do adjetivo
“pilantrópicas”?). A despeito, há um outro olhar, de enlevo e esperança, quando
se convive com o expressivo número de abnegados que dedicam tempo e dinheiro às
famílias necessitadas ou entidades assistenciais idôneas, sem que constem em
qualquer estatística.
Até
mesmo sem vínculos com crenças religiosas, muitos são os atores sociais movidos
pelo espírito de cidadania, cujo estímulo advém do prazer de agregar valor à
comunidade, ou até pelo desejo de serem reconhecidos. Sim, há aqueles que
promovem ações sociais em busca de reconhecimento e autopromoção ou para vender
uma boa imagem – mesmo assim, não devem ser julgados, pois a entrega traz
benefícios. É um narcisismo eficaz, e ser apreciado é próprio da condição
humana. Seja qual for a motivação, é sempre relevante a promoção de
oportunidades de estudos e trabalho que propiciem autossuficiência e efetiva
inclusão social.
Infelizmente,
boa parte dos países ainda pratica a “economia da exclusão”, que mantém os
pobres na marginalidade” – faz-se oportuno o papa Francisco. E o Brasil é uma
das nações em que há maior desigualdade social, não por escassez de recursos, e
sim por injustiça e improbidade. É de se perguntar: o que choca mais, a pobreza
ou a passividade diante delas? A bem da verdade,
uma real e duradoura transformação de nosso país virá de uma contribuição de
cada um de nós e, concomitantemente, de uma pressão persistente sobre gestores
públicos e melhores escolhas na eleição de nossos dirigentes e legisladores.”.
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e
oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança
de nossa história – que é de ética, de
moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e
sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras
cruciais como:
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 128 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da
democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b) o combate implacável, sem eufemismos e
sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:
I – a inflação, a exigir permanente,
competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares
civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa
de juros do cartão de crédito atingiu em junho a ainda estratosférica marca de
291,88% nos últimos doze meses, e a taxa
de juros do cheque especial em históricos 304,94%; e já o IPCA, também no
acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,39%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade –
“dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se
espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e
irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito,
a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato,
Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico
de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem
mostrando também o seu caráter transnacional;
eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos
borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um
verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque,
rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim,
é crime...); III – o desperdício, em
todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos,
indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O
Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança
das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é
desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de
problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos,
quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas
de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à
corrupção e à falta de planejamento...”;
c) a dívida pública brasileira - (interna e
externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para
2018, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos
Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e
insuportável desembolso de cerca de R$
1,847 trilhão (52,4%), a título de juros, encargos, amortização e
refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,106 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega,
do direito e da justiça:
- pagar,
sim, até o último centavo;
-
rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
-
realizar uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda
a propósito, no artigo Melancolia,
Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente
degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das
contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).
Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta
de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já
combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de
poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições,
negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à
pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas
e sempre crescentes necessidades de ampliação
e modernização de setores como: a gestão
pública; a infraestrutura (rodovias,
ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada,
esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística
reversa); meio ambiente; habitação;
mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda;
agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência
social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança
pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e
desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer;
turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e
operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade
– “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade,
competitividade); entre outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira
alguma, abatem o nosso ânimo e nem
arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela excelência
educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e
desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas
riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos
os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos
bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de
infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à
luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização
das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas
tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a
nossa esperança... e perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
56 anos
de testemunho de um servidor público (1961 – 2017)
-
Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
-
ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por
uma Nova Política Brasileira ...
- Pela
excelência na Gestão Pública ...
- Pelo
fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares
do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e,
ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou
asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...
E
P Í L O G O
CLAMOR
E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita
misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra
sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da
dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.