sexta-feira, 3 de agosto de 2018

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS EXIGÊNCIAS DA QUALIFICAÇÃO DAS LIDERANÇAS E AS LUZES DA CIDADANIA E DA ESPIRITUALIDADE NA SUSTENTABILIDADE


“Os líderes e seus desafios emocionais
        Ser líder é um desafio. Além de competência técnica, é preciso muita sabedoria e inteligência emocional. Afinal, é necessário lidar não apenas com as suas próprias dificuldades, mas com as de toda a equipe. É preciso, cada vez mais, conhecer a si e a seu time. Conhecer características individuais da equipe é fundamental para o desenvolvimento de todos. Pesquisa da consultoria de recrutamento Egon Zennder mostra que lidar com questões comportamentais tem sido a principal dificuldade entre 402 presidentes de empresas em 11 países, inclusive no Brasil, com receitas combinadas de US$ 2,6 trilhões.
         Buscar autoconsciência, conseguir expressar vulnerabilidade, construir o time de gestores e comandar a transformação cultural das empresas apontados como os maiores desafios desses líderes. E, num contexto de extrema vulnerabilidade e mudanças constantes, buscar espaço para conhecer a si mesmo e refletir é uma questão de sobrevivência no mundo corporativo. É que o nosso cérebro é programado para a manutenção do status quo, para o esforço mínimo. Assim, sair do automático requer muita disciplina e força de vontade.
         A pressão é constante. Essa mesma pesquisa mostra que 86% dos executivos no Brasil consideram mudar a si mesmos enquanto mudam a empresa. No mundo, a proporção é de 79%. Por isso, cada vez mais os treinamentos empresariais estão apresentando abordagens diferentes, mais direcionadas para as questões de autoconhecimento, equilíbrio e inteligência emocional. Autoconhecimento tem sido a maior ferramenta dos líderes.
         Muitos estão lotando salas de aula em busca de conhecimentos sobre coaching, programação neurolinguística e até meditação, como forma de se conhecer e acalmar suas mentes. Executivos engravatados sentados em pufes, montando estratégias com Lego e fazendo uso de lápis de cor, giz de cera e canetinha são cenas cada vez mais frequentes. O despertar da criatividade e das emoções passa pelo experimento de técnicas mais lúdicas, que visam integrar os dois lados do cérebro.
         Tudo isso requer dos líderes boa dose de humildade. É preciso deixar a vaidade de lado e entender que o mundo mudou e eles precisam mudar junto. Aceitar aprender com os mais jovens e estar aberto para feedbacks de seus subordinados faz parte da liderança atual. Despir-se de velhas crenças e abraçar o novo é o único caminho para os líderes que desejam enfrentar os seus desafios emocionais e tornarem-se referências para suas equipes.”.

(FERNANDA ANDRADE. Gerente hunting e outplacement da NVH – Human Intelligence, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 23 de julho de 2018, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 28 de julho de 2018, mesmo caderno e página, de autoria de JACIR J. VENTURI, coordenador da Universidade Positivo (UP), foi professor e diretor de escolas públicas e privadas, e que merece igualmente integral transcrição:

“Cidadania e espiritualidade
        A solidariedade é intrínseca à condição humana, um dever moral que vai além da dimensão religiosa, pois todos somos gregários e frágeis. A bondade é tão relevante que, cinco séculos antes de Cristo, nos limiares da filosofia, o pré-socrático Demócrito de Abdera assim aconselhava: “É preciso ou ser bom ou imitar quem o seja”.
         Praticar o bem é um ato nobre e gratificante, sejam quais forem as motivações: espiritualidade, cidadania ou alegria de servir. Conta-se que um grande filantropo americano foi à Índia conhecer as ações de Madre Teresa e, surpreso com tanta misericórdia e dificuldade, teria exclamado: “Irmã, eu não faria esse trabalho por dinheiro algum do mundo”. Ao queela respondeu: “Eu também não”. Imbuída de elevada religiosidade, ela manifesta a sua escala de valores: “As mãos que ajudam são mais sagradas que os lábios que rezam”.
         O voluntariado é uma via de mão dupla, pois dá dignidade, supre necessidades básicas e leva tanto quanto possível autossuficiência à comunidade atendida. E a neurociência comprova que agir de modo altruísta, entre outros efeitos positivos, libera o hormônio oxitocina, que promove bem-estar e cuja falta pode ocasionar estresse e depressão. “Voluntarioterapia”, um neologismo que se impõe diante de testemunhos daqueles que esquecem os próprios problemas, pois são pequenos diante da realidade em que estão atuando; ou que abandonaram terapias e remédios contra a tristeza e a depressão – não há voluntário triste em ação.
         Zilda Arns, uma mártir do voluntariado – pois faleceu em plena atividade comunitária, vítima do terremoto no Haiti, em 2010 –, se faz oportuna: “Quem é voluntário não só dá, recebe muito mais”. Essa transcendentalidade está presente nas palavras de Gibran Khalil Gibran, humanista e escritor libanês: “O trabalho voluntário é para mim uma prece silenciosa. Deveis encontrar uma causa generosa à qual sacrificareis tempo e dinheiro, porque é assim que conhecereis a alegria de dar. Mais do que vossas posses, é quando derdes de vós próprios é que realmente dais”.
         Inegavelmente, é a motivação religiosa que prepondera em atividades sociais de benemerência. Os fiéis que frequentam igrejas, sinagogas, mesquitas ou outros templos são mais generosos na doação de seu tempo e nas contribuições pecuniárias. Estudo realizado nos Estados Unidos pela Charities Aid Foundation aponta que, em média, o americano religioso distribui 7% de sua renda para projetos sociais, correspondendo ao dobro dos 3,5% praticados pela população como um todo, em muito contrastando com o 0,3% da renda que os brasileiros dedicam às doações.
         Certamente, não é menor a generosidade dos brasileiros, mas sim baixa a confiança em relação às associações de filantropia (quantas delas merecedoras do adjetivo “pilantrópicas”?). A despeito, há um outro olhar, de enlevo e esperança, quando se convive com o expressivo número de abnegados que dedicam tempo e dinheiro às famílias necessitadas ou entidades assistenciais idôneas, sem que constem em qualquer estatística.
         Até mesmo sem vínculos com crenças religiosas, muitos são os atores sociais movidos pelo espírito de cidadania, cujo estímulo advém do prazer de agregar valor à comunidade, ou até pelo desejo de serem reconhecidos. Sim, há aqueles que promovem ações sociais em busca de reconhecimento e autopromoção ou para vender uma boa imagem – mesmo assim, não devem ser julgados, pois a entrega traz benefícios. É um narcisismo eficaz, e ser apreciado é próprio da condição humana. Seja qual for a motivação, é sempre relevante a promoção de oportunidades de estudos e trabalho que propiciem autossuficiência e efetiva inclusão social.
         Infelizmente, boa parte dos países ainda pratica a “economia da exclusão”, que mantém os pobres na marginalidade” – faz-se oportuno o papa Francisco. E o Brasil é uma das nações em que há maior desigualdade social, não por escassez de recursos, e sim por injustiça e improbidade. É de se perguntar: o que choca mais, a pobreza ou a passividade diante delas?  A bem da verdade, uma real e duradoura transformação de nosso país virá de uma contribuição de cada um de nós e, concomitantemente, de uma pressão persistente sobre gestores públicos e melhores escolhas na eleição de nossos dirigentes e legisladores.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 128 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em junho a ainda estratosférica marca de 291,88% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial em históricos 304,94%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,39%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2018, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,847 trilhão (52,4%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,106 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
56 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2017)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.








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