“A
natureza material não se eleva,
é atraída por forças superiores
A prova é uma
oportunidade importante, como se pode ver no relato a seguir, de um curador em
formação.
‘Nas últimas semanas, o ataque de forças
negativas foi muito intenso.
Vi-me
diante de situações e de envolvimentos que pensava estarem resolvidos.
Era
como se os corpos estivessem sendo provados em pontos que o ser interno já
havia superado. Há alguns anos vivi situações semelhantes, mas o que ocorria
então era um processo da alma, que buscava imprimir nos corpos da personalidade
certas determinações. Desta vez, percebia como se os corpos, eles mesmos,
tivessem de superar estados negativos e atingir um nível vibração mais elevado.
Foi um
período difícil, de muitas lutas. Fiquei diante da natureza humana, com toda a
sua limitação, constatando que nesse nível nada podia fazer por mim mesmo. A
segurança que antes sentia com o respaldo da energia interna se esvaziou,
transformando-se numa capa de orgulho a camuflar as tendências e
idiossincrasias do ego. Não posso dizer que essa fase tenha sido uma ‘noite
escura’, como aquela descrita por são João da Cruz em seus escritos, mas os corpos
estavam entregues a si próprios. Nas quedas tinha intenção de levantar-me; nas
vitórias, de prosseguir – mas caía em pensamento, em sentimento e em ação.
A
vigilância é necessária sempre, pois a convivência vai sutilmente se
infiltrando, sugerindo pensamentos, insuflando a imaginação, estimulando
desejos e, pior, justificando-os. A natureza material, por si mesma, não se
eleva; por isso é preciso dar condições para que ela seja continuamente atraída
para o Alto por uma energia superior.
Orava
muito nesses momentos, numa intensidade que há tempos desconhecia.
Conscientemente invocava a ajuda e a luz da Hierarquia. Via que cada célula dos
meus corpos tinha de acender o fogo em seu interior, também elas tinham de
aspirar o Supremo.
Lembrei-me
do trabalho realizado pela Mãe do Ashram de Sri Aurobindo, no sentido de
liberar a luz existente no âmago das células físicas. Ela dizia que seria
fácil, para seu ser interno, tornar sadio o corpo que usava; porém, não era esse
o trabalho que ela tinha de fazer, mas sim o de levar cada célula a liberar a
sua luz, a aspirar ao Divino.
Nas
provas que eu vivera, constatei a limitação dos seres, enquanto restritos ao
âmbito humano e, dessa constatação, emergiu a percepção do sofrimento que paira
sobre a vida de superfície. Certo dia, tendo passado o período de lutas mais
veementes, estava em quietude quando emergiu um intenso clamor, uma oferta a
Deus, como nunca antes havia ocorrido. Não era um processo mental, era algo que
fluía de dentro para fora, e me tomava por inteiro. O meu ser ofertava-se para
assumir em si próprio a carga de sofrimento do mundo. Tal era a intensidade da
energia naquele instante, que o consciente não apresentou temos algum a dores
ou a doenças. Tampouco restrições ou expectativas. Não era um desejo, era um
movimento interno, pleno, diferente de situações anteriores nas quais “tinha a
intenção de doar-me”. Naquele momento a doação aconteceu e tomou todo o ser.
Era algo que não se podia engendrar intelectual ou emocionalmente, nem os
níveis humanos podiam cercear. Apesar de incluí-los e de neles imprimir sua
vibração, esse energia era independente desses níveis.
Estas
linhas muito parcamente retratam o que realmente se deu, pois foi algo que pode
ser descrito sem se tornar limitado”.”.
(TRIGUEIRINHO.
Escritor, em artigo publicado no jornal O
TEMPO Belo Horizonte, edição de 8 de julho de 2018, caderno O.PINIÃO, página 20).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a
Excelência Educacional vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 2 de julho
de 2018, caderno OPINIÃO, página 7,
de autoria de CARLOS ALBERTO DI FRANCO,
jornalista, e que merece igualmente integral transcrição:
“O
Brasil pode dar certo
Impressiona-se o
crescente espaço destinado à informação negativa. A autoestima do brasileiro
está lá embaixo. Nós, jornalistas e formadores de opinião, contribuímos com
essa visão sombria quando ficamos reféns de pautas superficiais. A vida é feita
de luzes e sombras. É preciso mostrar as chagas. Mas também é necessário
iluminar a cena.
Cerca
de 70 milhões de brasileiros com 16 anos ou mais deixariam o país se pudessem,
mostrou recente pesquisa. O número representa 43% da população total do país. O
percentual chega a 62% quando são consideradas somente as pessoas que têm de 16
a 24 anos. Ao todo, 19 milhões de jovens afirmam que, se tivessem opção,
sairiam do Brasil.
Entre
os fatores que explicam o desejo estão a maior facilidade para se mudar e a
frustração com o país. O êxodo, brutal no curto prazo, não significa ruptura
afetiva com o Brasil. A médio prazo, o país pode ganhar profissionais mais bem
formados.
A
pesquisa, no entanto, é um soco em todos nós. Que Brasil estamos ofertando para
as gerações que nos sucedem? Os problemas estão gritando na nossa frente:
corrupção, crise econômica e perigosa agonia política. Mas o pior legado, de
longe, é a morte da esperança. O jornalismo de catástrofe é o grande propagador
das fake news. Mostra um país em lá menor e oculta o Brasil que madruga,
trabalha, empreende e dá certo.
É
preciso recuperar o equilíbrio entre a informação que denuncia, urgente e
necessária, e o jornalismo construtivo. É o que farei neste breve comentário.
Vou focar num serviço público de qualidade: o Poupatempo.
O
Programa Poupatempo, criado em 1997 pelo então governador Mário Covas para
falicitar a vida dos cidadãos, completou 20 anos com índica próximo de 100% de
aprovação dos usuários (98,3% de ótimo a bom na última pesquisa anual,
divulgada em março deste ano). Das 72 unidades, 24% tiveram de ótimo e bom e 20
tiveram 99%.
Desde
a sua fundação, o Poupatempo prestou mais de 580 milhões de serviços, o número
é mais do que o dobro da população total do Brasil e 12 vezes a do estado de
São Paulo. Este ano, o Poupatempo foi eleito pelo quarto ano consecutivo o
‘Melhor Serviço Público de SP’ pelo instituto Datafolha.
Ao
completar duas décadas, o Programa Poupatempo passa por uma verdadeira
revolução tecnológica, buscando o caminho trilhado pelos bancos brasileiros, ou
seja, criando canais eletrônicos de atendimento que deem mais comodidade a quem
necessita dos serviços, dispensando o cidadão da necessidade de deslocamentos.
Com a tecnologia, muitas questões já podem ser resolvidas por aplicativos ou
pela internet. Isso não beneficia apenas o público, mas também o governo, que
pode usar os recursos dos impostos com mais eficiência.
Um
levantamento feito pelo Instituto de Identificação da Polícia Civil de São
Paulo, a pedido do Poupatempo, mostra que 504 idosos com mais de 100 anos
renovaram o RG nos últimos dois anos nos postos do Poupatempo. Em 2015, uma
cidadã de 115 anos esteve no Poupatempo de Pindamonhangaba para renovar o RG.
Maria Benedita Pereira da Silva, conhecida em Aparecida como dona Dita, nascer
em 9 de agosto de 1900 e acompanhou, ao longo da vida, uma virada de milênio,
duas guerras mundiais e oito trocas da moeda brasileira.
É
isso, amigo leitor. O Brasil do corporativismo, da impunidade do dinheiro e da
força do sobrenome vai, aos poucos, abrindo espaço para a cultura do trabalho,
da competência e do talento.
Neste
Brasil sacudido por uma tremenda crise ética, alimentada pelo cinismo e pela
mentira dos que deveriam dar exemplo de integridade, há, felizmente, uma ampla
classe média sintonizada com valores e princípios que podem fazer a diferença.
E nós, jornalistas, devemos escrever para a classe média. Nela reside o
alicerce da estabilidade democrática. O que segura o Brasil é o cidadão comum.
É o trabalho honrado e competente. É o empreendedorismo que consegue superar o
terreno minado pela incompetência. É o empresário que toca o negócio e não dá
propina. Sou otimista. Apesar de tudo.”.
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e
oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança
de nossa história – que é de ética, de
moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e
sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras
cruciais como:
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 128 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia,
da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b) o combate implacável, sem eufemismos e
sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:
I – a inflação, a exigir permanente,
competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares
civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa
de juros do cartão de crédito atingiu em maio a ainda estratosférica marca de
303,62% nos últimos doze meses, e a taxa
de juros do cheque especial em históricos 311,89%; e já o IPCA, em junho,
também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,39%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa
promiscuidade – “dinheiro público versus interesses privados”
–, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando
incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária
ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da
Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor,
de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é
cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional; eis, portanto, que todos os valores que vão
sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518
anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios,
malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a
corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar
inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo,
segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a
“... Desconfiança das empresas e das famílias é
grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase
nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses
recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à
ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de
infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de
planejamento...”;
c) a dívida pública brasileira - (interna e
externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para
2018, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos
Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e
insuportável desembolso de cerca de R$
1,847 trilhão (52,4%), a título de juros, encargos, amortização e
refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,106 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar,
sim, até o último centavo;
-
rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
-
realizar uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda
a propósito, no artigo Melancolia,
Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente
degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das
contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).
Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta
de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já
combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de
poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições,
negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à
pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas
e sempre crescentes necessidades de ampliação
e modernização de setores como: a gestão
pública; a infraestrutura (rodovias,
ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada,
esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística
reversa); meio ambiente; habitação;
mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda;
agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência
social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança
pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e
desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer;
turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e
operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade
– “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade,
competitividade); entre outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira
alguma, abatem o nosso ânimo e nem
arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela excelência
educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e
desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas
riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos
os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos
bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de
infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à
luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização
das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas
tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a
nossa esperança... e perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
56 anos
de testemunho de um servidor público (1961 – 2017)
-
Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
-
ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por
uma Nova Política Brasileira ...
- Pela
excelência na Gestão Pública ...
- Pelo
fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares
do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e,
ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou
asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...
E
P Í L O G O
CLAMOR
E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita
misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra
sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da
dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.