“Se
fazer entender
Nos comunicamos o tempo
todo, seja com palavras, gestos, feições ou mesmo com movimentos corporais. A
comunicação, verbal ou não-verbal, é ferramenta fundamental para interagirmos
no mundo e, por isso, quando não atingimos este objetivo de forma satisfatória
logo pensamos: “O que eu disse de errado?”.
A
linguagem dirige nossos pensamentos para direções bem específicas e ajudam a
criar a realidade, potencializando ou limitando nossas possibilidades. Não é
que dizemos, mas como dizemos que faz a diferença. Albert Marabian, pioneiro da
pesquisa da linguagem corporal na década de 1950, em seu livro Silent massages, afirma que o poder das
palavras é de 7% em uma comunicação, e que a forma como as palavras são ditas e
a fisiologia do interlocutor representam, respectivamente, 38% e 55% desse
poder.
Pressuposições
da neurossemântica afirma que, para se ter uma comunicação efetiva, é preciso
transformar uma ideia em ação, de modo a concretizá-la. Ou seja, fazer
acontecer as ideias, se expressar bem para se fazer entender.
Quando
a habilidade de comunicação não está bem desenvolvida, seja qual for o motivo,
podemos dizer algo que será interpretado de forma totalmente diferente daquilo
que realmente tivemos intenção de transmitir. Isso pode gerar transtornos que
poderiam ser evitados com a palavra certa, na entonação de voz adequada para o
ouvinte e situação.
O
corpo é programado por meio da linguagem e dos significados que damos. Falar
com clareza e sem timidez, de forma concisa, é uma dificuldade de muitas
pessoas, mas com exercícios adequados, pensar e verbalizar bem torna-se uma
ação fácil e descomplicada.
Por
exemplo, a palavra “não” existe apenas na linguagem e não na experiência, então
a frase que contém “não” traz à mente todo conteúdo para que o receptor da
mensagem possa compreendê-la. Se eu lhe pedir “não pense na cor verde”, você
irá pensar e minha comunicação terá o efeito oposto ao pretendido. Por isso, é
importante falar utilizando tom positivo o que se quer e não o que você não
quer.
Ao
falar de problemas ou descrições negativas de si mesmo, é imprescindível
utilizar o tempo do verbo no passado ou diga “ainda”, pois isto libera o presente.
Por exemplo, troque a frase “eu tenho dificuldade de fazer isso”, por “ainda
não consegui fazer isso”. O ainda pressupõe que vai conseguir.
Outra
dica é falar das mudanças desejadas para o futuro utilizando o tempo do verbo
no presente. Por exemplo, em vez de dizer “vou conseguir”, diga “estou
conseguindo”. Substitua o “se” por “quando” e em vez de falar “se eu
conseguir”, fale “quando eu conseguir”. O “quando” pressupõe que o locutor está
decidido. Outra dica é substituir o condicional pelo presente, desta forma em
vez de falar “eu gostaria de agradecer”, diga “eu agradeço”. O verbo no
presente fica mais concreto e mais forte.
Não
saber se comunicar de forma correta e coerente pode prejudicar a mente e as
relações sociais de um indivíduo. Afinal, quem consegue ficar perto de alguém
que não sabe se comunicar? A habilidade de usar a linguagem com precisão é
essencial para sermos compreendidos e nos comunicarmos melhor. É preciso ter
muito cuidado com a forma com que usamos algumas palavras.
A linguagem
pode potencializar ou limitar nossas possibilidades. Uma afirmação é
verdadeira: tudo na vida se resolve com uma boa conversa.”.
(RAQUEL COUTO.
Psicóloga organizacional e diretora da TAO Coaching e Treinamentos, em artigo
publicado no jornal ESTADO DE MINAS,
edição de 10 de janeiro de 2017, caderno OPINIÃO,
página 7).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a
Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição,
caderno e página, de autoria de RAFAELA
LÔBO, professora do Centro Universitário Una e mestre em análise do
discurso, e que merece igualmente integral transcrição:
“Capital
humano é substituível?
Há algumas décadas o
maior objetivo de qualquer empresa érea diminuir o número de funcionários e a
forma de conseguir isso era a substituição de pessoas por máquinas. A área
bancária é um grande exemplo disso. Inicialmente, as funções de retaguarda
foram substituídas (contadores e escriturários) por um computador central.
Posteriormente, funções como a de caixa também foram substituídas, nesse caso
por caixas eletrônicos e internet banking.
Na indústria não foi diferente: a produção aumentou muito, especialmente com o
desenvolvimento da robótica. Na década de 90, o maior objetivo de todo e
qualquer dirigente era não depender de funcionários que adoecem, faltam e dão
trabalho.
O
tempo passou e muitos empresários perceberam algumas questões em relação às
máquinas: o investimento é alto; a evolução tecnológica é rápida e logo os
equipamentos comprados ficam obsoletos; pessoas podem adoecer, mas máquinas
podem queimar ou entrar em pane; por fim, esses aparatos não percebem situações
adversas e não resolvem novos problemas, mas apenas aqueles para os quais foram
programados para resolver.
Voltamos
a investir no capital humano. O ser humano é complicado, mas evolui, pode
perceber e resolver problemas inesperados, pode ser deslocado de função e,
quando veste a camisa da empresa, gera altos lucros. É incrível, mas há
empresas que ainda não perceberam que as pessoas, quando ligam para as
empresas, por exemplo, detestam ser atendidas por máquinas. Afinal, precisamos
ter alguém para nos ouvir e compreender. As máquinas não podem prever
facilmente o crescimento das redes sociais, testá-las, vivenciá-las e saber se
pode ser interessante investir, no entanto, o ser humano pode.
O
humano vivencia situações extremas e se adapta, capaz de ser treinado,
reciclado, melhorado constantemente, por isso, passível de gerar lucros. Quer
rentabilidade? Escolhas pessoas competentes para cargos de destaque no seu
organograma e será possível traçar o perfil de cliente e e que a empresa tem,
melhorar o marketing, a publicidade, a comunicação logo as vendas crescerão e o
lucro também.
Percebam,
máquinas não convencem ninguém a comprar um produto ou serviço, não são capazes
de avaliar a melhor publicidade, não conseguem diferenciar o atendimento de
acordo com o cliente, não criam ou revisam uma proposta a ser enviada a um
cliente. Aliás, àqueles que amam os corretores automáticos, é importante
relatar que nossos computadores não sabem a diferença entre “crítica” ou
“critica”; já pessoas podem substituir a palavra crítica por “análise”,
“apreciação” ou “censura”, se as considerarem melhores para o sentido que se
deseja passar ao cliente. Ao escrever ou ler um e-mail, pessoas percebem ou
produzem tons irônicos que um computador não é capaz nem de imitar. A relação
entre empresa e cliente tem de ser pensada, muitas vezes caso a caso, mas
computadores não pensam.
Não se
pretende afirmar que as máquinas não auxiliam, ao contrário, serão mantidas e
aumentadas em áreas de produção, por exemplo, mas elas não substituem os homens
que estão por trás delas. Indubitavelmente, pensado como essencial, bem
escolhido e bem treinado. Essa equação é lógica somar conhecimento em uma
empresa e multiplicar lucratividade.”.
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e
oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança
de nossa história – que é de ética, de
moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e
sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras
cruciais como:
a) a excelência educacional – pleno desenvolvimento
da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade,
em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da
modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da
participação, da sustentabilidade...);
b) o combate implacável, sem eufemismos e
sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:
I – a inflação, a exigir permanente,
competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares
civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa
de juros do cartão de crédito atingiu em novembro a ainda estratosférica marca
de 482,05% nos últimos doze meses, e a
taxa de juros do cheque especial registrou históricos 330,65%; e já em dezembro
o IPCA acumulado nos últimos doze meses chegou a 6,29%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa
promiscuidade – “dinheiro público versus interesses privados”
–, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando
incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a
lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan
Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de
corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem
mostrando também o seu caráter transnacional;
eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos
borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um
verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque,
rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim,
é crime...); III – o desperdício, em
todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos,
indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O
Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança
das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é
desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de
problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos,
quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas
de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à
corrupção e à falta de planejamento...”;
c) a dívida pública brasileira - (interna e
externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para
2017, apenas segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável
desembolso de cerca de R$ 1,722 trilhão,
a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com
esta rubrica, previsão de R$ 946,4
bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar,
sim, até o último centavo;
-
rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
-
realizar uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente e eficaz auditoria...
(ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda
a propósito, no artigo Melancolia,
Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente
degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das
contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);
Isto
posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos
a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira
alguma, abatem o nosso ânimo e nem
arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela excelência
educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que
possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e
potencialidades com todas as
brasileiras e com todos os
brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários
previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além
de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do
século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da
informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da
sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da
paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a
nossa esperança... e perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
- 55
anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...
- Estamos
nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
-
ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por
uma Nova Política Brasileira...