“Retiros
espirituais: um
diálogo com a alma e com Deus
Perguntaram uma vez o
que seria um retiro. Um retiro no plano físico é o local onde uma pessoa, ou
várias, dispõem-se a recolher-se, a desligar-se do mundo que as circunda e dos
problemas cotidianos; o local onde buscam chegar ao silêncio interior e à paz
que as ponham em comunicação com o seu Ser Profundo. Essa é uma primeira etapa.
Depois vem a comunicação com o mais Alto e com energias que as ajudarão a
revisar a própria vida, isto é, a oferecer-se ao Senhor, Único Criador, e a
dedicar suas ações ao semelhante, ao seu próximo.
O
retiro é um momento em que o indivíduo (seguindo um impulso interior) decide
isolar-se em um local determinado por ele próprio, um local agradável a sua
alma. Sente sede de uma força superior, dado que outras coisas não conseguem
saciá-lo, e vê no retiro um cântaro onde buscar nova energia.
O
indivíduo passa a perceber a necessidade de fazer retiros quando se sente órfão
de algo que não sabe o que é.
Mesmo
sem grandes comodidades, o local do retiro é onde ele começa a viver de outra
forma; sentindo dentro de si a chispa divina, deixando-se elevar a um plano
superior.
Não
importa que local seja esse. O fundamental é comunicação que se estabelece com
o eu interior, com a alma, chave para uma posterior comunicação com o Pai. Se a
própria essência não for reconhecida, como se poderá fazer contato com o que é
fonte de toda a existência?
O
indivíduo deve entregar-se quando se sente sem rumo, deixando-se levar tal qual
um navio pelas rotas que o Pai elegeu. Vê, então, quão bela é a vida, a mesma
que antes o aborrecia; compreende cada situação e percebe que nada acontece em
vão. Vivencia o fato de que não existe melhor mestre do que o mestre que se
manifesta quando alguém aprende a recolher-se e a orar.
Deve
deixar-se conduzir, buscando o seu mais precioso interior, reconhecendo a Voz
que o acompanha e aconselha.
Quando
realizados em grupo, os retiros podem ou não ser coordenados por alguém que
tenha dado, ele mesmo, os primeiros passos na direção do recolhimento. A
harmonia dependerá, também, do estado evolutivo do grupo. Sendo composto por
principiantes, deveria haver alguém que os conduzisse, para que certa
homogeneidade fosse conseguida; alguém que pudesse dar instruções e sugestões a
título de colaboração e orientação, sempre respeitando a necessidade interna de
cada integrante.
No
ambiente físico do retiro, a disciplina não deveria faltar, sem rigidez
contudo. Cada ser tem necessidades espirituais particulares, às quais deve-se
dar a maior atenção. É bom que o indivíduo seja cauteloso e ao mesmo tempo
preciso nesses assuntos. É bom que se mantenha rodeado de esperanças. As normas
devem ser chamas que facilitem a concentração, respeitando a transformação que
possa acontecer na própria alma.
Que os
retiros sejam em benefício da atual situação planetária, rumo a uma
transformação real. Que a ambivalência não entre no trabalho; mais vale a
sinceridade em reconhecer as própria fraquezas, para, em seguida, poder mudar.
O
indivíduo deve regozijar-se diante do Senhor que chama, e diante do apelo da
alma – essa fonte de Amor que se derrama. O retiro é o estado em que a alma em
silêncio se entrega, sem expectativas e com absoluta certeza.
Que o
silêncio abrace a todos.”
(TRIGUEIRINHO.
Escritor, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 17 de janeiro de 2016, caderno O.PINIÃO, página 20).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a
Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 30 de
janeiro de 2016, caderno OPINIÃO, página
7, de autoria de LUCIANO NAKABASHI,
doutor em economia, professor da FEA-RP/USP, pesquisador do Ceper/Fundace, do
CNPQ e da Universidade de Illinois, e que merece igualmente integral
transcrição:
“Crescimento
já!
Muito tem aparecido na
mídia a cobrança por mudanças na política do governo federal, o que ficou ainda
mais evidente com a troca de ministros no Ministério da Fazenda. Boa parte da
base de sustentação da presidente Dilma, incluindo o ex-presidente Lula, além
de integrantes de vários movimentos sociais, clama por mudanças nas políticas
econômicas adotadas para que o país possa sair rapidamente do difícil cenário
em que se encontra. Eles pedem por políticas de redução de controle de gastos
redução de juros, entre outras medidas para estimular a demanda da economia
brasileira, em contraposição às medidas sugeridas e parcialmente adotadas pelo
ex-ministro Joaquim Levy, ditas como conservadoras e ultrapassadas por aqueles
que bradam por mudanças.
No
entanto, o que pedem é a volta das medidas de política econômica que levaram ao
crescimento dos déficits fiscais e da dívida do governo, à deterioração das
contas externas e ao aumento da inflação. Como chegar a um resultado diferente
fazendo as mesmas coisas? Será que não aprendemos com os vários erros que foram
cometidos recentemente de forma sistemática e insistente? Ainda culpam o ex-ministro
pela situação atual, enquanto ele não conseguiu, de fato, nem realizar o ajuste
fiscal necessário!
Com
uma inflação na casa de dois dígitos, um processo de elevação nas expectativas
de inflação para os próximos 12 meses, grandes déficits nas contas externas e
internas, políticas do governo que levem a crescimentos adicionais dos gastos
só irão deteriorar ainda mais a situação do país. É como pedir para uma família
endividada, que gasta mensalmente mais do que recebe, que aumente os gastos de
forma a melhorar a difícil fase de baixo consumo e das necessidades, não tão
básicas, que estão reprimidas! De fato, melhora nos primeiros dois meses, mas,
depois disso, não se sabe.
As
grandes dificuldades enfrentadas pelo ex-ministro Levy e a falta de resultados
de suas políticas econômicas foram decorrentes justamente da falta de apoio,
até mesmo da presidente, às medidas sugeridas por ele. O ajuste foi realizado
apenas de forma parcial e, logo, ficou claro que o ex-ministro não iria
conseguir realizar as reformas necessárias, o que gerou mais incerteza,
deteriorando as expectativas dos agentes, com redução do consumo e
investimentos, inviabilizando sua manutenção no cargo.
Vejo
com muita preocupação uma possibilidade de guinada nas políticas econômicas com
o novo ministro, Nelson Barbosa, que não terão efeitos positivos – nem “nos
dois primeiros meses” – devido à deterioração das expectativas por parte das
empresas e, posteriormente, das famílias com o aprofundamento do processo de
desemprego e de redução salarial. As políticas populistas que nos levaram a
esta terrível situação econômica ainda farão muito mais estragos ao nosso país,
acabando com todos os avanços que tivemos nas últimas duas décadas e meia ou
mais.”
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e
oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança
de nossa história – que é de ética, de
moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e
sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras
cruciais como:
a) a
educação – universal e de qualidade –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da
participação, da sustentabilidade...);
b) o
combate implacável, sem eufemismos e
sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:
I – a inflação, a exigir permanente,
competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares
civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa
de juros do cartão de crédito atingiu em dezembro a também estratosférica marca
de 431,4% para um período de doze meses; e mais, em 2015, o IPCA acumulado nos doze meses
chegou a 10,67%...); II – a corrupção, há
séculos, na mais perversa promiscuidade
– “dinheiro público versus
interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da
vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária
ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da
Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor,
de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é
cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional; eis, portanto, que todos os valores que vão
sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 515
anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios,
malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a
corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar
inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo,
segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a
“... Desconfiança das empresas e das famílias é
grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase
nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses
recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à
ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de
infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de
planejamento...”;
c) a
dívida pública brasileira - (interna e
externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para
2016, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e
insuportável desembolso de cerca de R$
1,348 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos
(ao menos com esta rubrica, previsão de R$
1,044 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
-
pagar,
sim, até o último centavo;
-
rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
-
realizar uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente e eficaz auditoria...
(ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e
ainda a propósito, no artigo Melancolia,
Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente
degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das
contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);
Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta
de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já
combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de
poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições,
negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à
pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas
e sempre crescentes necessidades de ampliação
e modernização de setores como: a gestão
pública; a infraestrutura (rodovias,
ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada,
esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística
reversa); meio ambiente; habitação;
mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda;
agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência
social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança
pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e
desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer;
turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e
operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade
– “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade,
competitividade); entre outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira
alguma, abatem o nosso ânimo e nem
arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela cidadania e
qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que
possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e
potencialidades com todas as
brasileiras e com todos os
brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários
previstos e que contemplam eventos como a
Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das
exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das
organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas
tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a
nossa esperança... e perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
-
Estamos nos descobrindo através da Cidadania e Qualidade...
-
ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por
uma Nova Política Brasileira...