“Atualidade
de Tiradentes
Em uma frase de
significativa atualidade, o alferes Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes,
define a importância histórica e ideológica da Inconfidência Mineira de 1789:
“Se todos quisessem, poderíamos fazer do Brasil uma grande nação”.
Tiradentes,
mártir e líder maior da conjuração, subiu ao cadafalso, no Rio de Janeiro,
exatamente no dia 21 de abril de 1792, há 227 anos, durante os quais consolidou
e ampliou sua reputação de herói popular. Pagava com a vida, aos 46 anos, por
suas ideias republicanas, anticolonialistas e libertárias. Contestado por uns,
mas glorificado pela história, o revolucionário mineiro, com seus companheiros
inconfidentes, poetas, padres, militares e comerciantes, pregou a liberdade
pelos caminhos de Minas e se tornou o precursor da Independência do Brasil de
1822. Nos “Autos da Devassa”, por suas palavras e confissão de sua pregação,
Tiradentes reafirmou suas convicções e aos companheiros “não traiu jamais”.
Dois
livros, bem recentes, resultantes de alentadas pesquisas históricas, atualizam
a dimensão contemporânea da Inconfidência Mineira: “O Tiradentes”, de Lucas
Figueiredo, e “Ser Republicano”, de Heloisa Starling, ambos de 2018. O primeiro
desvenda aspectos da vida do alferes e suas andanças por Minas. O segundo
revela a primazia da Inconfidência Mineira no ideal republicano e seus
significados nos movimentos nativistas brasileiros. Ambos os livros expõem as
mazelas do regime colonial português e os modos de vida em Minas no século
XVIII, especialmente em Vila Rica, sempre rebelde e resistente à opressão, em
meio a um surto artístico e cultural despertado pelo Iluminismo libertário dos
inconfidentes.
Germain
Bazin, que foi diretor e conservador do Museu do Louvre, apaixonado por
Aleijadinho e pelo Barroco Mineiro, diz que “a descoberta das minas enriquece
Portugal, mas também traz o fermento que o fará perder a colônia”. Na
Inconfidência Mineira, o filósofo Sérgio Rouanet, estudioso da ilustração, diz
que importantes são as ideias que discutiam a Independência Americana de 1776 e
a Revolução Francesa de 1789, caía a Bastilha em Paris e eram presos os
inconfidentes em Vila Rica. E, com Tiradentes, aliados pelo mesmo ideal, eram
aprisionados Cláudio Manoel da Costa, Tomás Antônio Gonzaga e Alvarenga
Peixoto, que compõem o drama lírico-romanesco da Inconfidência.
Minas
Gerais, como seu nome, nasce da riqueza do seu subsolo, que povoa seu
território, conforma sua sociedade e sua identidade, mas também atrai e
assinala os ciclos de espoliação econômica, do ouro ao ferro, que distinguem
sua história social e econômica. E que, nos nossos dias, nos aflige com as
minas, barragens e lamas, sem que essa herança natural gere benefícios maiores
para os mineiros, como é justo desejar. Exaltar a Inconfidência, sua inspiração
e ideário é também lembrar, na contemporaneidade, a tragédia de Minas.”.
(Mauro
Werkema. Jornalista e escritor, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 21 de
abril de 2019, caderno O.PINIÃO,
página 15).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a
Excelência Educacional vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 15 de abril
de 2019, caderno OPINIÃO, página 7,
de autoria de HANNYNI MESQUITA,
pedagoga, especialista em gestão das organizações educacionais e educação
bilíngue e coordenadora da educação infantil do Centro de Inovação Positivo, do
Colégio Positivo, e que merece igualmente integral transcrição:
“Educação
responsável
Ao ouvirem
especialistas afirmarem, com propriedade, que a educação infantil é a mais
importante etapa do desenvolvimento de um indivíduo – mais até do que a universidade
–, muitas pessoas se mostram surpresas ou incrédulas. Quem trabalha com
crianças nesta faixa etária – até os 6 anos – sabe que a afirmação não é
exagerada. Essa é a fase de maior desenvolvimento humano. Durante a chamada
primeiríssima infância, até os 3 anos, se aprende mais do que se aprenderá ao
longo de toda a vida. Para além do discurso de educadores, são os cientistas
que afirmam: nos primeiros anos, o cérebro faz mais conexões do que em qualquer
outro período da vida. São de 700 a 1.000 conexões por segundo. Aos 3 anos, ele
é duas vezes mais ativo que o cérebro de um adulto. Pesquisas americanas
realizadas com milhares de crianças mostram que alunos que tiveram uma boa
educação infantil precisam de menos reforço escolar e apresentam melhor desempenho
no ensino fundamental. Em outro estudo, cientistas de Harvard já apontaram que
quanto mais a criança se desenvolve na escola nessa fase da vida, maiores são
as chances de chegar ao ensino superior, e ganhar bons salários quando adulta.
As
afirmações são importantes para reforçar que o ambiente no qual a criança
cresce é fundamental para garantir seu pleno desenvolvimento – e não estamos
falando apenas do cenário doméstico: o ambiente escolar também é determinante.
As escolas que ofertam a educação infantil têm uma enorme responsabilidade com
a humanidade e, por isso, saber o que fazer, por que fazer e como fazer é para
profissionais – e exige muita formação continuada e acompanhamento direto de
pessoas capacitadas para transformar a prática em objeto de reflexão para a
melhoria contínua. É necessário que os profissionais entendam que o brincar é a
linguagem da criança e que consigam transformá-lo em instrumento mediador no
processo didático-pedagógico. Tal recurso é ferramenta indispensável no
desenvolvimento qualitativo dos aspectos cognitivo, motor, afetivo, psicológico
e social, e, portanto, necessita de valorização dentro das propostas
educacionais.
Apesar
de a legislação brasileira considerar que a educação infantil faz parte da
educação básica, o país ainda não exige formação superior dos profissionais que
atuam nessa etapa de ensino (mesmo que essa seja a 15ª meta do Plano Nacional
de Educação). Fora isso, há escolas com um número imenso de profissionais
atuando na educação infantil sem a formação adequada porque muitos ainda
acreditam que, quando se trata de criança pequena, basta apenas cuidar.
Pesquisa realizada em seis capitais brasileiras revela que 65% dos professores
que atuam nessa fase de ensino não têm qualificação específica para trabalhar
com educação de crianças. O que não é levado em conta nesse atual cenário é que
o próprio cuidar deve vir acompanhado de orientações e embasamentos. Sem o
conhecimento necessário, o profissional recorre ao senso comum, sem conhecer o
que é esperado para cada faixa etária, como aprender, ensinar e organizar tempo
e espaço na educação infantil, como, efetivamente, podemos proporcionar o
aprender brincando. E só para reforçar: não basta apenas formação inicial, a
formação continuada precisa fazer parte da rotina do profissional.
O
professor de educação infantil deve ter um coração disposto a criar vínculos
afetivos, mãos habilidosas para se dedicar ao trabalho diário e uma mente
disposta a aprender, sempre. Deve apresentar, também, um olhar que é
desenvolvido por meio de orientação e formação, calibrado para perceber
situações corriqueiras, transformando-as em disparadores para novas
aprendizagens. Ele precisa ser paciente – a repetição faz parte do processo –,
ao mesmo tempo em que precisa ser criativo, procurando diferentes maneiras de
mediar a aprendizagem. É na troca e na rica experiência que testamos, nos
frustramos, conquistamos e crescemos. É com atitude diária, cotidiana, muitas
vezes vista como banal, que transformamos. A repetição, a permanência da regra,
a mediação realizada “milhões de vezes”, essas sim, consideram a complexidade
do ser humano. Devemos ser capazes de transformar o pensamento em ação e
repensar a ação por meio da reflexão, sem perder o entusiasmo, a coragem de
tentar o diferente e inovar. Afinal, trabalhamos com a melhor fase do ser
humano.”.
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e
oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança
de nossa história – que é de ética, de
moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas,
civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e
sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras
cruciais como:
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da
democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b) o combate implacável, sem eufemismos e
sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:
I – a inflação, a exigir permanente,
competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares
civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa
de juros do cartão de crédito atingiu em fevereiro a ainda estratosférica marca
de 295,53% nos últimos doze meses, e a
taxa de juros do cheque especial chegou em históricos 317,93%; e já o IPCA, em
março, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,58%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa
promiscuidade – “dinheiro público versus interesses privados”
–, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando
incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária
ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da
Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor,
de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...”
– e que vem mostrando também o seu caráter transnacional; eis, portanto, que todos os valores que vão
sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518
anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios,
malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a
corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar
inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo,
segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a
“... Desconfiança das empresas e das famílias é
grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase
nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses
recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à
ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de
infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c) a dívida pública brasileira - (interna e
externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para
2019, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos
Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e
insuportável desembolso de cerca de R$
1,422 trilhão (43,6%), a título de juros, encargos, amortização e
refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 758,672 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega,
do direito e da justiça:
- pagar,
sim, até o último centavo;
-
rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
-
realizar uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda
a propósito, no artigo Melancolia,
Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente
degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das
contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).
Isto
posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos
a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira
alguma, abatem o nosso ânimo e nem
arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela excelência
educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e
desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas
riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos
os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos
bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de
infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à
luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização
das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas
tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a
nossa esperança... e perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos
de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)
-
Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
-
ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por
uma Nova Política Brasileira ...
- Pela
excelência na Gestão Pública ...
- Pelo
fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares
do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e,
ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A
alegria da vocação ...
Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou
asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...
E
P Í L O G O
CLAMOR
E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte
de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra
sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da
dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.