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quarta-feira, 29 de julho de 2020

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS LUZES DAS NOVAS TECNOLOGIAS NO AGRONEGÓCIO E O PODER DA BIOECONOMIA NA PROMOÇÃO DO DESENVOLVIMENTO INTEGRAL DA AMAZÔNIA NA SUSTENTABILIDADE


“Possibilidades da tecnologia no campo do agronegócio
        A transformação digital tem se tornado uma realidade permanente em praticamente todos os segmentos. E no caso do agronegócio, um dos mais importantes na economia brasileira, não é diferente. Com o crescimento da oferta e da demanda por novas tecnologias aplicáveis à  cadeia produtiva agrícola e pecuária, crescem as oportunidades de negócios.
         Nos últimos anos, o setor tem se tornado cada vez mais moderno. De acordo com uma pesquisa da Comissão Brasileira de Agricultura de Precisão (CBAP), 67% das propriedades agrícolas já são adeptas das inovações tecnológicas em suas atividades. Nesse sentido, a chamada “agricultura de precisão” tem ganhado força. Trata-se de um conjunto de práticas voltadas para o mapeamento das características físicas, geográficas e biológicas do ambiente, buscando adequá-las às diferentes espécies cultivadas.
         Algumas das principais soluções utilizadas nessa etapa são sensores óticos e eletroquímicos, que servem para avaliar os nutrientes do solo e otimizar o processo de adubação e aplicação de fertilizantes, tratores e drones automatizados, que funcionam por meio de tecnologias GPS e podem ser controlados remotamente; e alterações do material genético de plantas e organismos por meio de biotecnologia, criando espécies mais promissoras e resistentes.
         Quando o assunto é automação no agronegócio, um dos grandes destaques é a Agrosmart, que oferece um serviço de monitoramento de lavouras e leva informações em tempo real aos produtores, para que eles possam tomar as melhores decisões na condução dos seus negócios. A startup foi criada em 2014 e hoje monitora cerca de 600 mil hectares.
         Também existe uma alta demanda por soluções administrativas. Um exemplo de ferramenta que tem ganhado espaço no mercado é o aplicativo Aegro, que permite o registro das atividades realizadas nas etapas da semeadura, aplicação de defensivos, fertilizantes e colheita. Em seguida, essas informações são cruzadas e podem oferecer ao produtor dados concretos sobre a efetividade dos processos. Ela foi criada em 2016 e atualmente conta com cerca de 4.000 usuários em todo o Brasil.
         A força do agronegócio pode ser comprovada pelo seu desempenho recente no Produto Interno Bruto (PIB). Foi o único setor da economia que cresceu no primeiro trimestre deste ano, em meio à pandemia. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o valor gerado no campo foi de R$ 120 bilhões, e estima-se que possa chegar a R$ 697 bilhões até o fim do ano.
         São resultados como esse que justificam o fato de o setor ser o centro das atenções no mercado de inovação. Com tendência de crescimento, surge a demanda por novas soluções. Além de poder render boas oportunidades de negócio, pode ser um destino adequado para os investimentos no período pós-pandemia.”.

(Matheus Vieira Campos. Coordenador regional da Câmara Americana de Comércio de Belo Horizonte (Amcham_BH), em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 25 de julho de 2020, caderno OPINIÃO, página 15).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no jornal FOLHA DE S.PAULO, edição de 29 de junho de 2020, caderno Opinião, coluna TENDÊNCIAS / DEBATES, página A3, de autoria de Luís Roberto Barroso e Patrícia Perrone Campos Mello, ministro do Supremo Tribunal Federal e professora de direito constitucional; ambos elaboraram estudo sobre o tema, que seria apresentado em abril em Congresso da ONU em Kyoto, no Japão, mas foi adiado em razão da pandemia de Covid-19, e que merece igualmente integral transcrição:

“Bioeconomia pode salvar a Amazônia
        A Amazônia ocupa uma área correspondente a cerca de 40% da América do Sul. A região, de densa floresta tropical, espalha-se por nove países, mas 60% de sua extensão situa-se no Brasil. Na Amazônia legal brasileira, vivem 27 milhões de pessoas.
         A região desempenha um papel de grande relevância por três razões principais: a extraordinária biodiversidade, constituindo a maior concentração de plantas, animais, fundos, bactérias e algas da Terra; o papel no ciclo da água e no regime de chuvas, com implicações por todo o continente sul-americano; e a função de grande significado na mitigação do aquecimento global, absorvendo e armazenando dióxido de carbono.
         Entre 1970 e 1990, 7,4% da floresta foram desmatados. O desflorestamento atingiu seu ápice em 2004, alcançando uma área equivalente a 27.772 km2. Nesse ano de 2004, foi deflagrado um ambicioso programa, com medidas que incluíram monitoramento, fiscalização efetiva e combate à grilagem. Os resultados foram notáveis: entre 2004 e 2012, o desmatamento caiu mais de 80%, passando para menos de 4.600 km2. Lamentavelmente, contudo, a partir de 2013 o desmatamento voltou a crescer, chegando a 7.536 km2 em 2018. No ano de 2019, atingiu quase 10 mil km2 e, neste ano, a perspectiva não é melhor.
         Organizações ambientais, defensores da floresta e cientistas atribuíram o incremento ao governo, apontando declarações públicas de altas autoridades que sinalizaram desinteresse pela questão ambiental, associadas a atos concretos que implicaram uma substancial alteração das políticas públicas necessárias à prevenção e ao controle do desmatamento. O desgaste internacional do país foi imenso.
         A destruição e degradação da floresta amazônica decorrem, sobretudo, de atividades criminosas, como: desmatamento e queimadas (sendo a pecuária o principal agente de desmatamento); extração e comércio ilegal de madeira; e garimpo e mineração ilegais.
         Ao longo do tempo, a Amazônia experimentou atividades econômicas de baixo impacto ambiental (como produção de açaí, babaçu, borracha, castanha do Brasil) e de alto impacto (como agronegócio, extração de madeira e mineração). Tentou-se um modelo híbrido, que também não foi capaz de conter o desmatamento.
         Diante desse quadro, cientistas dedicados ao estudo da Amazônia têm procurado desenvolver novas ideias para velhos desafios, apostando em novas tecnologias. A bioeconomia é um modelo econômico que prioriza a sustentabilidade. A ideia é transformar os recursos naturais em produtos de maior valor agregado, gerados e consumidos de forma sustentável.
         A aplicação desse modelo à Amazônia tem sido defendida pelo climatologista Carlos Nobre e pelo Instituto Socioambiental, entre outros. A bioeconomia da floresta consiste em utilizar o conhecimento propiciado pelas ciências para a elaboração de novos produtos farmacêuticos, cosméticos e alimentícios, bem como para a pesquisa de novos materiais e soluções energéticas. Exemplo: as plantas da Amazônia contêm segredos bioquímicos, como novas moléculas, enzimas, antibióticos e fungicidas naturais, que podem ser sintetizados em laboratório e resultar em produtos de valor agregado.
         Em suma: a maior proteção contra a destruição da floresta é que haja maior racionalidade econômica em preservá-la do que em destruí-la, quer porque a sua preservação gera renda para a população, quer porque gera resultados econômicos substanciais de que o país não pode prescindir – ou, ainda, porque gera avanços biotecnológicos que aproveitam a toda a humanidade.
         Existe uma lógica econômica e social na devastação da floresta. É uma lógica perversa, mas poderosa. Para que ela seja derrotada, é necessário um modelo alternativo consistente, capaz de trazer desenvolvimento sustentável, segurança humana e apoio da cidadania. A ignorância, a necessidade e a omissão estatal são os inimigos da Amazônia. A ciência, a inclusão social e a conscientização da sociedade serão a sua salvação.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 130 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em maio a estratosférica marca de 303,43% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 117,06%; e já o IPCA, em junho, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 2,13%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2020, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,651 trilhão (44,79%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,004 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.



  

segunda-feira, 15 de junho de 2020

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A URGÊNCIA DE PROFUNDAS TRANSFORMAÇÕES NO ENSINO SUPERIOR E A TRANSCENDÊNCIA DA COMUNICAÇÃO NA TRAVESSIA DAS PANDEMIAS NA SUSTENTABILIDADE


“Ensino superior privado em tempos de pandemia
        De repente o mundo foi surpreendido por uma doença que nos obrigou ao recolhimento e, ao mesmo tempo, a uma revisão de nossos hábitos, valores e certezas. Toda essa reviravolta trazida pela pandemia da Covid-19 no obriga a pensar como fomos, como estamos sendo e como seremos daqui para a frente.
         Atividades triviais passaram a ter importância muito grande e se tornaram motivo de recordações saudosistas e memórias doloridas. Óbvio que todos os setores foram afetados: empresas, comércios, indústrias, bares, restaurantes, escolas, entre outros, tendem a passar por muitas transformações.
         As escolas, em especial as faculdades privadas, nas quais me incluo, foram brutalmente atingidas em suas convicções pedagógicas e certezas acadêmicas. Do dia para a noite teorias educacionais de interação, trocas e convívio em sala de aula tiveram que passar pelo filtro das telas de computadores, tablets, celulares e outras mídias.
         Os alunos acostumados à rotina das salas de aula, às conversas nos intervalos e aos abraços e “zueiras” próprios do convívio escolar viram-se confinados nas incertezas de professores tão assustados quanto eles com o cenário que surgia: aulas remotas, contatos por e-mails, grupos de WhatsApp e sistemas acadêmicos.
         Nesse contexto de completo caos, enquanto as universidades federais, em sua maioria, permanecem fechadas, as faculdades privadas se reinventam. Em menos de uma semana, professores aderem às tecnologias; o que era considerado um luxo ou hobby passa a ser o único e essencial instrumento para o trabalho. Os conteúdos ministrados fluem com mais rapidez e, por consequência, exigem melhor performance dos educadores e mais tempo para preparação.
         Por outro lado, nesse processo de interação, adaptação e solidão temos um aluno acostumado aos moldes tradicionais que, em alguns casos, não se vê como protagonista no processo de ensino-aprendizagem, por estar acostumado a receber passivamente instruções e reproduzi-las. Destaca-se, ainda, a falta de recursos tecnológicos, que prejudica a transmissão das aulas.
         O resultado disso é, entre outros, aquele que faz parte da pesquisa Cenário Econômico Atual das Instituições de Ensino Superior (IES Privadas, do Instituo Semesp, divulgados no dia25 de maio, de que a “inadimplência no ensino superior privado do Brasil cresceu 72% em abril de 2020, se comparado ao mesmo mês do ano passado. No mesmo período, a evasão também teve aumento de 32,5%.
         Ainda de acordo com o Semesp, a inadimplência e a evasão são motivadas pela pandemia do coronavírus, que trouxe desemprego, redução de renda e incerteza sobre o cenário político-econômico do país.
         Percebeu-se na pesquisa que as instituições que mais sofreram com a evasão e inadimplência foram as que não se prepararam para a revolução tecnológica vivida pela humanidade na última década.
         Instituições privadas que anteciparam a introdução de meios tecnológicos em suas práticas pedagógicas e grades curriculares modernas tendem a sentir os efeitos da pandemia, porém com menor intensidade que aquelas que insistem em preterir as tecnologias como instrumento essencial para suas práticas educacionais.
         Neste momento, as faculdades precisam adotar estratégias para a continuidade de suas atividades e manutenção de seus alunos, evitam assim a evasão e, por consequência, a inadimplência. Em sentido diverso, o aluno deve compreender que a suspensão das atividades essenciais não encerra ou interrompe, necessariamente, seu projeto de formação superior. Como educadores de instituições privadas, temos o compromisso de buscar opções que sejam eficazes e viáveis, cientes de que após tudo isso teremos nos reinventado.”.

(Cida Vidigal. Coordenadora do curso de direito da Faculdade Batista de Minas Gerais, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 10 de junho de 2020, caderno OPINIÃO, página 15).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no site www.domtotal.com, edição de 12 de junho de 2020, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente integral transcrição:

“Comunicação na Igreja
        Valorizar a comunicação é fundamental na missão evangelizadora da Igreja Católica. Isto não significa investir em um empreendimento privado, menos ainda constituir um negócio rentável. Essa valorização deve sempre reger-se no horizonte evangelizador que norteia o caminho missionário da Igreja, o que inclui balizar conteúdos e práticas comunicacionais a partir de princípios inegociáveis. Assim, a Igreja, a partir da comunicação, anuncia o Reino de Deus e, pela força desse anúncio, transforma vidas, ajudando na construção de sociedades justas e solidárias.
         O envolvimento de diferentes atores no processo comunicacional das mídias católicas, com as suas especificidades, nuances e impostações, não pode dispensar o alinhamento doutrinal com a Igreja e, consequentemente, o compromisso com a evangelização. A Igreja Católica é detentora de um horizonte que vem da inspiração de suas tradições, valores, experiências, documentos e, especialmente, da Palavra de Deus. Isto significa dizer que não são permitidas superficialidades ou invencionices na comunicação da Igreja que possam desfigurar a beleza e a inteireza da fé cristã católica. Arriscados personalismos, alimentos por desvarios religiosos nefastos, merecem adequado tratamento. O importante serviço da comunicação católica enfrenta desafios que são próprios do atual contexto social e político. Um contexto sociopolítico contaminado pelas disputas de poder, busca pela efetivação de domínios e acúmulo de dinheiro.
         É sabido que manter serviços de comunicação custa caro, exige investimento permanente em profissionais e no contínuo avanço tecnológico. O aspecto econômico impõe alguns revezes, mas a comunicação católica não pode afastar-se do compromisso de anunciar a Boa Nova. Deve oferecer significativa e qualificada prestação de serviços que gravitam ao redor dos pilares da evangelização, da cultura e da educação. A fonte inesgotável de conteúdo para a comunicação católica é o Evangelho de Jesus Cristo, firmando o histórico compromisso da Igreja de ajudar a tecer a cultura da vida e da paz.
         A comunicação da Igreja deve, pois, cultivar a convicção de que o Evangelho é o bem mais precioso a ser oferecido à humanidade, que carece de rumos novos capazes de levá-la à cura de suas feridas, à superação de seus estrangulamentos. Trata-se de enorme desafio, que inclui a diversificação em rede dos muitos modos de se fazer comunicação e a necessidade de revestir os processos comunicativos com uma força incidente nas dinâmicas sociais. A Igreja Católica, para se fortalecer a partir da comunicação, deve, cada vez mais, voltar-se aos princípios que norteiam a sua identidade e missão.
         A comunhão, que faz parte da vida da Igreja, é força com propriedade de amalgamar as diferenças, tornando-as uma grande riqueza, com elementos que corrigem descompassos e iluminam caminhos. A comunhão leva a novos passos corretivos que consolidam a comunicação católica como um bem indispensável e diferenciado para a vida social. A relevância da comunicação católica para a transformação da sociedade é que motiva cristãos católicos a apoiarem diferentes iniciativas da Igreja no campo comunicacional. Tudo para que não se cale a voz do Evangelho de Jesus Cristo em uma sociedade de vozes dissonantes e comprometedoras.
         A presença da Igreja, de modo mais efetivo, nos meios de comunicação, vem das lúcidas indicações do Concílio Vaticano II, em 1965. Já há 54 anos é promovido o Dia Mundial da Comunicação Social, para reafirmar a importância de diferentes práticas comunicativas no contexto da Igreja – das que exigem maior mobilização tecnológica e operacional às realizadas em âmbito mais comunitário, nas pastorais de comunicação. Trata-se de uma ampla rede a serviço da evangelização e, consequentemente, da edificação de uma cultura da paz. A Igreja Católica, com seus meios de comunicação – televisivos, radiofônicos, impressos, digitais, em redes – interage com os muitos fluxos relacionais da sociedade. Enfrenta batalhas, interesses e até embates desiguais.
         A Igreja enfrenta essa luta valendo-se de plataformas e mecanismos que ecoam a fé cristã. Um caminho desafiador que não pode ser trilhado isoladamente, compreendendo a comunicação católica como negócio particular, sob pena de se perder rumos, fazer escolhas equivocadas e, até por desespero, propor o que não condiz com as lições de Jesus Cristo. A Igreja Católica tem parâmetros e mesas de diálogo para fomentar a indispensável comunhão. Uma união cotidianamente renovada que faz o serviço evangelizador no âmbito da comunicação ganhar cada vez mais qualidade. A realidade atual, seus embates e até mesmo equívocos apontam lições nesse contexto que precisam ser aprendidas, para novas configurações estratégicas. Corações se abram e, com a dedicação de todos, avance, sempre mais, o serviço indispensável da comunicação na Igreja.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 130 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em abril a estratosférica marca de 313,43% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 119,32%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 2,40%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2020, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,651 trilhão (44,79%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,004 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.


 

sexta-feira, 12 de junho de 2020

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS URGÊNCIAS E EXIGÊNCIAS DA QUALIFICAÇÃO DA ESCOLA NA TRAVESSIA DAS PANDEMIAS E AS LUZES DO DIÁLOGO E ECOLOGIA INTEGRAL NA SUSTENTABILIDADE


“E a educação?
        É certo, o país nunca tratou o tema com a importância estratégica observada em outras nações. Avanços importantes aqui e acolá não foram suficientes para tirarmos o país dos últimos lugares no ranking de qualidade da educação. Não se trata de um governo e/ou de um grupo partidário. Somos uma nação que parece desprezar a educação. É certo, também, que a gestão da crise em relação à pandemia tem sido um verdadeiro desastre. Não há coordenação, não há liderança nacional, e o país parece um barco à deriva.
         Entretanto, mesmo se relevarmos a ausência de compromisso histórico com a educação e a incapacidade política e de gestão que vivenciamos em relação à pandemia, nada é tão comprometedor, triste e impactante no longo prazo do que o que ocorre na área.
         Crianças, adolescentes, pais, professores e gestores permanecem com a incerteza do momento que estamos vivendo. Professores exaustos e frustrados; secretários de Educação procurando alternativas na gestão do sistema e preocupados com os altos custos decorrentes do retorno; escolas privadas com risco de falência; alunos, sobretudo os mais novos e os mais pobres, perdendo ações pedagógicas e estímulos essenciais. A desigualdade exacerba e mostra uma de suas faces mais cruéis, ao impor um abismo intransponível, decorrente da condição socioeconômica das famílias, com impacto direto na vida e no futuro das crianças.
         Nossa omissão não é nova, mas a realidade nunca foi tão dramática – e se agrava com a atuação do Ministério da Educação. A ausência completa de uma política educacional e as ações pontuais desconexas são o retrato da mediocridade. Infelizmente, o atual ministro está concentrado numa cruzada ideológica, quando não está ocupado em despejar impropérios contra o STF e outras instituições.
         Não há uma política de apoio concreta aos sistemas educacionais para o enfrentamento dos efeitos da pandemia. Abertura ou não? Quais protocolos? Qual idade? Como acolher crianças e famílias no retorno às aulas? Quem financia os custos? O que fazer com as escolas privadas? Como apoiá-las? Novo Fundeb? Enem? Como atenuar os problemas, envolver a comunidade escolar, as empresas e os governos em busca de soluções, alternativas e saltos de qualidade? A pandemia e seus efeitos são simplesmente ignorados pelo maior responsável pela área.
         A educação está completamente sem rumo. Especialistas da área estão desesperados. A situação é tão bizarra que levou Priscila Cruz, presidente do Todos pela Educação, instituição referência na área, a dizer em recente entrevista que “as palavras ‘absurdo’, ‘indecente’ e ‘injusto’ não dão conta do que a gente presencia no Brasil”.
         A pandemia e o MEC atual agravam de forma assustadora os problemas estruturais na área educacional. A novidade é a ausência de preparo, compostura, programas e políticas. Um total desprezo pela educação. Com quase nenhuma reação concreta da sociedade, dos políticos e das instituições, permaneceremos à deriva. Até quando hipotecaremos o futuro?”.

(Thiago Camargo. Advogado e sócio do escritório Marcelo Guimarães Advogados e da Sinapse Consultoria e Projetos, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 5 de junho de 2020, caderno OPINIÃO, página 15).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no site www.domtotal.com, mesma edição, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente integral transcrição:

“Outro estilo de vida
        Conquistar um estilo de vida diferente é inadiável desafio inscrito na pauta da civilização contemporânea. Trata-se de clamor que não é novo, mas que ganhou ainda mais urgência ante o esgotamento humanístico e os adoecimentos enfrentados atualmente pela humanidade. De diferentes esferas que tratam o meio ambiente – conferências mundiais, fóruns internacionais, eventos e congressos – vêm indicações sobre a necessidade imediata de se conquistar renovado estilo de vida. Há relação entre os esgotamentos da natureza e as crises humanitárias, que geram pandemias e outros descompassos – ameaças à vida de todos, especialmente dos mais pobres.
         Conquistar um estilo de vida diferente exige reconhecer a complexa e hegemônica realidade cultural da atualidade. Essa realidade tem força que é, ao mesmo tempo, avassaladora e sedutora, exercendo domínio em diferentes campos, sem mesmo poupar a ascese da vida religiosa. É quase impossível calcular os investimentos necessários para superar os obscurantismos, proselitismos, fundamentalismos, exibicionismos, extrativismos, sectarismos. São graves problemas que se somam a tantos outros “ismos”, formando uma relação de superficialidades que desfiguram a preciosidade do dom de viver e a Casa Comum.
         Eleja-se como ponto de partida na busca por outro estilo de vida superar o consumismo. Trata-se de um fenômeno alimentado de modo selvagem pelo mercado, que cria mecanismos compulsivos para levar pessoas a se submeterem aos gastos supérfluos. O papa Francisco, na sua carta encíclica sobre o cuidado com a Casa Comum, afirma, de modo interpelante, que o consumismo obsessivo é o reflexo subjetivo do paradigma técnico-econômico contemporâneo. Obviamente, considerando os problemas atuais, são urgentes avanços na infraestrutura e na área da saúde para garantir celeridade à superação da pandemia e de seus desdobramentos econômicos. Mas não se pode contentar com paliativos: há de ser enfrentado o paradigma hegemônico, aquele técnico-econômico, que sustenta a ilusão de uma liberdade para consumir ilimitadamente.
         O ser humano, dominado por esse paradigma, não consegue converter processos destrutivos, permanece incapaz de adotar um modo de viver diferente. Por isso, a civilização contemporânea, no enfrentamento desta pandemia, precisa conquistar uma cidadania renovada, marcada por hábitos orientados pela simplicidade e pela leveza. Uma tarefa difícil, pois a cultura mundial parece se pautar pelos exageros, raízes de doenças e outros males. A humanidade deve, pois, cultivar compreensão de si mesma e desses exageros, a démarche dos processos de radicalização, para reorientar seus rumos, suas dinâmicas e fazer escolhas acertadas, sob de encontrar o autoextermínio. Permanecer sob o domínio da hegemonia do consumo é conviver, cotidianamente, com a ameaça de novas pandemias, agravadas pelas que ainda não foram superadas.
         Faz-se necessário um estilo de vida diferente, asseverado por novos protocolos e providências que vão de pequenas atitudes a medidas estruturantes, com impactos mais amplos. Há muito a ser mudado. Basta pensar que ainda hoje, em uma civilização de tantos avanços tecnológicos, falta, a muitos, adequada educação sobre atitude básica de higiene: o ato de lavar as mãos.
         De fato, o encastelamento na autorreferencialidade a que as pessoas têm se submetido, com consequências nefastas como a indiferença ou a idolatria do dinheiro, fermenta a voracidade que distancia todos de hábitos saudáveis, frugais, comprometendo vínculos, deteriorando e incapacitando para relações solidárias. Um novo estilo de vida não apenas resguardará a humanidade de fenômenos climáticos, de grandes desastres naturais ou mesmo de doenças desconhecidas – ajudará também a debelar crises sociais e políticas. Por isso mesmo, reconfigurar hábitos – do simples ato de sempre lavar as mãos aos novos modos de consumo, convivência e trabalho – é imprescindível. Trata-se de uma necessidade deste tempo, demandando força de exemplaridade das instituições e dos segmentos da sociedade, na contramão de insanidades – em atitudes ou falas.
         A meta que deve ser busca é dar rumo diferente à humanidade a partir de novos modos de viver, a serem cultivados no diálogo, com o coração de aprendiz. Assim é possível conquistar, para cada realidade, na família, Igreja, instituições diversas e segmentos sociais, um estilo de vida diferente.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 130 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em abril a estratosférica marca de 313,43% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 119,32%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 2,40%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2020, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,651 trilhão (44,79%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,004 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.