quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

A CIDADANIA, OS VALORES SAGRADOS E O NOVO VALOR PARA O CAPITAL (32/28)

(Fevereiro = Mês 32; Faltam 28 meses para a COPA DO MUNDO de 2014)

“É preciso reinventar um outro valor para o capital/dinheiro

Atualmente, grande parte da economia é regida pelo capital financeiro – aqueles papéis e derivativos que circulam no mercado de capitais e que são negociados nas bolsas. Trata-se de um capital virtual que não está no processo produtivo. Aí reina a especulação, dinheiro fazendo dinheiro, sem passar pela produção. Há um perverso descompasso entre o capital real e o financeiro. Calcula-se que o capital financeiro some cerca de US$ 600 trilhões, enquanto o capital produtivo alcança cerca de US$ 63 trilhões. Logicamente, chega o momento em que, invertendo a frase de Marx do “Manifesto”, “tudo o que não é sólido se desmancha no ar”.

Foi o que ocorreu em 2007/2008 com o estouro da bolha financeira nos Estados Unidos. Existia um volume tal de dívidas que nenhum capital real podia saldar. Havia o risco de quebra de todo o sistema econômico real. Se não tivesse havido o socorro aos bancos, feito pelos Estados, injetando capital real dos contribuintes, assistiríamos a uma derrocada generalizada.

Essa crise não será superada enquanto prevalecer o dogma econômico, crido religiosamente pela maioria dos economistas e pelo sistema como um todo, segundo o qual as crises econômicas se resolvem por mecanismos econômicos. A heresia dessa crença reside na visão reducionista de que a economia é tudo, pode tudo e que dela depende o bem-estar de um país e de um povo. Ocorre que os valores que sustentam uma vida humana com sentido não passam pela economia. Ela garante apenas sua infraestrutura. Os valores resultam de outras fontes e dimensões. Se assim não fosse, a felicidade e o amor estariam à venda nos bancos.

Este é o transfundo do livro “Reinventando o Capital/Dinheiro”, de Rose Marie Muraro. Rose é uma escritora com mais de 35 livros publicados e uma editora com 1.600 títulos lançados. Trabalhamos juntos, por mais de 20 anos, na Editora Vozes. Dois temas ocupam sempre sua agenda: a questão feminina e a cultura tecnológica. Foi ela quem inaugurou o discurso feminino no Brasil, com o livro “A Sexualidade da Mulher Brasileira”, e denunciou o poder destruidor da tecnociência em “Querendo ser Deus? Os Avanços Tecnológicos e o Futuro da Humanidade”.

No livro presente, ela faz um histórico do dinheiro desde a Antiguidade, seguindo o esquema ganha/ganha, ganha/perde e perde/perde. Na pré-história, predominava o ganha/ganha. Vigorava o escambo, a troca de produtos. Reinava grande solidariedade entre todos. No período agrário, entrou o dinheiro. Os donos de terras produziam mais e vendiam o excedente. O dinheiro ganho era emprestado a juros. Com os juros, entre o ganha/perde. No período industrial, o capital assumiu a hegemonia e estabeleceu os preços e nos níveis de juros compostos. Como o capital está em poucas mãos, cresceu o perde/ganha. Para que alguns ganhem, muitos devem perder. Com a globalização, o capital ocupou todos os espaços. No afã de acumular, está devastando a natureza. Vigora o perde/perde, pois tanto o dono do capital como a natureza são prejudicados. No período da informação, criou-se a chance de um ganha/ganha, pois a natureza da informação, especialmente da internet, é possibilitar que todos se relacionem com todos.

Mas, devido ao controle do capital, o ganha/ganha não consegue se impor. Mas sua força interna irá inaugurar uma nova era, quem sabe, até com uma moeda universal, cujo valor não incluirá apenas a economia, mas a educação, a igualdade social e de gênero e o respeito à natureza e outros. Rose aposta nessa lógica do ganha/ganha, a única que poderá salvar a natureza e nossa civilização.”
(LEONARDO BOFF, Filósofo e teólogo, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 27 de janeiro de 2012, Caderno O.PINIÃO, página 18).

Mais uma IMPORTANTE e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de reportagem publicada no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 29 de janeiro de 2012, Caderno CIÊNCIA, página 24, de autoria de PALOMA OLIVETO, e que merece igualmente INTEGRAL transcrição:

“A MENTE MORAL

Pesquisadores americanos identificam processo cerebral ligado a valores fundamentais para as pessoas. Estudo pode orientar políticas públicas que buscam ordenar a vida em sociedade

“No questionário, você afirmou que não acreditava em Deus. Escolha um valor, entre US$ 1 e US$ 100, para dizer que acredita. Se não quiser mudar de opinião, passe para a próxima.” O cenário era uma sala onde só estavam o voluntário e um computador. Ninguém, além dos pesquisadores, ficaria sabendo da escolha. Ao fim da sessão, o participante poderia sair com até US$ 3,1 mil no bolso, só para voltar atrás em suas sentenças, diante de uma máquina. Nem todos se venderam.

O que está por trás da moral, do sistema de valores sagrados para os indivíduos, que não ousam renegá-los nem durante uma brincadeira de laboratório? Foi o que queriam saber pesquisadores da Universidade de Emory, nos Estados Unidos. Eles descobriram que a integridade é tão importante que chega a ter uma área do cérebro na qual se manifesta. Não é só uma questão subjetiva, mas fisiológica. O resultado do estudo foi publicado na edição mais recente da revista especializada Philosophical Transactions of the Royal Society.

A equipe do neuroeconomista Gregory Berns, principal autor da pesquisa, recrutou 43 participantes de ambos os sexos e idade média de 29,2 anos. A maioria, 33,8% , tem diploma de bacharel, seguida por aqueles que cursaram alguns anos de faculdade (24,6%). O experimento foi dividido em quatro partes, sendo as três primeiras monitoradas por ressonância magnética funcional, exame de imagem que permite observar a atividade do cérebro diante de alguma situação.

Na primeira fase, os participantes eram apresentados a 124 sentenças positivas e negativas que tratam de valores, sem que eles precisassem fazer nada. “Simplesmente, apareciam na tela frases como ‘você toma Coca-Cola’, ‘você gosta de cachorros’ ou ‘você não quer matar uma pessoa inocente’”, descreve Berns. Depois, os voluntários tinham de escolher entre duas opções, como “você acredita em Deus” ou “você não acredita em Deus”. Em seguida, a tentação: “Há alguma quantia em dólar que o faça mudar de ideia para o resto da vida?”, questionava a máquina. Bastava escolher sim ou não e apontar um valor entre US$ 1 e US$ 100. Em até seus meses depois, os mesmos voluntários responderam questionários que perguntavam sobre sistemas de valores. Eles tinham de dizer sim ou não, e o objetivo foi comparar as respostas às oferecidas no primeiro teste.

A principal parte da pesquisa, porém, foi a terceira, na qual o cérebro dos participantes foi monitorado enquanto eles repetiam as atividades realizadas na primeira fase. Os pesquisadores puderam, então, avaliar as respostas cerebrais, enquanto checavam quais os valores realmente importantes para cada voluntário. “Se a pessoa concordava em mudar de ideia em uma fase que dizia ‘você gosta de tomar chá’, consideramos que o ato tomar ou não tomar chá não era uma coisa muito importante para ela. Quando, porém, deixava de ganhar porque se recusava, por exemplo, a negar que era favorável ao casamento gay, pudemos perceber que, para ela, esse é um valor moral, que não se vende”, explica Berns.

As imagens cerebrais confirmaram que, para alguns indivíduos, certos valores são sagrados. Os cientistas verificaram que, quando avaliavam a possibilidade de renegar uma determinada sentença importante para eles, os voluntários ativavam o córtex pré-frontal ventrolateral, um sistema de neurônios associado aos conceitos de certo e errado. Mesmo sabendo que poderiam ganhar dinheiro caso fingissem concordar ou discordar de algum valor sagrado, o sistema de recompensas do cerebro nem sequer se alterava.

NORMAS “Entender como os valores sagrados são representados e processados na mente humana tem muitas implicações para os construtores de políticas públicas”, defende Jeremy Ginges, pesquisador do Departamento de Psicologia da Nova Escola para Pesquisa Social, de Nova York, que contribuiu para o estudo. “Quando dizemos valores sagrados, estamos nos referindo tanto a crenças religiosas quanto a normas morais e construção de identidades. Esses valores motivam muitas decisões importantes ao longo da vida, tanto da perspectiva individual quanto social”, afirma.

Como exemplo, Ginges cita vender comida normal como se fosse alimento kosher, o único permitido para os judeus; investir em fundos de responsabilidade social; ou decidir com quem se casar. “Basicamente, tudo em nossa vida está relacionado a nossos valores”, acrescenta. “Desacordos a respeito de valores sagrados também podem contribuir para muitos conflitos políticos e militares, além de estarem por trás de atos políticos violentos.”

No artigo, os autores afirmam que a maior parte das políticas públicas é baseada em incentivos, como ganhar descontos nos impostos ao exigir nota fiscal, ou dissuassões, como pagar multa se ultrapassar o sinal vermelho. “Nossas descobertas indicam que não é razoável pensar que uma política baseada em análises de custos e benefícios poderá influenciar o comportamento pessoal quando se trata de valores sagrados”, afirmam. Eles se referem, por exemplo, a uma hipotética lei que recompensasse financeiramente os cidadãos que jogassem pedras em cachorros vira-latas para evitar que eles sujem as ruas. “Os valores pessoais sagrados são processados no cérebro de uma forma completamente diferente da relacionada ao sistema de incentivo”, destacam.

Outra dica dos pesquisadores a formuladores de políticas públicas é que grupos organizados costumam respeitar mais os valores, pois têm regras e normas sociais que ajudam a mantê-los. Dessa forma, podem ser um foco importante para negociações. “Os participantes da pesquisa que eram afiliados a organizações, como igrejas, times, times, grupos musicais e clubes, mostraram uma atividade cerebral mais forte nas regiões correlatas aos valores sagrados”, disseram os pesquisadores.

PALAVRA DE ESPECIALISTA

RIMMA TEPER PESQUISADORA

O papel das emoções

“São as emoções que levam as pessoas a fazer a coisa certa ou errada. Medo, culpa e amor desempenham um papel central central no pensamento e no comportamento, incluindo o comportamento moral. Quando pedimos para um indivíduo imaginar como se comportaria diante de uma situação na qual teria de pessar por cima de seus valores, ele não dá conta da intensidade de emoções que sentiria, caso essa situação ocorresse de verdade. Fizemos um estudo, publicado no Psychological Science, que mostrava isso. Estudantes diziam que mentiriam por dinheiro, se isso fosse necessário. Mas, quando oferecíamos dinheiro para que mentissem, notamos, por meio de eletrodos que mediram a força de suas contrações e batimentos cardíacos e o nível de suor em suas mãos, que eles responderam fortemente do ponto de vista emocional ao dilema moral apresentado.”.”

Eis, portanto, mais páginas contendo IMPORTANTES, ADEQUADAS e OPORTUNAS abordagens e REFLEXÕES que acenam para a IMPERIOSA e URGENTE necessidade de PROFUNDAS MUDANÇAS em nossas estruturas EDUCACIONAIS, POLÍTICAS, SOCIAIS, ECONÔMICAS, CULTURAIS e AMBIENTAIS, de modo a promovermos a inserção do PAÍS no concerto das POTÊNCIAS mundiais LIVRES, SOBERANAS, DEMOCRÁTICAS e SUSTENTAVELMENTE DESENVOLVIDAS...

Destarte, URGE a efetiva PROBLEMATIZAÇÃO de questões deveras CRUCIAIS tais como:

a) a EDUCAÇÃO – UNIVERSAL e de QUALIDADE, desde a EDUCAÇÃO INFANTIL (0 a 3 anos, em creches; 4 e 5 anos, em pré-escolas) até a PÓS-GRADUAÇÃO (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como PRIORIDADE ABSOLUTA de nossas POLÍTICAS PÚBLICAS;
b) o COMBATE, implacável e sem TRÉGUA, aos três dos nossos maiores inimigos: I – a INFLAÇÃO, a exigir PERMANENTE e DIUTURNA vigilância, de maneira a se manter em patamares CIVILIZADOS; II – a CORRUPÇÃO, um câncer que se espalha por TODAS as esferas da vida NACIONAL, gerando INCALCULÁVEIS prejuízos e comprometimentos; III – o DESPERDÍCIO, em TODAS as suas MODALIDADES, igualmente ocasionando INESTIMÁVEIS perdas e danos e, certamente, irreparáveis;
c) a DÍVIDA PÚBLICA BRASILEIRA, com projeção para 2012, segundo o ORÇAMENTO GERAL DA UNIÃO, de ASTRONÔMICO e insuportável desembolso da ordem de R$ 1 TRILHÃO, a título de JUROS, ENCARGOS, AMORTIZAÇÃO e REFINANCIAMENTO da DÍVIDA, a exigir também uma IMEDIATA, ABRANGENTE, QUALIFICADA e eficaz AUDITORIA...

Sabemos, e bem, que são GIGANTESCOS DESAFIOS mas que, de forma alguma, ABATEM o nosso ÂNIMO nem ARREFECEM o nosso ENTUSIASMO e CONFIANÇA nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, LIVRE, SOBERANA, DEMOCRÁTICA, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que permita a PARTILHA de suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS, OPORTUNIDADES E POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para EVENTOS como a CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL (RIO+20) neste ano; a 27ª JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE no RIO DE JANEIRO em 2013; a COPA DAS CONFEDERAÇÕES de 2013; a COPA DO MUNDO de 2014; a OLIMPÍADA de 2016; as OBRAS do PAC e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO 21, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INTERNACIONALIZAÇÃO das EMPRESAS, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, da INOVAÇÃO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um NOVO mundo, da PAZ, da IGUALDADE – e com EQUIDADE –, e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...