quinta-feira, 17 de setembro de 2020

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS URGÊNCIAS, EXIGÊNCIAS E POTENCIALIDADES DAS LIDERANÇAS MUNDIAIS E AS LUZES DA QUALIFICAÇÃO CIDADÃ NA TRAVESSIA DAS PANDEMIAS NA SUSTENTABILIDADE

“Liderar o futuro

       O Brasil ‘nunca perde uma oportunidade de perder oportunidades’. A conhecida frase de Roberto Campos cai como uma luva no que se refere ao tratamento que o país concede à biodiversidade, ao meio ambiente e à cultura brasileira.

          Temos um conjunto de fatores que pode propiciar um salto qualitativo em nossa economia. Sol, terras, biodiversidade e exuberante, água, população considerável, extensão territorial, nenhum conflito étnico, língua única, identidade nacional incontestável, cultura forte, popular e enraizada. Somos, conforme tem dito o empresário Rubens Menin, um dos três únicos países do mundo que possuem a combinação ideal para o crescimento econômico e o desenvolvimento social, com mais de 200 milhões de pessoas e 8 milhões de quilômetros quadrados.

          Por que quase sempre jogamos fora todo esse capital humano e natural de nossa terra e de nossa gente? A cultura hoje é tratada quase que como inimiga. O desperdício dos recursos naturais sempre foi escandaloso. Tratamos muitas vezes nossos rios, florestas e biomas como obstáculos ao desenvolvimento e não como fator estratégico de desenvolvimento.

          Poderíamos ser uma liderança nascente mundial, ajudar o mundo a transitar de uma economia pautada no carbono, para uma economia verde, altamente tecnológica e uma sociedade aberta, democrática e plural, fundada nos valores da solidariedade, da ciência, do humanismo e das regras de mercado.

          Entretanto, como quase sempre, perdemos a oportunidade. Agora, certamente acelerado pela pandemia, o mundo assiste à reafirmação do compromisso de países, empresas e pessoas, para uma vida mais consciente, responsável e solidária. Inicia-se, ainda que de forma incipiente e repleta de incertezas, um forte movimento de mudança nos padrões de consumo e das relações empresariais. As questões relativas aos problemas socioambientais ganham uma nova dimensão, e a pobreza e a desigualdade extrema tomam o centro do debate político atual.

          No Brasil, o fenômeno também ocorre com a crescente participação de empresas, ONGs e cidadãos na tentativa de minorar os efeitos da pandemia. Ações concretas, pautadas em valores e no compromisso empresarial não só com acionistas. Compromisso com a comunidade local, ao apoiar ações de melhoria da qualidade de vida das famílias que vivem no entorno. Compromisso com o futuro, ao diminuir a emissão de carbono. Compromisso com interesse público, ao fortalecer as regras de compliance. Compromisso com as crianças, ao focar o apoio às famílias e uma educação de qualidade para todos.

          O Brasil poderia assumir o protagonismo. O meio ambiente, a biodiversidade e a nossa cultura são o passaporte para a entrada do Brasil no rol dos países desenvolvidos. Temos empresas, instituições, capital humano e social suficientes para, num território continental, com mais de 200 milhões de habitantes, transformar o país num líder da diversidade cultural e da biodiversidade. Não podemos perder mais esta oportunidade.

          Um movimento forte e decisivo da sociedade civil, das empresas, das instituições, dos cidadãos e dos governos, poderia influenciar fortemente na mudança de mentalidade governamental e societal, com efeitos positivos e robustos na agenda das políticas públicas brasileiras.

          Apesar dos desafios e da visão retrograda de parte cada vez menor de setores dos governos e da sociedade, podemos criar as condições para uma mudança importante na nossa organização social e econômica, com efeitos duradouros para as próximas gerações e na inserção do país no mundo.”.

(Thiago Camargo. Advogado e sócio do escritório Marcelo Guimarães Advogados, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 31 de julho de 2020, caderno OPINIÃO, página 15).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no jornal FOLHA DE S.PAULO, edição de 22 de junho de 2020, caderno opinião, coluna TENDÊNCIAS / DEBATES, página A3, de autoria de José Medina Pestana, professor titular da Unifesp e membro do Centro de Contingência do Coronavírus do Estado de São Paulo, e que merece igualmente integral transcrição:

“Na retomada: ‘distanciamento consciente’ em vez de “isolamento social’

       Na história das pandemias, a tarefa mais difícil e conflituosa reside nas decisões relativas ao processo de retomada, dada a ausência de parâmetros objetivos que abranjam todos os cenários e que permitam aos dirigentes uma decisão inquestionável.

          De um lado, o ritmo de afrouxamento do isolamento social assusta uma fração da população mais aquinhoada, cujo único medo é a Covid-19, e que vai fazer uma retomada monitorada e gradual. Do outro, onde figura a população socialmente mais vulnerável, convivendo no cotidiano com muitos outros medos, o afrouxamento elimina um deles, exatamente aquele menos acomodado e que desconfigurou de maneira brusca seu cotidiano de sobrevivência. A tendência deste segmento é restabelecer, de imediato o atendimento de suas necessidades básicas. Para os dois extremos é coerente propor o “distanciamento consciente”, por moderar o medo e o desconforto, de um lado, e atenuar os riscos da retomada de “tudo como era antes”, do outro.

          Em todas as propostas de retomada existe uma excessiva preocupação com as superfícies, muitas vezes em plano superior aos cuidados e orientações relativas à transmissão interpessoal. O risco de contágio a partir de uma superfície é mínimo, quer proveniente da sacola de supermercado, do mobiliário, do sapato, do corrimão ou das paredes. Além disso, passar álcool em gel ou outro desinfetante de maneira obsessiva em tudo é menos efetivo do que a lavagem das mãos.

          O “distanciamento consciente” foge do fardo desconfortável do patrulhamento do “isolamento social”, catequizando nos cuidados preventivos de acordo com os riscos de contágio. Esse risco é enorme quando próximo de alguém com proeminentes sintomas de vias aéreas, como tosse persistente e espirros. O risco é menor quando parte de pessoas pré-sintomáticas, desde que o contato físico seja evitado e mantido o uso da máscara. É ainda possível que o risco seja acentuado durante o inverno pelo aumento de manifestações respiratórias, como acontece sazonalmente com o vírus da influenza, e que demanda intensificação de cuidados.

          Nessa forma consciente de distanciamento, pessoas de faixa etária mais avançada, com comorbidades, diabetes, obesidade e doenças cardiovasculares retomam caminhadas externas e encontros com amigos ou familiares assintomáticos, ainda protegidos pela distância e pelo uso da máscara, que pode ser flexibilizado por tempo limitado de exposição durante um jantar.

          Nos ambientes de trabalho, comércio e transporte, os cuidados com o comportamento já estão sendo estabelecidos. Agora é hora do cuidado intradomiciliar, onde uma pessoa pré-sintomática pode contagiar todos os membros da família proximidade física sem o uso de proteção facial. É importante ter a consciência de que, atualmente, o maior meio de propagação da doença ocorre no agrupamento de famílias, por através de membros que circulam e voltam diariamente par ao seu convívio.

          A comunidade deve continuar mantendo a preocupação nesses pequenos detalhes, que, se não observados, resultam em grandes danos associados à capacidade de contágio e de destruição deste vírus. Ele pode ainda causar mais perdas de familiares, amigos e conhecidos que sucumbem sem o conforto da presença física da família, sem cerimônias de despedida ou de cultos religiosos atendidos pelos entes queridos.

          Existe algum mistério ainda não entendido no desenrolar desta pandemia, que depois de um surto devastador, como ocorreu na Itália, o contágio quase desaparece, mesmo tendo a maioria da população ainda sem anticorpos específicos. Talvez muitas pessoas sejam menos suscetíveis por terem receptores com conformações que não acomodam o vírus ou então portarem imunidade prévia adquirida pela infecção com outros tipos de coronavírus. Entretanto, a abertura das fronteiras da Europa, proposta a partir de julho, convive com a expectativa de uma segunda onda, associada ao maior trânsito de pessoas e aglomerações.

          Essa história pode caminhar sendo amenizada, mas só acabará quando uma vacina efetiva estiver disponível.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

a)    a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 130 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);

b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em julho a estratosférica marca de 312,12% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 112,72%; e já o IPCA, em agosto, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 2,44%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

c)    a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2020, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,651 trilhão (44,79%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,004 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:

- pagar, sim, até o último centavo;

- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;

- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)

(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

 Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

 

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...

- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...

- Por uma Nova Política Brasileira ...

- Pela excelência na Gestão Pública ...

- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...

- A alegria da vocação ...  

 

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...  

 

E P Í L O G O

 

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

 

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!

Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra

Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e

Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do

Nosso patrimônio público.

Patrimônio esse construído com o

Sangue, suor e lágrima,

Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!

Senhor, que seja assim! Eternamente!”.