“Estratégia ambiental
Há
tempos que defendo que o Brasil adote uma moderna agenda ambiental como cartão
de visitas de nosso país na arena externa. As razões são claras, uma vez que
temos protagonismo natural para lidar com o tema e depois da Rio-92 assumimos
uma posição de destaque nas esferas de poder internacionais pautando o debate
ambiental. Lembro que rejeitar essa agenda é também se afastar de um ativo
estratégico. Para o Brasil, mais do que abraçar, é preciso se reconciliar com o
tema, tornando-se novamente referência de políticas e ações que geram eco e
ressonância externa.
O
Brasil, entretanto, vem se movimentando de forma errática nesse campo, o que
levou o país a abandonar o protagonismo adquirido na década de 1990. O mais
recente debate nacional sobre meio ambiente monstra uma perda de liderança, ao
tragar o assunto para arena polarizada da política, sem qualquer movimento de
convergência, que deveria ser a tônica usada por nosso país como liderança
internacional.
Adotar
uma estratégia inteligente, calcada em políticas públicas modernas, que usem o
meio ambiente como ativo essencial do Brasil frente aos mecanismos da nova
economia, pode tornar nosso território um ponto central diante do novo cenário
mundial. Caberia ao país tomar essa decisão de forma sábia, usando um ativo
natural único no planeta, capaz de impulsionar nossa economia e nosso peso
internacional a patamares jamais vistos.
Infelizmente,
setores do país insistem em duelar com essa realidade, rejeitando a pauta
ambiental, jogando-a para patamares inferiores de discussão, como se uma
economia virtuosa somente fosse possível de ser alcançada longe dessas
políticas. Na verdade, a realidade está em lado oposto: diante da nova
realidade exterior, uma economia virtuosa somente é possível de ser alcançada
quando suas políticas se encaixam de forma inteligente na pauta ambiental, como
entes complementares.
Isso
significa que uma economia verde é uma excelente oportunidade para o Brasil
subir de patamar, já que conta com uma matriz energética limpa, motores movidos
a etanol, de forma renovável, e poderia fazer muito mais na recepção deste
mundo novo de oportunidades. Segundo o Banco Mundial e a OIT, a projeção de
aumento no PIB brasileiro, em função da econômica verde, é de R$ 2,8 trilhões.
E com isso podem surgir 7,1 milhões de empregos só aqui no Brasil. Uma
verdadeira revolução.
Neste
mundo, entretanto, não existe espaço para erros como vimos no Rio Grande do
Sul. Depois de vencer o desafio das enchentes, com aportes e investimentos
vindos do mundo inteiro, o Está terá oportunidade de construir um modelo
sustentável que dialogue com o meio ambiente de forma eficiente e inteligente,
fazendo com que a economia gaúcha possa crescer a níveis jamais vistos. É uma
crise profunda, mas que, assim como outras, gera incontáveis oportunidades,
construindo um ambiente seguro para que catástrofes como esta jamais se
repitam.
As
oportunidades para o Brasil estão postas nesta nova realidade. Ao optar por
abraçar um modelo de governança moderno, uma agenda social segura e uma
economia que dialogue com o meio ambiente de forma complementar, nosso país
pode criar caminhos e oportunidades capazes de mudar a face de nossa nação. É
uma decisão que depende de cada um de nós.”.
(MÁRCIO COIMBRA. contato@casapolitica.com.br,
em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 15 de
maio de 2024, caderno A.PARTE, página 2).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de
artigo publicado no site www.arquidiocesebh.org.br,
edição de 10 de maio de 2024, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO,
arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral
transcrição:
“Lições e Solidariedade
A
catástrofe climática no Rio Grande do Sul, assustadoramente triste, tem força
de alerta para a sociedade que, mais uma vez, está chocada. Os cenários são
impactantes por sua extensão e proporções. As imagens se congelam no horizonte,
tal o peso da catástrofe humanitária, motivando solidária reação nacional: um
aceno para novas perguntas e oportunidades para nova postura cidadã, que exige
um estilo de vida fruto de lições a serem aprendidas e, mais ainda, praticadas.
A solidariedade como mobilização, gerando atitudes de partilhas entre cidadãos,
com forte incidência nas responsabilidades da esfera governamental, é a prática
que faz sedimentar a aprendizagem destas novas e imprescindíveis lições.
Oportuna, pois, é a pergunta sobre o que acontece na Casa Comum. Não é uma
simples repetição de interrogações ou narrativas sobre o tema, ou de uma
pressuposição que pode levar ao pensamento de que já se sabe o suficiente e,
até mesmo, que no âmbito das impostações sobre o meio ambiente, já se esgotou
tudo, não sendo mais necessário retornar a esses temas.
Fecundados
pela rede de solidariedade é hora de avançar na aprendizagem de lições capazes
de amparar o comprometimento cidadão. O que está acontecendo na Casa Comum é
uma interrogação com propriedades para alavancar posturas éticas e
sustentáveis. É hora de se estabelecer um adequado processo de conscientização,
por exemplo, no entendimento sobre o aquecimento global, sua relação com
catástrofes ambientais, apontando parâmetros para um novo estilo de vida. Há de
se avançar, ainda mais celeremente, numa crescente sensibilização e
conhecimento a respeito das questões ambientais, tratadas conforme os largos e
lúcidos parâmetros da ecologia integral. Há de crescer uma sincera
sensibilidade sobre a situação do nosso planeta. O passivo das reparações,
desenhando cenários de solidariedades, deve instigar o conjunto da sociedade
para este compromisso, por meio de legislações e práticas corretivas. Como
afirma o Papa Francisco, no capítulo primeiro de sua Carta Encíclica Laudato
Si’: “o objetivo não é recolher informações ou satisfazer a nossa curiosidade,
mas tomar dolorosa consciência, ousar transformar em sofrimento pessoal aquilo
que acontece no mundo e, assim, reconhecer a contribuição de cada um.” No verso
dos cenários catastróficos, há de se reencontrar a lição preciosa pelo
reconhecimento da natureza como um livro esplêndido, ensinamento perene de São
Francisco de Assis, por meio do qual Deus fala e transmite algo de sua beleza e
bondade.
O mundo
não é tão somente um problema a resolver, mas uma oportunidade constante de
contemplação e de comprometimento com novas ações solidárias assumidas como
estilo de vida, proporcionando a urgente conquista de equilíbrio ecológico. A
lição da catástrofe do Rio Grande do Sul, sem perder a referência amarga de
tantas outras, é um convite urgente a renovar o diálogo, com inteligência e boa
vontade para efetivar propostas e compromissos a respeito do modo como se está
construindo o futuro do planeta. A iluminação que vem da solidariedade, da
comoção nacional, somada à exigência de comprometida e efetiva ação
governamental, célere e menos burocrática, técnica e exemplar, impulsione o
debate que diz respeito ao conjunto da sociedade, porque o desafio ambiental e
suas raízes humanas afetam a todos. Ainda, lamentavelmente, constata-se
desinteresse cidadão pela temática, considerando-a como uma pauta simplesmente de
esferas político-partidárias, distanciando o indivíduo comum de sua
corresponsabilidade e urgência de fazer sua esta pertinente pauta ambiental. As
catástrofes e tragédias ambientais são um convite, doloroso, sobre o desafio de
aprender e exercitar a proteção à Casa Comum, incluindo a busca pelo
desenvolvimento sustentável e integral. Volta a ser forte o apelo para que
todos se empenhem na colaboração da construção da Casa Comum, inspirados sempre
pelo vigor e exemplaridade daqueles que lutam, cotidianamente, para reverter as
consequências das dramáticas degradações ambientais, afetados e comprometidos,
particularmente com a vida dos mais pobres.
Não se
pode pensar o futuro sem enfrentar o sofrimento das pessoas e a atual grave
crise do meio ambiente. Não se pode correr o risco de pensar que a pauta ecológica
tenha se esgotado para cidadãos comuns e em muitas instâncias e segmentos,
especialmente governamentais e educativos. O desinteresse pela pauta da
ecologia integral fortalece a recusa dos poderosos na implantação de novas
dinâmicas sustentáveis, incidindo sobre legislações e interpretações
empobrecidas e incapazes de criar um novo cenário, facilitando possíveis
tragédias e catástrofes, mesmo aquelas silenciosas, perpetuando cenários
vergonhosos de pobreza, fazendo valer a lógica cega e perversa do mercado. A
solidariedade praticada e o exemplo de governanças, para além de interesses
político-partidários, é um horizonte que deve impulsionar o interesse de todos
por conhecimento técnico e científico, suficientes para fomentar novas
posturas. A terra, Casa Comum de todos, tem se transformado em um grande depósito
de lixo. Paisagens maravilhosas de outrora são cenários de degradações, que têm
produzido efeitos irreversíveis na saúde das pessoas.
É
urgente socializar o conhecimento sobre o funcionamento dos ecossistemas
naturais, como caminho educativo na superação da biodegradação. Também,
aprender e assumir posturas adequadas a respeito do clima como bem comum,
essencial à vida humana. A prática da solidariedade na consideração de
emergências e urgências, seja agora a convicção de um novo estilo devida, como
combatem ao aquecimento climático. A dolorosa catástrofe no Rio Grande do Sul,
assim como outras tragédias da história recente, a exemplo de Brumadinho e
Mariana, fecundem pela solidariedade a aprendizagem de novas lições e práticas
no horizonte do desenvolvimento integral e sustentável.”.
Eis,
portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e
reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história –
que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas,
civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e
sustentavelmente desenvolvidas...
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil, com o auxílio da
música, yoga e shantala (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de
idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos
nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –,
até a pós-graduação (especialização,
mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade
absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação
profissional (enfim, 134 anos depois, a República proclama o que esperamos
seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de
maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova
pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da
civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da
sustentabilidade... e da fraternidade universal);
b) o combate
implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e
mais devastadores inimigos que são:
c) a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2024, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,5 trilhões (45,98%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,7 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
pois, quando os títulos da dívida financiam os investimentos nos tornamos TODOS
protagonistas do desenvolvimento SUSTENTÁVEL da nação;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e
eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).
E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz:
“... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos,
mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite
da dívida pública...”.
Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
Este
é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e
perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
62
anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2023)
- Estamos nos descobrindo através da Excelência
Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando
nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira... pois, o
poder é para amar, servir e edificar - jamais, jamais e jamais para subir,
dominar, oprimir, destruir ou matar!
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da
sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral:
econômico; social, com promoção humana e espiritual, e, ambiental, com proteção
e preservação dos nossos inestimáveis recursos naturais ...
- A alegria da vocação: juntando diamantes ...
porque os diamantes são eternos!
- O Epitáfio: “Não chorem por mim, chorem por
todos aqueles que, ainda, não descobriram Cristo em cada Eucaristia!”.
- (Re)visitando o Santo Graal, para uma vida
virtuosa: “... porque és pó, e pó te hás de tornar. (Gen 3,19)”.
- “Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós
que recorremos a vós! (1830) ...
- “... A paz esteja convosco”. (Jo 20,19) ...
- Um hino de amor: “Nossa Oração” – Luiz Ayrão
...
- A arma espiritual mais poderosa do mundo: a
reza diária do Santo Terço!
Afinal, o Brasil é uma
águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão
olímpica e de coragem!
E P Í L O G O
CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador, Legislador
e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e
não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados
com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do
saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse
construído com o
Sangue, suor e lágrimas,
Trabalho, honra e
dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim!
Eternamente!
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