“Liderar o futuro
O Brasil ‘nunca perde uma
oportunidade de perder oportunidades’. A conhecida frase de Roberto Campos cai
como uma luva no que se refere ao tratamento que o país concede à
biodiversidade, ao meio ambiente e à cultura brasileira.
Temos
um conjunto de fatores que pode propiciar um salto qualitativo em nossa
economia. Sol, terras, biodiversidade e exuberante, água, população
considerável, extensão territorial, nenhum conflito étnico, língua única,
identidade nacional incontestável, cultura forte, popular e enraizada. Somos,
conforme tem dito o empresário Rubens Menin, um dos três únicos países do mundo
que possuem a combinação ideal para o crescimento econômico e o desenvolvimento
social, com mais de 200 milhões de pessoas e 8 milhões de quilômetros
quadrados.
Por que
quase sempre jogamos fora todo esse capital humano e natural de nossa terra e
de nossa gente? A cultura hoje é tratada quase que como inimiga. O desperdício
dos recursos naturais sempre foi escandaloso. Tratamos muitas vezes nossos
rios, florestas e biomas como obstáculos ao desenvolvimento e não como fator
estratégico de desenvolvimento.
Poderíamos
ser uma liderança nascente mundial, ajudar o mundo a transitar de uma economia
pautada no carbono, para uma economia verde, altamente tecnológica e uma
sociedade aberta, democrática e plural, fundada nos valores da solidariedade,
da ciência, do humanismo e das regras de mercado.
Entretanto,
como quase sempre, perdemos a oportunidade. Agora, certamente acelerado pela
pandemia, o mundo assiste à reafirmação do compromisso de países, empresas e
pessoas, para uma vida mais consciente, responsável e solidária. Inicia-se,
ainda que de forma incipiente e repleta de incertezas, um forte movimento de
mudança nos padrões de consumo e das relações empresariais. As questões
relativas aos problemas socioambientais ganham uma nova dimensão, e a pobreza e
a desigualdade extrema tomam o centro do debate político atual.
No
Brasil, o fenômeno também ocorre com a crescente participação de empresas, ONGs
e cidadãos na tentativa de minorar os efeitos da pandemia. Ações concretas,
pautadas em valores e no compromisso empresarial não só com acionistas.
Compromisso com a comunidade local, ao apoiar ações de melhoria da qualidade de
vida das famílias que vivem no entorno. Compromisso com o futuro, ao diminuir a
emissão de carbono. Compromisso com interesse público, ao fortalecer as regras
de compliance. Compromisso com as crianças, ao focar o apoio às famílias e uma
educação de qualidade para todos.
O
Brasil poderia assumir o protagonismo. O meio ambiente, a biodiversidade e a
nossa cultura são o passaporte para a entrada do Brasil no rol dos países
desenvolvidos. Temos empresas, instituições, capital humano e social
suficientes para, num território continental, com mais de 200 milhões de
habitantes, transformar o país num líder da diversidade cultural e da
biodiversidade. Não podemos perder mais esta oportunidade.
Um
movimento forte e decisivo da sociedade civil, das empresas, das instituições,
dos cidadãos e dos governos, poderia influenciar fortemente na mudança de
mentalidade governamental e societal, com efeitos positivos e robustos na
agenda das políticas públicas brasileiras.
Apesar
dos desafios e da visão retrograda de parte cada vez menor de setores dos
governos e da sociedade, podemos criar as condições para uma mudança importante
na nossa organização social e econômica, com efeitos duradouros para as
próximas gerações e na inserção do país no mundo.”.
(Thiago Camargo.
Advogado e sócio do escritório Marcelo Guimarães Advogados, em artigo publicado
no jornal O TEMPO Belo Horizonte,
edição de 31 de julho de 2020, caderno OPINIÃO,
página 15).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a
Excelência Educacional vem de artigo publicado no jornal FOLHA DE S.PAULO, edição de 22 de junho
de 2020, caderno opinião, coluna
TENDÊNCIAS / DEBATES, página A3, de
autoria de José Medina Pestana,
professor titular da Unifesp e membro do Centro de Contingência do Coronavírus
do Estado de São Paulo, e que merece igualmente integral transcrição:
“Na
retomada: ‘distanciamento consciente’ em vez de “isolamento social’
Na história das
pandemias, a tarefa mais difícil e conflituosa reside nas decisões relativas ao
processo de retomada, dada a ausência de parâmetros objetivos que abranjam
todos os cenários e que permitam aos dirigentes uma decisão inquestionável.
De um
lado, o ritmo de afrouxamento do isolamento social assusta uma fração da
população mais aquinhoada, cujo único medo é a Covid-19, e que vai fazer uma
retomada monitorada e gradual. Do outro, onde figura a população socialmente
mais vulnerável, convivendo no cotidiano com muitos outros medos, o
afrouxamento elimina um deles, exatamente aquele menos acomodado e que
desconfigurou de maneira brusca seu cotidiano de sobrevivência. A tendência deste
segmento é restabelecer, de imediato o atendimento de suas necessidades
básicas. Para os dois extremos é coerente propor o “distanciamento consciente”,
por moderar o medo e o desconforto, de um lado, e atenuar os riscos da retomada
de “tudo como era antes”, do outro.
Em
todas as propostas de retomada existe uma excessiva preocupação com as
superfícies, muitas vezes em plano superior aos cuidados e orientações
relativas à transmissão interpessoal. O risco de contágio a partir de uma
superfície é mínimo, quer proveniente da sacola de supermercado, do mobiliário,
do sapato, do corrimão ou das paredes. Além disso, passar álcool em gel ou
outro desinfetante de maneira obsessiva em tudo é menos efetivo do que a
lavagem das mãos.
O
“distanciamento consciente” foge do fardo desconfortável do patrulhamento do
“isolamento social”, catequizando nos cuidados preventivos de acordo com os
riscos de contágio. Esse risco é enorme quando próximo de alguém com
proeminentes sintomas de vias aéreas, como tosse persistente e espirros. O
risco é menor quando parte de pessoas pré-sintomáticas, desde que o contato
físico seja evitado e mantido o uso da máscara. É ainda possível que o risco
seja acentuado durante o inverno pelo aumento de manifestações respiratórias,
como acontece sazonalmente com o vírus da influenza, e que demanda
intensificação de cuidados.
Nessa
forma consciente de distanciamento, pessoas de faixa etária mais avançada, com
comorbidades, diabetes, obesidade e doenças cardiovasculares retomam caminhadas
externas e encontros com amigos ou familiares assintomáticos, ainda protegidos
pela distância e pelo uso da máscara, que pode ser flexibilizado por tempo
limitado de exposição durante um jantar.
Nos
ambientes de trabalho, comércio e transporte, os cuidados com o comportamento
já estão sendo estabelecidos. Agora é hora do cuidado intradomiciliar, onde uma
pessoa pré-sintomática pode contagiar todos os membros da família proximidade
física sem o uso de proteção facial. É importante ter a consciência de que, atualmente,
o maior meio de propagação da doença ocorre no agrupamento de famílias, por
através de membros que circulam e voltam diariamente par ao seu convívio.
A
comunidade deve continuar mantendo a preocupação nesses pequenos detalhes, que,
se não observados, resultam em grandes danos associados à capacidade de
contágio e de destruição deste vírus. Ele pode ainda causar mais perdas de
familiares, amigos e conhecidos que sucumbem sem o conforto da presença física
da família, sem cerimônias de despedida ou de cultos religiosos atendidos pelos
entes queridos.
Existe
algum mistério ainda não entendido no desenrolar desta pandemia, que depois de
um surto devastador, como ocorreu na Itália, o contágio quase desaparece, mesmo
tendo a maioria da população ainda sem anticorpos específicos. Talvez muitas
pessoas sejam menos suscetíveis por terem receptores com conformações que não
acomodam o vírus ou então portarem imunidade prévia adquirida pela infecção com
outros tipos de coronavírus. Entretanto, a abertura das fronteiras da Europa,
proposta a partir de julho, convive com a expectativa de uma segunda onda,
associada ao maior trânsito de pessoas e aglomerações.
Essa
história pode caminhar sendo amenizada, mas só acabará quando uma vacina
efetiva estiver disponível.”.
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e
oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança
de nossa história – que é de ética, de
moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas,
civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e
sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras
cruciais como:
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 130 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da
democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b) o combate implacável, sem eufemismos e
sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:
I – a inflação, a exigir permanente,
competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares
civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa
de juros do cartão de crédito atingiu em julho a estratosférica marca de
312,12% nos últimos doze meses, e a taxa
de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 112,72%; e já o IPCA, em
agosto, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 2,44%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa
promiscuidade – “dinheiro público versus interesses privados”
–, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando
incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária
ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da
Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor,
de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é
cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional; eis, portanto, que todos os valores que vão
sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518
anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios,
malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a
corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar
inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo,
segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a
“... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de
R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma
lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$
100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor
privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia,
ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c) a dívida pública brasileira - (interna e
externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para
2020, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos
Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e
insuportável desembolso de cerca de R$
1,651 trilhão (44,79%), a título de juros, encargos, amortização e
refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,004 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega,
do direito e da justiça:
- pagar,
sim, até o último centavo;
-
rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar
uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda
a propósito, no artigo Melancolia,
Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente
degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das
contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira
alguma, abatem o nosso ânimo e nem
arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela excelência
educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e
desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas
riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos
os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos
bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de
infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à
luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização
das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas
tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a
nossa esperança... e perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos
de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)
-
Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
-
ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por
uma Nova Política Brasileira ...
- Pela
excelência na Gestão Pública ...
- Pelo
fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares
do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e,
ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A
alegria da vocação ...
Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou
asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...
E
P Í L O G O
CLAMOR
E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de
infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre
pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da
dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.
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