“Competitividade
e tecnologia nas empresas
A recente proposta de
reforma do ensino médio no Brasil tem suscitado uma série de discussões sobre a
importância da educação e a relevância de uma boa formação dos jovens e
adolescentes para o mercado de trabalho. Um desafio que preocupa muitas
empresas no Brasil.
A
má-formação educacional aparece como um dos principais vetores para a falta de
competitividade das empresas brasileiras, de acordo com o relatório da
Confederação Nacional da Indústria (CNI), de 2015, que comparou a situação no
Brasil à de outros 14 países. A mesma entidade divulgou um estudo recente, com
líderes de empresas inovadoras, mostrando que 89% dos respondentes consideram
que os recém-formados que entram no mercado de trabalho não estão bem
capacitados para exercer suas funções. Entre os fatores mais citados que
dificultam a inovação no Brasil estão educação/qualificação (25%) e falta de
cultura de inovação no país e nas empresas (24%).
A
solução para esse cenário passa não só pela melhoria da educação formal dos
brasileiros, mas também pela capacitação e especialização que as próprias
empresas têm que oferecer para ter colaboradores mais produtivos. Um caminho
que passa, necessariamente, por plataformas tecnológicas e de ensino a
distância (EAD), as quais têm custos até 50% a 70% mais baixos do que as
soluções de ensino presencial, ao reduzir custos com mão de obra,
infraestrutura, deslocamento, materiais, alimentação e outros. Permitem,
também, acessar um número maior de profissionais ao mesmo tempo e garantem a
flexibilidade, cada vez mais exigida pelos jovens, de estudar a qualquer hora e
local.
Outro
importante diferencial do ensino a distância, e que promete atender a um modelo
mais eficaz de capacitação e formação de profissionais, é o uso de soluções
tecnológicas para melhorar a experiência e o engajamento dos alunos, que só se
torna possível nessa modalidade. Alguns exemplos são o uso de técnicas como a
gamificação e o uso de simuladores e realidade virtual, que representam um
diferencial competitivo das plataformas tecnológicas de educação.
Na
prática, as tecnologias para educação despontam como o caminho mais curto e
eficiente para as empresas brasileiras reduzirem a lacuna da capacitação de mão
de obra e aumentar a competitividade e os resultados dos negócios.”.
(LUIZ ALBERTO
FERLA. CEO do DOT Digital Group, empresa especializada em oferta de
soluções de EdTech, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 7 de novembro de 2016, caderno OPINIÃO, página 7).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a
Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição,
caderno e página, de autoria de CARLOS
ALBERTO DI FRANCO, jornalista, e que merece igualmente integral
transcrição:
“Iluminador
da história
O jornalista Carl
Bernstein – famoso no mundo inteiro depois da série de reportagens, escrita com
Bob Woodward, que revelou o escândalo Watergate e derrubou o presidente Richard
Nixon, em 1974 – não forma com o time dos corporativistas. Sua crítica, aberta
e direta, aos eventuais desvios das reportagens representa excelente
contribuição ao jornalismo de qualidade. “O importante é saber escutar”, diz
Bernstein. “As respostas são sempre mais importantes do que as perguntas que
você faz. A grande surpresa no jornalismo é descobrir que quase nunca uma
história corresponde àquilo que imaginávamos."
O
comentário é uma estocada nas atitudes de engajamento, arrogância e
prejulgamento que corroem e desfiguram a reportagem. “Os jornalistas, hoje,
trabalham com um monte de preconceitos”, sublinha. “Fazem quatro ou cinco
perguntas para provocar alguma polemicazinha de nada, mas evitam iluminar a
cena, fazer compreender.” Com a autoridade de quem sabe das coisas. Bernstein
dá uma lição de maturidade profissional.
O bom
jornalista ilumina a cena, o repórter manipulador constrói a história. A
distorção, no entanto, escapa à perspicácia do leitor médio. Daí a gravidade do
dolo. Na verdade, a batalha da isenção enfrenta a sabotagem da manipulação
deliberada, da preguiça profissional e da incompetência arrogante. Todos os
manuais de redação consagram a necessidade de ouvir os dois lados de um mesmo
assunto. Mas alguns procedimentos, próprios de ranços ideológicos invencíveis,
transformam um princípio irretocável num jogo de faz de conta.
A
apuração de mentira representa uma das mais graves agressões à ética e à
qualidade informativa. Matérias previamente decididas em guetos sectários
buscam a cumplicidade da imparcialidade aparente. A decisão de ouvir o outro
lado não é honesta, não se fundamenta na busca da verdade, mas num artifício
que transmite um simulacro de isenção, uma ficção de imparcialidade. O assalto
à verdade culmina com uma estratégia exemplar: repercussão seletiva. O
pluralismo de fachada, hermético e dogmático, convoca pretensos especialistas
para declarar o que o repórter quer ouvir. Mata-se a notícia. Cria-se a versão.
Certos
setores da imprensa, vez por outra, têm caído nessa tentação antijornalística.
Trata-se de uma prática que, certamente, acaba arranhando a credibilidade. O
leitor não é tonto. A verdade, cedo ou tarde, acaba se impondo. O brilho da
pauta construída com os ingredientes da fraude é fogo de artifício. Não é ético
e não vale a pena. Ainda não conseguimos, infelizmente, superar a síndrome dos
rótulos. Alguns colegas não perceberam que o mundo mudou. Insistem,
teimosamente, em reduzir a vida à pobreza de quatro clichês: direita, esquerda,
conservador, progressista. Tais epítetos, estrategicamente pendurados, têm
dupla finalidade: exaltar ou afundar, gerar simpatias exemplares ou antipatias
gratuitas.
A
reportagem de qualidade é sempre substantiva. O adjetivo é o adorno da
desinformação, o farrapo que tenta cobrir a nudez da falta da apuração. É
importante que os responsáveis pelas redações tomem consciência desta verdade
redonda: a imparcialidade (que não é neutralidade) é o melhor investimento.
Autor
do mais famoso livro sobre a história do jornal The New York Times, Gay Talese vê alguns problemas da imprensa a
partir da crise que atingiu um dos jornais mais influentes do mundo. Embora
faça uma vibrante defesa do Times,
“uma instituição que está no negócio há mais de 100 anos”, Talese põe o dedo em
algumas chagas que, no fundo, não são exclusividade do diário norte-americano.
Elas ameaçam, de fato, a credibilidade da própria imprensa. “Não fazemos
matéria direito, porque a reportagem se tornou muito tática, confiando em
e-mails, telefones, gravações. Não é cara a cara. Quando eu era repórter, nunca
usava o telefone. Queria ver o rosto das pessoas. Não se anda na rua, não se
pega o metrô ou um ônibus, um avião, não se vê, cara a cara, a pessoa com quem
se está conversando”, conclui Talese. Reportagem com rosto humano. Com cheiro de
asfalto. É isso que atrai e faz do jornalismo uma atividade perene.”.
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e
oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança
de nossa história – que é de ética, de
moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e
sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras
cruciais como:
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da
participação, da sustentabilidade...);
b) o combate implacável, sem eufemismos e
sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:
I – a inflação, a exigir permanente,
competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares
civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa
de juros do cartão de crédito atingiu em setembro a ainda estratosférica marca
de 480,28% para um período de doze meses, e a taxa de juros do cheque especial registrou históricos 324,9%; e em outubro o
IPCA acumulado nos doze meses chegou a 7,87%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade –
“dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se
espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos
e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do
procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A
Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o
problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu
caráter transnacional; eis, portanto,
que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas
simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de
suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do
nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas
modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente
irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na
Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das
empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é
desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de
problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos,
quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas
de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à
corrupção e à falta de planejamento...”;
c) a dívida pública brasileira - (interna e
externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para
2016, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e
insuportável desembolso de cerca de R$
1,348 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos
(ao menos com esta rubrica, previsão de R$
1,044 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar,
sim, até o último centavo;
-
rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
-
realizar uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente e eficaz auditoria...
(ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda
a propósito, no artigo Melancolia,
Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente
degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das
contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);
Destarte,
torna-se absolutamente inútil lamentarmos
a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais
e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura
(rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento
ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados,
macrodrenagem urbana, logística reversa); meio
ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte,
acessibilidade); minas e energia;
emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro
nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e
nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil;
logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura,
esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento –
estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia,
efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade,
produtividade, competitividade); entre outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira
alguma, abatem o nosso ânimo e nem
arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela excelência
educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que
possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e
potencialidades com todas as
brasileiras e com todos os
brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários
previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além
de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do
século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da
informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da
sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da
paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a
nossa esperança... e perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
- 55
anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...
-
Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
-
ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por
uma Nova Política Brasileira...
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