“Transformando o educador
Dentre
os assuntos que atualmente nos remetem à área de educação, temas como
necessidade de segurança nas escolas, déficits de aprendizagem provenientes de
uma pandemia, falta de investimento nas instituições de ensino e pesquisa e
aumento dos casos de bullying nas escolas são os temas mais recorrentes.
Ainda
que a garantia da segurança física seja uma ação mais tangível, é fundamental
que o bem-estar emocional e organizacional sejam tratados com o mesmo esmero.
Quando estudantes e professores se sentem seguros, o processo de aprendizagem
torna-se mais construtivo e conta com o envolvimento da comunidade na mediação
de conflitos.
Em meio
a esse turbilhão de acontecimentos, são muitas as possibilidades de atuação dos
professores na promoção de habilidades socioemocionais, como resolução de
conflitos, comunicação não violenta e controle emocional, visando à formação de
um comportamento social positivo e transformador.
Mas,
para desempenhar bem essas funções, é preciso investir em qualificação. Ousamos
dizer que a formação desses profissionais não consegue refletir as diversas
realidades das escolas nos dias de hoje. Cursos de educação e licenciaturas,
tradicionalmente direcionados para o estudo curricular e metodológico, repetem
a mesma grade de disciplinas, mapa de conteúdo, formato de abordagem e ambiente
educacional como nos tempos de magistério.
Professores
e gestores devem passar por processos contínuos de formação voltados para o seu
desenvolvimento permanente, que vão desde modernizar práticas pedagógicas,
investigar metodologias inovadoras de aprendizagem e cumprir a função de
facilitadores da aprendizagem dos estudantes até a construção das metodologias
de enfrentamento e adaptação aos novos desafios advindos da crise de valores,
segurança e saúde vividos pela sociedade.
Embora
existem ações de fomento à educação promovidas por diversos atores, acreditamos
que projetos para a qualificação dos educadores tenham um macro alcance, pois os
resultados se multiplicam – através dos anos – na prática docente.
O Eduko é
um bom exemplo de formação aberta, que vem a preencher essa lacuna. Trata-se de
iniciativa pioneira para compor uma comunidade educativa, reunindo
profissionais da educação de todos os segmentos e regiões do país. Este grande
grupo será alimentado e conduzido para estimular a troca de conhecimento e
discussões atualizadas, que proporcionem oportunidades de crescimento,
atualização, preparação e solidificação de novos rumos.
Esse
projeto terá seu início com o “Congresso Eduko – Bienal de Novos Saberes” que
ocorrerá no mês de julho, em Belo Horizonte. Minas Gerais há muito carece por
iniciativas de formação desse porte. Ainda que Estado esteja entre os primeiros
lugares no ranking nacional do Enem, esse resultado não retrata a necessidade
de investimento que a população necessita.
A
Constituição Federal (Art. 205), ao pactuar a educação como direito de todos,
nos leva à inflexão de que para se obter o direito de aprender é necessário
garantir o que esse aprendizado preconiza: ambiente adequado, professores
preparados e um contínuo processo de formação docente de forma democrática e
acessível a todos.
Talvez
seja esse o grande desafio para que governos, fundações e instituições vejam a
educação como um dos pilares do desenvolvimento da sociedade. Promover projetos
de formação docente que embarcam toda a comunidade e proporcionem educação
alinhada às necessidades de transformação e avanço que o país tanto precisa.”.
(Emilia Caldeira. Gerente de Educação do Sesc
em Minas, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição
de 29 de maio de 2023, caderno OPINIÃO, página 20).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de
artigo publicado no site www.arquidiocesebh.org.br.,
edição de 26 de maio de 2023, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO,
arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral
transcrição:
“Virulência de extremismos
A
sociedade contemporânea sofre com virulentos extremismos por não ter aprendido
lições do milênio passado: nestas duas últimas décadas já foi derramado muito
sangue, evidenciando que nem mesmo as conquistas científicas e tecnológicas
impedem a propagação da violência. Um simples olhar permite constatar o
crescimento das irracionalidades que se revelam nos preconceitos raciais e
culturais. Um fenômeno que para ser enfrentado necessita de adequados
investimentos humanísticos. Sem esses investimentos, a sociedade, mesmo com
tantos avanços técnico-científicos, continuará a padecer com inconcebíveis
retrocessos. Dentre os males que abrem feridas sociais está o racismo, que
alimenta absurdos ideológicos e provoca perdas irreparáveis, emoldurando
posturas que inviabilizam o sonho de uma sociedade justa e igualitária.
Assim,
problemas estruturais e conjuntais agravam-se e a civilização contemporânea não
consegue dar novos passos, essenciais para que sejam mais respeitados os
direitos e a dignidade humana. Conta muito o urgente investimento humanístico
para superar os descompassos alimentados no coração das pessoas – um peso
grande que pode levar à perda do sentido da vida. Dentre as consequências está
a busca por grupos e segmentos com força destruidora, que pensam ser intocáveis
e irreparáveis seus juízos sobre a realidade. Uma postura que faz propagar
extremismos por toda a sociedade.
Ao
eleger o próprio ponto de vista como exclusivo critério para definir o que é
verdade, indivíduos criam contexto propício para ataques demolidores. Tomados
por um espírito beligerante na defesa de suas próprias convicções, perdem o
irrenunciável compromisso com respeito ao semelhante. Um problema grave também
no contexto religioso e entre a militância política, envolvendo ainda vários
outros campos da vida social. Trata-se de uma cegueira que impede a adequada
identificação de perspectivas divergentes. Falta de visão que abala os alicerces
da convivência humana e do sentido inegociável da amizade social. As
discordâncias e divergências podem ser muitas, mas nunca podem justificar
agressões à amizade social – bem maior de uma sociedade que almeja ser mais
justa e igualitária.
Há de se
investir muito no cultivo do respeito à vida de cada pessoa, superando
polarizações e todo tipo de extremismo. Nesse caminho, deve-se cuidar para não
eleger o próprio ponto de vista como critério único e absoluto na interpretação
da realidade. Apegar-se agressivamente aos próprios critérios, desconsiderando
o semelhante, pode levar ao radicalismo que se expressa de muitas formas: no
racismo, nos preconceitos e em tantas outras disputas fratricidas. A superação
dessa cegueira pede que muitos e qualificados princípios sejam cultivados, com
especial destaque para a compreensão de que cada pessoa precisa ser coração da
paz. Um princípio que conduz o ser humano à bondade e ao respeito ao seu
semelhante.
Sem o
compromisso com a paz, até pequenas divergências podem se agigantar, motivando
ataques a dignidades. Aceita-se apenas o que garante o próprio ponto de vista,
desconsiderando outras perspectivas sobre a realidade. Percebe-se, pois, que
para superar a virulência dos extremismos, cada pessoa precisa exercitar a consciência
sobre os fundamentos e as influências que carrega no coração. Nesse exercício,
deve-se buscar cultivar no coração o que faz gerar a paz. Para que o ser humano
se torne coração da paz é essencial permanecer vigilante para não se tornar
hospedaria de ressentimentos motivados por opções ideológicas que inviabilizam
a fraternidade. Assim é possível enxergar com mais nitidez. Contribuir para
fazer da própria cada, de sua família, de cada comunidade, de cada nação, da
casa comum, territórios da fraternidade. Torne-se, pois, um alicerce na vida de
todos o princípio cristão de nunca se deixar vencer pelo mal, antes vencer o
mal com o bem.
Não se
derrota o mal com a maldade, que sempre conduz a quedas, a combates violentos e
fratricidas. O bem somente é alcançado com a bondade, rompendo o círculo
vicioso do ódio e do ressentimento. As virulências de extremismos, não
raramente promovidas por interesses econômicos, pela vaidade da fama, por uma
busca pela manutenção das “zonas de conforto”, devem ser enfrentadas com a
bondade. A busca pela promoção do humanismo integral e solidário apresenta-se
com importante caminho nesse desafio. A civilização pode aproximar-se desse
humanismo ao reconhecer a sacralidade de cada pessoa, dando passos na direção
do desenvolvimento integral. Esses passos dependem do cuidado com a gramática
que rege o coração humano, que não pode deixar-se contaminar por virulentos
extremismos – precisa se pautar pelo respeito às diferenças, contribuindo para
consolidar, no mundo, a amizade social.”.
Eis,
portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e
reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história –
que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas,
civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e
sustentavelmente desenvolvidas...
a) a excelência educacional – pleno desenvolvimento
da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade,
em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da
modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 133 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da
democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade... e da
fraternidade universal);
b) o combate
implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e
mais devastadores inimigos que são:
c) a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2023, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,556 trilhões (49,40%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 2,010 trilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e
eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).
E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz:
“... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos,
mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite
da dívida pública...”.
Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
São,
e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o
nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande
cruzada nacional pela excelência
educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e
desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas
riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos
os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos
bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de
infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à
luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização
das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas
tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da visão
olímpica, do direito, da justiça, da verdade, da espiritualidade conciliadora, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade
– e com equidade –, e da fraternidade
universal!
Este
é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e
perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
61
anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2022)
- Estamos nos descobrindo através da Excelência
Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando
nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira... pois, o
poder é para amar, servir e edificar - jamais, jamais e jamais para subir,
dominar e destruir!
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da
sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral:
econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e
preservação dos nossos inestimáveis recursos naturais ...
- A alegria da vocação: juntando diamantes ...
porque os diamantes são eternos!
- O Epitáfio: “Não chorem por mim, chorem por
todos aqueles que, ainda, não descobriram Cristo em cada Eucaristia!”.
- (Re)visitando o Santo Graal, para uma vida
virtuosa: “... porque és pó, e pó te hás de tornar. (Gen 3,19)” ...
Afinal, o Brasil é uma
águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão
olímpica e de coragem!
E P Í L O G O
CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador,
Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e
não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados
com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do
saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse
construído com o
Sangue, suor e lágrimas,
Trabalho, honra e
dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.