“Missão educar: o papel da escola na atualidade
Para
quem almeja responder de forma pragmática qual o papel da escola, a resposta
poder ser simplista: ensinar. Mas será que a essa importante instituição da
sociedade cabe somente transmitir o conhecimento adquirido e enquadrado nos
componentes curriculares?
Bom, ter
somente excelência acadêmica não responde aos anseios atuais da sociedade, que
clama pela convivência mais pacífica e harmônica entre os seus pares. Hoje, o
que muitos querem saber é como as escolas têm atuado em meio ao uso desmedido
da tecnologia, ao aumento da violência e ao crescimento vertiginoso dos
transtornos mentais, como a ansiedade.
O que
experenciei em mais de 30 anos na educação, 25 deles na gestão escolar, é que o
aprendizado na escola deve transpor o que se precisa no dia de prova dentro de
sala de aula. Não deve haver somente o foco na matéria, na interpretação e na
gestão do tempo. Deve abranger as necessidades daquele mesmo dia de avaliação,
só que fora das paredes da escola, isto é, a gestão das emoções, os limites e
efeitos da interação com o outro e com o meio, a responsabilidade com os
compromissos – como o estudar para prova. É o chamado “aprendizado para a vida”
ou a participação da escola na educação integral do indivíduo.
No
entanto, é preciso internalizar que a educação dos cidadãos de amanhã é
responsabilidade de todos: família, escola, poder público, empresas, aqueles
que vieram antes e podem dar o exemplo e compartir sabedoria (lição dos países
orientais).
Recentemente,
vimos a união de atores da sociedade operar com um propósito educativo comum.
Em todo país foram desenvolvidas ações válidas e muito importantes para
levantarmos a bandeira de conscientização da paz. Essas situações pontuais
simbolizam um movimento de fora (da sociedade) para dentro (do indivíduo)
quanto a não violência.
Porém, a
fim de não esvaziar o objetivo dessas manifestações, precisamos compreender
como cada grupo atua de forma concreta para estimular a cultura da paz de
dentro para fora, que é o que surtirá efeitos mais duradouros.
Nesse
sentido, é relevante, por exemplo, que as famílias observem qual o exemplo dado
aos filhos quanto à gestão de conflitos. Por outro lado, o Estado precisa
ampliar as políticas públicas de prevenção ao bullying e a outras formas de
violência nas escolas, intensificar as ações de segurança e implementar
programas de formação para professores. Já as instituições de ensino devem
verificar se realmente possuem um projeto para trabalhar com que pratica e com
quem sofre o bullying, além de analisar se estimulam o desenvolvimento do
autoconhecimento, da empatia e da compaixão, entre outras habilidades
socioemocionais.
Neste
mundo que se descortina com novas descobertas e diferentes interações a cada
segundo, assegurar a formação e o desenvolvimento físico, intelectual e moral
de um ser humano, portanto educar é papel de todos. Precisamos unir forças para
atingirmos um objetivo maior, cuidar das crianças e jovens em prol de uma
sociedade mais equilibrada e feliz, menos superficial e violenta.”.
(Eldo Pena Couto. Diretor do Colégio Arnaldo,
em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 3 de
maio de 2023, caderno OPINIÃO, página 16).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de
artigo publicado no site www.arquidiocesebh.org.br,
edição de 19 de maio de 2023, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO,
arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral
transcrição:
“Falar com o coração
‘Falar
com o coração’ é o apelo do Papa Francisco em sua mensagem dedicada ao 57º Dia
Mundial das Comunicações Sociais, no contexto da celebração litúrgica da
Ascensão de Jesus Ressuscitado ao Céu. O apelo de ‘falar ao coração’ é remédio
precioso para o momento atual, contaminado por um amplo e destruidor lastro
causado pela retórica belicista que toma conta dos corações. Uma realidade onde
se consolida a lógica de narrativas perversas, a ponto de muitos buscarem
vitórias a partir da destruição do outro, da desconsideração de projetos
importantes para o desenvolvimento integral. O apelo do Papa Francisco é,
especialmente, uma exigência para os cristãos, pois a espiritualidade cristã
exige, precisamente, a conversão do coração. Sublinha, assim, importante
verdade: é no coração que se define o destino da paz.
Do
coração podem brotar as palavras certas para dissipar as sombras de um mundo
fechado, dividido. Assim, a meta de edificar uma sociedade melhor requer o
comprometimento de cada um, especialmente dos agentes da comunicação, que devem
exercer o seu trabalho como missão. Compreende-se que a necessária comunicação,
sem desconsiderar a sua sofisticada dimensão técnica, pede principalmente que
seus agentes busquem a qualificação de seus corações. Não bastam as narrativas
inteligentes, falar com o coração determina rumos. Lembra o Papa Francisco que o
coração move o ser humano para ir, ver e escutar o seu semelhante, propiciando
uma comunicação aberta e acolhedora. Conta também, e de modo determinante, o
adequado exercício da capacidade de escutar, que requer paciência. Igualmente
importante é a sabedoria para reconhecer os momentos em que se quer
simplesmente impor o próprio ponto de vista a outra pessoa.
Há de se
cuidar para que os próprios pontos de vista não sirvam somente para estabelecer
barreiras que prejudicam as relações, impedem o diálogo e a partilha. A
mensagem para o Dia Mundial das Comunicações Sociais ressalta que a escuta do
outro, com o coração, é o único caminho para poder falar testemunhando a
verdade no amor. Por isso, o Papa Francisco diz: não se deve ter medo de
proclamar a verdade, por vezes incômoda, mas evitar, decisivamente, de o fazer
sem amor, sem o coração. Ao invés disso, deve-se expressar por meio do coração,
que revela, em seu palpitar, a interioridade de cada pessoa. Isso leva o
ouvinte a encontrar a mesma sintonia, chegando a ponto de sentir, no próprio
coração, o pulsar que vem do coração do seu semelhante, ensina a mensagem do
Papa Francisco, que acrescenta: então pode ter lugar o milagre do encontro, com
olhares recíprocos marcados pela compaixão – uns acolhendo a fragilidade dos
outros com respeito, em vez de prevalecer a atitude de julgar, a semeadura de
discórdia e divisões.
Atualmente,
consideradas as facilidades oferecidas por diferentes mídias, torna-se cada vez
maior o risco de precipitações: há quem busque alcançar objetivos, efetivar
planos de vingança, a partir da destruição do semelhante, valendo-se da
comunicação. Muitos outros alimentam o nocivo gosto por essa comunicativa
destrutiva, contribuindo, de certo modo, para disseminá-la. Esses
comportamentos apontam para a necessidade de se buscar a conversão do próprio
coração. Sem essa conversão, investe-se em uma pesada rotina de tudo fazer para
impor ao mundo os próprios raciocínios e conclusões. Um caminho que conduz a
lutas perversas, consequência de um coração estreitado pelas próprias mágoas.
Passa-se a acreditar que somente há valor no que leva à realização dos próprios
interesses – uma perspectiva individualista.
Quando
propósitos pouco nobres e o sensacionalismo tornam-se alma da comunicação
agravam-se muitas doenças da humanidade. Por isso, é importante retomar a
lembrança oportuna do Papa Francisco, que ajuda na efetivação de uma
comunicação construtiva e restauradora da paz: Jesus ensina que cada árvore é
conhecida pelo seu fruto (cf. Lc 6,44). De igual modo “o homem
bom, do bom tesouro do seu coração, tira o que é bom. E o homem mau, do mau
tesouro, tira o que é mau; pois a boca fala da abundância do coração (cf. Lc
6,45). Para comunicar testemunhando a verdade no amor, é com o coração
puro é que se pode ver para além das aparências, superar rumores confusos que
não ajudam nos necessários processos de
discernimento exigidos pela complexidade do mundo contemporâneo. O apelo para
se falar com o coração interpela radicalmente este tempo, tão propenso à
indiferença e à indignação, muitas provocadas pela desinformação que falsifica
e instrumentaliza a verdade.
A
mensagem do Santo Padre traz outra preciosa indicação quando lembra que neste
tempo, de tantas polarizações, a busca por uma comunicação “de coração e braços
abertos” não deve envolver exclusivamente os agentes da informação. Cada pessoa
deve também assumir essa responsabilidade. Todos são chamados a procurar a
verdade e a dizê-la, mas com amor. De modo particular, os cristãos são
exortados a guardar continuamente a língua do mal (cf. Sl 34,14),
pois com ela – como ensina a Escritura – pode-se bendizer o Senhor e amaldiçoar
os homens feitos à semelhança de Deus (cf. Tg 3,9). Vale refletir
sobre o que diz o apóstolo Paulo: da boca não deveriam sair palavras más, “mas
apenas a que for boa, que edifique, sempre que necessário, para que seja uma
graça para aqueles que a escutam” (Ef 4,29). Guarde-se o compromisso do falar
amável, capaz de abrir uma brecha nos corações mais endurecidos. Falar com o
coração é o caminho para uma grande revolução humanitária, desenhando novos e
esperançosos horizontes para o mundo.”.
Eis,
portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e
reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história –
que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas,
civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e
sustentavelmente desenvolvidas...
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 133 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da
democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade... e da
fraternidade universal);
b) o combate
implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e
mais devastadores inimigos que são:
c) a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2023, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,556 trilhões (49,40%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 2,010 trilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e
eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).
E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz:
“... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos,
mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite
da dívida pública...”.
Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta
de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já
combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de
poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições,
negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à
pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas
e sempre crescentes necessidades de ampliação
e modernização de setores como: a gestão
pública; a infraestrutura (rodovias,
ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada,
esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística
reversa); meio ambiente; habitação;
mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda;
agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência
social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança
pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e
desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer;
turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e
operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade
– “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade,
competitividade); entre outros...
Este
é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e
perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
61
anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2022)
- Estamos nos descobrindo através da Excelência
Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando
nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira... pois, o
poder é para amar, servir e edificar - jamais, jamais e jamais para subir,
dominar e destruir!
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da
sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral:
econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e
preservação dos nossos inestimáveis recursos naturais ...
- A alegria da vocação: juntando diamantes ...
porque os diamantes são eternos!
- O Epitáfio: “Não chorem por mim, chorem por
todos aqueles que, ainda, não descobriram Cristo em cada Eucaristia!”.
- (Re)visitando o Santo Graal, para uma vida
virtuosa: “... porque és pó, e pó te hás de tornar. (Gen 3,19)” ...
Afinal, o Brasil é uma
águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão
olímpica e de coragem!
E P Í L O G O
CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador,
Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e
não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados
com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do
saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse
construído com o
Sangue, suor e lágrimas,
Trabalho, honra e
dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.
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