terça-feira, 9 de maio de 2023

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS URGÊNCIAS E EXIGÊNCIAS DO EXTREMO ZELO COM A AMAZÔNIA NA TRAVESSIA DAS PANDEMIAS E A TRANSCENDÊNCIA DA ESPIRITUALIDADE CONCILIADORA, UNIDADE INTERIOR, LUCIDEZ POLÍTICA E PAZ NA NOVA ORDEM CIVILIZATÓRIA NA SUSTENTABILIDADE

“PROTEGER A AMAZÔNIA,

  PRESERVAR A SAÚDE

       A Amazônia, que um dia foi chamada de ‘pulmão do mundo’, hoje está relacionada com 15 milhões de casos de doenças respiratórias no Brasil. Estudo publicado na “Communications, Earth & Environment” demonstrou o impacto das queimadas realizadas na região amazônica entre 2010 e 2019 sobre a saúde dos brasileiros.

         A destruição da mata emitiu na atmosfera o equivalente a 1,68 tonelada de poluentes particulados finos. Estes são resultado da queima da biomassa e combustível fóssil e podem provocar inflamação do pulmão, agravamento de asma, arteriosclerose e câncer respiratório.

         No Brasil, estima-se que 6 milhões de pessoas tenham doenças pulmonares obstrutivas crônicas (DPOC) e que em torno de 30 mil casos novos de câncer de pulmão atinjam homens e mulheres a cada ano no Brasil. Esses problemas de saúde estavam perdendo intensidade com a redução do tabagismo no país, mas, agora, estão cada vez mais presentes devido ao impacto da poluição atmosférica.

         A relação entre queimadas e adoecimento não é novidade. Um levantamento realizado no ano passado pela Universidade Evangélica de Goiás, revisando mais de 680 artigos científicos, apontou a ligação dos incêndios florestais com 31% das mortes prematuras.

         Além do inestimável custo das perdas de vidas, a devastação vegetal da Amazônia pelo fogo provoca, segundo o estudo publicado na “Communications, Earth & Environment”, um prejuízo financeiro anual de R$ 10 bilhões. Isso equivale a quase cinco vezes toda a verba prevista para o Ministério da Indústria neste ano pelo Orçamento do governo federal.

         Em condições normais, a floresta é capaz de filtrar 26 mil toneladas de material particulado da atmosfera – sendo 7.000 toneladas somente nos territórios indígenas. A mensagem dos pesquisadores é clara: controlar as queimadas na Amazônia é uma questão de sobrevivência. Não apenas das valiosas reservas vegetais, mas de recursos públicos e, principalmente, das vidas e da saúde dos brasileiros.”.

(Editorial do jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 10 de abril de 2023, caderno O.PINIÃO, página 14).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência educacional vem de artigo publicado no site www.arquidiocese.org.br, edição de 05 de maio de 2023, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Fragilidade interior

       Cuidar da unidade interior é investimento existencial muito relevante, com forte incidência no exercício da cidadania. A unidade interior é, pois, a base de sustentação de cada cidadão, que precisa agir com seriedade e autenticidade, longe de manipulações ou dizeres interesseiros. Apesar de sua importância, a unidade interior não tem recebido o devido cuidado, pois as atenções, muitas vezes, são exclusivamente dedicadas às questões profissionais e técnicas do mundo contemporâneo. Mas é preciso lembrar: o ser humano não é máquina, nem personagem conduzido por inteligência artificial. O exercício das muitas responsabilidades no campo profissional, em diferentes tarefas, pede a iluminação da unidade interior, fruta da fecunda vida espiritual. Importante é reconhecer que a fragilidade experimentada pela falta de cultivo da unidade interior faz o ser humano pagar alto preço.

         Pode parecer estranho e extrínseco falar da importância da espiritualidade quando se reconhece que o mundo pede um constante aprofundamento na formação técnica e profissional. Muitos investem na própria qualificação pensando no dinheiro, nos bens e nos cargos que podem conquistar. Acabam por desconsiderar que a conquista de um sentido que garanta alegria duradoura à vida depende de uma robusta vida espiritual. Pode-se chegar a essa constatação observando diferentes cenários da atualidade, em que muitas pessoas, mesmo tecnicamente capacitadas, não conseguem bem exercer seus papéis. Não são poucos os que deixam de reconhecer o sentido da própria existência e desistem do maior dom de Deus dedicado a cada um: a vida. Por isso, investir nos caminhos da espiritualidade é uma urgência deste tempo, tão marcado por diferentes formas de desentendimento.

         A crise existencial que se se abate sobre o mundo revela a fragilidade interior da humanidade. Essa fragilidade leva a guerras, alimenta o ódio e adoecimentos. Torna-se cada vez mais comum encontrar gente de sólida trajetória profissional e técnica que padece com estreitamentos afetivo-emocionais inexplicáveis. O mundo necessita de mais pessoas amadurecidas na condição humano-existencial, capazes de ser arquitetas da paz. Não basta, por exemplo, a lucidez política, que é indispensável. Essa lucidez precisa vir acompanhada de adequada estatura humano-existencial. Alcançar essa estatura pede disposição para trilhar o caminho da espiritualidade, pela força da experiência do transcendente. A experiência do transcendente influencia todas as dinâmicas da vida, dando a ela significação maior e mais completa. Forma agentes capazes de promover uma autêntica transformação no mundo, alicerçada em um humanismo integral.

         O caminho mais fecundo para vivenciar uma espiritualidade que sustenta e orienta o ser humano é a oração. Vale lembrar aquela passagem do Evangelho quando os discípulos de Jesus pediram ao Mestre: “Ensina-nos a orar”. E Ele ensinou, não como simples formalidade. O Mestre orientou os discípulos a cultivarem mais proximidade com Deus, o Pai, para fecundar o sentido do viver humano, alcançar mais vigor espiritual e, assim, se fortalecer para enfrentar os desafios de cada dia. Há, pois, de ser vencer constrangimentos e cultivar a convicção de que se deve orara sem cessar, conforme indicam sábias referências da fé cristã e outros líderes de diferentes tradições religiosas. A oração é remédio para recuperar a unidade interior fragilizada, pelos muitos embates, desgastes e contradições. Orar sempre: eis a prática e o caminho.

         Crises existenciais são superadas com a vivência da espiritualidade, a partir da oração. Neste mundo articulado por lógicas distantes da espiritualidade, muitos podem hesitar diante do convite para uma vida de mais oração. Mas recusar esse convite significa privar-se de um caminho salutar, que cura descompassos e leva à sabedoria exclusiva àqueles que oram. É oportuno alertar: muitos podem pensar que já valorizam suficientemente a oração, e dizer que já oram muito, quando, na verdade, oram pouco ou quase nada. Sem a espiritualidade, vivida a partir do exercício da oração, a interioridade se contamina por fraquezas. Para reagir, é preciso tomar consciência das fragilidades que dominam a própria unidade interior.

         Importante é tomar consciência sobre o tecido da própria unidade interior fragilizada, trazendo incômodos e desconfortos impostos pelos limites humanos. Essa consciência abre caminho para uma busca essencial, bem indicada nesta oração de Santo Anselmo: “Olhai-nos, Senhor, ouvi-nos, mostrai-vos a nós. Dai-nos novamente a vossa presença para sermos felizes, pois sem vós somos tão infelizes! Tende piedade dos rudes esforços que fazemos para alcançar-vos, nós que nada podemos sem vós. Ensinai-me a vos procurar e mostrai-vos quando vos procuro; pois não posso procurar-vos se não me ensinais, nem encontrar-vos se não vos mostrais. Que desejando eu vos procure, procurando vos deseje, amando vos encontre, e encontrando vos ame”. O resultado dessa permanente e revigorante busca será o consequente fortalecimento espiritual, imprescindível para recuperar a unidade interior de todos.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

 Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

a) a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 133 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade... e da fraternidade universal);

 

b)  o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:

 I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito continua atingindo níveis estratosféricos nos últimos doze meses, e a taxa de juros do cheque especial ainda em píncaros históricos. Já a taxa Selic permanece em insustentável índice de 13,75% ao ano; a um outro lado, o IPCA, em março, no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,65%);

 II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 523 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...);

 III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

 

c)  a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2023, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,556 trilhões (49,40%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 2,010 trilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:

 

- pagar, sim, até o último centavo;

- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;

- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).

 

E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”.

 

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

 São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da visão olímpica, do direito, da justiça, da verdade, da espiritualidade conciliadora, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal!

 

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

 

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

61 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2022)

 

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...

- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...

- Por uma Nova Política Brasileira... pois, o poder é para amar, servir e edificar - jamais, jamais e jamais para subir, dominar e destruir!

- Pela excelência na Gestão Pública ...

- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos inestimáveis recursos naturais ...

- A alegria da vocação: juntando diamantes ... porque os diamantes são eternos!

- O Epitáfio: “Não chorem por mim, chorem por todos aqueles que, ainda, não descobriram Cristo em cada Eucaristia!”.

- (Re)visitando o Santo Graal, para uma vida virtuosa: “... porque és pó, e pó te hás de tornar. (Gen 3,19)” ...

 

 Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem!  

 

E P Í L O G O

 

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

 

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!

Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra

Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e

Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do

Nosso patrimônio público.

Patrimônio esse construído com o

Sangue, suor e lágrimas,

Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!

Senhor, que seja assim! Eternamente!”.

 

 

 

 

 

 

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