“PROTEGER A AMAZÔNIA,
PRESERVAR A SAÚDE
A
Amazônia, que um dia foi chamada de ‘pulmão do mundo’, hoje está relacionada
com 15 milhões de casos de doenças respiratórias no Brasil. Estudo publicado na
“Communications, Earth & Environment” demonstrou o impacto das queimadas
realizadas na região amazônica entre 2010 e 2019 sobre a saúde dos brasileiros.
A
destruição da mata emitiu na atmosfera o equivalente a 1,68 tonelada de
poluentes particulados finos. Estes são resultado da queima da biomassa e
combustível fóssil e podem provocar inflamação do pulmão, agravamento de asma,
arteriosclerose e câncer respiratório.
No
Brasil, estima-se que 6 milhões de pessoas tenham doenças pulmonares
obstrutivas crônicas (DPOC) e que em torno de 30 mil casos novos de câncer de
pulmão atinjam homens e mulheres a cada ano no Brasil. Esses problemas de saúde
estavam perdendo intensidade com a redução do tabagismo no país, mas, agora,
estão cada vez mais presentes devido ao impacto da poluição atmosférica.
A relação
entre queimadas e adoecimento não é novidade. Um levantamento realizado no ano
passado pela Universidade Evangélica de Goiás, revisando mais de 680 artigos
científicos, apontou a ligação dos incêndios florestais com 31% das mortes
prematuras.
Além do
inestimável custo das perdas de vidas, a devastação vegetal da Amazônia pelo
fogo provoca, segundo o estudo publicado na “Communications, Earth &
Environment”, um prejuízo financeiro anual de R$ 10 bilhões. Isso equivale a
quase cinco vezes toda a verba prevista para o Ministério da Indústria neste
ano pelo Orçamento do governo federal.
Em
condições normais, a floresta é capaz de filtrar 26 mil toneladas de material
particulado da atmosfera – sendo 7.000 toneladas somente nos territórios
indígenas. A mensagem dos pesquisadores é clara: controlar as queimadas na
Amazônia é uma questão de sobrevivência. Não apenas das valiosas reservas
vegetais, mas de recursos públicos e, principalmente, das vidas e da saúde dos
brasileiros.”.
(Editorial do jornal O TEMPO Belo Horizonte,
edição de 10 de abril de 2023, caderno O.PINIÃO, página 14).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a Excelência educacional vem de
artigo publicado no site www.arquidiocese.org.br,
edição de 05 de maio de 2023, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO,
arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:
“Fragilidade interior
Cuidar
da unidade interior é investimento existencial muito relevante, com forte
incidência no exercício da cidadania. A unidade interior é, pois, a base de
sustentação de cada cidadão, que precisa agir com seriedade e autenticidade,
longe de manipulações ou dizeres interesseiros. Apesar de sua importância, a
unidade interior não tem recebido o devido cuidado, pois as atenções, muitas
vezes, são exclusivamente dedicadas às questões profissionais e técnicas do
mundo contemporâneo. Mas é preciso lembrar: o ser humano não é máquina, nem
personagem conduzido por inteligência artificial. O exercício das muitas
responsabilidades no campo profissional, em diferentes tarefas, pede a
iluminação da unidade interior, fruta da fecunda vida espiritual. Importante é
reconhecer que a fragilidade experimentada pela falta de cultivo da unidade
interior faz o ser humano pagar alto preço.
Pode
parecer estranho e extrínseco falar da importância da espiritualidade quando se
reconhece que o mundo pede um constante aprofundamento na formação técnica e
profissional. Muitos investem na própria qualificação pensando no dinheiro, nos
bens e nos cargos que podem conquistar. Acabam por desconsiderar que a
conquista de um sentido que garanta alegria duradoura à vida depende de uma
robusta vida espiritual. Pode-se chegar a essa constatação observando
diferentes cenários da atualidade, em que muitas pessoas, mesmo tecnicamente
capacitadas, não conseguem bem exercer seus papéis. Não são poucos os que deixam
de reconhecer o sentido da própria existência e desistem do maior dom de Deus
dedicado a cada um: a vida. Por isso, investir nos caminhos da espiritualidade
é uma urgência deste tempo, tão marcado por diferentes formas de
desentendimento.
A crise
existencial que se se abate sobre o mundo revela a fragilidade interior da
humanidade. Essa fragilidade leva a guerras, alimenta o ódio e adoecimentos.
Torna-se cada vez mais comum encontrar gente de sólida trajetória profissional
e técnica que padece com estreitamentos afetivo-emocionais inexplicáveis. O
mundo necessita de mais pessoas amadurecidas na condição humano-existencial,
capazes de ser arquitetas da paz. Não basta, por exemplo, a lucidez política,
que é indispensável. Essa lucidez precisa vir acompanhada de adequada estatura
humano-existencial. Alcançar essa estatura pede disposição para trilhar o
caminho da espiritualidade, pela força da experiência do transcendente. A
experiência do transcendente influencia todas as dinâmicas da vida, dando a ela
significação maior e mais completa. Forma agentes capazes de promover uma
autêntica transformação no mundo, alicerçada em um humanismo integral.
O
caminho mais fecundo para vivenciar uma espiritualidade que sustenta e orienta
o ser humano é a oração. Vale lembrar aquela passagem do Evangelho quando os
discípulos de Jesus pediram ao Mestre: “Ensina-nos a orar”. E Ele ensinou, não
como simples formalidade. O Mestre orientou os discípulos a cultivarem mais
proximidade com Deus, o Pai, para fecundar o sentido do viver humano, alcançar
mais vigor espiritual e, assim, se fortalecer para enfrentar os desafios de
cada dia. Há, pois, de ser vencer constrangimentos e cultivar a convicção de
que se deve orara sem cessar, conforme indicam sábias referências da fé cristã
e outros líderes de diferentes tradições religiosas. A oração é remédio para
recuperar a unidade interior fragilizada, pelos muitos embates, desgastes e
contradições. Orar sempre: eis a prática e o caminho.
Crises
existenciais são superadas com a vivência da espiritualidade, a partir da
oração. Neste mundo articulado por lógicas distantes da espiritualidade, muitos
podem hesitar diante do convite para uma vida de mais oração. Mas recusar esse
convite significa privar-se de um caminho salutar, que cura descompassos e leva
à sabedoria exclusiva àqueles que oram. É oportuno alertar: muitos podem pensar
que já valorizam suficientemente a oração, e dizer que já oram muito, quando,
na verdade, oram pouco ou quase nada. Sem a espiritualidade, vivida a partir do
exercício da oração, a interioridade se contamina por fraquezas. Para reagir, é
preciso tomar consciência das fragilidades que dominam a própria unidade
interior.
Importante
é tomar consciência sobre o tecido da própria unidade interior fragilizada,
trazendo incômodos e desconfortos impostos pelos limites humanos. Essa
consciência abre caminho para uma busca essencial, bem indicada nesta oração de
Santo Anselmo: “Olhai-nos, Senhor, ouvi-nos, mostrai-vos a nós. Dai-nos
novamente a vossa presença para sermos felizes, pois sem vós somos tão
infelizes! Tende piedade dos rudes esforços que fazemos para alcançar-vos, nós
que nada podemos sem vós. Ensinai-me a vos procurar e mostrai-vos quando vos
procuro; pois não posso procurar-vos se não me ensinais, nem encontrar-vos se
não vos mostrais. Que desejando eu vos procure, procurando vos deseje, amando
vos encontre, e encontrando vos ame”. O resultado dessa permanente e
revigorante busca será o consequente fortalecimento espiritual, imprescindível
para recuperar a unidade interior de todos.”.
Eis,
portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e
reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história –
que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas,
civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e
sustentavelmente desenvolvidas...
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 133 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da
democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade... e da
fraternidade universal);
b) o combate
implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais
devastadores inimigos que são:
c) a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2023, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,556 trilhões (49,40%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 2,010 trilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e
eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).
E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz:
“... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos,
mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite
da dívida pública...”.
Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta
de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já
combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de
poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições,
negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à
pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas
e sempre crescentes necessidades de ampliação
e modernização de setores como: a gestão
pública; a infraestrutura (rodovias,
ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada,
esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística
reversa); meio ambiente; habitação;
mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda;
agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência
social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança
pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e
desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer;
turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e
operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade
– “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade,
competitividade); entre outros...
Este
é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e
perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
61 anos
de testemunho de um servidor público (1961 – 2022)
- Estamos nos descobrindo através da Excelência
Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando
nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira... pois, o
poder é para amar, servir e edificar - jamais, jamais e jamais para subir,
dominar e destruir!
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da
sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral:
econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e
preservação dos nossos inestimáveis recursos naturais ...
- A alegria da vocação: juntando diamantes ...
porque os diamantes são eternos!
- O Epitáfio: “Não chorem por mim, chorem por
todos aqueles que, ainda, não descobriram Cristo em cada Eucaristia!”.
- (Re)visitando o Santo Graal, para uma vida
virtuosa: “... porque és pó, e pó te hás de tornar. (Gen 3,19)” ...
Afinal, o Brasil é uma
águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão
olímpica e de coragem!
E P Í L O G O
CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador,
Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e
não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados
com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do
saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse
construído com o
Sangue, suor e lágrimas,
Trabalho, honra e
dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.
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