terça-feira, 30 de maio de 2023

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS LUZES E DESAFIOS DA QUALIFICAÇÃO INTEGRAL E TRANSFORMADORA DAS ESCOLAS E A TRANSCENDÊNCIA DOS INVESTIMENTOS HUMANÍSTICOS, DIREITO À VIDA E DIGNIDADE DA PESSOA, JUSTIÇA, BONDADE, SOLIDARIEDADE E PAZ NA NOVA ORDEM SOCIAL, ECONÔMICA E POLÍTICA NA SUSTENTABILIDADE

“Transformando o educador

       Dentre os assuntos que atualmente nos remetem à área de educação, temas como necessidade de segurança nas escolas, déficits de aprendizagem provenientes de uma pandemia, falta de investimento nas instituições de ensino e pesquisa e aumento dos casos de bullying nas escolas são os temas mais recorrentes.

         Ainda que a garantia da segurança física seja uma ação mais tangível, é fundamental que o bem-estar emocional e organizacional sejam tratados com o mesmo esmero. Quando estudantes e professores se sentem seguros, o processo de aprendizagem torna-se mais construtivo e conta com o envolvimento da comunidade na mediação de conflitos.

         Em meio a esse turbilhão de acontecimentos, são muitas as possibilidades de atuação dos professores na promoção de habilidades socioemocionais, como resolução de conflitos, comunicação não violenta e controle emocional, visando à formação de um comportamento social positivo e transformador.

         Mas, para desempenhar bem essas funções, é preciso investir em qualificação. Ousamos dizer que a formação desses profissionais não consegue refletir as diversas realidades das escolas nos dias de hoje. Cursos de educação e licenciaturas, tradicionalmente direcionados para o estudo curricular e metodológico, repetem a mesma grade de disciplinas, mapa de conteúdo, formato de abordagem e ambiente educacional como nos tempos de magistério.

         Professores e gestores devem passar por processos contínuos de formação voltados para o seu desenvolvimento permanente, que vão desde modernizar práticas pedagógicas, investigar metodologias inovadoras de aprendizagem e cumprir a função de facilitadores da aprendizagem dos estudantes até a construção das metodologias de enfrentamento e adaptação aos novos desafios advindos da crise de valores, segurança e saúde vividos pela sociedade.

         Embora existem ações de fomento à educação promovidas por diversos atores, acreditamos que projetos para a qualificação dos educadores tenham um macro alcance, pois os resultados se multiplicam – através dos anos – na prática docente.

         O Eduko é um bom exemplo de formação aberta, que vem a preencher essa lacuna. Trata-se de iniciativa pioneira para compor uma comunidade educativa, reunindo profissionais da educação de todos os segmentos e regiões do país. Este grande grupo será alimentado e conduzido para estimular a troca de conhecimento e discussões atualizadas, que proporcionem oportunidades de crescimento, atualização, preparação e solidificação de novos rumos.

         Esse projeto terá seu início com o “Congresso Eduko – Bienal de Novos Saberes” que ocorrerá no mês de julho, em Belo Horizonte. Minas Gerais há muito carece por iniciativas de formação desse porte. Ainda que Estado esteja entre os primeiros lugares no ranking nacional do Enem, esse resultado não retrata a necessidade de investimento que a população necessita.

         A Constituição Federal (Art. 205), ao pactuar a educação como direito de todos, nos leva à inflexão de que para se obter o direito de aprender é necessário garantir o que esse aprendizado preconiza: ambiente adequado, professores preparados e um contínuo processo de formação docente de forma democrática e acessível a todos.

         Talvez seja esse o grande desafio para que governos, fundações e instituições vejam a educação como um dos pilares do desenvolvimento da sociedade. Promover projetos de formação docente que embarcam toda a comunidade e proporcionem educação alinhada às necessidades de transformação e avanço que o país tanto precisa.”.

(Emilia Caldeira. Gerente de Educação do Sesc em Minas, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 29 de maio de 2023, caderno OPINIÃO, página 20).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no site www.arquidiocesebh.org.br., edição de 26 de maio de 2023, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Virulência de extremismos

       A sociedade contemporânea sofre com virulentos extremismos por não ter aprendido lições do milênio passado: nestas duas últimas décadas já foi derramado muito sangue, evidenciando que nem mesmo as conquistas científicas e tecnológicas impedem a propagação da violência. Um simples olhar permite constatar o crescimento das irracionalidades que se revelam nos preconceitos raciais e culturais. Um fenômeno que para ser enfrentado necessita de adequados investimentos humanísticos. Sem esses investimentos, a sociedade, mesmo com tantos avanços técnico-científicos, continuará a padecer com inconcebíveis retrocessos. Dentre os males que abrem feridas sociais está o racismo, que alimenta absurdos ideológicos e provoca perdas irreparáveis, emoldurando posturas que inviabilizam o sonho de uma sociedade justa e igualitária.

         Assim, problemas estruturais e conjuntais agravam-se e a civilização contemporânea não consegue dar novos passos, essenciais para que sejam mais respeitados os direitos e a dignidade humana. Conta muito o urgente investimento humanístico para superar os descompassos alimentados no coração das pessoas – um peso grande que pode levar à perda do sentido da vida. Dentre as consequências está a busca por grupos e segmentos com força destruidora, que pensam ser intocáveis e irreparáveis seus juízos sobre a realidade. Uma postura que faz propagar extremismos por toda a sociedade.

         Ao eleger o próprio ponto de vista como exclusivo critério para definir o que é verdade, indivíduos criam contexto propício para ataques demolidores. Tomados por um espírito beligerante na defesa de suas próprias convicções, perdem o irrenunciável compromisso com respeito ao semelhante. Um problema grave também no contexto religioso e entre a militância política, envolvendo ainda vários outros campos da vida social. Trata-se de uma cegueira que impede a adequada identificação de perspectivas divergentes. Falta de visão que abala os alicerces da convivência humana e do sentido inegociável da amizade social. As discordâncias e divergências podem ser muitas, mas nunca podem justificar agressões à amizade social – bem maior de uma sociedade que almeja ser mais justa e igualitária.

         Há de se investir muito no cultivo do respeito à vida de cada pessoa, superando polarizações e todo tipo de extremismo. Nesse caminho, deve-se cuidar para não eleger o próprio ponto de vista como critério único e absoluto na interpretação da realidade. Apegar-se agressivamente aos próprios critérios, desconsiderando o semelhante, pode levar ao radicalismo que se expressa de muitas formas: no racismo, nos preconceitos e em tantas outras disputas fratricidas. A superação dessa cegueira pede que muitos e qualificados princípios sejam cultivados, com especial destaque para a compreensão de que cada pessoa precisa ser coração da paz. Um princípio que conduz o ser humano à bondade e ao respeito ao seu semelhante.

         Sem o compromisso com a paz, até pequenas divergências podem se agigantar, motivando ataques a dignidades. Aceita-se apenas o que garante o próprio ponto de vista, desconsiderando outras perspectivas sobre a realidade. Percebe-se, pois, que para superar a virulência dos extremismos, cada pessoa precisa exercitar a consciência sobre os fundamentos e as influências que carrega no coração. Nesse exercício, deve-se buscar cultivar no coração o que faz gerar a paz. Para que o ser humano se torne coração da paz é essencial permanecer vigilante para não se tornar hospedaria de ressentimentos motivados por opções ideológicas que inviabilizam a fraternidade. Assim é possível enxergar com mais nitidez. Contribuir para fazer da própria cada, de sua família, de cada comunidade, de cada nação, da casa comum, territórios da fraternidade. Torne-se, pois, um alicerce na vida de todos o princípio cristão de nunca se deixar vencer pelo mal, antes vencer o mal com o bem.

         Não se derrota o mal com a maldade, que sempre conduz a quedas, a combates violentos e fratricidas. O bem somente é alcançado com a bondade, rompendo o círculo vicioso do ódio e do ressentimento. As virulências de extremismos, não raramente promovidas por interesses econômicos, pela vaidade da fama, por uma busca pela manutenção das “zonas de conforto”, devem ser enfrentadas com a bondade. A busca pela promoção do humanismo integral e solidário apresenta-se com importante caminho nesse desafio. A civilização pode aproximar-se desse humanismo ao reconhecer a sacralidade de cada pessoa, dando passos na direção do desenvolvimento integral. Esses passos dependem do cuidado com a gramática que rege o coração humano, que não pode deixar-se contaminar por virulentos extremismos – precisa se pautar pelo respeito às diferenças, contribuindo para consolidar, no mundo, a amizade social.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

 Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

a) a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 133 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade... e da fraternidade universal);

 

b)  o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:

 I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito continua atingindo níveis estratosféricos nos últimos doze meses, e a taxa de juros do cheque especial ainda em píncaros históricos. Já a taxa Selic permanece em insustentável índice de 13,75% ao ano; a um outro lado, o IPCA, em abril, no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,18%);

 II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 523 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...);

 III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

 

c)  a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2023, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,556 trilhões (49,40%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 2,010 trilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:

 

- pagar, sim, até o último centavo;

- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;

- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).

 

E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”.

 

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

 

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da visão olímpica, do direito, da justiça, da verdade, da espiritualidade conciliadora, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal!

 

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

 

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

61 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2022)

 

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...

- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...

- Por uma Nova Política Brasileira... pois, o poder é para amar, servir e edificar - jamais, jamais e jamais para subir, dominar e destruir!

- Pela excelência na Gestão Pública ...

- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos inestimáveis recursos naturais ...

- A alegria da vocação: juntando diamantes ... porque os diamantes são eternos!

- O Epitáfio: “Não chorem por mim, chorem por todos aqueles que, ainda, não descobriram Cristo em cada Eucaristia!”.

- (Re)visitando o Santo Graal, para uma vida virtuosa: “... porque és pó, e pó te hás de tornar. (Gen 3,19)” ...

 

 Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem!  

 

E P Í L O G O

 

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

 

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!

Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra

Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e

Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do

Nosso patrimônio público.

Patrimônio esse construído com o

Sangue, suor e lágrimas,

Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!

Senhor, que seja assim! Eternamente!”.

 

 

 

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