“Os desafios para a formação dos futuros médicos
A
formação de jovens profissionais de medicina é um processo complexo, que
enfrenta diversos desafios para uma atuação eficaz. No contexto atual, a busca
por uma saúde universal e equitativa se apresenta como um imperativo moral e
social, exigindo uma abordagem multifacetada na formação dos futuros médicos.
São
muitos os desafios enfrentados nesse processo tendo como pontos centrais a
saúde universal, a equidade, a Atenção Primária à Saúde (APS), a valorização
dos Sistema Único de Saúde (SUS) e o atendimento humanizado.
A saúde
universal, conceituada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como o acesso de
todos os indivíduos aos serviços de saúde necessários, é um objetivo que
demanda, na mesma proporção, a disponibilidade de serviços e a garantia de que
eles sejam acessíveis e de qualidade. Alcançar esses objetivos requer mais do
que a simples expansão dos serviços. Exige mudanças na mentalidade e na
abordagem dos profissionais de saúde, ou seja, a formação de jovens médicos
deve enfatizar a importância da igualdade no acesso aos serviços e a
compreensão das necessidades das populações marginalizadas.
Nesse
contexto, a Atenção Primária à Saúde desempenha um papel fundamental na
promoção da saúde universal e na redução das desigualdades. É na APS que se
estabelece o primeiro contato entre os pacientes e o Sistema Único de Saúde. E
é por meio da atenção básica que se dá a coordenação dos cuidados, prevenção de
doenças, promoção da saúde e tratamento de doenças crônicas. Por isso, os
jovens médicos devem ser capacitados a compreender o papel crucial da APS e a
desenvolver habilidades de comunicação, trabalho em equipe e resolução de
problemas, fundamentais para uma prática eficaz nesse segmento.
O
Sistema Único de Saúde, que é um dos maiores sistemas de saúde pública do
mundo, desempenha um papel fundamental na garantia do direito à saúde no
Brasil. Nesse sentido, evidenciamos que a formação de jovens profissionais da
medicina deve incluir uma reflexão crítica sobre o papel do SUS na promoção da
saúde universal e na redução das desigualdades. Também é essencial o
desenvolvimento de habilidades para trabalhar dentro do sistema, maximizando
seus recursos e oferecendo cuidados de qualidade a todos os cidadãos. Isso
envolve o reconhecimento da importância do SUS como pilar da saúde pública no
Brasil e o compromisso com sua melhoria contínua e fortalecimento do sistema,
garantindo assim que todos os pacientes, independentemente de sua condição
socioeconômica, tenham acesso a serviços de saúde de qualidade.
Princípio
fundamental da prática médica, o atendimento humanizado reconhece a importância
do respeito, empatia e compaixão no cuidado dos pacientes. Os jovens médicos
devem ser incentivados a desenvolver uma abordagem centrada no paciente, que
levem em consideração não apenas a dimensão biológica da doença, mas também as
dimensões psicossociais. Isso requer uma formação que enfatize a comunicação
eficaz, o trabalho em equipe e a capacidade de lidar com situações complexas e
emocionalmente desafiadoras, proporcionando tratamentos de saúde mais dignos e
compassivos para todas as pessoas que buscam cuidados médicos.
Em suma,
a formação de jovens profissionais da medicina enfrenta uma série de obstáculos
na busca por uma saúde universal e equitativa. Ao investirmos na formação de
profissionais comprometidos com a promoção da equidade na saúde, o
fortalecimento da atenção primária, a valorização do Sistema Único de Saúde e a
promoção de um atendimento com foco nas pessoas, e não nas doenças, moldamos o
futuro da medicina e contribuímos para uma sociedade mais saudável e solidária.
Somente assim será possível formar médicos capazes de enfrentar os desafios do
século XXI e colaborar para a construção de um sistema de saúde mais justo e
inclusivo.”.
(Núncio Antônio Araújo Sol. Coordenador do
curso de medicina da Faculdade da Saúde e Ecologia Humana [Faseh], em artigo
publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 17 de abril de
2024, caderno OPINIÃO, página 20).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de
artigo publicado no site www.arquidiocesebh.org.br,
edição de 19 de abril de 2024, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO,
arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral
transcrição:
“Lançar o olhar e caminhar
A
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) concluiu a sua exitosa 61ª
Assembleia Geral Ordinária, celebrada no Santuário Nacional Nossa Senhora
Aparecida, Padroeira do Brasil. Um evento de fé, que fortalece a
espiritualidade da comunhão e o compromisso missionário. No encontro, a
participação relevante de 310 bispos que estão na condução de dioceses, sendo
seus primeiros servidores, 160 bispos eméritos, linha de frente no testemunho e
na profecia, e uma multidão de fiéis entrelaçada pelo olhar fixo no Senhor da
história – Jesus Cristo Crucificado-Ressuscitado. A Assembleia Geral é
oportunidade para refletir sobre a realidade interna da Igreja Católica no
Brasil, efetivando sempre mais a sua relevante atuação no conjunto da sociedade
brasileira, em comunhão com a ação missionária da Igreja em todo o mundo, sob a
liderança do Papa Francisco. Sublinhe-se a importância do acompanhamento e
adequada informação sobre a Assembleia Geral da CNBB, caminho para contribuir
com projetos e programas muito importantes, particularmente para os pobres e
sofredores, alcançando ainda uma compreensão capaz de desmontar opiniões
equivocadas, ataques indevidos e injustos.
Durante
dez dias, a Assembleia desenvolveu uma pauta extensa e diversificada,
demandando muitas jornadas de trabalho, sempre emolduradas e iluminadas pela
oração de toda a comunidade reunida. As preces entram em sintonia com as
orações de toda a Igreja, também a partir das facilidades tecnológicas
oferecidas pelo campo da comunicação. Assim, alcança-se grande força
espiritual. Os trabalhos na Assembleia envolvem apresentação de relatórios,
debates com importantes intervenções, experiência sinodal de comunhão e
participação, votações e discernimentos, em muitos encontros. Uma dinâmica que
favorece a consolidação de laços de amizade e de mútua cooperação, firmando os
passos da Igreja na sua missão. Na Assembleia Geral da CNBB, verifica-se ainda
uma grande riqueza intelectual e social., especialmente a partir do
compartilhamento de experiências missionárias diversificadas, considerando o
Brasil com as suas dimensões continentais. Conhecer sempre mais sobre as muitas
experiências missionárias contribui para revelar e fortalecer a capilaridade da
Igreja Católica, com tantas frentes missionárias e de serviços, exercendo a sua
nobre missão de anunciar o Reino de Deus.
Nas
dinâmicas da Assembleia Geral da CNBB são refletidas as riquezas, os desafios e
as fragilidades na missão evangelizadora, ressaltando a grande do Povo de Deus
– tantos evangelizadores engajam-se no anúncio do Evangelho, garantindo a
presença viva da Igreja na realidade de muitas pessoas. O reconhecimento e a
gratidão aos evangelizadores estão expressos em especial Mensagem aos Católicos
publicada pela Assembleia. A mensagem tem força de convocação para que aumente
sempre mais o número daqueles que se colocam na “linha de frente” de trabalho
missionários, na rede de comunidades da Igreja, Brasil afora. O trabalho de
missionários e missionárias é uma ação incontestável do Espírito Santo de Deus,
força amorosa de inspiração e de sustento das comunidades de fé. Ação
missionária é serviço que se desdobra em profético cuidado com os pobres e
vulneráveis, inspirando adequado exercício da cidadania, essencial para superar
descompassos gritantes da sociedade brasileira.
Ao
considerar a realidade do Brasil, os bispos também dirigem mensagem ao Povo
Brasileiro, corajosamente denunciando as agruras da realidade social, com
tantas situações que penalizam, perversamente, os pobres e indefesos. Com
assertividade, a mensagem publicada na Assembleia Geral aponta as pertinentes
preocupações com a paz no mundo, alertando sobre as guerras que nascem e se
alimentam de autoritarismos, interesses econômicos mesquinhos e da lógica
perversa do mercado. O texto faz ainda menção ao armamentismo, promovido por
cegos interesses financeiros. Acolher o que dizem os bispos pode contribuir
para que todos os cidadãos cultivem parâmetros ético-morais capazes de inspirar
uma reação diante dos graves problemas enfrentados pelo Brasil e pelo mundo. Essa
reação deve ocorrer, principalmente, a partir do exercício da compaixão, que
permite reconhecer as urgências e os direitos dos deserdados da sociedade.
Nos
parâmetros da compaixão, a Igreja Católica, em cooperação com outras
instituições, investe no horizonte de uma ecologia integral, inspirada em São
Francisco de Assis. A vida de São Francisco, as suas atitudes, permanecem
atuais, constituindo uma escola que prepara o ser humano para adequadamente
viver a fé e a cidadania. E a Igreja Católica, quando realiza a Assembleia
Geral da CNBB, busca contribuir para oferecer respostas aos desafios deste
tempo, enquanto, ao mesmo tempo, cuida do precioso dom da fé, desenvolvendo
metodologias, programas e projetos, para que a espiritualidade cristã católica,
celebrada cotidianamente, ajude a alavancar a vida plena – compromisso de todos
os cidadãos que estão a caminho do Reino definitivo.
A densa
pauta da Assembleia Geral, já refletindo sobre as novas Diretrizes da Ação
Evangelizadora da Igreja no Brasil, fortalece a ação missionária, inspirando um
sentimento de gratidão e entusiasmo diante de tantos trabalhos e pessoas que se
dedicam ao anúncio do Evangelho. A Igreja Católica sempre está desfiada a
contribuir com adequadas respostas para os problemas que nascem no caminho da
humanidade. Um desafio que convoca todas as pessoas a se unirem à Assembleia
Geral da CNBB para partilhar um compromisso: corajosa e profeticamente, lançar
o olhar sobre o mundo e a vida da Igreja, e caminhar na direção de soluções
para os graves desafios da sociedade.”.
Eis,
portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e
reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história –
que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas,
civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e
sustentavelmente desenvolvidas...
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil, com o auxílio da
música, yoga e shantala (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de
idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos
nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –,
até a pós-graduação (especialização,
mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade
absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação
profissional (enfim, 134 anos depois, a República proclama o que esperamos
seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de
maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova
pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da
civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da
sustentabilidade... e da fraternidade universal);
b) o combate
implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e
mais devastadores inimigos que são:
c) a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2024, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,5 trilhões (45,98%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,7 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
pois, quando os títulos da dívida financiam os investimentos nos tornamos TODOS
protagonistas do desenvolvimento SUSTENTÁVEL da nação;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e
eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).
E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz:
“... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos,
mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite
da dívida pública...”.
Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta
de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já
combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de
poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições,
negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à
pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas
e sempre crescentes necessidades de ampliação
e modernização de setores como: a gestão
pública; a infraestrutura (rodovias,
ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada,
esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística
reversa); meio ambiente; habitação;
mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda;
agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência
social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança
pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e
desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer;
turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e
operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade
– “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade,
competitividade); entre outros...
Este
é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e
perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
62
anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2023)
- Estamos nos descobrindo através da Excelência
Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando
nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira... pois, o
poder é para amar, servir e edificar - jamais, jamais e jamais para subir,
dominar, oprimir, destruir ou matar!
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da
sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral:
econômico; social, com promoção humana e espiritual, e, ambiental, com proteção e
preservação dos nossos inestimáveis recursos naturais ...
- A alegria da vocação: juntando diamantes ...
porque os diamantes são eternos!
- O Epitáfio: “Não chorem por mim, chorem por
todos aqueles que, ainda, não descobriram Cristo em cada Eucaristia!”.
- (Re)visitando o Santo Graal, para uma vida
virtuosa: “... porque és pó, e pó te hás de tornar. (Gen 3,19)”.
- “Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós
que recorremos a vós! (1830) ...
- “... A paz esteja convosco”. (Jo 20,19) ...
- Um hino de amor: “Nossa Oração” – Luiz Ayrão
...
- A arma espiritual mais poderosa do mundo: a
reza diária do Santo Terço!
Afinal, o Brasil é uma
águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão
olímpica e de coragem!
E P Í L O G O
CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador,
Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e
não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados
com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do
saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse
construído com o
Sangue, suor e lágrimas,
Trabalho, honra e
dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim!
Eternamente!
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