“Compliance
e governança nas startups
Um segmento que vem
movimentando a economia brasileira e driblando a realidade de crise presente na
maioria dos negócios existentes em território nacional é o das startups. Com
uma gama cada vez maior de produtos e serviços, essas empresas representam um mercado
em constante expansão. Segundo levantamento feito pela ABStartups (Associação
Brasileira de Startups), em 2015, o número de empresas desse formato em
desenvolvimento chegava a 4.151, contabilizando crescimento de 18,6% num
período de seis meses. Porém, um estudo realizado por uma aceleradora nacional
revela um dado alarmante: 74% das startups brasileiras fecham após cinco anos
de existência e 18% delas antes mesmo de completar dois anos. E o motivo do
fechamento nem sempre é por falta de aporte ou investimento. Um dos principais
problemas apresentados pelas startups é a falta de gestores bem preparados e
conflitos entre os sócios. Para sanar estes obstáculos, a adoção de algumas
medidas de governança e compliance podem garantir o funcionamento sustentável
do negócio. Muitas vezes, a aplicação desses modelos em empresas menores como
as startups, que apresentam estruturas mais simples, não é usual, porém, pode
levar a um crescimento organizado, gerando muitas oportunidades no futuro.
Para
isso, implementar processos que fornecem informações à empresa sobre as áreas
do negócio que possuem riscos como fraudes, corrupção ou outros desvios de
conduta, além de diagnosticar o melhor modelo de atuação para o aumento da
eficácia dos processos pode ser crucial para a sobrevivência de uma startup. As
certificações ISO 9001, que trata da gestão da qualidade, e a ISO 37001, que
apresenta normas específicas de combate ao suborno, podem ser importantes
aliadas neste processo. A ISO 9001 segue o modelo da hierarquia de níveis
organizacionais, iniciando no nível estratégico, passando pelo tático até o
operacional. Dessa forma, ela busca promover a normatização de produtos e
serviços, aperfeiçoando a qualidade a partir de melhores contínuas nos
processos. Portanto, ela auxilia a gestão do negócio com a perspectiva de que
as empresas certificadas atinjam metas e possam garantir a capacidade de
eficiência na produção e na entrega dos produtos ou serviços. A partir dos
requisitos da norma, as startups podem planejar alvos de melhoria operacional,
a fim de organizar as ações mais importantes nos processos de produção, por
exemplo.
Em
relação à ISO 37001, que visa garantir o desenvolvimento de uma gestão de
qualidade ética, permanente e estável, é importante frisar que o fomento desses
valores nas empresas, independentemente de seu porte, é de sua importância,
pois contribui para difundir que a companhia e seus funcionários não são
adeptos da realização de práticas ilegais. A norma internacional fornece os
requisitos e a devida orientação para estabelecer, implantar, manter e
aperfeiçoar um sistema de gestão anticorrupção. Por meio das normas
anticorrupção, a ISO expressa que uma política de corrupção é extremamente
danosa para uma empresa. Uma startup visionária e constituída em bases sólidas
está constantemente em busca de melhorias em prol da qualidade, por isso
almejar soluções e vantagens a longo prazo deve ser mantido em foco.
O
estímulo de valores éticos internos nas startups, aliando à implantação de
regras e programas de governança corporativa, compliance e de gestão de
qualidade, são altamente benéficos, na medida em que agregam valores
importantes que geram uma boa reputação e gestão eficiente para as companhias.
Todos esses processos podem ser essenciais para garantir a sobrevivência das
empresas e o desenvolvimento sustentável, impedindo que elas façam parte da
triste estatística das startups que já começam com o destino de ser extintas. A
implantação destes conceitos é um sinal claro de maturidade empresarial, que garante
um diferencial competitivo no mercado e a sustentabilidade do negócio.”.
(DEIVISON
PEDROZA. Diretor-geral da Consultoria On-line Verde Ghaia, em artigo
publicado no jornal ESTADO DE MINAS,
edição de 7 de janeiro de 2018, caderno OPINIÃO,
página 7).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a
Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de
17 de novembro de 2017, mesmo caderno e página, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo
metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:
“Atenção
aos pobres
O Dia Mundial dos
Pobres, 19 de novembro, instituído pelo papa Francisco, deve soar como denúncia
profética, diante da inexistência de prioridade nos cuidados dedicados aos que
sofrem. O descaso com o sofrimento dos pobres é a origem da multiplicação de
vergonhosos cenários na sociedade contemporânea. O desafio para mudar esta
cruel realidade é de todos, principalmente de quem professa a fé em Jesus Cristo.
O papa Francisco lembra a forte palavra da Primeira Carta de São João quando
destaca a recomendação fundamental: Não amemos com palavras nem com a boca, mas
com obras e com verdade”. Crer é amar, e o amor não admite álibis, diz o papa
Francisco. Só há um caminho para viver, de modo autêntico, a fé cristã: assumir
o exemplo de Jesus e amar os pobres. Algo bem diferenciado que fazem muitos
daqueles que se dizem cristãos, mas deixam para segundo plano as necessidades
de quem precisa de ajuda.
O amor
cristão nada tem a ver com a demagogia de atos eleitoreiros, com a busca de
visibilidade e reconhecimento pessoal. Menos ainda se relaciona com a tendência
antiquada e antipática de tratar os pobres como reféns, buscando atender, “a
conta-gotas”, as suas necessidades. É preciso ter vergonha de tratar os pobres
simplesmente como destinatários de algo, sem reconhecer a dignidade e o valor
da vida de cada pessoa. Incontestavelmente, o amor aos pobres é mais que dever,
constitui remédio para o coração: vivenciá-lo leva à cura das indiferenças que
comprometem a paz. O amor aos pobres gera equilíbrio, possibilita reconhecer o
sentido e o valor do outro. Esse
sentido, com frequência, é obscurecido pela mesquinhez, por confortos e
interesses egoístas, obstáculos que impedem compreender o próximo como irmão ou
irmã.
Sábia
e revolucionária é a recomendação do papa Francisco: não se pode considerar os
pobres simplesmente como alvos de um trabalho voluntário, praticado uma vez ou
outra, improvisadamente. É preciso muito mais, pois a consciência social e
moral da humanidade parece estar anestesiada, insensível diante dos que sofrem.
Tem gente que cresce, avança nas conquistas, adquire conhecimento acadêmico,
elaborando entendimentos sobre o mundo e a vida, mas permanece distante da dura
realidade dos mais pobres. Consequentemente, toda a humanidade perde, pois a
sacralidade da dignidade humana é desconsiderada. E os desdobramentos dessa
situação ficaria cada vez mais evidentes, entre outros aspectos, no crescimento
das muitas formas de violência que devastam, avassaladoramente, a sociedade.
A
caridade, pela experiência da fé, e o sentido de partilha, pelo qualificado
exercício da cidadania, têm força corretiva e formativa do caráter de cada
pessoa. Contribuem, ainda, para que todos se percebam integrantes de uma
coletividade, superando o individualismo egoísta. A caridade e a partilha são,
assim, o caminho para superar tantos desrespeitos, inclusive a falta de
indignação diante das desigualdades que desfiguram a sociedade. Por isso,
sublinha o papa Francisco, é preciso estender a mão aos pobres, encontrá-los,
fixá-los nos olhos, abraçá-los, para lhes fazer sentir o calor do amor que
rompe o círculo da solidão. Eis o remédio que cura a indiferença, esse mal que
adoece e mata. A caridade e a partilha podem devolver ao coração uma sabedoria
cuja especialidade vem do encantamento pelo outro.
A pobreza convida cada pessoa a sair de certezas e
comodidades que alimentam a mesquinhez e desgastam o valor essencial de ser
altruísta. Por isso, mesmo com o passar dos séculos, continua exemplar a
trajetória de São Francisco de Assis, testemunha da pobreza genuína. A fé deste
santo, ao fixar o seu olhar em Cristo, aponta o caminho de uma contribuição que
pode ter força para mudar a história da humanidade, em meio a tantas
contradições, abrindo caminhos para o verdadeiro e integral desenvolvimento
humano. Sem a coragem audaciosa para erguer os pobres de seu estado de
marginalização, com uma escuta amorosa e humilde do grito de quem sofre, não se
dará rumo novo à sociedade, que continuará imersa nos esquemas de corrupção,
nas manipulações e descalabros.
A
exigência primeira para sair deste cenário desolador é criar proximidade com os
inúmeros rostos marcados pelo sofrimento, opressão, violências, torturas e
marginalização. Os cidadãos e cidadãs precisam de uma nova visão de vida, para
vencer a miséria moral e a passiva conivência com todo tipo de injustiça. Será
um verdadeiro Dia dos Pobres, passo adiante da sociedade em direção ao bem e à
justiça, se esta data – 19 de novembro – for oportunidade para se incomodar com
a acumulação de riquezas nas mãos de poucos privilegiados, com a exploração
humana e com as ilegalidades que acentuam a pobreza. Que a celebração do Dia
Mundial dos Pobres contribua, assim, para efetivar o sonho de um mundo marcado
por qualificado e amoroso voluntariado – todos unidos na luta terapêutica pela
edificação de uma sociedade solidária, de equilíbrio, justiça e paz.”.
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e
oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança
de nossa história – que é de ética, de
moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e
sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras
cruciais como:
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da
democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b) o combate implacável, sem eufemismos e
sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:
I – a inflação, a exigir permanente,
competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares
civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa
de juros do cartão de crédito atingiu em novembro/2017 a ainda estratosférica
marca de 333,8% nos últimos doze meses,
e a taxa de juros do cheque especial se manteve em históricos 323,73%; e já o
IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, em dezembro, chegou a 2,95%);
II – a corrupção, há séculos, na
mais perversa promiscuidade – “dinheiro público versus interesses privados”
–, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando
incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária
ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da
Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor,
de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é
cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional; eis, portanto, que todos os valores que vão
sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516
anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios,
malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a
corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar
inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo,
segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a
“... Desconfiança das empresas e das famílias é
grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase
nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses
recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à
ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de
infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de
planejamento...”;
c) a dívida pública brasileira - (interna e
externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para
2018, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos
Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e
insuportável desembolso de cerca de R$
1,847 trilhão (52,4%), a título de juros, encargos, amortização e
refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,106 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar,
sim, até o último centavo;
-
rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
-
realizar uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda
a propósito, no artigo Melancolia,
Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente
degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das
contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).
Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta
de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já
combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de
poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições,
negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à
pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas
e sempre crescentes necessidades de ampliação
e modernização de setores como: a gestão
pública; a infraestrutura (rodovias,
ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada,
esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística
reversa); meio ambiente; habitação;
mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda;
agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência
social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança
pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e
desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer;
turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e
operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade
– “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade,
competitividade); entre outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira
alguma, abatem o nosso ânimo e nem
arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela excelência
educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e
desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas
riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos
os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos
bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de
infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à
luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização
das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas
tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a
nossa esperança... e perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
55 anos
de testemunho de um servidor público (1961 – 2016)
-
Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
-
ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por
uma Nova Política Brasileira ...
- Pela
excelência na Gestão Pública ...
Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou
asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...
E
P Í L O G O
CLAMOR
E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita
misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra
sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da
dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim!”.