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segunda-feira, 3 de agosto de 2020

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS LUZES DA INTELIGÊNCIA EMOCIONAL NA TRAVESSIA DAS PANDEMIAS E A TRANSCENDÊNCIA DA SOLIDARIEDADE E ECOLOGIA INTEGRAL NA SUSTENTABILIDADE (45/125)



 (Agosto = mês 45; faltam 125 meses para a Primavera Brasileira)

“Inteligência emocional como ferramenta de liderança
        Imagine ter todo o conhecimento técnico necessário para realizar determinada tarefa, mas não conseguir alcançar o resultado esperado simplesmente por estar em um dia ruim. A influência das emoções pode parecer trivial em um primeiro momento, mas a realidade é que elas podem ser um obstáculo significativo no caminho para o sucesso. Por isso, as habilidades emocionais têm sido tão valorizadas quanto as racionais no mundo corporativo.
         Estamos falando do conceito de inteligência emocional, que se refere à capacidade de conhecer e administrar as próprias emoções, utilizando-as como aliadas. Esse tipo de inteligência é válido para todos os aspectos da vida do ser humano, mas adquire uma importância especial no âmbito profissional, em que lidar com cobranças, pressões e frustrações faz parte da rotina laboral.
         É uma oposição à ideia de que ser um bom profissional é reprimir os sentimentos e agir integralmente pautado pela razão. Não é sobre controlar, mas sim sobre reconhecer e canalizar as próprias emoções. O que diferencia o gestor que desconta sua raiva nos colaboradores daquele que ensina lições a partir dos erros é justamente o nível de inteligência emocional.
         A falta de traquejo com o lado emocional por parte de um líder pode gerar uma série de conflitos no ambiente de trabalho que resultam em queda de rendimento e enfraquecimento da equipe. De acordo com uma pesquisa realizada pela empresa de consultoria e recrutamento Michael  Page, oito em cada dez profissionais largam seus empregos por causa do chefe.
         Essa habilidade tem tido sua importância cada vez mais reconhecida devido às inúmeras transformações no mercado. Afinal, a necessidade de se reinventarem constantemente exerce um impacto emocional sobre os líderes, principalmente em momento de crise, nos quais a cobrança por resultados tende a ser maximizada.
         O autoconhecimento é um dos pilares da inteligência emocional, mas a relação com o outro também exerce um papel importante. Como as interações são a base para o funcionamento de qualquer organização, o ideal é que a administração das emoções seja uma habilidade compartilhada por toda a equipe. Segundo pesquisa da Career Builder, empresa focada no capital humano, 71% dos empregadores nos EUA já consideram a inteligência emocional mais importante que o Quociente de Inteligência (QI) como critério de seleção para o preenchimento de vagas.
         Mais do que um atalho para o desenvolvimento pessoal, a inteligência emocional é uma forma de melhorar os resultados dos negócios. Uma pesquisa da consultoria empresarial Talent Smart apontou que 58% do bom desempenho profissional pode ser atribuído a esse equilíbrio entre razão e emoção. Trata-se de uma transformação significativa que pode começar a ser posta em prática com uma atitude simples: observar a si mesmo.”.

(Matheus Vieira Campos. Coordenador regional da Câmara Americana de Comércio de Belo Horizonte (Amcham_BH), em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 4 de julho de 2020, caderno OPINIÃO, página 13).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no site www.domtotal.com, edição de 31 de julho de 2020, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente integral transcrição:

“Desconexões e lutos
        As sinapses cerebrais são calculadas a partir de números semelhantes ao de conexões em galáxias. É, certamente, uma quantidade difícil de ser mensurada. Mas é preciso considerar a importância das conexões cerebrais e de tantas outras relacionadas ao contexto social. Elas são indispensáveis para se alcançar metas que garantam uma vida saudável. A falta de conexão, ou a desconexão, gera prejuízos, que podem ser irreversíveis. No horizonte desafiador das conexões é que se compreende, também, o alcance da afirmação fundamental e determinante advinda do âmbito da ecologia integral: tudo está interligado, isto é, em sistema de conexões. Compreende-se, assim, que desconexões promovem disfunções, conforme revelam diferentes descalabros ambientais, provocados, por exemplo, pela mineração extrativista, com indiscriminada exploração dos recursos naturais. A Covid-19 e tantas outras pandemias resultam de desconexões.
         O papa Francisco lembra, na carta encíclica Laudato si’ – sobre o cuidado com a casa comum: há um clamor da Terra, nossa irmã, na afirmação de São Francisco de Assis, contra o mal que lhe é provocado, de maneira irresponsável, com a abusiva apropriação de seus bens, dons de Deus. As desconexões ambientais têm provocado agressões ao meio ambiente, uma questão ainda tratada inadequadamente pela legislação brasileira. A humanidade cresceu pensando ser a “dona do mundo”, com autoridade e direito para saquear a Criação. Trata-se de uma série desconexão humanitária que precisa ser, pedagógica e disciplinarmente, corrigida por legislações mais rigorosas. Mas há falta de coragem e de lucidez para promover avanços legislativos. Prevalecem a conivência, o “levar vantagens” pecuniárias ou eleitorais, a partir do sacrifício vergonhoso do meio ambiente. Manifestação lamentável da violência qe toma conta do coração humano, ferido pelo pecado.
         Ao se calcular, amargamente, as desastrosas consequências da Covid-19, há de se remontar ao nascedouro de desconexões muito graves, comprovando o nível de loucura de uma sociedade, refletido em seus dirigentes e cidadãos. Colapsos nas sinapses cerebrais talvez expliquem tantos desvarios que precisam ser contidos com a lei, com procedimentos educativos e terapêuticos para evitar que a sociedade se precipite no caos. Oportuna é a referência, entre outras existentes, ao projeto “Amazoniza-te”, uma escola que oferece a possibilidade para aprendizagens. E entre as lições a serem aprendidas estão o exercício da solidariedade, reconhecer a importância do próximo, que é irmão, cultivar a sensibilidade ambiental, com incidências na ação social e política, a partir de qualificado humanismo e do diálogo com diferentes culturas.
         É preciso afrontar síndromes de desconexões, fazer crescer o “coro dos lúcidos”, nas instituições e segmentos da sociedade. Isto significa investir em quem está com seus sistemas de sinapse cerebral funcionando adequadamente. É preocupante constatar o crescimento de fundamentalismos e polarizações que alimentam descasos em campos imprescindíveis para todas as sociedades: saúde, educação, democracia e dignidade humana. O dom da lucidez inclui equilíbrio emocional, a competência para a gestão de processos, sendo condição fundamental para bem conduzir o destino de uma nação e preservar valores que devem ser intocáveis. Constata-se, pois, que instituições governamentais e segmentos da sociedade não podem permanecer inertes diante da necessidade de se mudar rumos. É preocupante e doloroso perceber, por exemplo, a velocidade com que se aproxima a marca dos cem mil mortos pela Covid-19 no Brasil – cada vez mais uma nação enlutada.
         Esse luto crescente atesta as incompetências em âmbitos decisivos da gestão governamental, nos diferentes níveis. Nesses cenários de desconexões e lutos, o “o coro dos lúcidos” precisa ser encorpado e qualificado pela profecia cristã, com força de produzir conexões, sem medo, sem delongas e sem parcialidades. Assim é possível ajudar a eliminar as causas estruturais das disfunções políticas e econômicas, superar modelos de desenvolvimento incapazes de respeitar o meio ambiente, a dignidade da pessoa humana, especialmente dos mais pobres e vulneráveis. O luto que cobre a sociedade brasileira convoca os cristãos: ao invés de perder tempo com discussões inócuas, devem, cada vez mais, trabalhar na promoção da justiça, abrindo novos caminhos para a sociedade brasileiras.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 130 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em junho a estratosférica marca de 300,31% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 110,24%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 2,13%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2020, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,651 trilhão (44,79%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,004 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.





sexta-feira, 12 de junho de 2020

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS URGÊNCIAS E EXIGÊNCIAS DA QUALIFICAÇÃO DA ESCOLA NA TRAVESSIA DAS PANDEMIAS E AS LUZES DO DIÁLOGO E ECOLOGIA INTEGRAL NA SUSTENTABILIDADE


“E a educação?
        É certo, o país nunca tratou o tema com a importância estratégica observada em outras nações. Avanços importantes aqui e acolá não foram suficientes para tirarmos o país dos últimos lugares no ranking de qualidade da educação. Não se trata de um governo e/ou de um grupo partidário. Somos uma nação que parece desprezar a educação. É certo, também, que a gestão da crise em relação à pandemia tem sido um verdadeiro desastre. Não há coordenação, não há liderança nacional, e o país parece um barco à deriva.
         Entretanto, mesmo se relevarmos a ausência de compromisso histórico com a educação e a incapacidade política e de gestão que vivenciamos em relação à pandemia, nada é tão comprometedor, triste e impactante no longo prazo do que o que ocorre na área.
         Crianças, adolescentes, pais, professores e gestores permanecem com a incerteza do momento que estamos vivendo. Professores exaustos e frustrados; secretários de Educação procurando alternativas na gestão do sistema e preocupados com os altos custos decorrentes do retorno; escolas privadas com risco de falência; alunos, sobretudo os mais novos e os mais pobres, perdendo ações pedagógicas e estímulos essenciais. A desigualdade exacerba e mostra uma de suas faces mais cruéis, ao impor um abismo intransponível, decorrente da condição socioeconômica das famílias, com impacto direto na vida e no futuro das crianças.
         Nossa omissão não é nova, mas a realidade nunca foi tão dramática – e se agrava com a atuação do Ministério da Educação. A ausência completa de uma política educacional e as ações pontuais desconexas são o retrato da mediocridade. Infelizmente, o atual ministro está concentrado numa cruzada ideológica, quando não está ocupado em despejar impropérios contra o STF e outras instituições.
         Não há uma política de apoio concreta aos sistemas educacionais para o enfrentamento dos efeitos da pandemia. Abertura ou não? Quais protocolos? Qual idade? Como acolher crianças e famílias no retorno às aulas? Quem financia os custos? O que fazer com as escolas privadas? Como apoiá-las? Novo Fundeb? Enem? Como atenuar os problemas, envolver a comunidade escolar, as empresas e os governos em busca de soluções, alternativas e saltos de qualidade? A pandemia e seus efeitos são simplesmente ignorados pelo maior responsável pela área.
         A educação está completamente sem rumo. Especialistas da área estão desesperados. A situação é tão bizarra que levou Priscila Cruz, presidente do Todos pela Educação, instituição referência na área, a dizer em recente entrevista que “as palavras ‘absurdo’, ‘indecente’ e ‘injusto’ não dão conta do que a gente presencia no Brasil”.
         A pandemia e o MEC atual agravam de forma assustadora os problemas estruturais na área educacional. A novidade é a ausência de preparo, compostura, programas e políticas. Um total desprezo pela educação. Com quase nenhuma reação concreta da sociedade, dos políticos e das instituições, permaneceremos à deriva. Até quando hipotecaremos o futuro?”.

(Thiago Camargo. Advogado e sócio do escritório Marcelo Guimarães Advogados e da Sinapse Consultoria e Projetos, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 5 de junho de 2020, caderno OPINIÃO, página 15).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no site www.domtotal.com, mesma edição, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente integral transcrição:

“Outro estilo de vida
        Conquistar um estilo de vida diferente é inadiável desafio inscrito na pauta da civilização contemporânea. Trata-se de clamor que não é novo, mas que ganhou ainda mais urgência ante o esgotamento humanístico e os adoecimentos enfrentados atualmente pela humanidade. De diferentes esferas que tratam o meio ambiente – conferências mundiais, fóruns internacionais, eventos e congressos – vêm indicações sobre a necessidade imediata de se conquistar renovado estilo de vida. Há relação entre os esgotamentos da natureza e as crises humanitárias, que geram pandemias e outros descompassos – ameaças à vida de todos, especialmente dos mais pobres.
         Conquistar um estilo de vida diferente exige reconhecer a complexa e hegemônica realidade cultural da atualidade. Essa realidade tem força que é, ao mesmo tempo, avassaladora e sedutora, exercendo domínio em diferentes campos, sem mesmo poupar a ascese da vida religiosa. É quase impossível calcular os investimentos necessários para superar os obscurantismos, proselitismos, fundamentalismos, exibicionismos, extrativismos, sectarismos. São graves problemas que se somam a tantos outros “ismos”, formando uma relação de superficialidades que desfiguram a preciosidade do dom de viver e a Casa Comum.
         Eleja-se como ponto de partida na busca por outro estilo de vida superar o consumismo. Trata-se de um fenômeno alimentado de modo selvagem pelo mercado, que cria mecanismos compulsivos para levar pessoas a se submeterem aos gastos supérfluos. O papa Francisco, na sua carta encíclica sobre o cuidado com a Casa Comum, afirma, de modo interpelante, que o consumismo obsessivo é o reflexo subjetivo do paradigma técnico-econômico contemporâneo. Obviamente, considerando os problemas atuais, são urgentes avanços na infraestrutura e na área da saúde para garantir celeridade à superação da pandemia e de seus desdobramentos econômicos. Mas não se pode contentar com paliativos: há de ser enfrentado o paradigma hegemônico, aquele técnico-econômico, que sustenta a ilusão de uma liberdade para consumir ilimitadamente.
         O ser humano, dominado por esse paradigma, não consegue converter processos destrutivos, permanece incapaz de adotar um modo de viver diferente. Por isso, a civilização contemporânea, no enfrentamento desta pandemia, precisa conquistar uma cidadania renovada, marcada por hábitos orientados pela simplicidade e pela leveza. Uma tarefa difícil, pois a cultura mundial parece se pautar pelos exageros, raízes de doenças e outros males. A humanidade deve, pois, cultivar compreensão de si mesma e desses exageros, a démarche dos processos de radicalização, para reorientar seus rumos, suas dinâmicas e fazer escolhas acertadas, sob de encontrar o autoextermínio. Permanecer sob o domínio da hegemonia do consumo é conviver, cotidianamente, com a ameaça de novas pandemias, agravadas pelas que ainda não foram superadas.
         Faz-se necessário um estilo de vida diferente, asseverado por novos protocolos e providências que vão de pequenas atitudes a medidas estruturantes, com impactos mais amplos. Há muito a ser mudado. Basta pensar que ainda hoje, em uma civilização de tantos avanços tecnológicos, falta, a muitos, adequada educação sobre atitude básica de higiene: o ato de lavar as mãos.
         De fato, o encastelamento na autorreferencialidade a que as pessoas têm se submetido, com consequências nefastas como a indiferença ou a idolatria do dinheiro, fermenta a voracidade que distancia todos de hábitos saudáveis, frugais, comprometendo vínculos, deteriorando e incapacitando para relações solidárias. Um novo estilo de vida não apenas resguardará a humanidade de fenômenos climáticos, de grandes desastres naturais ou mesmo de doenças desconhecidas – ajudará também a debelar crises sociais e políticas. Por isso mesmo, reconfigurar hábitos – do simples ato de sempre lavar as mãos aos novos modos de consumo, convivência e trabalho – é imprescindível. Trata-se de uma necessidade deste tempo, demandando força de exemplaridade das instituições e dos segmentos da sociedade, na contramão de insanidades – em atitudes ou falas.
         A meta que deve ser busca é dar rumo diferente à humanidade a partir de novos modos de viver, a serem cultivados no diálogo, com o coração de aprendiz. Assim é possível conquistar, para cada realidade, na família, Igreja, instituições diversas e segmentos sociais, um estilo de vida diferente.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 130 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em abril a estratosférica marca de 313,43% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 119,32%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 2,40%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2020, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,651 trilhão (44,79%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,004 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.



segunda-feira, 25 de maio de 2020

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A LUZ DA DIMENSÃO HUMANA NA TRAVESSIA DAS PANDEMIAS E A TRANSCENDÊNCIA DA ALEGRIA E AUTENTICIDADE DA ECOLOGIA INTEGRAL NA SUSTENTABILIDADE


“A dimensão humana
        O período da epidemia Covid-19 é algo absolutamente desafiador. Vivemos todos numa expectativa de adoecer, um pânico generalizado. O distanciamento social, até pelo nome, já demonstra que é uma medida alienadora e cada vez mais alimentada pelas manchetes diárias – aterrorizantes.
         Em verdade, apesar de ser uma doença potencialmente grave, a mortalidade não é muito elevada e não há motivo para pânico. A morte é destino certo para todos. Algumas de suas causas são tão banais que nos acostumamos a elas: mortes no trânsito (mais de 40 mil ao ano) ou por dengue, zika e outros flagelos esquecidos e massificados.
         O que diferencia a atual epidemia é sua globalização, são as manchetes nos diversos cantos do mundo. Não nos esqueçamos de que no Brasil, por sua dimensão continental, estamos em situação relativamente boa em comparação com países superdesenvolvidos e com estrutura hospitalar maior.
         Não podemos desconsiderar o risco, mas é preciso que todos eles sejam considerados. A sociedade funciona ao modo de um organismo vivo. A divisão de tarefas é sua base e, qual uma engrenagem complexa e integrada, ela precisa girar, senão perece. A interdependência é a norma, não a exceção. Embora muitos saibam, é preciso lembrar que a economia, apesar de lidar com números, é uma ciência humana, e não há motivo de vergonha de, nesse contexto, considerarmos os impactos de todas as medidas adotadas na saúde da economia.
         O isolamento acaba por gerar a paralisação de um sem-número de atividades e se torna um motivo de extrema privação para aqueles que trabalham por produção, sem vínculos estabelecidos, ou mesmo para aquelas empresas que se inserem no universo mais afetado. A repercussão disso nas pessoas é grave – para se ter uma ideia, nos últimos 45 dias o cartório de Venda Nova, em Belo Horizonte, registrou apenas quatro mortes por Covid, e, no mesmo período, oito suicídios.
         As formas de transmissão da doença são conhecidas. Uso de máscara e a correta higiene pessoal – posto que o vírus também habita o trato gastrointestinal – são as armas que temos. Cada um tem que se responsabilizar por sua segurança e saber que, se não aderir aos cuidados, se expõe ao risco de morrer.
         Os municípios tiveram tempo para se preparar, adequando suas estruturas de saúde. Assim, é preciso que o retorno ao trabalho ocorra, de forma planejada, impedindo principalmente que nos meios de transporte ocorra superlotação. Que possamos todos superar o momento e entender que a dignidade não se encontra na reclusão em nossas casas; está na coragem de enfrentar mais uma doença, dando a ela o devido peso específico e usando as armas preventivas de que dispomos.”.

(Luiz Antônio F. Paulino. Médico, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 20 de maio de 2020, caderno OPINIÃO, página 15).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no site www.domtotal.com, edição de 22 de maio de 2020, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente integral transcrição:

“Dom precioso de Francisco
        A Igreja Católica no Brasil promove uma semana pela ecologia integral, interpelando a sociedade, adoecida, com feridas expostas, a encontrar novo modo de viver. É a celebração pelos cinco anos da carta encíclica Laudato si’ – sobre o cuidado com a Casa Comum, publicada pelo papa Francisco, no dia 24 de maio de 2015. Esta Semana busca ecoar o que pede a carta encíclica do papa sobre o cuidado com a Casa Comum, a partir da exemplaridade inigualável de São Francisco de Assis, considerado o pai da ecologia, respeitado pelos que são, ou não, cristãos, em razão da universalidade de seus ensinamentos. Passados mais de outo séculos, os sentimentos, escolhas e hábitos de São Francisco permanecem como sinal luminoso, oferecendo aprendizados indispensáveis. O papa Francisco, assim, revisita o “pobrezinho de Assis”, contribuindo para que a civilização contemporânea redesenhe seus funcionamentos, faça novas escolhas e se afaste do caminho que pode levá-la a diferentes extermínios e a graves pandemias.
         No horizonte da carta encíclica Laudato si’ está a adoção inteligente e imediata dos parâmetros da ecologia integral, com suas dinâmicas que podem garantir dois bens fundamentais, procurados a todo custo: alegria e autenticidade. Uma alegria que dura e sem a qual não se consegue viver adequadamente. Sem essa alegria, a vida perde sentido, torna-se dolorosamente pesada. Já a autenticidade, outro bem necessário, refere-se à capacidade bonita de se exercer a liberdade sem jamais perder o horizonte da própria identidade. A autenticidade gera razões e iluminações condizentes com o grande dom da vida. O ponto de partida inteligente para alcançar alegria e autenticidade parece ingênuo e, por isso, é irracionalmente desconsiderado: dedicar amorosa reverência aos mais pobres da Terra e atenção particular à Criação de Deus.
         Esse olhar sensível dedicado à Criação e aos pobres faz abrir o coração, leva à alma valores nobres, cultiva na interioridade humana bons sentimentos e modula cada gesto na dinâmica inigualável da solidariedade. Quando o ser humano verdadeiramente dedica atenção à Criação e aos pobres consegue perceber prioridades que são indissociáveis: a busca pela paz interior, o respeito à natureza e a consciência do dever de trabalhar na edificação de uma sociedade justa e fraterna, com a defesa dos mais pobres. Essas prioridades precisam nortear a conduta social, política, econômica, religiosa, cultura e cidadã. A paz interior, que todos buscam, exige a vivência das lições de uma ecologia integral, para livrar o ser humano do domínio das idolatrias do lucro e do dinheiro, da indiferença ante os clamores dos empobrecidos. Esse domínio do lucro e da indiferença é raiz do uso desenfreado, extrativista e criminoso dos bens da Casa Comum, da adesão à lógica dos privilegiados que é condescendente com o colapso da vida dos vulneráveis.
         Parecerá romântico às mentes teleguiadas pelos endurecimentos que alicerçam as pandemias evocar a atitude de São Francisco de Assis. Ao olhar, enamorado, o sol, a lua, minúsculos animais, ele cantava e, consequentemente, envolvia o seu coração com uma sabedoria solidária e uma reverência nobre dedicada a todos – entendia que todos os seres e elementos do universo são irmãos uns dos outros. Assim, ensina o caráter essencial da simplicidade, frequentemente desconsiderada no mundo contemporâneo, dominado por uma irracionalidade fundamentada na desmedida ambição por dinheiro. Em vez da opção pela simplicidade, prioriza-se o acúmulo de bens que compromete a qualidade de vida, gerando distanciamento de toda gratuidade, o que produz massacres e pandemias.
         A carta encíclica do papa, inspirada nas lições de São Francisco de Assis, está para além de uma avaliação intelectual ou de um cálculo econômico. Oferece à sociedade contribuições para que se viva novo ciclo, alicerçado em sabedoria que se desdobra em compromisso: é preciso cuidar de tudo e de todos. Eis o apelo do papa Francisco, dever inadiável que deve unir a família humana em busca de um desenvolvimento sustentável. O dom precioso é reconhecer e adotar a inteligência criativa fundamentada nos parâmetros da ecologia integral, para superar a indiferença em relação a graves problemas.
         A ecologia integral é o caminho mais adequado a ser seguido pela humanidade no seu desafio de repensar condições de vida e de sobrevivência em um mundo adoecido, com sintomas evidentes nos descompassos políticos e sociais, religiosos e econômicos. Há de prevalecer os parâmetros da ecologia integral, em diferentes contextos. O ponto de partida, antes de se pensar nas cúpulas, instâncias legislativas ou conferências, é a vida cotidiana, a atitude de cada pessoa. Chegou a hora, e de agora não se pode passar, considerados os esgotamentos do mundo e da civilização contemporânea, de novas lições a serem aprendidas, necessárias para surgir um novo tempo, broto da esperança. Todos, humildemente, possam assumir a condição de aprendizes, na vivência do que ensina a carta encíclica Laudato si’, um dom precioso de Francisco.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 130 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em março a estratosférica marca de 326,4% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 130,0%; e já o IPCA, em abril, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 2,40%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2020, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,651 trilhão (44,79%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,004 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.