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segunda-feira, 23 de outubro de 2017

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A LUZ DA ESPERANÇA E A URGÊNCIA DA QUALIFICAÇÃO DA CIDADANIA E DAS LIDERANÇAS NA SUSTENTABILIDADE

“A esperança não morre
        Chega uma hora em que o desânimo parece nos dominar, chega uma hora em que a sensação de impotência é tão grande que chego a acreditar não ter mais jeito, que o Brasil nunca vai sair deste lamaçal. Chega uma hora em que o corpo e a mente não querem mais lutar, parecem estar tremendamente abatidos, sem forças para reagir. Chega uma hora em que acreditamos não existir mais luz no fim do túnel, que seremos eternamente um país dos coronéis, dos corruptos, da ladroagem desenfreada.
         Todos os dias surgem novidades desagradáveis. Chega a ser deprimente, melancólico assistir a qualquer telejornal. Com isso, a alienação transfigura-se como uma solução menos dolorosa. Esse é o ponto a que chegamos!
         O caso das malas e caixas cheias de dinheiro, cerca de R$ 51 milhões em notas, é mais um retrato, uma cópia fiel, um símbolo do que se transformou a gestão pública brasileira. A que ponto chegamos, ou melhor, a que ponto avançamos em direção ao caos!
         Mas o triste de tudo isso é constatar que a grande e esmagadora maioria dos trabalhadores brasileiros, durante a vida toda, de forma honesta, nunca conseguirá obter 1% desse montante. Isso mesmo, 1%, faça as contas e verá que um trabalhador que ganha uma salário mínimo, que é o salário da maioria dos brasileiros, pode trabalhar cerca de 40 anos e mesmo assim não atingirá o valor estipulado. Uma vergonha!!
         Mas é justamente isso que os nossos políticos querem que aconteça. O nosso desânimo significa a vitória desse modo de conduzir os rumos do nosso gigante e adormecido Brasil. Por mais que pareça ser desolador, é preciso combater sempre.
         A história nos mostra que é possível reverter cenários semelhantes a esses. Outros países já viveram situações semelhantes e deram a volta por cima, conseguiram sobreviver ao caos e se tornar dignas nações. Mas, em todos esses casos, o povo se mobilizou, apostou em líderes realmente comprometidos com as mudanças que o povo precisava e tornou-se presente nas decisões que foram tomadas através das atitudes.
         Por isso, um texto como esse chega a ser, como diria no popular, “chover no molhado”. Pois são tantas as vezes que escrevi sobre o mesmo tema. Mas, enquanto nossos políticos e demais comparsas insistirem pelo caminho da corrupção, insistiremos também no combate a ela. Pouco adianta gritar isolados, mas pior ainda é se não houvesse grito nenhum.
         Nosso desânimo não pode ser maior que a nossa vontade de construir um país livre, justo e fraterno. Avante, brasileiros, o bom combate precisa começar!”.

(WALBER GONÇALVES DE SOUZA. Professor e membro das academias de letras de Caratinga e Teófilo Otoni, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 8 de outubro de 2017, caderno OPINIÃO, página 11).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 24 de fevereiro de 2017, mesmo caderno, página 7, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Cidadania e lideranças
        A cidadania sofre um avançado processo de deterioração, comprometendo o equilíbrio de processos complexos e importantes para o bem viver. São enormes os prejuízos – incluem desde as brutalidades, que ameaçam o relacionamento entre pessoas, até os descompassos nas instituições e governos –, evidenciando a gravidade dessa deterioração. Isso acelera a desumanização na sociedade contemporânea e o descontrole dos funcionamentos que deveriam garantir, minimamente, a convivência sadia na urbanidade. Percebe-se que o ser humano, diferentemente das outras criaturas, quando se considera o conjunto da criação, percorre uma via na contramão da sua natureza, identidade e missão. A ação depredadora da humanidade no tratamento da “casa comum”, produzindo desequilíbrio ambiental, causa triste impacto. A racionalidade não consegue delinear atitudes e estilos de vida capazes de evitar os prejuízos que, cedo ou tarde, caem na conta da sociedade. Uma conta alta que resulta da dificuldade para mudar hábitos e definir prioridades.
         As posturas egoístas e interesseiras impedem as pessoas de abrir mão de certas práticas, confortos e bem-estar aparentes, aumentando descontroladamente os danos que impactam todo o planeta. Há um processo crescente de distanciamento da vida social, política e ecológica equilibrada. Parece importar ao cidadão tão somente as garantias de suas benesses, confortos, o dinheiro que ganha e o seu usufruto. Tudo balizado por irracionalidades no comprar, comer, viajar e possuir. São valorizadas no cotidiano as experiências marcadas pela fugacidade. Ao mesmo tempo, cresce uma insatisfação inscrita na subjetividade humana. Esse descontentamento ateia fogo abrasador nas disputas por títulos, lugares e vantagens. O outro é sempre o inimigo e o concorrente. Um individualismo mesquinho contamina a vida familiar, e até o lar se torna palco de disputas. Acaba-se, inclusive, com a garantia dos vínculos, desde os matrimoniais aos da amizade sincera.
         Não se consegue enxergar o outro. E não há cidadania sem que se enxergue o outro, particularmente os mais pobres e sofredores. No turbilhão dessa avalanche individualista, que evidencia a perda da direção do amor, a cidadania é substituída pela incivilidade. A sociedade, enlouquecida, vira uma arena de batalha. E vai ficando distante o sentido da solidariedade, o compromisso com a fraternidade, a coragem altruísta de ser bom e partilhar, sem medo de perder. É crescente o instinto devastador do apego aos próprios bens, sem se importar com o próximo, desconsiderando as dádivas de Deus. Por isso, são acirradas as brigas por privilégios, embrutecendo as relações. As pessoas são reduzidas a peças de uma engrenagem social e política, desprovidas da responsabilidade de buscar o bem maior, o respeito ao bem comum. Ignora-se o fato de que é abominável uma sociedade de privilégios que causam discriminações e a exclusão social.
         A sombra que delineia o horizonte da sociedade cega os indivíduos e, consequentemente, os conduz a situações de guerra, confirmadas pelos números de homicídios e que revelam o aumento da miséria. Triste é a mesquinhez e a indiferença de quem conseguiu um “lugar ao sol” e não abre mão de nada para oferecer um pouco a quem precisa. Uma situação que contamina a convivência entre pessoas, mas também impacta a relação entre nações, grupos e culturas. “Primeiro o meu, o que importa sou eu, a minha nação, o meu grupo, os meus aliados, meu partido, a minha Igreja. É assim que se pensa e, por isso, a cidadania se deteriora, não se constituindo mais como parâmetro para o exercício da liderança. Os “líderes” – nos âmbitos políticos, culturais, educacionais e mesmo religiosos – tornam-se prisioneiros no tecido cidadão corroído. Tendem a lutar simplesmente para se manter no lugar que ocupam e continuar a usufruir das benesses. Buscam apenas alimentar vaidades e, assim, se contentam com uma atuação pífia, pouco inventiva. Não oferecem respostas adequadas às necessidades de reformas e atuações.
         O assoreamento da cidadania inviabiliza o surgimento de líderes altruístas. Gera uma opacidade que impede de enxergar mais adiante. Assim, tornam-se cada vez mais raras as pessoas que se desdobram para fazer a diferença no cumprimento dos próprios deveres. Percebe-se que a cidadania comprometida por modos mesquinhos de se viver mata a natural e indispensável índole de liderança que está na essência do ser humano. Cada pessoa deve ser protagonista do desenvolvimento, responsável por rumos novos no horizonte humanitário e civilizatório. Isso quer dizer que, nas diferentes situações, da cozinha da própria casa à mesa dos tribunais e dos parlamentos, incluindo os laboratórios, as salas de aulas, os templos e as ruas, é inegociável a cada cidadão desempenhar bem a sua liderança em vista de um tempo novo. Caso contrário, todos ficarão presos nas mediocridades que impedem avanços. Crescerá a barreira da resistência que atrapalha a inovação nas instituições, nos modelos e nos procedimentos.
         Urgente é investir cotidianamente na recuperação do tecido cidadão, a partir das posturas, gestos e adoção de princípios. Vencer as condutas individualistas e as disputas sem sentido, para reacender o gosto pela liderança, que não deve ser compreendida como forma de garantir privilégios mesquinhos e alimento para vaidades. Em vez disso, o exercício da liderança deve revelar o amor por uma vida cidadã, que traz equilíbrio para a sociedade. Assim, é possível a cada pessoa cumprir bem o próprio papel, assumindo o compromisso com o bem maior das instituições e do povo. Essencial é o exame de consciência de cada um, com a coragem de assumir a própria responsabilidade, e a oferta da própria inteligência, das competências, a serviço de uma cidadania que conduza o mundo na direção da justiça e do amor.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em agosto/2017 a ainda estratosférica marca de 397,44% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial registrou históricos 317,31%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, em setembro, chegou a 2,54%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2017, apenas segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,722 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 946,4 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- 55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...