“Pequenos
gestos para grandes mudanças
Em tempos de uma
sociedade em crise, que valoriza a competição desenfreada, não permitindo à
criança uma infância leve, desfrutada com a riqueza e a importância que lhes
são devidas, a escola precisa se reestruturar. É necessário oferecer uma
educação em que o brincar e o aprender caminhem juntos, a fim de proporcionar à
criança o desenvolvimento integral, almejando sua preparação para o futuro.
Sim, o
jovem precisa estar preparado para conquistar seu lugar no mundo. Será que isso
inclui a aprovação no vestibular e foto no outdoor da escola? Seria essa a
função da escola: tornar o jovem apto a uma aprovação, mesmo que essa escolha
não represente seus sonhos ou projeções? E a família, qual é o seu papel,
afinal?
Discutir
esses aspectos da educação é assunto novo e pesquisas comprovam que é preciso
um novo olhar para a educação. A escola não pode ser mero espaço de depósito de
conhecimento, com cobranças excessivas de memorização para as avaliações,
voltadas para a reprodução de rankings que
tornam felizes os poucos que atingem boas colocações e deixam uma grande
maioria desacreditada de seu verdadeiro potencial de criação e produção.
Para
se chegar a essa realidade de transformações, o desafio da educação parece-nos
claro: formar seres humanos equilibrados, felizes, com autonomia para expressar
seus pensamentos e criatividade para vencer os desafios. Para isso, não há
outro caminho senão o que passe por uma educação que respeite a história do
estudante e trate seus sonhos com cumplicidade e amor.
À
família cabe a função primeira de oferecer o melhor de si para a formação do
caráter dos filhos, levando cada um a descobrir o seu melhor e o melhor no
outro, a fim de garantir reflexos cada vez mais positivos na vida e no mundo.
Educar é, portanto, tarefa da família, e essa deve ser parceira da escola na
escolarização dos seus filhos, fazendo-se presente por meio do incentivo e
participação ativa nos projetos escolares, além de ajudá-los na superação das
frustrações, para que se tornem verdadeiramente fortes e capazes de enfrentar
os desafios e fazer escolhas.
Com a
família cumprindo seu papel, a escola fica em melhores condições para, também,
cumprir sua função na jornada da formação de seus educandos, de modo especial,
a partir do trabalho do professor, apresentando o saber de uma forma
significativa, em que a criança ou o jovem possam se expressar no espaço
escolar, construindo relações plenas de significado e respeito com o outro e
com o meio em que vivem, desenvolvendo a capacidade de liderança e de
participação contínua em todo o processo educativo. Merece o professor todo o
respeito e admiração, pois a ele cabe a continuidade da missão da família, de
educar para a autonomia, ética e dignidade. Muitos projetos e ações de
protagonismo e empreendedorismo já perpassam as rotinas escolares das
instituições que primam por uma educação humanizada, capaz de construir suas
relações educacionais com base nos principais pilares da educação para o século
21: habilidades cognitiva, social e emocional.
Na
escolha da escola para o seu filho, busque aquela que privilegia a construção
dos saberes, por meio de uma educação que aponte caminhos para a paz e o bem.”.
(ADRIANA
CORRÊA. Diretora do Colégio Franciscano Imaculado Coração, de Governador
Valadares, em artigo publicado no jornal ESTADP
DE MINAS, edição de 20 de abril de 2019, caderno OPINIÃO, página 7).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a
Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição,
caderno e página, de autoria de RONALDO
CAVALHERI, diretor geral do Centro Europeu (primeira escola de economia
criativa do Brasil) e business development manager do Microsoft Innovation
Center Curitiba, e que merece igualmente integral transcrição:
“Os
robôs estão chegando!
Você será substituído
por um robô? Essa é uma pergunta que muitos profissionais fazem ou que deveriam
começar a pensar a respeito. O mundo passa por grandes transformações desde a
revolução rural, onde tudo era mais controlável e previsível. Passamos pela era
industrial, onde máquinas entraram em cena com uma produção abundante. Veio a
era digital, onde a informação e a conectividade impulsionaram ainda mais o
consumismo. São evoluções naturais que impactam o mercado de trabalho. E,
agora, estamos vivendo uma mudança de era, na qual começamos a passar por uma
revolução exponencial, porém mais acelerada, com tecnologia de ponta
disponível. Termos como computação em nuvem, IoT, big data, robótica,
inteligência artificial, impressão em 3D e nanotecnologia se tornaram comuns em
nosso dia a dia. Mas como isso vai impactar a vida dos profissionais?
Uma
coisa é certa: nos próximos anos, teremos muitas e rápidas mudanças. Segundo
pesquisa da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE),
em torno de 57% das vagas de emprego estão suscetíveis à robotização e
automação. Mais da metade das funções hoje exercidas pelo homem podem ser
substituídas por máquinas. Outra previsão bastante curiosa é do Fórum Mundial
Econômico, que diz que 65% das crianças vão trabalhar em empregos que ainda não
existem. Crianças em idade escolar sendo preparadas para algo que ainda não
sabemos como será. Temos um futuro cheio de incógnitas em relação ao que irá
acontecer com os profissionais. Quais serão as profissões do futuro? O ser
humano terá espaço? Como os profissionais devem se preparar para tudo isso?
Não me
arrisco a dizer quais serão as profissões mais requisitadas, pois elas ainda
não existem. Porém, com toda certeza me arrisco a dizer quais serão os
profissionais mais requisitados pelo mercado. Parece complexo, mas a resposta é
muito simples. Todo trabalho que envolva atividades repetitivas e com uma
lógica previsível, que não precise de socialização e intervenção criativa, que
não resolva nenhum tipo de problema complexo e que ainda coloca em risco a vida
será substituído por uma máquina.
Com
isso fica fácil concluir que os profissionais mais disputados serão aqueles com
características inerentes aos seres humanos, como criatividade, capacidade de
aprendizagem e de adaptação, visão do momento e facilidade para se relacionar.
Estou falando de soft skills, que são as competências e habilidades mais
desejadas para os profissionais do século 21. Mas relevante do que uma coleção
de diplomas e certificados técnicos, as características comportamentais e
sociais manterão o espaço das pessoas no mercado, combinadas com toda a
tecnologia disponível. Estou falando de um cenário muito mais inteligente. O
que é desafiador e prazeroso o homem faz, o contrário será direcionado para um
robô.
E como
desenvolver as soft skills? Algumas pessoas têm habilidades natas e outras
precisam correr atrás. E, sim, é possível desenvolver essas características,
mas para isso é preciso treino. Erroneamente, muitos profissionais só enxergam
o ensino tradicional como ambiente de capacitação. Falamos de comportamento,
logo temos que estar em contato com outras pessoas, onde possamos exercer essas
competências. É preciso viver experiências diferentes.
Em um
trabalho voluntário, é possível desenvolver habilidades, como o relacionamento
interpessoal e espírito colaborativo. Em um hackathon, que são iniciativas que
estimulam a inovação, os participantes colocam à prova o seu potencial de
resolver problemas complexos e extrapolar sua visão empreendedora. Em um curso
de fotografia, é possível desenvolver um pensamento crítico e estimular o olhar
criativo. Ou até mesmo em uma formação para chef de cozinha você vive
experiências que ajudam a desenvolver suas características de líder e de
trabalho em equipe. Independentemente da área de atuação, é preciso se colocar
em situações desafiadoras que auxiliem no desenvolvimento de características
fundamentais para qualquer profissional de sucesso.
O
avanço da tecnologia é inevitável, a robotização em massa será uma realidade,
as pessoas devem assumir o que de fato é de sua natureza. Somos dotados de uma
grande capacidade de criar e de se reinventar. Pode ser que nem todos
acompanhem essa evolução. Naturalmente, essa mudança trará perdedores e
ganhadores. Meu papel aqui é a provocação para que todos enxerguem essa
necessidade e tenham atitude para ser ganhadores. Não devemos temer as
máquinas, e sim usá-las a nosso favor. A vida é feita de escolhas. Você vai ser
substituído por um robô?”.
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e
oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança
de nossa história – que é de ética, de
moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas,
civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e
sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras
cruciais como:
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da
democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b) o combate implacável, sem eufemismos e
sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:
I – a inflação, a exigir permanente,
competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares
civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa
de juros do cartão de crédito atingiu em março a ainda estratosférica marca de
299,45% nos últimos doze meses, e a taxa
de juros do cheque especial chegou em históricos 322,74%; e já o IPCA, também
no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,58%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa
promiscuidade – “dinheiro público versus interesses privados”
–, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando
incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária
ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da
Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor,
de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é
cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional; eis, portanto, que todos os valores que vão
sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518
anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios,
malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção
mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício,
em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e
danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no
artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança
das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é
desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de
problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos,
quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas
de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à
corrupção e à falta de planejamento...”;
c) a dívida pública brasileira - (interna e
externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para
2019, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos
Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e
insuportável desembolso de cerca de R$
1,422 trilhão (43,6%), a título de juros, encargos, amortização e
refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 758,672 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria
grega, do direito e da justiça:
- pagar,
sim, até o último centavo;
-
rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
-
realizar uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda
a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius
Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação
econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do
governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).
Isto
posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos
a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira
alguma, abatem o nosso ânimo e nem
arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela excelência
educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e
desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas,
oportunidades e potencialidades com todas
as brasileiras e com todos os
brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários
previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além
de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do
século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da
informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da
sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da
paz, da solidariedade, da igualdade
– e com equidade –, e da fraternidade
universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a
nossa esperança... e perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos
de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)
-
Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
-
ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por
uma Nova Política Brasileira ...
- Pela
excelência na Gestão Pública ...
- Pelo
fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares
do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e,
ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A
alegria da vocação ...
Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou
asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...
E
P Í L O G O
CLAMOR
E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte
de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra
sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da
dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.