“O
avanço na senda interior torna
o indivíduo simples e verdadeiro
Há dias de sol radiante
e dias nublados. Assim também ocorre durante a jornada do aspirante ao caminho espiritual,
na qual pode haver tempos de ascensão e tempos de queda. Os tempos de ascensão
podem ser seguidos por tempos de aridez, mas é assim que se dá a gestação da
qual nascerá o novo ser, desperto em nível mais elevado.
Apesar
dessas variações, faz parte da vida do aspirante buscar encontrar-se em paz em
qualquer das duas circunstâncias, pois o que a vida procura despertar nele não
é o deslumbramento nem a impressão de estar avançando, mas a própria
transformação em si, a passagem do estado de estar dominado pelas energias do
mundo para o estado de superação delas, rumo à perfeição espiritual.
Nesse
período, o indivíduo vive etapas nas quais sua consciência material experimenta
a impressão de estar desligada da alma. Essa é uma prova pela qual ele tem que
passar para reunir suas energias e afirmar sua meta espiritual, pois ela o
torna capaz de superar limites e gradualmente libertar sua luz prisioneira na
matéria.
Nesse
Caminho, uma serena mas permanente vigilância evita que o indivíduo engane a si
mesmo.
Se a
aspiração está presente, o indivíduo prossegue firme ao longo do percurso
interno que o leva ao contato com a sua alma e com a paz, mesmo em períodos de
provas.
Ao
despertar para a vida do espírito, o indivíduo tem a espontânea tendência de
ofertar-se à Luz. A gratidão surge junto com essa oferta, que vai se revelando
gradualmente, e quanto mais ela se instala, mais se torna natural para ele.
E,
quanto mais o indivíduo se aprofunda na senda interior, maior é a capacidade de
compaixão nele despertada. Desse modo, ele vai construindo uma maior capacidade
para ajudar os que estão em estágios iniciais rumo à descoberta das realidades
elevadas.
Nesse
caminho rumo ao espírito, um fluxo da energia interna chega até os níveis mais
densos do indivíduo e, se a consciência material reconhece e acolhe esse fluxo
com abertura, ela ingressa imediatamente num estado de inexprimível gratidão.
Assim, a paz vai-se consolidando.
À
medida que o indivíduo se aprofunda no caminho espiritual e começa a se
libertar de ser ego, sua energia vai se revelando cada vez mais pura e
verdadeira, pois o avanço na senda interior tem também essas características:
torna o ser cada vez mais simples e, gradualmente, ele exprime melhor sua alma.
Depois
de vividas as etapas básicas do despertar espiritual, o indivíduo começa a
experimentar uma comunhão crescente com seu mundo interior, e a percebê-lo como
algo do qual participa efetivamente. Ele deixa de assistir ao desenrolar da
vida nos níveis internos, para tornar-se unido a esse desenrolar. A verdade vai
lhe sendo revelada e isso vai lhe trazendo uma crescente paz. Uma paz que não
se afasta do ser que acolhe a transformação e que conscientemente adere aos
processos de integração das energias que o constituem.
Então,
o aspirante passa a viver a sua transformação com liberdade, alegria e paz
verdadeiras, características do espírito.
E,
enfim, ele compreende que a paz não deve ser confundida com ausência de
conflitos, que ela é transformadora, e impulsiona a consciência a elevar-se.
Compreende que a paz é amadurecida no silêncio e se faz presente nos atos e
palavras dos que se ofertam ao Universo.”.
(TRIGUEIRINHO.
Escritor, em artigo publicado no jornal O
TEMPO Belo Horizonte, edição de 3 de julho de 2016, caderno O.PINIÃO, página 16).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a
Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 27 de junho
de 2016, caderno OPINIÃO, página 7,
de autoria de DAIANE NABUCO,
diretora da FTI Consulting, e que merece igualmente integral transcrição:
“Conquista
da credibilidade
O mundo tal como
conhecemos está completamente baseado nos sistemas político e financeiro que
desenvolvemos ao longo de séculos. Nos últimos anos, temos observado profundas
transformações nestes dois pilares da sociedade moderna. Os setores público e
privado vêm sendo cada vez mais pressionados a apresentar soluções de
governança melhores e mais transparentes. Afinal, ambas são organizações que
lidam frequentemente com riqueza e transação de bilhões de capitais, o que,
invariavelmente, acaba abrindo espaço para casos de corrupção e fraudes.
No
Brasil, por exemplo, estamos acompanhando de perto o desenrolar da maior crise
gerada por estes fatores, com investigações e mandatos de prisão estampando
quase que diariamente a capa dos principais jornais do país e do mundo. O
resultado não poderia ser outro senão o comprometimento da legitimidade
política e econômica do país, enfraquecimento das instituições e insegurança do
mercado, principalmente, por parte dos investidores internacionais.
Por
isso, a adoção de controles eficientes deve ser uma prioridade para empresas e
governos, para impedir manipulações com a finalidade de beneficiar terceiros à
custa da população ou de uma corporação. E um dos métodos de fiscalização é a
contabilidade que, atualmente, também se tornou um instrumento fundamental na
prevenção e no combate às ilegalidades.
Quem
nunca organizou e realizou controles de seus gastos pessoais? O simples fato de
regularizar-se financeiramente e obter controles em torno disso, planejando-se
quanto aos seus gastos particulares, amplia a importância acerca da
contabilidade. E isso não é diferente dentro de uma organização.
Dentro
de uma empresa, a contabilidade é o que nos ajuda a compreender a saúde da
companhia, ordenando os passos futuros e contribuindo na tomada de decisões em
prol de seu crescimento. Também é com a contabilidade que será possível
visualizar e analisar os bens, direitos e obrigações que fazem parte do
patrimônio da companhia.
Nos
registros contábeis se encontra o coração da empresa. São neles onde estão
todos atos e fatos. Se as ações dos administradores são corretas, seguindo os
princípios da contabilidade, com registros adequados e com suporte aos fatos, a
transparência é notória e reconhecida pelo mercado. Se a prática contábil não é
realizada com seriedade pelos administradores, a empresa fica sujeita a riscos
fiscais, multas e até mesmo uma possível falência.
A
contabilidade entra em cena de forma a determinar o que houve de fato. E quando
atrelados a bons controles, os riscos de erros são mitigados, prevendo a
realização de procedimentos indevidos. Além disso, é uma garantia de que os
processos são saudáveis.
Adotar
medidas de prevenção e combate à fraude em uma organização pode ser custoso na
visão do empresariado. Porém, mais custoso ainda podem ser as irregularidades
que, quando descobertas, acabam sujando o nome da corporação. Em tempos em que
corruptos e fraudadores estão sendo investigados em todas as esferas da
sociedade, é preciso implantar controles internos precisos e eficazes, que
servirão como ferramenta gerencial para os administradores e bússola para uma
empresa crescer e angariar confiança do mercado.”.
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e
oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança
de nossa história – que é de ética, de
moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e
sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras
cruciais como:
a)
a educação
– universal e de qualidade –, desde a educação
infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em
pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas
crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –,
até a pós-graduação (especialização,
mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade
absoluta de nossas políticas públicas (enfim, 125 anos depois, a República
proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução
educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do
país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da
justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);
b)
o combate
implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e
mais devastadores inimigos que são: I – a inflação,
a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se
em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco
Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em maio a ainda
estratosférica marca de 471,3% para um período de doze meses; e, ainda em maio,
o IPCA acumulado nos doze meses chegou a 9,32%, e a taxa de juros do cheque
especial em históricos 311,3%...); II – a corrupção,
há séculos, na mais perversa promiscuidade
– “dinheiro público versus
interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da
vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária
ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da
Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor,
de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é
cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional; eis, portanto, que todos os valores que vão
sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516
anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios,
malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a
corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar
inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo,
segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a
“... Desconfiança das empresas e das famílias é
grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase
nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses
recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à
ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de
infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de
planejamento...”;
c)
a dívida
pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e
municipal) –, com projeção para 2016, apenas segundo a proposta do
Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,348 trilhão, a título de juros,
encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão
de R$ 1,044 trilhão), a exigir
alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar,
sim, até o último centavo;
-
rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
-
realizar uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente e eficaz auditoria...
(ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda
a propósito, no artigo Melancolia,
Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente
degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das
contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);
Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta
de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já
combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de
poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições,
negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à
pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas
e sempre crescentes necessidades de ampliação
e modernização de setores como: a gestão
pública; a infraestrutura (rodovias,
ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada,
esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística
reversa); meio ambiente; habitação;
mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda;
agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência
social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança
pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e
desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer;
turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e
operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade
– “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade,
competitividade); entre outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira
alguma, abatem o nosso ânimo e nem
arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela cidadania e
qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que
possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e
potencialidades com todas as
brasileiras e com todos os
brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários
previstos e que contemplam eventos como a
Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das
exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das
organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas
tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a
nossa esperança... e perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
- 55
anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...
- Estamos
nos descobrindo através da Cidadania e Qualidade...
-
ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por
uma Nova Política Brasileira...