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quarta-feira, 23 de maio de 2012

A CIDADANIA, O APOCALIPSE E A GANÂNCIA DOS BANCOS

“Apocalipse em breve

De repente parece fácil entender como o euro – aquele enorme, e cheio de falhas, experimento de união monetária sem união política – pode acabar arrebentando as costuras. E note que não estamos falando de previsões para um futuro distante. As coisas podem entrar em colapso com uma velocidade estarrecedora, dentro de alguns meses, não anos. E os custos – tanto econômicos quanto, o que pode ser considerado mais importante, políticos – podem ser desastrosos.

Isso não precisa acontecer; o euro (ou, pelo menos, grande parte dele) ainda pode ser salvo. Mas isso requer que os líderes europeus, principalmente da Alemanha e no Banco Central Europeu, passem a agir diferentemente da forma como têm agido nos últimos anos. Eles precisam para de moralizar e lidar com a realidade; precisam parar de contemporizar e, pela primeira vez, chegar à frente da curva. Eu gostaria de poder dizer que estou otimista.

A história até o momento: quando o euro passou a existir, houve uma grande onde de otimismo na Europa – e isso, pelo que parece, foi a pior coisa que poderia acontecer. Houve uma enxurrada de dinheiro para a Espanha e outras nações, que eram tidas como investimentos seguros; esse capital alimentou grandes bolhas no mercado imobiliário e grandes déficits no mercado de trocas. Então, com a crise financeira de 2008, a enxurrada secou, deixando buracos profundos nas próprias nações que tinham se desenvolvido anteriormente.

Naquele ponto, a falta de união política da Europa se tornou um caso grave de responsabilidade. A Flórida, nos Estados Unidos, e a Espanha, na Europa, tiveram bolhas no mercado imobiliário. Contudo, quando a bolha da Flórida explodiu, os aposentados ainda podiam ter o dinheiro da aposentadoria e o acesso à saúde providos pelo governo nacional. A Espanha não recebeu um apoio comparável a esse. Então, a bolha estourada também se tornou uma crise financeira.

A resposta da Europa tem sido a austeridade: cortes selvagens nos gastos numa tentativa desesperada de acalmar os mercados de títulos. Ainda assim, como qualquer economista racionalmente pode ter lhe avisado (e nós avisamos, avisamos mesmo), esses cortes acabaram aprofundando a depressão nas economias problemáticas da Europa, tanto diminuindo a confiança dos investidores quanto levando a instabilidades políticas.

Agora chegou a hora da verdade.

No momento, a Grécia é o foco. Os eleitores, que estão compreensivelmente irritados com as políticas que produziram 22% de desemprego – mais de 50% entre os jovens –, decidiram colocar a culpa nos partidos que apoiam essas políticas. E porque todo o sistema político da Grécia foi, na realidade, “bolinado” a apoiar uma economia ortodoxa fadada ao fracasso, o resultado da repulsa do eleitorado é o crescimento do poder dos extremistas.

Mesmo se as enquetes estiverem erradas e a coalizão do governo, de alguma forma, ganhar o apoio da maioria na próxima rodada de votação, o resultado básico será o seguinte: a Grécia não vai, e não pode, seguir as políticas de austeridade que a Alemanha e o Banco Central Europeu exigem. Então, e agora? Neste momento, a Grécia passa por uma situação conhecida em inglês com “bank jog” – uma espécie de corrida em câmera lenta para retirar todo e qualquer dinheiro dos bancos, como medo de uma possível saúda da Grécia da zona do euro. O Banco Central Europeu está, efetivamente, financiando essa corrida da Grécia, ao emprestar ao país os euros necessários. Se, e (provavelmente) quando, o Banco Central Europeu decidir parar os empréstimos, a Grécia será forçada a abandonar o euro e voltar a emitir a própria moeda.

Essa demonstração de que o euro é, na realidade, reversível, levaria, por sua vez, ao mesmo comportamento nos bancos espanhóis e italianos. Mais uma vez o Banco Central Europeu teria que escolher se iria fornecer o financiamento sem previsão de término ou retorno. Se ele decidisse que não iria financiar a corrida, o euro como um todo poderia explodir.

Mesmo assim, o financiamento não é suficiente. A Itália e, principalmente, a Espanha precisam ter uma oferta de esperança – um ambiente econômico em que eles tenham alguma chance razoável de crescimento e de libertação da austeridade e da depressão.

Falando realisticamente, a única forma de fornecer esse ambiente seria se o Banco Central Europeu acabasse com sua obsessão de estabilidade de preços para aceitar – e incentivar – anos a fio a inflação a 3% ou 4% na Europa (e principalmente na Alemanha).

Tanto o Banco Central Europeu quanto os Alemães detestam essa ideia, mas é a única forma plausível de o euro ser salvo. Nos últimos dois anos e meio, os líderes europeus têm respondido à crise com medidas tortas, que apenas ganham tempo. Contudo, esse tempo não foi usado de forma inteligente. Agora, o tempo acabou.

Então, será que a Europa vai decidir lutar? É preciso ter esperança – e não só porque uma quebra do euro teria um efeito dominó negativo em todo o resto do mundo. O maior preço a se pagar pelos problemas econômicos europeus provavelmente será político.

Pense desta forma: o fracasso do euro culminaria em um fracasso ainda maior no projeto mais amplo da Europa, a tentativa de estabelecer a paz, a prosperidade e a democracia em um continente que carrega o fardo de uma história terrível. Ele teria o mesmo efeito que o fracasso da austeridade da Grécia, tirando a credibilidade dos políticos no poder e angariando cada vez mais apoio aos extremistas.

Todos nós, então, jogamos nossas fichas no sucesso da Europa. Contudo, a tarefa de atingir o sucesso é de responsabilidade dos próprios europeus. O mundo inteiro está esperando para ver se eles estão aptos a enfrentar os problemas.”
(PAUL KRUGMAN, Colunista do “The New York Times”, Prêmio Nobel de Economia em 2008, em artigo traduzido por LUIZA ANDRADE e publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 20 de maio de 2012, Caderno O.PINIÃO, página 19).

Mais uma IMPORTANTE e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 20 de maio de 2012, Caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de SACHA CALMON, Advogado, coordenador da especialização em direito tributário das Faculdades Milton Campos, ex-professor titular da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), presidente da Associação Brasileira de Direito Financeiro (ABDF) no Rio de Janeiro, e que merece igualmente INTEGRAL transcrição:

“A ganância dos bancos

Concedo que há muito preconceito no Brasil. A palavra diz tudo: pré-conceito. Antes de haver racionalidade conceitual, por uma marca emocional ou outra, por pura idiossincrasia, surge o preconceito quanto a judeus (todo tipo de estereótipo vem a calhar). Vem de longe, dos jesuítas e da cultura católica. Há preconceito contra pobres, maçons, pretos, nordestinos, suburbanos, gays, mulheres, islamitas, e por aí vai. No campo econômico duas classes são malditas: usineiros e banqueiros. Nesses se pode baixar o pau sem dó nem piedade. Nem por isso, com racionalidade, é vedado falar contra eles. É claro que a formação dos juros secundários depende de múltiplos fatores, entre o custo da capitação, os riscos, os depósitos compulsórios ordenados pelo Banco Central (BC), os financiamentos forçados, os índices de inadimplência, as despesas operacionais, etc.

Entretanto, o spread, ou a diferença entre o que o banco paga para ficar com o seu dinheiro rendendo (os depósitos são lastros gratuitos) e o que ele cobra de quem lhe pede emprestado, é no Brasil, simplesmente, o mais elevado do mundo. Com o risco Brasil é nenhum e o governo paga regiamente os bancos para a sua elevada dívida pública, Dilma desafiou-os a provar duas coisas: a primeira, explicar por que os juros bancários brasileiros (o mix todo) são os maiores do mundo; a segunda, declarar qual percentual dentro do spread corresponde à margem de lucro previamente estabelecida.

Até agora a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) não se pronunciou, dizendo apenas que qualquer governo pode levar cavalos até a beira do rio, mas não pode obrigá-los a beber água. Eu, sinceramente, não entendi a metáfora. Cheguei a pensar que em vez de cavalos talvez mulas ficassem melhor na frase. A defesa dos bancos tem sido feita por economistas tipo Maílson da Nóbrega e outros, por encomenda. Mas lógica e demonstrativos não aparecem. O máximo que dizem é tratar-se de assunto complexo, à moda do conselheiro Acácio, o senhor falante das coisas óbvias e redundantes, ditas com pompa e circunstância.

Agora com a taxa Selic baixando, descobrimos que não são apenas os bancos e financeiras que adoram juros. Os agentes econômicos do varejo também. Sempre ganharam com as prestações, daí a resposta irritante de o preço à vista ser o mesmo que o das “quatro prestações sem juros”. Ninguém quer saber de concorrência nem de aumento de produtividade. O negócio é botar a margem de lucro lá em cima e fatiá-la em prestações. Como o brasileiro, como diz o outro, é um país grande e bobo, não queremos saber se a coisa vale ou não, desde que as prestações caibam nos bolsilhos. Noutras palavras, nos deixamos furtar, em vez de gritar “pega ladrão!”

Estão a pipocar na imprensa artigos e teses dizendo que os preços vão subir porque as prestações serão menores, comprovando o que estou a dizer. É o país das contradições. É a 6ª economia do mundo, mas é subdesenvolvido em tudo. Nossos preços estão inflacionados pela ganância dos juros, custos trabalhistas e tributação irracional. E todo mundo tem culpa no cartório: os bancos, os comerciantes, os sindicatos, o governo e nós mesmos, os tolos compradores.

Quanto aos banqueiros, Cláudio Gradilone nos deu conta (Isto é dinheiro de 21/3) do depoimento de Greg Smith ao jornal The New York Times, como o ex-executivo do Goldman Sachs: “Já não pensamos mais em como atender nossos clientes, mas sim em como tirar o máximo de dinheiro deles o mais depressa possível.” Não se pode dizer que Greg Smith e seus juízos estão restritos a Wall Street ou à cidade londrina. Para lá da desregulamentação do setor e da podridão ética que levaram os bancos a gerar grandes crises dos créditos subprime, raiz dos problemas por que passam todos os países, o banqueiro é usurário e sem escrúpulos, no geral.

Sob a desculpa do “risco sistêmico”, receberam ajudas polpudas dos governos nacionais nos EUA e na Europa. Agora deixaram nas mãos do povo pagar as dívidas nacionais com recessão e desemprego nos países centrais. No Brasil recusam-se a reduzir as margens de lucros, “em nome dos acionistas”. Sem medo de errar, são os principais responsáveis pela “cultura” dos altos preços praticados no Brasil. Somos um país de agiotas e de cidadãos de segunda classe, “fantoches” nos dizer de Greg Smith. O modelo baseado no consumo massivo chegou ao fim. Agora é assim: mais crédito, mais inflação, mais juros! “Stop and go”. Não iremos a lugar nenhum. É como andar na esteira, não importa a velocidade.”

Eis, pois, mais páginas contendo IMPORTANTES, ADEQUADAS e OPORTUNAS abordagens e REFLEXÕES que acenam, em meio à MAIOR crise de LIDERANÇA de nossa HISTÓRIA – que é de MORAL, de ÉTICA, de PRINCÍPIOS, de VALORES –, para a IMPERIOSA e URGENTE necessidade de PROFUNDAS MUDANÇAS em nossas estruturas EDUCACIONAIS, GOVERNAMENTAIS, JURÍDICAS, POLÍTICAS, SOCIAIS, CULTURAIS, ECONÔMICAS, FINANCEIRAS e AMBIENTAIS, de modo a promovermos a inserção do PAÍS no concerto das POTÊNCIAS mundiais LIVRES, SOBERANAS, CIVILIZADAS, DEMOCRÁTICAS e SUSTENTAVELMENTE DESENVOLVIDAS...

Assim, URGE ainda a efetiva PROBLEMATIZAÇÃO de questões deveras CRUCIAIS como:

a) a EDUCAÇÃO – UNIVERSAL e de QUALIDADE, desde a EDUCAÇÃO INFANTIL (0 a 3 anos, em creches; 4 e 5 anos, em pré-escolas), como PRIORIDADE ABSOLUTA de nossas POLÍTICAS PÚBLICAS;

b) o COMBATE, implacável e sem TRÉGUA, aos três dos nossos MAIORES e mais AVASSALADORES inimigos que são: I – a INFLAÇÃO, a exigir PERMANENTE e DIUTURNA vigilância, de forma a manter-se em patamares CIVILIZADOS; II – a CORRUPÇÃO, como um CÂNCER a se espalhar por TODAS as esferas da vida NACIONAL, gerando INCALCULÁVEIS e INTOLERÁVEIS prejuízos e comprometimentos de variada ordem; III – o DESPERDÍCIO, em TODAS as suas MODALIDADES, também a ocasionar INESTIMÁVEIS perdas e danos, inquestionavelmente IRREPARÁVEIS;

c) a DÍVIDA PÚBLICA BRASILEIRA, com projeção para 2012, segundo o ORÇAMENTO GERAL DA UNIÃO, de ASTRONÔMICO e INSUPORTÁVEL desembolso da ordem de R$ 1 TRILHÃO, a título de JUROS, ENCARGOS, AMORTIZAÇÕES e REFINANCIAMENTO, a exigir igualmente uma IMEDIATA, ABRANGENTE, QUALIFICADA e eficaz AUDITORIA...

Destarte, torna-se absolutamente INÚTIL lamentarmos a FALTA de RECURSOS diante de tanta SANGRIA, que DILAPIDA o nosso já escasso DINHEIRO PÚBLICO, MINA a nossa capacidade de INVESTIMENTO e de POUPANÇA e, mais GRAVE ainda, AFETA a confiança em nossas INSTITUIÇÕES, negligenciando a JUSTIÇA, a VERDADE, a HONESTIDADE e o AMOR da PÁTRIA, ao lado de extremas e sempre crescentes DEMANDAS, NECESSIDADES, CARÊNCIAS e DEFICIÊNCIAS, aumentando ainda mais o ABISMO das desigualdades SOCIAIS e REGIONAIS e nos afastando num crescendo dos DESENVOLVIDOS...

São, e bem o sabemos, GIGANTESCOS DESAFIOS mas que, de maneira alguma, ABATEM o nosso ÂNIMO nem ARREFECEM o nosso ENTUSIASMO e OTIMISMO nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, CIVILIZADA, LIVRE, SOBERANA, DEMOCRÁTICA, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que possa PARTILHAR suas EXTRAORDINÁRIAS e generosas RIQUEZAS, OPORTUNIDADES e POTENCIALIDADES com TODAS as BRASILEIRAS e com TODOS os BRASILEIROS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos e que contemplam EVENTOS como a CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E MUDANÇAS CLIMÁTICAS (RIO+20) em junho; a COPA DAS CONFEDERAÇÕES de 2013; a COPA DO MUNDO de 2014; a OLIMPÍADA de 2016; as OBRAS do PAC e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO 21, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INTERNACIONALIZAÇÃO das EMPRESAS, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, da INOVAÇÃO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um POSSÍVEL e NOVO mundo da JUSTIÇA, da PAZ, da IGUALDADE – e com EQUIDADE –, e da FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA... e PERSEVERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...