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segunda-feira, 24 de junho de 2013

A CIDADANIA, O EMPREENDEDORISMO, A EDUCAÇÃO E AS MANIFESTAÇÕES POPULARES

“Empreendedorismo em pauta em BH
        
         Belo Horizonte é a capital que cresce mais rápido no Brasil, segundo pesquisa do instituto americano Brooking e se destaca como polo nacional de turismo de negócios. Em recente pesquisa organizada pela Endeavor Brasil, os universitários mineiros estão entre os mais empreendedores do país. É nesse cenário atraente que a capital mineira recebe, em 25 de junho, pelo segundo ano, o CEO Summit, que reunirá grandes empresários, executivos e investidores, para discorrer sobre práticas de gestão aplicadas por pessoas que tiram ideias do papel e tornam o país mais competitivo, geram inovação, produtividade, emprego e renda.
         Os empreendedores são parte fundamental da econômica brasileira. Cada vez que suas ideias inspiradoras se tornam realidade, ajudam a aumentar os padrões de vida da população ao criar – e melhores – empregos. Em um momento em que o mundo se esforça para sair da desaceleração econômica, os empreendedores oferecem um recurso especial: otimismo. Prova disso é uma pesquisa realizada no ano passado pela Ernst & Young com mais de 200 empreendedores de diversos países, incluindo o Brasil, apontando que 78% dos entrevistados pretendem aumentar seu quadro de funcionários em 2013 e não apenas em seu país de origem. Isso mostra que, mesmo durante os momentos mais desafiadores, os empreendedores são capazes de crescer.
         No entanto, eles precisam ser apoiados em sua trajetória e receber incentivos para alavancar a expansão de seus negócios e assim gerar cada vez mais emprego e mobilidade social. Uma das formas de fazer isso é por meio da educação. Em outro levantamento, feito em 2011 com 1.001 empreendedores dos países-membros do G - 20, 70% dos entrevistados disseram que os estudantes precisam de treinamento específico para se tornar empreendedores. Já 88% deles opinaram por dividir histórias de sucesso e realizar programas de treinamento como prioridade para preparar melhor os futuros empreendedores e ajudar os que já estão no mercado.
         É isso que o CEO Summit representa – um grande fórum para troca de experiências e debate sobre práticas de gestão de empresas inovadoras com alto potencial de crescimento. Acreditamos que empreender é um desafio sem receitas prontas e que a melhor forma de ajudar os empreendedores nesse desafio é provocar o diálogo entre grandes nomes como Otávio Azevedo (Andrade Gutierrez), Sérgio Cavalieri (Grupo Asamar), Rodrigo Galindo (Kroton) e a nova geração de empreendedores. Nós sabemos o quanto essas lições são valiosas e o poder que essas pessoas têm de inspirar outros a buscar um grande sonho. E, acima de tudo, procuramos provocar reflexões sobre os temas ligados a negócios e fomentar o relacionamento para impactar cada vez mais o ambiente empreendedor em Minas Gerais.”

(FLÁVIO MACHADO, que é sócio líder da Ernst & Young Terco em Minas Gerais, e, AMANDA CATTONI, gerente regional da Endeavor Minas Gerais, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 21 de junho de 2013, caderno OPINIÃO, página 9).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição, caderno e página, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, que é arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Conversão, Brasil
         
         As manifestações populares dos últimos dias configuram um fenômeno que merece análises e especial atenção da pátria Brasil. Oportunidade para um debruçar-se lúcido sobre todos os aspectos envolvendo o movimento, além das reivindicações novas daí advindas. À complexidade do fenômeno juntam-se também características incomuns e com largas diferenças em relação a fatos já ocorridos, dessa mesma ordem, no âmbito de manifestações populares. Considerável é, particularmente, o grande número de pessoas movidas por uma demanda de protesto, que desafia a interpretação por não se tratar de uma única questão, uma única razão. Como se diz, uma única bandeira, bem definida e conceitualmente dominável.
         Em questão, há uma série de razões que afeta o conjunto do funcionamento da sociedade brasileira. Certamente, não é um fenômeno que explode como resultado de algumas situações provocadas num último curto período de tempo. Ainda que alguns elementos tenham levado à eclosão das manifestações. O que se tem presenciado é um estouro de algo que obviamente vem sendo formatado, por isso ou por aquilo, e agora se configura nas manifestações populares, protagonizadas especialmente por jovens. Essa complexidade na análise das manifestações parece se apartar claramente do que se enquadra nos repugnáveis atos de vandalismo e no uso de violência – aproveitamento imoral da ocasião.
         A análise deve ajudar na explicitação de causas e configurar o necessário em medidas e posturas cidadãs para o momento novo que precisa nascer desse contexto. O que se vê nas atitudes de protesto pacífico não pode ser confundido ou misturar-se com a nebulosidade de vandalismos que desrespeitam as pessoas e o patrimônio público. Ao contrário, o ser humano e o patrimônio devem ser prezados e defendidos por todos, em qualquer circunstância.
         Inevitáveis são ações disciplinares preventivas e a força que está no entendimento adequado das manifestações para impedir tudo o que poderá desmerecer, ao menos em parte, a importância desse momento para a sociedade brasileira. É, sobremaneira, lamentável ver pessoas feridas e as depredações do patrimônio público gerando prejuízos como sombras emoldurando os que, pacificamente, movidos por paixões e lúcidos por razões justas, expressam exigências e demandas urgentes da sociedade.
         Análises e opiniões a respeito da explicitação e do entendimento do fenômeno dessas manifestações já estão em crescente oferta. De qualquer modo, especialistas são desafiados a compreender as raízes desses acontecimentos que devem ir além, por exemplo, da modificação das tarifas de ônibus. É preciso alcançar o cerne do que está, de fato, se passando na consciência dos cidadãos. Há muito trabalho de análise socioantropológica, política e cidadã a ser feito. É plausível pensar, particularmente, na necessidade de mudanças e práticas  no horizonte de uma sociedade democrática, com vistas à cultura da solidariedade e da paz. Não é difícil concluir, mesmo fruto de uma análise não aprofundada, que as manifestações, distanciadas de aspectos violentos, expressam o anseio por mudanças como questão central.
         Essa aspiração popular aponta na direção da qualificação do processo decisório no sentido de valorizar a participação cidadã, o que exige diálogo com a sociedade. Consequentemente, investir na “escuta” evitaria um processo de funcionamentos e encaminhamentos que ignora necessidades e urgências na vida de todos, particularmente dos mais pobres. Certamente, está em questão o repúdio à cristalização e burocratização de mecanismos governamentais e também nos âmbitos mais comuns da vida da sociedade.
         A lista de questões consideradas na grande bandeira, que é o anseio por mudanças, inclui desde a tarifa de ônibus ao justo questionamento, por exemplo, da PEC 37, abrangendo o exercício da política na sociedade brasileira, particularmente a partidária. Por isso, também, as manifestações não são motivadas e empurradas pela força que propriamente poderia vir dos partidos políticos ou de outras instâncias institucionais.
         As mudanças que parecem ser pretendidas tocam o conjunto da sociedade brasileira. Claramente está se exigindo mais adequação participativa nas decisões e na escolha de prioridades, nos modos de operacionalizar tudo o que é essencial para uma vida digna. Providências urgentes e medidas cabíveis são esperadas por parte dos responsáveis primeiros, incluindo a participação singular de cada cidadão.
         Permanecerá pedindo resposta a exigência do diálogo necessário com a sociedade para que sejam sempre ouvidos seus clamores. É hora propícia, à luz do que ainda vai brotar como indicativos pela interpretação de peritos e do povo, para uma grande conversão no Brasil.”

Eis, pois, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens  e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
     
     a)     a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas;

     b)    o combate, implacável e sem trégua, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero; II – a corrupção, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem; III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis;
     
     c)     a dívida pública brasileira, com projeção para 2013, segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (apenas com esta rubrica, previsão de R$ 610 bilhões), a exigir igualmente uma imediata, abrangente, qualificada e eficaz auditoria...

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais contundente ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; sistema financeiro nacional; esporte, cultura e lazer; comunicações; turismo; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, desenvolvida e solidária, que permita a partilha de suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros, especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a Copa das Confederações; a 27ª Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro em julho; a Copa do Mundo de 2014; a Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do pré-sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!...

O BRASIL TEM JEITO!...