“É
possível ensinar criatividade?
Muitas vezes, quando
pensamos em criatividade, agrupamos as pessoas em duas categorias: aquelas que
criativas e aquelas que não o são. No entanto, como professores, é nosso dever
preparar os alunos para trabalhos que ainda nem existem. Portanto, não temos a
responsabilidade de ensinar nossas crianças a serem criativas? Será que é
possível ensinar criatividade? Para ser honesta, tinha minhas dúvidas até ter a
oportunidades de participar de um workshop do PIP (Primary Years Programme –
programa que parte do bacharelado internacional), intitulado Incentivando a
Criatividade Infantil, realizado em Nova Orleans, EUA.
Ao
longo dos três dias de curso, percebi rapidamente que todos têm a capacidade de
ser criativos. Como professores, é nosso trabalho promover um ambiente de
aprendizado que ofereça oportunidades para cultivar a singularidade de cada
aluno e estimular a criatividade. Uma das primeiras coisas que eu precisava
entender era que ser criativo não significa apenas que você é um cantor ou um
artista, ou um escritor talentoso. Existem vários níveis de criatividade,
inclusive os níveis inventivos e expressivos. Alguém que usa a criatividade
expressiva é capaz de se expressar de várias maneiras. Frequentemente, os
alunos fazem isso por meio do desenho, da pintura, da escrita etc. A
criatividade inventiva é quando alguém é capaz de pegar o que já sabe e aplicar
essa conhecimento de novas maneiras de resolver um problema de matemática ou
usando materiais reciclados para construir algo novo.
Então,
como os professores podem oferecer oportunidades para os alunos serem
criativos, uma vez que o dia a dia já é tão atribulado e nossa lista de coisas
a fazer está sempre crescendo? Diariamente, avaliamos informalmente os alunos e
monitoramos seu progresso e compreensão. Esse é um momento perfeito para
permitir que os alunos não apenas sejam criativos, mas também demonstrem nível mais
profundo de compreensão, implementando rotinas de pensamento visível em nossas
salas de aula. O pensamento visível permite que os alunos mostrem seu
aprendizado e compreensão de novas maneiras. Por exemplo, em vez de pedir a um
aluno que fale sobre uma excursão ou uma experiência de aprendizado, podemos
pedir a ele que apresente uma manchete. Essa rotina possibilita uma chance de
resumir rapidamente uma experiência com foco em um detalhe importante que eles
considerem significativo e relevante. Ao mesmo tempo, eles também estão sendo
criativos ao criar uma manchete que chama a atenção do leitor.
As
avaliações somativas também oferecem uma oportunidade única para os estudantes
demonstrarem sua criatividade. Ao final de uma aula que temos, chamada Unidade de
questionamento (que é o tema sendo estudado naquele momento), avaliamos os
alunos com uma prova aberta e orientada pelo próprio. Com isso, os alunos se
mantém engajados, motivados e podem ser criativos. Esse estilo de avaliação
também pode ir além de nossas unidades de questionamentos. Em matemática, por
exemplo, podemos pedir que façam projetos baseados na vida real, como orçar uma
viagem ou pesquisar sobre problemas na escola e criar gráficos.
Para
muitos de nós, a maneira como fomos ensinados e avaliados é muito diferente da
maneira como as escolas ensinam e avaliam os estudantes de hoje. A criatividade
é uma habilidade que todos possuímos, mas, se não tivermos a chance de
praticá-la, não estimularemos essas habilidades criativas. Como professora, valorizo
a liberdade que tenho em minha sala de aula, o que me permite planejar, motivar
e engajar lições que estão sendo ensinadas e transmitir a eles a confiança de
serem criativos.”.
(MICHELLE
MIOSSI. Professora da Escola Americana de Belo Horizonte, em artigo
publicado no jornal ESTADO DE MINAS,
edição de 14 de abril de 2018, caderno OPINIÃO,
página 7).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a
Excelência Educacional vem de artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 1 de
abril de 2018, caderno A.PARTE,
página 2, de autoria de VITTORIO MEDIOLI,
e que merece igualmente integral transcrição:
“Sem
medo
Quando aparece um
feriado, agradeço a Deus a possibilidade de me retirar para cuidar de mim, de um
descanso, de uma leitura, de uma meditação. Nesses momentos bons para esfriar
as emoções e refletir de forma mais amena, acaba-se por entender situações que
fugiam à compreensão.
A tese
do ócio criativo, ou do ócio inspirador, é uma realidade. Permite realizar análises
de si mesmo e das circunstâncias que o frenesi e o barulho dos dias de trabalho
nos negam. Provavelmente, como sustenta Domenico de Mais, o sociólogo que
enxergou nos novos tempos e nas tecnologias mudanças radicais, evoluímos mais
nos últimos cem anos que nos milhões que nos antecederam, e em ritmo acelerado
nos últimos dez anos se realizaram mais mudanças que nos 50 anteriores. A
humanidade enfrenta um momento novo e surpreendente rumo ao desconhecido, à
quebra dos limites e paradigmas que pareciam inquebrantáveis.
Os
valores estão se realinhando e deixando em segundo plano os recursos materiais,
o que mais emerge são os valores relacionados à inteligência artificial. Até as
moedas lastreadas em metais e matérias-primas estão perdendo o passo para
moedas digitais e virtuais.
Apesar
de mergulhados no egoísmo e no medo que obscurece a compreensão, vivemos uma
virada de página; surge a humanidade, que era apenas uma ficção, com
consciência de seu envolvimento cósmico, que enxerga além do planeta Terra e
cada vez mais para o alto e para o infinito.
Estão
ruindo os velhos sistemas com o aparecimento da verdade, a quebra dos dogmas, a
revelação de fatos que faziam parte apenas de um imaginário distante.
Quebram-se tabus, descortinam-se revelações, perdem-se medos, geram-se
sentimentos de responsabilidade além da família, do bairro, da cidade ou da
nação.
Os
desafios ambientais, a preservação do sistema e do equilíbrio global despertam
atenções para a responsabilidade com o ambiente. Hoje compreende-se aquele
ditado entranho do monge zen: “Uma folha que cai na floresta da Malásia altera
até a realidade da América”.
A
interligação planetária reforça os elos humanitários, que nunca se fizeram
sentir no milênio passado. Despertou-se em todos os continentes a relevância
das escolhas e dos métodos em qualquer ponto do globo. Todos, enfim, estamos a
bordo do mesmo “navio”, e qualquer furo no casco coloca em risco de naufrágio
todos os ocupantes, mesmo aqueles que viajam na cabine de luxo. E sobretudo deles
se exige responsabilidade.
Isso
desperta e sensibilizará ainda mais as novas gerações, que como nunca são
abastecidas de uma avalanche de informações e levadas a níveis de compreensão
eclética até então inimagináveis. Amplia-se a consciência, e ela será
preponderante no futuro como nunca foi no passado.
Nas
profecias a nova época, que está apenas começando, seja ela citada como a Era
do Ouro, ou de Aquário, ou da Sexta Raça, representa um retorno a um estado
espiritual mais elevado, de valores imateriais.
Para
quem visitou Auroville, no Sul da Índia, lá está o Matrimandir plantado no meio
da representação estilizada da galáxia, sistema pelo qual se ordena não apenas
o macrocosmo e as cédulas que aos bilhões formam nosso corpo.
O que
valeu até o limiar do novo milênio está destinado a ser superado, o que parecia
sólido como era uma Kodak pode ser tragado em poucos anos, e novas descobertas
deixarão obsoletos setores como o petrolífero, o energético e outros que
ditaram lei nos últimos cem anos.
Cabe
ao homem descobrir seu potencial ilimitado, além da matéria. Feito à semelhança
de Deus, na realidade é ele um deus para o qual não há limite. Como escreveu há
mais de 140 anos H.P. Blavatsky, o infinito é o nosso destino. “Não temas! Sob
o hálito do medo enferruja a chave da evolução, e a chave enferrujada já não
pode abrir... Quanto mais avançares, mais e mais serão os perigos que cercarão
os teus passos. O caminho que segue para adiante é iluminado por uma chama, a
luz da audácia ardendo no coração. Quanto mais ousares, mais conseguirás.
Quanto mais temeres, mais a luz esmorecerá – e só ela pode te guiar”.
Isso que
acontece hoje é para o bem, e o bem atingirá quem não tiver medo das
mudanças.”.
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e
oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança
de nossa história – que é de ética, de
moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e
sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras
cruciais como:
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 128 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da
democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b) o combate implacável, sem eufemismos e
sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:
I – a inflação, a exigir permanente,
competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados,
ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do
cartão de crédito atingiu em fevereiro a ainda estratosférica marca de 333,9%
nos últimos doze meses, e a taxa de
juros do cheque especial em históricos 324,1%; e já o IPCA, também no acumulado
dos últimos doze meses, em março, chegou a 2,68%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade –
“dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se
espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e
irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito,
a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato,
Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico
de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem
mostrando também o seu caráter transnacional;
eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos
borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 517 anos já se formou um
verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque,
rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim,
é crime...); III – o desperdício, em
todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos,
indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O
Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança
das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é
desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de
problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos,
quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas
de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à
corrupção e à falta de planejamento...”;
c) a dívida pública brasileira - (interna e
externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para
2018, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos
Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e
insuportável desembolso de cerca de R$
1,847 trilhão (52,4%), a título de juros, encargos, amortização e
refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,106 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar,
sim, até o último centavo;
-
rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
-
realizar uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda
a propósito, no artigo Melancolia,
Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente
degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das
contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).
Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta
de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já
combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de
poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições,
negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à
pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas
e sempre crescentes necessidades de ampliação
e modernização de setores como: a gestão
pública; a infraestrutura (rodovias,
ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada,
esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística
reversa); meio ambiente; habitação;
mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda;
agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência
social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança
pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e
desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer;
turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e
operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade
– “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade,
competitividade); entre outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira
alguma, abatem o nosso ânimo e nem
arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela excelência
educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e
desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas
riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos
os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos
bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de
infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à
luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização
das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas
tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a
nossa esperança... e perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
55 anos
de testemunho de um servidor público (1961 – 2016)
-
Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
-
ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por
uma Nova Política Brasileira ...
- Pela
excelência na Gestão Pública ...
Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou
asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...
E
P Í L O G O
CLAMOR
E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita
misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra
sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da
dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.