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segunda-feira, 31 de julho de 2017

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, OS FUNDAMENTOS DOS VALORES HUMANOS E OS DESAFIOS DA MATRIZ ENERGÉTICA NA SUSTENTABILIDADE

“Os valores para crescer
        Ao passar pelo pátio do colégio, quando algumas crianças lanchavam descontraídas no período do intervalo, fui pego de surpresa pela fala de um aluno. Ele veio em minha direção e disse: “Sérgio, sabe o que eu vou ser quando crescer?”. Antes que eu falasse algo, prosseguiu: “Um político honesto para acabar com a corrupção”. Não aguardando nenhuma aprovação ou reação, saiu em disparada voltando para o grupo de colegas que organizava uma brincadeira.
         Esta cena não me abandonou! Recordei que muitas vezes eu e alguns colegas éramos indagados sobre o que seríamos quando nos tornássemos adultos. Indagação que, para mim, sempre foi invasiva, quase uma intimação. Lembro-me de alguns respondendo que queriam ser advogados, outros, professores, médicos e até caixas de banco para ter muito dinheiro – coisas de crianças. Ideais que perpassam pela fantasia infantil e pelos desejos de autorrealização do pai ou mãe ou espelhados por alguém de referência. Só não me recordo se havia alguém que queria ser político, não nesses termos, muito menos para acabar com a corrupção. Talvez, naquele tempo, para a maioria das pessoas e, principalmente para as crianças, a política era algo distante e difícil de compreender e os políticos seres intocáveis, que conheciam tudo e sabiam o que fazer.
         Com o passar do tempo, evoluem-se os conceitos e com eles as atitudes. Nessa esteira, as experiências e vivências escolares devem privilegiar a descoberta de talentos e criar condições para o aluno construir seu próprio caminho. Os projetos de orientação profissional, desenvolvidos para os adolescentes em algumas instituições de ensino, contribuem para uma visão da dinâmica de mercado referente à oferta e demanda de mão de obra. Porém, importante lembrar que, há 20 anos, mais da metade das profissões e especialidades atuais não existiam, o que sugere que estamos educando sujeitos para exercerem também algumas profissões que existirão somente num futuro distante, preparando-os para solução de problemas dos quais não temos a mínima ideia. Dessa forma, o adjetivo “honesto” atrelado pelo aluno ao cargo de político é o grande sinalizador do trabalho a desenvolver e do cuidado que devemos ter com nossas crianças. Profissões, cargos e funções se modificam e se extinguem, apenas não nos podem escapar os valores humanos e éticos.
         Torna-se necessário, a cada dia, avançar na relação com os educandos. Muita coisa mudou nesses últimos anos e uma que merece atenção é o abandono da concepção que subestimava a capacidade intelectual das crianças, sendo substituída pela certeza de que elas são dotadas de conhecimento, de sabedoria, e que esse saber infantil precisa ser escutado e respeitado. Diferentemente dos discursos morais ou acadêmicos usados por nós adultos, a criança, por muito tempo tratada como uma tela em branco à espera de uma pintura por parte de quem educa, carrega consigo uma visão pura e fecunda do mundo.
         Por mais que tracemos caminhos, não temos plena governabilidade sobre nosso destino. Para todo objetivo almejado, é preciso levar em conta as variações dos percursos, os encontros e desencontros. Assim, acredito que a escolha precoce daquele aluno foi pautada na precariedade do cenário atual da política brasileira e no excesso de informações desoladoras divulgadas pela mídia e, paradoxalmente, pode fazer parte de uma fantasia. Porém, o desejo de honestidade manifestado sobressai à profissão eleita, não cabendo a nós o desserviço de eliminá-lo.”.

(SÉRGIO PORFÍRIO. Diretor do Colégio Magnum Buritis, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 26 de julho de 2017, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 27 de julho de 2017, mesmo caderno e página, de autoria de SÉRGIO MALTA, presidente do Sindicato Interestadual das Indústrias de Energia Elétrica, e que merece igualmente integral transcrição:

“Desafios para a energia nuclear
        A demanda por energia elétrica aumenta de forma contínua para atender às necessidades do mundo moderno e garantir qualidade de vida a uma sociedade cada vez mais exigente. Este processo impõe às autoridades governamentais de todos os países o desafio de formular políticas e executar planejamento energético para assegurar a oferta de energia elétrica, uma busca contínua pelo equilíbrio entre a oferta e demanda deste insumo fundamental.
         Este desafio vem se tornando cada vez mais complexo e difícil em função das crescentes restrições ambientais impostas à construção de novas plantas de geração elétrica. Como não há condições econômicas e energéticas para atender à demanda de energia elétrica somente com renováveis, como eólica e solar, por serem fontes interruptíveis, destaca-se a necessidade de buscar fontes que garantam, simultaneamente, segurança no suprimento da demanda; redução de emissão de gases de efeito estufa; e competitividade econômica. Entre as que atendem aos três requisitos, a energia nuclear é uma alternativa que merece ser estudada.
         Apesar do desenvolvimento e avanço das energias renováveis, impulsionadas pelos incertezas do preço e da oferta do petróleo, a matriz elétrica mundial continua baseada em combustíveis fósseis. A térmica (carvão, gás e óleo) representa 68% da geração do total no mundo, seguida pela hídrica, com 15,8%; nuclear, com 11,7%; e outras fontes renováveis com 4,5%, dados relativos a 2012. Nas previsões da International Energy (IEA), a geração elétrica vai crescer mais do que todas as outras formas de energia, com um aumento estimado em 67% até 2035; Para atender a tal incremento, a geração térmica terá sua participação reduzida para 57%, a hidrelétrica deverá se manter estável em 16%, e as renováveis devem atingir 15,6% da geração total no período.
         Do ponto de vista ambiental, destacam-se dois problemas relacionados à geração de energia elétrica. O primeiro está vinculado às emissões de CO2 pela geração térmica, pois o setor elétrico foi responsável por 28% das emissões totais no mundo, em 2012. Não por acaso, as maiores nações do mundo assinaram o Acordo de Paris em 2015 que, apesar da desistência dos Estados Unidos em lhe aderir, foi reafirmado recentemente na reunião do G20 em Hamburgo. E reafirmado pela decisão do estado da Califórnia em respeitar seus termos e pelas grandes multinacionais, como ExxonMobil e Apple, para citar algumas, de manter seus projetos de adoção de fontes alternativas de energia elétrica. O segundo problema está relacionado à ampliação da geração de energia hidrelétrica por interferir em ecossistemas que abrigam imensa diversidade de formas de vida estreitamente ligadas ao livre pulsar dos rios.
         Para atender ao aumento da demanda por energia elétrica, sem comprometer ambientalmente o desenvolvimento econômico e social, a geração nuclear tende a se tornar uma alternativa. Este processo já está em curso, pois entre 1971 e 2012, a participação da energia nuclear na geração mundial de energia elétrica passou de 2% para 11,7%, apesar de o acidente de Fukushima, em março de 2011, voltar a colocar as centrais nucleares sob forte desconfiança e provocar a interrupção de programa de usinas nucleares e o adiamento nos investimentos em escala mundial.
         No mundo, existem atualmente cerca de 440 reatores nucleares em operação localizados em 30 países, com uma potência instalada total de cerca de 380GW. A IEA constata que estão em construção cerca de 70 usinas nucleares, concentrando-se principalmente na China. O insumo da energia nuclear é o urânio, que tem uma densidade energética muito superior aos recursos fósseis, e as reservas disponíveis permitem que sua exploração ocorra por um horizonte temporal mais amplo do que o óleo e o gás.
         Além disso, a geopolítica mundial das reservas de urânio é diferente e bem menos problemática do que a do petróleo, constituindo-se em um fator estratégico em termos de segurança energética. Outra vantagem: uma usina nuclear apresenta o menor impacto ambiental em termos de emissões de CO2. Levando-se em conta o ciclo de vida da energia nuclear, ela é, ao lado da eólica e da hidrelétrica, a de menor emissão. Cabe destacar que as centrais nucleares geram energia elétrica sem interrupção, operando 24 horas por dia, 11 meses por ano, tornando-se apta a dar segurança para a operação dos sistemas elétricos.
         As incertezas sobre a energia nuclear estão relacionadas à questão vital da segurança. Embora o reduzido número de acidentes nucleares possa ser interpretado como um indicador de segurança, os impactos sobre o meio ambiente e as populações permanecem como um problema a ser enfrentado. Esse conjunto de questões está exigindo muito esforço, recursos e pesquisas para o desenvolvimento de tecnologias que garantam mais segurança, dado que a energia nuclear terá, cada vez mais, um papel estratégico: garantir a oferta de energia elétrica para um mundo cada vez mais dependente desse insumo e que precisa reduzir dramaticamente o aquecimento global, como nos alerta o recente desprendimento de um iceberg de um trilhão de toneladas da plataforma de gelo na Antártida.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em junho/2017 a ainda estratosférica marca de 378,30% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial registrou históricos 322,60%; e já o IPCA também no acumulado dos últimos doze meses chegou a 3,00%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2017, apenas segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,722 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 946,4 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- 55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...