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segunda-feira, 18 de novembro de 2013

A CIDADANIA, A PERGUNTA, A VERDADE, A ÉTICA E A QUALIDADE DA INFORMAÇÃO

“A pergunta, a verdade e a ética da resposta
        
         Perguntam-nos, devemos responder sempre a verdade que sabemos a respeito do perguntado? Resume-se o critério último da resposta na objetividade da resposta? Negar a responder ou oferecer dados que induzam o ouvinte a entender mal ou mesmo a concluir erradamente contraria a ética?
         A objetividade pretendida da verdade não se constitui aspecto absoluto e universal. Na pergunta entram em jogo vários elementos: quem pergunta, a quem pergunta, sobre o que pergunta. Cada um deles e a articulação entre eles definem a ética da resposta. Não temos obrigação de informar dado pessoal a quem não tem nenhum direito de sabê-lo, reservando-nos o silêncio ou o despistamento. A privacidade existencial faz parte dos espaços secretos.
         A cultura atual tem destruído a consciência de tal área sagrada. Frequentemente, se expõem em Facebooks e similares dados e fatos que pertencem ao campo da intimidade pessoal e que não cabem na publicidade. A falta de ética se inverte. Violentam a ética os que perguntam.
         O princípio moral fundamental se chama dignidade humana. Violá-la seja pela pergunta como pela resposta não condiz com a ética. Portanto, exclui-se do campo da publicidade a vida privada das pessoas.
         Diferentemente acontece quando as perguntas se referem a dados e ações do mundo público, político. Extrapolam da intimidade do agir. Respeito aos homens públicos, cabe distinguir o que faz parte do âmbito estritamente pessoal, como a vida conjugal íntima, e ações mesmo praticadas em grupo de intimidade quando repercutem na vida política, ao ferir-lhes a credibilidade. Eticamente temos direito de saber de dados de vida de alguém que o tornam inepto para a função social que pretende assumir. Aí acontece o contrário. O ocultar viola a ética porque põe em risco o bem de outras pessoas.
         A moral católica defende, no entanto, o direito do silêncio de quem conhece fatos privados, mesmo de pessoas públicas, pela via da confidência. Quando se trata do sacramento da confissão, o rigor da reserva total chega ao extremo. Na história, houve casos de sacerdotes sofrerem gravemente por não terem revelado fatos conhecidos no confessionário.
         Tal chamado à ética afeta igualmente a psicólogos e médicos que recebem revelações íntimas de pacientes. Impõe-se-lhes sem a permissão do confidente total silêncio, mesmo quando interrogados por autoridades constituídas em algum julgamento. Tal situação gera, às vezes, grave conflito de consciência, quando se percebe, de um lado, o mal que pode decorrer da omissão da informação e, de outro, o direito inviolável do confidente. A solução, que a moral católica tem seguido, consiste impor ao confidente a obrigação grave de revelar os dados pessoais que afetam o bem comum.
         Nas perguntas e respostas acontece, não raro, o conflito ético entre o direito à privacidade e o alcance social e público das ações humanas. Em resumo, da parte do indivíduo, contraria a ética guardar informações de si quando elas repercutem gravemente no bem social. Da parte do interrogante, viola a ética publicar informações obtidas do mundo privado e de modo confidencial.”

(J. B. Libanio. Teólogo, escritor e professor; padre jesuíta, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 10 de novembro de 2013, caderno O.PINIÃO, página 21).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 11 de novembro de 2013, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de CARLOS ALBERTO DI FRANCO, que é Diretor do Departamento de Comunicação do Instituto Internacional de Ciências Sociais (IICS), doutor em comunicação pela Universidade de Navarra (Espanha), e que merece igualmente integral transcrição:

“Informação é substantiva
        
         Arrogância, precipitação e superficialidade têm sido, na opinião de James Fallows, autor do provocante Detonando a notícia, a marca registrada de certos setores da mídia. A crítica, contundente e despida de corporativismo, produziu reações iradas, alguns aplausos entusiásticos e, sem dúvida, uma saudável autocrítica. A síndrome não reflete uma idiossincrasia da imprensa estadunidense. Trata-se de uma patologia universal. Também nossa. Reconhecê-la e importante. Superá-la, um dever. Fallows questiona, por exemplo, a aspiração de exercer um permanente contrapoder que está no cerne de algumas matérias. A investigação jornalística não brota da dúvida necessária, da interrogação inteligente. Nasce, muitas vezes, de uma enxurrada de preconceitos.
         Há um ceticismo ético, base da boa reportagem investigativa. É a saudável desconfiança que se alimenta de uma paixão: o desejo dominante de descobrir e contar a verdade. Outra coisa, bem diferente, é o jornalismo de suspeita. O profissional suspicaz  não tem “olhos de ver”. Não admite que possa existir decência, retidão, bondade. Tudo passa por um crivo negativo que se traduz numa incapacidade crescente de elogiar o que deu certo. O jornalista não deve ser ingênuo. Mas não precisa ser cínico. Basta ser honrado, independente.
         A precipitação é outro vírus que ameaça a qualidade informativa. Repórteres carentes de informação especializada e de documentação apropriada ficam reféns da fonte. O poder público tem notável capacidade de pautar os jornais. Há excesso de declarações oficiais. A sociedade frequentemente, não é ouvida. Falta informação completa: a oficial e a não oficial, não necessariamente de oposição, mas aquela de interesse da sociedade civil. Fonte de governo é importante, mas não é a única.
         Sobra declaração, mas falta apuração rigorosa. A incompetência foge dos bancos de dados. Troca milhão por bilhão. E, surpreendentemente, nada acontece. O jornalismo é o único negócio em que a satisfação do cliente parece interessar muito pouco. O jornalismo não fundamentado em documentação é o resultado acabado de uma perversa patologia: o despreparo de repórteres e a obsessão de editores com o fechamento. A chave de uma boa edição é o planejamento. Quando editores não formam os seus repórteres, quando a qualidade é expulsa pela ditadura do deadline, quando as entrevistas são feitas pelo telefone e já não se olha nos olhos do entrevistado, está na hora de repensar todo o processo de edição.
         O culto à frivolidade e a submissão à ditadura dos modismos estão na outra ponta do problema. Vivemos sob o domínio do politicamente correto. E o dogma do politicamente correto não deixa saída: de um lado, só há vilões; de outro, só se captam perfis de mocinhos. E sabemos que não é assim. O verdadeiro jornalismo não busca apenas argumentos que reforcem a bola da vez, mas também, com a mesma vontade, os argumentos opostos. Estamos carentes  de informação e faltos da boa dialética. Sente-se o leitor conduzido pela força de nossas idiossincrasias.
Registramos, ademais, os perigos do jornalismo de dossiê. Os riscos de instrumentalização da imprensa são evidentes. Por isso, é preciso revalorizar, e muito, as clássicas perguntas que devem ser feitas a qualquer repórter que cumpre pauta investigativa: checou? Tem provas? A quem interessa essa informação? Trata-se de eficiente terapia no combate ao vírus da leviandade. O esforço de isenção, no entanto, não se confunde com a omissão. O leitor espera uma imprensa combativa, disposta a exercer o seu intransferível dever de denúncia. Menos registro e mais apuração. Menos fofoca e mais seriedade. Menos espetáculo de marketing político e mais consistência.
         Finalmente, precisamos ter transparência no reconhecimento de nossos eventuais equívocos. Reconhecer o erro, limpa e abertamente, é o pré-requisito da qualidade e, por isso, um dos alicerces da credibilidade. O leitor, cada vez mais crítico e exigente, quer notícia. Quer informação substantiva. E só há uma receita duradoura: ética, profissionalismo e talento.”

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de  princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas transformações em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

     a)     a educação – universal e de qualidade, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas;

     b)    o combate, implacável e sem trégua, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero; II – a corrupção, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem; III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis;

     c)     a dívida pública brasileira, com projeção para 2013, segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e intolerável desembolso de cerca de R$ 1 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (apenas com esta rubrica, previsão de R$ 610 bilhões), a exigir igualmente uma imediata, abrangente, qualificada e eficaz auditoria...

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais contundente ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, desenvolvida e solidária, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros, especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a Copa do Mundo de 2014; a Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do pré-sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!...


O BRASIL TEM JEITO!...

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

A CIDADANIA, A FORÇA DA INFORMAÇÃO E DO CONHECIMENTO E A ÉTICA NA ESCOLHA POLÍTICA

“As diferenças que existem entre informação e o conhecimento real
        
         Informação e conhecimento são coisas diferentes. Uma informação sobre a vida espiritual, por exemplo, só nos poderá levar ao verdadeiro conhecimento desses fatos quando houver em nós intenção de nos transformarmos, receptividade para o novo e fé. É a fé que nos proporciona a coragem de penetrar algo inédito. Sem ela, a possibilidade de chegarmos ao conhecimento fica bloqueada, pois é pela fé que compreendemos ser verdadeira uma informação ainda não comprovada.
         Já o saber intelectual restringe-se ao nível da informação, não é conhecimento real. Se pautarmos a vida pelo intelecto, por mais que tenhamos informações sobre a realidade essencial das coisas, continuaremos enfocados em fatos efêmeros e envolvidos com o mundo material.
         A vivência assimilada é o conhecimento real. Há coisas que sabemos sem mesmo termos tido alguma informação prévia a respeito. Quem tem autêntico conhecimento fica imparcial e tranquilo diante de qualquer situação. Sabe que tudo vem para ensinar alguma coisa.
         Nesse sentido, o conhecimento é fruto da aceitação dos fatos da vida; vem de aprendermos com eles e de nos transformarmos com base nas lições que trazem.
         Existem muitos planos de consciência: o físico, o emocional, o mental, o intuitivo, o espiritual, o divino e o cósmico. Cada um é composto de subníveis e tem suas próprias leis.
         O que compreendemos acerca do mundo é verdade nos planos de existência por nós conhecidos. Mas há outros planos, e nossa compreensão pode alargar-se mais e mais. Por isso, por elevada e correta que seja a vida que levamos, é bom desapegarmo-nos dela, pois há mais a ser descoberto.
         Ainda que no universo tudo provenha de uma única Fonte Criadora, há certas leis dos planos materiais que possuem mecanismos de expressão muito diferentes dos de outras leis, dos planos superiores. Tal é o caso da lei de subsistência, da luta pela vida. Ela é verdadeira para quem busca as coisas materiais em primeiro lugar. No momento em que a pessoa começa a se transformar e a buscar o espírito, ingressa em um nível de consciência mais elevado. Ali, acima dos níveis materiais, a lei que começa a atuar é a enunciada por Cristo quando mencionou os lírios do campo que, embora não teçam nem fiem, se vestem melhor que um glorioso rei.
         Por que os lírios do campo não tecem nem fiam e são os mais bem-vestidos que os seres humanos?
         Porque o reino vegetal segue uma lei superior que o reino humano não segue: a da pura doação. Uma flor não é bela por vaidade ou outros motivos egoístas, mas em louvor à vida. Podemos observar que a alegria do reino vegetal é servir aos demais reinos, com frutos, sementes, flores e aromas
         Outra lei que o reino vegetal segue é a de crescer em direção ao alto. Isso corresponde, no reino humano, à aspiração espiritual. Cada plano de consciência tem uma forma de exprimir sua verdade, que é um aspecto da Verdade Única. Ninguém chega a descobrir a verdade completa: ela é desvelada gradualmente, já que, por sermos regidos por uma lei evolutiva, haverá sempre um plano além daquele em que nos encontramos, e nesse plano superior há uma verdade mais abrangente. Se estamos desapegados do que já sabemos e abertos à transformação, nossa consciência pode elevar-se de um plano a outro, e nossa compreensão expandir rumo ao infinito.

(TRIGUEIRINHO, que é escritor, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 13 de outubro de 2013, caderno O.PINIÃO, página 18).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição, caderno, página 19, de autoria de J. B. Libanio, que é teólogo, escritor e professor; padre jesuíta, e que merece igualmente integral transcrição:

“Quando a escolha não condiz com a ética política
        
         Preparamo-nos para entrar na batalha eleitoral. Lá, parece que vale tudo e facilmente se esquece a ética que interfere nos dois lados, de quem escolhe o candidato e de quem se propõe a tal. Na democracia representativa em que vivemos, a pessoa dos candidatos adquire relevância. Não o elegemos para cargo particular, mas para atividade pública. Supõe, portanto, possuir talentos para ela e ser reconhecido pelo eleitor.
         Para ofício público e político, o candidato carece de qualidades específicas. A primeira, entre todas, chama-se sentido ético. Em termos simples, significa tratar as coisas públicas como bem comum e não pessoal nem de caráter de grupos alheios aos interesses coletivos. Não se trata de defender, como se faz normalmente, assuntos particulares como tais, mas unicamente enquanto eles somam e se integram no conjunto do país.
         Esferas de interesse ameaçam a credibilidade do político quando elas se chocam diretamente com o sentido da política ou prescindem dela. Assim, escolher um candidato pela sua posição na direção de um clube de futebol, por ser alguém da publicidade midiática, por pertencer a uma confissão religiosa como tal não condiz com a ética política. Só casaria com ela se ele não usa a posição que assume na vida pública ou religiosa para ganhar votos, mas para defender algum bem que redunde para toda sociedade. Assim, o esporte, a vida artística, a vida religiosa constituem valores de humanidade e propor defendê-los independentemente de determinada filiação esportiva, artística ou religiosa como tal.
         O risco advém de o mundo público  do personagem servir unicamente como estratégia eleitoreira e depois, assentado na política e despreparado para ela, terá conduta incompatível com o mandato assumido. Nenhuma função externa de qualquer natureza que seja abona, como tal, a pessoa, mas a causa a que se propõe defender. E essa necessita ser explicitada e corresponder ao perfil e conduta ética do candidato. A ética não cabe a ninguém em virtude do time por que torce ou representa, pela religião que pratica, pela presença artística que desempenha. Vale em política fundamentalmente o bem de toda a sociedade, mesmo que visto sob ângulo particular. Nesse caso, tal perspectiva traz contribuição própria e singular para o conjunto da política.
         Nada na política se justifica sem a perspectiva de contribuir para a convivência humana, para o bem-estar do povo, para a justiça social. O particular a que se visa carrega dentro de si dimensão universal e não se fecha em interesse de grupelho em oposição ao todo da sociedade. Se o termo partido etimologicamente alude a algo quebrado, seccionado particular, não se exclui, porém, que a intencionalidade e o sentido de sua existência, a partir do particular, sejam em vista de todos por tocar valor ético.
         E, por natureza, a ética exprime não mero consenso provisório, mas realidade fundada no absoluto. Sem essa réstia luminosa, perde-se na escuridão dos interesses mesquinhos, diminutos e parciais. Política se alia à ética e esta comanda todos os outros critérios de escolha.”

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, adequadas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas transformações em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

     a)     a educação – universal e de qualidade, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas  crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas;

     b)    o combate, implacável e sem trégua, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero; II – a corrupção, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (por exemplo, segundo a mídia,  recentemente, um diretor da Polícia Federal declarou que, no Brasil, “verbas de contratos e obras públicas são desviadas sistematicamente para bancar campanhas eleitorais nos níveis municipal, estadual e federal”, e que a prática é comum a todos os partidos); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, inexoravelmente irreparáveis;

     c)     a dívida pública brasileira, com projeção para 2013, segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e intolerável desembolso de cerca de R$ 1 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (apenas com esta rubrica, previsão de R$ 610 bilhões), a exigir uma imediata, abrangente, qualificada e eficaz auditoria...

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais contundente ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, desenvolvida e solidária, que permita a partilha de suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros, especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a Copa do Mundo de 2014; a Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do pré-sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!...


O BRASIL TEM JEITO!...