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quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A REVOLUCIONÁRIA LIÇÃO DO SERMÃO DA MONTANHA E OS ADOLESCENTES NOS DESAFIOS DA SUSTENTABILIDADE

“Há 122 anos
        Conhecido como um autor de romances famosos no século XIX, Leon Tolstói passou por uma fulguração comparável àquela de São Paulo no caminho de Damasco. Depois de um consagrador sucesso, renegou seu modo de viver que lhe dava trânsito nos salões dourados das aristocracias russa e europeia, virou a página, escrevendo a obra-prima “O Reino de Deus Está em Vós”.
         Rompeu, com antecedência de alguns séculos, os paradigmas sociais, políticos e culturais de seu tempo. Sem inventar nada. Apenas adotando o Sermão da Montanha como filtro de seu olhar, fez uma crítica penetrante ao sistema vigente em sua época, à forma de governar e dominar as massas. Mostrou que as vias da não violência e o respeito à verdade são imprescindíveis para uma sociedade harmoniosa.
         Imediatamente excomungado pela Igreja Ortodoxa Russa e banido pelo governo do czar, Tolstói passou a sofrer perseguições em toda a Europa. Seu livro profético, entretanto, chegou ao cidadão indiano Gandhi, depois reconhecido como Mahatma (grande e excelso homem), transformando radicalmente o curso de sua vida, despojando-o de qualquer ambição material e colocando-o a serviço de uma missão superior, social e política aqui, na terra. Especialmente na subjugada e miserável Índia, fracionada em classes intransponíveis e explorada pelo império inglês.
         O livro desapareceu de circulação, queimado nas fogueiras, e foi reeditado apenas em 1988, quando inspirou os movimentos de ecologistas, pacifistas, intelectuais do bem que anseiam pela sobrevivência da humanidade num modelo sustentável e universal. O livro se mantém atual como nunca, mereceria ser estudado nas escolas e estar na cabeceira dos homens de poder, especialmente os políticos que, ao assumirem um mandato, anseiam pelo bem-estar de uma nação sem prejudicar as demais.
         “Veja quanto é inútil e injusto recolher impostos do povo trabalhador para enriquecer funcionários (ocupantes de cargos públicos) ociosos”, apostrofou Tolstói.
“Quanto mais alta é a posição de um homem na hierarquia corrompida, tanto mais instável (e nociva) sua presença, pois ele tem fé na duração ilimitada da organização (criminosa) existente, que lhe permite cometer barbaridades com a maior e a mais perfeita tranquilidade de espírito, como se não agisse em seu proveito (para se locupletar)... Essa é a situação quase comum dos funcionários (do Estado) que ocupam posições mais lucrativas (e estratégicas) de quanto poderiam ocupar em outra organização (por mérito real e pessoal)”, escreveu no ano de 1894.
         “Na função pública, a tendência (de exploração do poder) se estende do mais humilde policial à mais alta autoridade”, anotando, infelizmente, que o poder se presta aos interesses pessoais. O governo defende a cobrança de impostos para atender a saúde pública, mas não se esforça para livrar-se da corrupção que o devasta. Insistem em cobrar mais, quando poderia primeiramente gastar menos cortando os desvios monumentais.
         Bilhões são subtraídos na forma de impostos para aplicar em aposentadorias injustas, privilégios descabidos para autoridades. Práticas que apenas sobrevivem no Brasil quebrado e castigado por filas infindáveis no atendimento.
         Outros bilhões são desviados cinicamente, com juros da dívida, de obras públicas desnecessárias, da merenda escolar, do programa Bolsa Família, num país que enfrenta parcela assustadora de crianças e jovens sem alimentação suficiente e que, bem por isso, pagam com graves prejuízos em sua formação.
         Escreveu Tolstói há 122 anos: “A corrupção consiste em tomar do povo suas riquezas por meio de impostos e distribuí-las às autoridades constituídas, que se encarregam de manter e aumentar a opressão (e o desserviço). Essas autoridades compradas, desde os ministros até os escreventes, formam uma invencível união pelo mesmo interesse: viver em detrimento do povo. Enriquecer, tanto mais quanto maior é a submissão” aos esquemas perversos que exploram o poder.
         Para chegar a isso, observa que é o “hipnotismo” do povo, que consiste em deter o desenvolvimento moral dos homens, com diversos métodos, inserindo o arcaico conceito de vida materialista, apegada a vícios, superstições e prazeres ilusórios.
         Faleceu como “subversivo excomungado”, pregando que os “deveres de cidadão devem ser subordinados aos deveres superiores da vida eterna de Deus” e lembrando, do Atos dos Apóstolos (5,29): “É preciso obedecer antes a Deus que aos homens”.”.

(VITTORIO MEDIOLI, em artigo publicado no jornal SUPER NOTÍCIA, edição de 22 de janeiro de 2017, caderno OPINIÃO, página 2).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 24 de janeiro de 2017, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de ARISTIDES JOSÉ VEIRA CARVALHO, médico, mestre em medicina, especialista em clínica médica e em medicina de família e comunidade, e que merece igualmente integral transcrição:

“Adolescentes: segurar ou soltar?
        A forma de lidar com os adolescentes tem despertado discussões frequentes entre os pais. Nas rodas de conversa, é muito comum ouvirmos que os “filhos são todos iguais, o que muda é o endereço”. É uma frase que abranda a ansiedade. Traz consolo. Alivia. E tem a sua importância nos momentos críticos, quando as relações ou as situações causam surpresa, perplexidade ou dificuldade.
         Sabemos da diversidade dos relacionamentos entre pais e adolescentes. Em alguns casos, há enorme dificuldade para que a convivência se harmonize. Em outros, nem tanto. O fato é que, em um número expressivo de situações, nós, pais, devemos ter habilidade para lidar com as demandas dos nossos filhos. Muitas vezes precisamos pedir ajuda profissional ou de pessoas mais próximas, o que deve ser feito sempre que necessário. Essa afirmativa pode não ser devidamente valorizada por alguns, mas é importante dizer que a postura de segurar a barra sozinho quando “o leite está entornando”, assumindo a radicalidade do provérbio popular de que “quem pariu Mateus que o embale”, não nos parece ser uma medida sensata. Precisamos uns dos outros.
         É muito comum idealizarmos nossos filhos. Não há, a princípio, erro nisso. Temos os nossos sonhos e neles os incluímos, quase sempre com palavras e atitudes previsíveis e “politicamente corretas”. Mas as particularidades de cada filho e as influências do contexto sociocultural, muitas vezes comprometem essa imagem idealizada e nos geram sofrimentos. Isso é importante destacar porque teremos variações nos comportamentos e na forma de lidar com os nossos filhos e com as nossas expectativas.
         Não obstante as muitas pesquisas sobre o tema, não há uma “receita de bolo” para lidar com os adolescentes. As orientações podem surtir efeito em determinados momentos, mas na dependência da sua característica (autoritárias, liberais, democráticas, entre outras) e das particularidades do adolescente envolvido não serão eficazes, podendo, inclusive, ter consequências não muito positivas.
         É sabido que o adolescente quer conduzir a sua vida, fazer suas escolhas, o que significa ser sujeito. No relacionamento com ele vale o ensinamento dos antigos sobre o equilíbrio. O papel de chamar para o equilíbrio cabe sobretudo aos pais. A partir do diálogo é fundamental estabelecer limites. Alguns adolescentes não querem receber “não” como resposta, o que faz com que certas conversas sejam tensas e alguns “nãos” sofridos, mas necessários.
         A importância do exemplo que damos e dos princípios/valores que passamos aos nossos filhos deve ser sempre destacada e repetida. Mas os seus frutos não são colhidos no curto prazo, o que nos angustia e nos pede paciência.
         Essas pontuações nos remetem a uma aproximação e a uma tentativa de resposta à pergunta apresentada no título deste artigo: segurar ou soltar?. Novamente temos que admitir que não há uma única resposta. Dependerá da situação. O que podemos afirmar sem receio de errar é que os adolescentes devem ser preparados – e constantemente lembrados – para a autonomia, para o respeito e para a responsabilidade. Na verdade, essa formação provavelmente já se iniciou bem antes da adolescência. Mas fizemos questão de destacar essas palavras, porque elas se implicam e se interagem. E são fundamentais.
         Caberá a nós, pais, ao exercer nosso papel de educadores, trabalhar de forma equilibrada essa condução, sabendo que algumas vezes teremos que “segurar e em outras soltar”. Não é tarefa fácil. Acertaremos algumas vezes e erraremos em outras.
         Provavelmente, alguns pais dirão que nunca tiveram problemas com os seus filhos adolescentes. Que bom. Que bênção! Entretanto, sabemos que há um grande número de pais que convivem com sérios problemas na relação com os seus filhos. É para eles que fazemos as pontuações deste artigo e queremos destacar a importância da paciência, do carinho, do diálogo, de pedir ajuda quando necessária e de manter sempre acesa a chama do amor. E mais: que não desistam de seus filhos. Aos poucos o caminho vai ficando mais claro e a vida mais leve.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em novembro a ainda estratosférica marca de 482,05% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial registrou históricos 330,65%; e já em dezembro o IPCA acumulado nos últimos doze meses chegou a 6,29%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2017, apenas segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,722 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 946,4 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- 55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...