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quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A LUZ DA SENSIBILIDADE NA BOA GESTÃO E OS GRAVES E NOVOS HORIZONTES NA SUSTENTABILIDADE


“Gestão e sensibilidade andam juntas
        A tendência atual da gestão destaca o gestor como um facilitador do trabalho em equipe, um orientador, um líder, no melhor sentido que essa palavra traduz, uma autoridade – e não “um ser” autoritário. A boa gestão requer competência (conhecimentos, habilidades e atitudes), o que tem a sua complexidade. Acrescentamos, além da competência, mais uma característica: a sensibilidade. Ao usarmos a palavra sensibilidade, queremos destacar a capacidade de perceber/enxergar, para além da empresa/serviço, o ser humano com seus direitos, deveres e sua dignidade. Na perspectiva que aqui apresentamos, a sensibilidade tem a ver com a coragem de romper com a indiferença e o olhar ensimesmado (voltado para o próprio interesse ou para o de uma pequena minoria). Sensibilidade remete à busca de valores construídos e conquistados a duras penas no decorrer dos anos.
         Não obstante tantos estudos e discursos sobre a gestão, o que nos assusta, ainda, é a forma com que determinados serviços/empresa tratam os seus funcionários e clientes/usuários. Com o olhar, na grande maioria das vezes, voltado para o setor financeiro, sucesso empresarial e/ou a produtividade, ignoram características fundamentais nas relações humanas e de trabalho. Investem pouco na qualificação profissional, na comunicação, no cuidado e na ética. No contato com os usuários e/ou clientes, infelizmente ainda são observadas em algumas instituições a morosidade injustificada, a burocracia que cansa e desanima, as estratégias de distanciamento em desinteresse em encaminhar o que é de direito do cidadão. Temos inúmeros exemplos do que afirmamos em diversas empresas do nosso país.
         Ao acompanharmos as atividades de alguns gestores, chamou-nos a atenção o que vimos em uma escola pública da rede municipal de educação de Belo Horizonte: o carinho com que a equipe gerencial lembrava e falava dos seus funcionários. De forma cuidadosa, destacava as qualidades e as contribuições de cada um. Sabemos que, com certeza, a gestão desse serviço também convive com interesses e dificuldades de diferentes ordens, inclusive com carências de recursos financeiros, mas ficamos tocados com a capacidade de enxergar, reconhecer e explicitar de forma simples e significativa a importância de cada um dos trabalhadores. A propósito, a equipe gerencial foi muito proativa e criativa nessa tarefa. E mais: a avaliação da população em relação aos serviços prestados é muito positiva. Esse jeito de ser (para alguns também chamado de espiritualidade na gestão) desperta e fortalece a corresponsabilização de todos no trabalho gerencial e consegue ofertar melhores serviços às pessoas e à sociedade.
         Felizmente, muitos gestores abandonaram os modelos conservadores e rígidos e inovaram a gestão. É bom dizer isso. Quando olhamos as cidades e percorremos os seus serviços e diferentes iniciativas (setores público e privado, organizações religiosas e não governamentais), percebemos que muita coisa boa está acontecendo por aí. Há gestores que conseguem, com a sua sensibilidade, transformar relacionamentos pesados e tensos (entre funcionários e com a população), em espaços de convivência e relacionamentos leve e agradável. Isso sinaliza, para os serviços e empresas cujas relações são muito conflituosas, que é possível e necessário realizar mudanças e redirecionar suas práticas. Com certeza, ganharão com essas transformações.
         Para além do sucesso financeiro da empresa, da visibilidade do serviço (público ou privado), dos avanços técnicos e das planilhas de resultados, é fundamental humanizar os pequenos contatos que se estabelecem no cotidiano. Isso ainda falta em vários locais. Não temos receio em destacar que diante dos surpreendentes avanços tecnológicos, das inovações que presenciamos a cada dia, a redescoberta do humano é o grande desafio colocado ao gestor (e à equipe gerencial). Esse desafio será bem conduzido pelo competente e sensível gestor.”.

(ARISTIDES JOSÉ VIEIRA CARVALHO. Médico e professor, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 13 de maio de 2018, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 10 de dezembro de 2018, mesmo caderno e página, de autoria de SEBASTIÃO VENTURA PEREIRA DA PAIXÃO JR., advogado, conselheiro do Instituto Millenium e cofundador da Dynamic Mindset, e que merece igualmente integral transcrição:

“Talvez, o capitalismo
        A queda da monarquia forçou a institucionalização do Estado. A República, em vez do caráter unipessoal do rei, escolheu a partilha do poder (Executivo, Legislativo e Judiciário), dividindo para, ato contínuo, criar mecanismos de controle recíprocos. Após mais de um século de forte investimento na veia estatal, estamos vendo o fim de uma época. Objetivamente, as contas públicas brasileiras explodiram porque muita gente passou a viver, direta ou indiretamente, de fontes governamentais. A máquina pública ficou tão obesa que não consegue mais se movimentar, perdeu dinamismo e a própria vitalidade.
         Nesse perfil doentio, qualquer problema de última hora vira uma crise política latente, forçando arbitrarias construções orçamentárias. Todavia, lances de criatividade contábil não têm o condão de mudar a natureza dos fatos. Sabidamente, a ficção pode pouco diante da força dos acontecimentos. E assim, sem pedir licença, a realidade bate à porta, expondo as vísceras de um sistema falido, marcado pela opressão tributária e pelo endividamento oficial estratosférico.
         Sim, senhoras e senhores, o Estado do século 20 morreu.
         No momento da despedida, não podemos ser injustos. Em um país que, até a década de 50, era essencialmente agrário, só uma instituição macro como o Estado conseguiria catapultar os investimentos estruturais básicos para o surgir do mercado. Não havia condições para o impulsionamento privado. Sobre o ponto, importante lembrar que o sistema financeiro nacional foi criado em 1964 (Lei 4.595), enquanto o regramento das sociedades anônimas somente se materializou em 1976 (Lei 6.404). Ou seja, diante da aridez estrutural do setor produtivo, coube ao Estado assumir a responsabilidade de conduzir investimentos nacionais estratégicos.
         A questão é que o desenvolvimento do mercado deveria gerar uma correlata diminuição do tamanho do Estado. No entanto, a reabertura democrática, contraditoriamente, gerou um anômalo socialismo jurídico. Sem cortinas, a partir de numerosas sinuosidades da Constituição Federal de 1988, o orçamento público acabou sequestrado por interesses corporativos setoriais, impedindo a construção de uma pauta pró-mercado. O tempo correu e a conta chegou. Agora, adentramos na dinâmica e versátil era tecnológica com um custo público impagável. Aliás, além do custo, herdamos uma mentalidade atrasada que faz as pessoas privilegiarem a dependência estatal em vez da liberdade individual.
         Ora, o modelo Estado do século 21 é diametralmente oposto: ágil, informal, sem hierarquias verticais rígidas, livre de favores públicos direcionados e com radical transparência de procedimentos. Em rápida síntese, a tecnologia é a antítese da burocracia. Diante disso, o futuro está traçado: os algoritmos vão varrer os burocratas e autômatos das estruturas laborais, impondo novas lógicas e dinâmicas mais complexas num mercado de trabalho em profunda transformação. Isso significa que precisamos retreinar grande parte da população ativa brasileira, sob pena de um crescimento exponencial do desemprego, da redundância e da desigualdade social.
         O desafio político atual é fazer uma transição geracional possível, abrindo canais de navegação entre direitos excessivos, obrigações desmedidas e o grande desejo cívico de fazer o Brasil uma grande nação. As dificuldades serão gigantescas, mas grandes conquistas exigem trabalho sério, superação e vontade de vencer. Felizmente, há um novo jogo na praça, trazendo consigo ventos de desenvolvimento e expectativas de mudanças virtuosas. Muitas oportunidades vão surgir; antes de temor, a hora exige coragem para fazer. Por tudo, vale a pena viver este promissor capítulo da nossa história. Com sorte, no final, talvez ainda encontremos um desconhecido: o capitalismo.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em outubro a ainda estratosférica marca de 275,68% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial se manteve em históricos 300,37%; e já o IPCA, em novembro, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,05%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2018, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,847 trilhão (52,4%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,106 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
57 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2018)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.








sexta-feira, 14 de setembro de 2018

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A URGÊNCIA DA QUALIFICAÇÃO DA HUMANIDADE E A LUZ E ALEGRIA DO EVANGELHO NA SUSTENTABILIDADE


“Morosidade e indiferença
        Em nosso país, observamos, com tristeza, a morosidade e a indiferença conquistarem espaços em várias instituições e empresas. Por motivos diversos, os serviços aos cidadãos e às suas justas reivindicações não são agilizados, o que tenciona as relações sociais, causando sofrimento às pessoas envolvidas.
         As atitudes de lentidão e, muitas vezes, de proposital indiferença, nos assustam. Chama-nos a atenção, nos grandes centros urbanos, a demora exagerada – e a burocracia – de algumas instituições e empresas em responder às reclamações e reivindicações das pessoas que pagam pelos seus serviços. As empresas de telefonia, de cartão de crédito, de canais de televisão, entre outras, sabem muito bem do que estamos dizendo. Em cidades menores e áreas rurais, as conduções, além de morosas, são atrapalhadas. As negociações com os proprietários rurais acometidos pelos desastres ecológicos e pelas construções de usinas hidrelétricas são exemplos gritantes do que afirmamos.
         É fundamental que as instituições e empresas enxerguem as pessoas nos processos que conduzem e se mobilizem para atender de forma justa e ética às demandas que recebem. Caso contrário, causarão um mal terrível. A preocupação maior é, sem dúvida, de se acostumarem com as práticas vigentes, acreditando que elas fazem parte das rotinas, fluxos e protocolos.
         Para ilustrar a nossa discussão, buscamos na área da saúde – sobretudo na saúde coletiva – uma expressão muito utilizada nos estudos epidemiológicos. Referimo-nos à expressão “evento sentinela”, que faz referência aos agravos, doenças e situações que estão ocorrendo, mas que poderiam ser evitados. Pois bem, nos serviços de saúde, uma vez identificados esses eventos, há grande mobilização dos profissionais de saúde, levando-os a tomar medidas no sentido de verificar os fatores envolvidos e as formas de superar o problema encontrado. Podemos fazer uma analogia aplicando o significado dessa expressão quando constatamos as atitudes de morosidade e indiferença que não deveriam ocorrer em nosso meio e que, embora evitáveis, lamentavelmente passaram a ser muito frequentes no nosso cotidiano.
         Repensar os processos e investir em formas mais respeitosas, ética e competentes de condução, parece-nos ser o melhor caminho. Sabemos quão difíceis e desgastantes são determinadas negociações e acordos. Muitas vezes de ambos os lados. Entretanto, não podemos desconsiderar que é preciso mudar a forma de negociar, visivelmente ligada ao “levar vantagem em tudo”, ao “ganhar tempo e cansar o outro”, ou “aguardar o momento ‘certo’ para que aceite qualquer proposta.
         Acreditamos que é fundamental investir na qualificação (técnica e moral) das gerências e dos profissionais de algumas instituições e empresas – públicas e privadas –, sobretudo no que diz respeito ao acolhimento, à atenção e à condução dos direitos do cidadão. Só assim os “eventos sentinela”, que atormentam a prática e as relações empresa-instituição-cidadão, já tão frequentes em nosso meio, diminuirão. Oxalá desapareçam. A incorporação do zelo, da delicadeza e a capacitação para atender as pessoas em seus direitos e necessidades proporcionarão mudanças substanciais nas relações e encaminhamentos das empresas e instituições de forma a torná-los mais ágeis, efetivos e humanos.
         A esperança que temos é que chegará o dia em que será desnecessário ocupar os serviços da Justiça com questões conhecidas e reconhecidas por todos como direito do cidadão por serem extremamente óbvias – e esperar por longo período a sua resposta –, porque haverá responsabilidade e sensibilidade para com o ser humano.”.

(ARISTIDES JOSÉ VIEIRA CARVALHO. Médico e professor, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 7 de setembro de 2018, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição, caderno e página, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Amado papa Francisco
        ‘Sem nada ter, tudo pode ser e cantar feliz’, eis a expressão de São João da Cruz que bem define a exemplar caminhada do papa Francisco, na missão de promover a universalidade da Igreja. A partir de sua rica experiência de vida consagrada e pastoral, de sua proximidade das palavras sempre pertinentes, o papa Francisco nutre no coração da humanidade sinais de esperança. Assim, unem-se ao papa multidões do mundo inteiro – clérigos, autoridades governamentais, formadores de opinião, líderes, membros de diferentes confissões religiosas, cidadãos de diferentes lugares. Todas essas vozes, a partir do pontificado de Francisco, formam um coro que canta a alegria de enxergar, no horizonte, uma “Igreja em saída”, que vai ao encontro de todos, superando molduras antiquadas para deixar brilhar a força da tradição – capaz de levar à interioridade de cada pessoa a luz do evangelho de Jesus Cristo.
         Importante reconhecer: valorizar a tradição não significa limitar-se ao apego cego a tudo o que é antigo, pois Deus, pela ação do Espírito Santo, gera sempre renovação. Zelar pela tradição da Igreja Católica é reconhecer a sua irrenunciável missão de fazer chegar a todos a luz incandescente do evangelho. E o papa Francisco ergue a tocha com essa luz, exercendo, com coragem e simplicidade, o seu ministério. A luminosidade do evangelho incide sobre seu rosto e permite, a cada pessoa, reconhecê-lo como sucessor do apóstolo Pedro. Por isso, o seu pontificado gera conversão, possibilitando que muitas pessoas assumam seus próprios pecados e fragilidades.
         O evangelho de Jesus Cristo, o diálogo com Deus, faz brotar no coração humano a sabedoria que permite compreender: não importam roupagens, títulos ou posições hierárquicas que, muitas vezes, garantem certas benesses e honrarias. O fundamental é cultivar uma autêntica vida cristã, um jeito de ser que é bem distante de qualquer tipo de postura egoísta. Na história bimilenar da Igreja Católica, admiráveis homens e mulheres, cristãos leigos e leigas, gente simples, mas também nomes reconhecidos – papas, bispos, padres, religiosos –, em diferentes lugares e culturas, nos mais variados momentos da história da humanidade, foram exemplares por ser autênticos cristãos. Hoje, o olhar volta-se para os que corajosamente se dedicam às frentes missionárias, chamados a testemunhar a fé no mundo contemporâneo. Liderando essa multidão de discípulos e discípulas de Cristo está o amado papa Francisco, que faz a cada pessoa um convite corajoso: aproximar-se mais da luz do evangelho.
         Acolher esse convite é a única possibilidade para a superação das muitas sombras, também na Igreja, em razão dos estreitamentos humanos e dos desafios do mundo atual. Há certas dinâmicas contemporâneas que estão na contramão do evangelho. A lista é extensa, mas é importante, neste momento, dedicar atenção especial a um desses males: o moralismo perverso de certos indivíduos que, motivados por interesses pessoais e pouco evangélicos, sentem-se no direito de atacar outras pessoas. Esses indivíduos, quando criticam, não buscam promover correção ou conversão, pois são movidos pela mágoa. Em vez disso, não raramente, atacam para encobrir seus próprios limites. Adotam, pois, a estratégia de tentar destruir outras pessoas, distanciando-se da luz do evangelho, que escancara escuridões. Quem busca seguir Jesus, nas muitas situações do cotidiano, pode gerar certo incômodo para os que, veladamente, arquitetam manobras e ilegalidades.
         Para a Igreja, seguir Cristo não é opção, mas razão de existir, tarefa que se exerce dedicando-se ao mundo. É o que pede o amado papa Francisco: uma Igreja cada vez mais servidora, muitas vezes ferida por debruçar-se, misericordiosamente, nas diferentes vicissitude da vida humana. E o coro de vozes que se une ao papa Francisco é muito grande. Deve crescer ainda mais, para que ninguém fique de fora. As vozes desse coro, unindo corações em um coração só, revelam que multidões cultivam a disposição corajosa de se deixar iluminar pelo evangelho – a tradição que é a herança intocável da Igreja. Permaneça, assim, viva a esperança de se construir um novo tempo, a partir do caminho indicado pelo amado papa Francisco.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 128 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em julho a ainda estratosférica marca de 271,43% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial em históricos 303,19%; e já o IPCA, em agosto, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,19%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2018, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,847 trilhão (52,4%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,106 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
56 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2017)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.



        


segunda-feira, 11 de junho de 2018

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A FORÇA DOS VALORES PARA AS NOVAS SÍNTESES E A LUZ DOS APRENDIZADOS NOS PROTAGONISMOS DA SUSTENTABILIDADE


“Valores e sínteses em tempos difíceis
        Estamos passando por um período crítico. As antigas referências nos escapam. Temos a impressão de que estamos perdidos diante de tantos acontecimentos e comentários. Cada dia uma novidade. A pergunta é: o que vai resultar de tudo isso? A história nos dá algumas esperanças: quando visitamos determinados momentos de grande desencontro e crise no cenário mundial, percebemos que novas e boas perspectivas surgiram. Assim aconteceu em vários países da Europa. Quem sabe também aconteça conosco?
         A transformação de uma situação ruim para uma boa, entretanto, não é, a nosso ver, uma tendência natural. Há necessidade de movimentos, de esforços para que novas práticas aconteçam e sejam incorporadas social e culturalmente. A experiência dos momentos difíceis não gera, em si, aprendizados e transformações. Para que a experiência gere aprendizado e mudanças, ela necessita de reflexões e interpretações. Diríamos mais: é preciso buscar o sentido presente – e muitas vezes escondido – nos acontecimentos, tal como dizia o psiquiatra e psicanalista Viktor Frankl, e construir novos caminhos a partir de diferentes escolhas.
         É certo que em um país dividido política e emocionalmente como o nosso, está difícil achar um ponto comum, algo que, a despeito das nossas diferenças, nos una, nos agregue e nos assemelhe. Mas há. Acreditamos que os pontos de convergência entre nós, mesmo diante de posições tão divergentes e muitas vezes antagônicas, são representados pelos valores. Alguns poderão perguntar: quais valores?
         Esta pergunta faz sentido, porque nunca se falou tanto em valores como nos dias de hoje. E há colocações diferentes sobre o tema. O que é valor para uns pode não ser para outros. Podemos cair numa polêmica sem fim. Contudo, temos algumas referências que nos vêm – e que gostaríamos de destacar – das tradições humanistas. Elas nos remetem aos valores relacionados à dignidade humana (Declaração dos direitos humanos e Conferência Internacional sobre Bioética), à solidariedade, à justiça, à paz, ao respeito às pessoas e às diferenças, à compaixão, à tolerância, ao diálogo, entre outros, tão lembrados em diferentes espaços socioculturais e religiosos, políticos e econômicos.
         Estamos convencidos de que os valores devem nortear as transformações pretendidas em nível pessoal e coletivo. A sua interpretação poderá gerar a introdução de medidas diferentes nos contextos, mas, caso sejam escolhidos como norte e diretriz a ser seguida, permitirão uma possibilidade maior de acertos. Guiados por eles, seremos mais cuidadosos para com as pessoas e nossas cidades, o que significa, em termos práticos, a realização de pactuações respeitosas, relações de trabalho justas e éticas e reconhecimento da dignidade de cada cidadão.
         Ao deixarmo-nos guiar pelos valores, incorporaremos, paulatinamente, à nossa prática, atitudes mais coerentes e humanas. Isso nos permitirá construir novas formas de convivência em diferentes espaços. As leis são importantes, fundamentais. Precisamos delas para garantir a ordem, a tranquilidade, a segurança, entre outros. Todavia, em uma sociedade sem valores, elas poderão ser substituídas por outras que desconsideram os avanços humanísticos conquistados a duras penas.
         Não temos a menor dúvida de que as políticas públicas que promovem a justiça, a paz e o bem-estar social só se sustentam se fundamentadas e iluminadas pelos valores. Os saberes e técnicas das diferentes áreas do conhecimento humano precisam ser orientados por eles. E a convivência será mais humana e digna para a nossa geração e para as gerações futuras se não desistirmos deles.
         Nesses tempos difíceis, a vida nos traz o desafio de segurar com firmeza e fortalecer na nossa família, nas escolas, no trabalho e na política aquilo que nos é caro, precioso: os valores. Esse nos parece ser o caminho mais seguro para a nossa sociedade atual, que se perde aos poucos e corre o risco de deixar escapar a oportunidade de aprender com as experiências e construir novas sínteses.”.

(ARISTIDES JOSÉ VIEIRA CARVALHO. Médico e professor, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 5 de junho de 2018, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição, caderno e página, de autoria de LUCAS FONSECA, palestrante motivacional formado em administração de empresas, com especialização em coaching, fundador do Instituto Lucas Fonseca e criador da metodologia MAP – Mindset de Alta Performance, e que merece igualmente integral transcrição:

“Recomeçar depois do fracasso
        O termo fracasso, por si só, já causa arrepio em muita gente. Fracassar é algo que gera temor, vergonha, tristeza e até revolta. Contudo, antes de se recolher sob esse rótulo, é preciso analisar friamente a situação em que julgamos ser fracassada. Muitas vezes, uma perda, de qualquer ordem, pode ser interpretada como um livramento. Assim como um prejuízo pode significar um belo aprendizado, daqueles que a gente vai carregar como lição para a vida toda.
         O fato é que nós não podemos mudar o passado, mas podemos dar um novo sentido a ele. Aliás, é bem mais inteligente fazer isso do que ficar se remoendo, punindo ou lastimando sobre algo que já foi. Todos os dias, quando acordamos, ganhamos um “presente”, que é estar vivo. Se formos capazes de acreditar em nós mesmos, investir a conspirar a nosso favor. Não é simples ou fácil, mas é poderoso.
         Eu mesmo sou um bom exemplo de que é possível dar a volta por cima, ressignificar o nosso passado e escrever um novo futuro. Nasci numa pequena cidade do interior do Espírito Santo. Só conheci energia elétrica quando tinha 14 anos. Fui alfabetizado numa escola rural e só retomei os meus estudos, em supletivo, aos 16 anos. Eu poderia me sentir um fracassado, uma vítima do mundo, da sociedade. Mas não, rompi com o ciclo do “coitadismo”, arregacei as mangas e fiz o melhor que pude com o que a vida que tinha. Iniciei meus estudos e, até a universidade, que parecia um sonho tão distante para alguém com a minha história, eu consegui concretizar.
         Me apaixonei pelas pessoas e pelo potencial transformador que cada um tem dentro de si. Uma noite sonhei com um treinamento capaz de transformar pessoas, fazer com elas vissem o que é realmente importante e pudessem ir atrás das melhores versões de si mesmas. Assim nasceu o MAP – Mindset de Alta Performance, que vem ganhando cada vez mais adeptos. Meu objetivo é fazer com todos descubram o vencedor que há dentro de si.
         Infelizmente, a nossa cultura prega a felicidade contínua. Como se a dor devesse ser evitada, a qualquer custo. Mas costumo dizer que todos nós temos a nossa cobertinha da amargura. Precisamos nos recolher embaixo dela, permitindo-nos sentir a dor, experimentá-la, em vez de simplesmente fingir que ela não existe. É preciso ser honesto com os seus próprios sentimentos. E entender que, por pior que seja, tudo vai passar. E passa, mesmo. Vivemos num mundo regido pela da impermanência. Nada é para sempre. Tudo está sempre em transformação.
         Um dos exercícios que sugiro em meus treinamentos é o “ponte para o futuro”. Nele, proponho que as pessoas busquem tomar contato com situações prazerosas, vislumbradas num futuro próximo. Esse bem estar proporcionado pelas emoções positivas dão força para superar um momento de dor ou fracasso. As pessoas passam a entender que não são vítimas do mundo, apenas estão passando por um momento difícil que, assim como os bons, também vai passar.
         Outro ponto interessante em relação a esse tema é que, algumas vezes, o fracasso é consequência das nossas próprias atitudes ou escolhas. Um casamento falido, um emprego ruim. No entanto, em outras situações, o fracasso é advindo de uma situação externa, algo que eu não tenho controle. A morte de uma pessoa querida, um acidente, um prejuízo material. Existe uma teoria muito interessante, chamada 90x10. Ela demonstra que apenas 10% do meu tempo é gasto com situações específicas. Ou outros 90% é como lidamos com elas. Ou seja, temos o poder de escolher se vamos lidar com tranquilidade ou resistência.
         Nesse sentido, é muito importante exercer a autoresponsabilidade. Eu sou o autor da minha história, mesmo quando lido com situações que não dependem exclusivamente de mim. É preciso criar estratégias para enfrentar as adversidades. Escolher a forma como vou reagir. Assumir o protagonismo da sua própria vida é o único caminho para a superação verdadeira. Fracassado é quem desiste. Quem luta será sempre um vencedor.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 128 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em abril a ainda estratosférica marca de 331,57% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial em históricos 320,96%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 2,76%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2018, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,847 trilhão (52,4%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,106 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
56 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2017)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.