“Possibilidades
da tecnologia no campo do agronegócio
A transformação digital
tem se tornado uma realidade permanente em praticamente todos os segmentos. E
no caso do agronegócio, um dos mais importantes na economia brasileira, não é
diferente. Com o crescimento da oferta e da demanda por novas tecnologias
aplicáveis à cadeia produtiva agrícola e
pecuária, crescem as oportunidades de negócios.
Nos
últimos anos, o setor tem se tornado cada vez mais moderno. De acordo com uma
pesquisa da Comissão Brasileira de Agricultura de Precisão (CBAP), 67% das
propriedades agrícolas já são adeptas das inovações tecnológicas em suas
atividades. Nesse sentido, a chamada “agricultura de precisão” tem ganhado
força. Trata-se de um conjunto de práticas voltadas para o mapeamento das
características físicas, geográficas e biológicas do ambiente, buscando adequá-las
às diferentes espécies cultivadas.
Algumas
das principais soluções utilizadas nessa etapa são sensores óticos e
eletroquímicos, que servem para avaliar os nutrientes do solo e otimizar o
processo de adubação e aplicação de fertilizantes, tratores e drones
automatizados, que funcionam por meio de tecnologias GPS e podem ser
controlados remotamente; e alterações do material genético de plantas e
organismos por meio de biotecnologia, criando espécies mais promissoras e
resistentes.
Quando o
assunto é automação no agronegócio, um dos grandes destaques é a Agrosmart, que
oferece um serviço de monitoramento de lavouras e leva informações em tempo
real aos produtores, para que eles possam tomar as melhores decisões na
condução dos seus negócios. A startup foi criada em 2014 e hoje monitora cerca
de 600 mil hectares.
Também
existe uma alta demanda por soluções administrativas. Um exemplo de ferramenta
que tem ganhado espaço no mercado é o aplicativo Aegro, que permite o registro
das atividades realizadas nas etapas da semeadura, aplicação de defensivos,
fertilizantes e colheita. Em seguida, essas informações são cruzadas e podem
oferecer ao produtor dados concretos sobre a efetividade dos processos. Ela foi
criada em 2016 e atualmente conta com cerca de 4.000 usuários em todo o Brasil.
A força
do agronegócio pode ser comprovada pelo seu desempenho recente no Produto
Interno Bruto (PIB). Foi o único setor da economia que cresceu no primeiro
trimestre deste ano, em meio à pandemia. De acordo com dados do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o valor gerado no campo foi de R$
120 bilhões, e estima-se que possa chegar a R$ 697 bilhões até o fim do ano.
São
resultados como esse que justificam o fato de o setor ser o centro das atenções
no mercado de inovação. Com tendência de crescimento, surge a demanda por novas
soluções. Além de poder render boas oportunidades de negócio, pode ser um
destino adequado para os investimentos no período pós-pandemia.”.
(Matheus Vieira
Campos. Coordenador regional da Câmara Americana de Comércio de Belo
Horizonte (Amcham_BH), em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 25 de julho de 2020, caderno OPINIÃO, página 15).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a
Excelência Educacional vem de artigo publicado no jornal FOLHA DE S.PAULO, edição de 29 de junho
de 2020, caderno Opinião, coluna
TENDÊNCIAS / DEBATES, página A3, de autoria de Luís Roberto Barroso e Patrícia Perrone Campos Mello, ministro do
Supremo Tribunal Federal e professora de direito constitucional; ambos
elaboraram estudo sobre o tema, que seria apresentado em abril em Congresso da
ONU em Kyoto, no Japão, mas foi adiado em razão da pandemia de Covid-19, e que
merece igualmente integral transcrição:
“Bioeconomia
pode salvar a Amazônia
A Amazônia ocupa uma área
correspondente a cerca de 40% da América do Sul. A região, de densa floresta
tropical, espalha-se por nove países, mas 60% de sua extensão situa-se no
Brasil. Na Amazônia legal brasileira, vivem 27 milhões de pessoas.
A região
desempenha um papel de grande relevância por três razões principais: a
extraordinária biodiversidade, constituindo a maior concentração de plantas,
animais, fundos, bactérias e algas da Terra; o papel no ciclo da água e no
regime de chuvas, com implicações por todo o continente sul-americano; e a
função de grande significado na mitigação do aquecimento global, absorvendo e
armazenando dióxido de carbono.
Entre
1970 e 1990, 7,4% da floresta foram desmatados. O desflorestamento atingiu seu
ápice em 2004, alcançando uma área equivalente a 27.772 km2. Nesse
ano de 2004, foi deflagrado um ambicioso programa, com medidas que incluíram
monitoramento, fiscalização efetiva e combate à grilagem. Os resultados foram
notáveis: entre 2004 e 2012, o desmatamento caiu mais de 80%, passando para
menos de 4.600 km2. Lamentavelmente, contudo, a partir de 2013 o
desmatamento voltou a crescer, chegando a 7.536 km2 em 2018. No ano
de 2019, atingiu quase 10 mil km2 e, neste ano, a perspectiva não é
melhor.
Organizações
ambientais, defensores da floresta e cientistas atribuíram o incremento ao
governo, apontando declarações públicas de altas autoridades que sinalizaram
desinteresse pela questão ambiental, associadas a atos concretos que implicaram
uma substancial alteração das políticas públicas necessárias à prevenção e ao
controle do desmatamento. O desgaste internacional do país foi imenso.
A
destruição e degradação da floresta amazônica decorrem, sobretudo, de
atividades criminosas, como: desmatamento e queimadas (sendo a pecuária o
principal agente de desmatamento); extração e comércio ilegal de madeira; e
garimpo e mineração ilegais.
Ao longo
do tempo, a Amazônia experimentou atividades econômicas de baixo impacto
ambiental (como produção de açaí, babaçu, borracha, castanha do Brasil) e de
alto impacto (como agronegócio, extração de madeira e mineração). Tentou-se um
modelo híbrido, que também não foi capaz de conter o desmatamento.
Diante
desse quadro, cientistas dedicados ao estudo da Amazônia têm procurado
desenvolver novas ideias para velhos desafios, apostando em novas tecnologias.
A bioeconomia é um modelo econômico que prioriza a sustentabilidade. A ideia é
transformar os recursos naturais em produtos de maior valor agregado, gerados e
consumidos de forma sustentável.
A
aplicação desse modelo à Amazônia tem sido defendida pelo climatologista Carlos
Nobre e pelo Instituto Socioambiental, entre outros. A bioeconomia da floresta
consiste em utilizar o conhecimento propiciado pelas ciências para a elaboração
de novos produtos farmacêuticos, cosméticos e alimentícios, bem como para a
pesquisa de novos materiais e soluções energéticas. Exemplo: as plantas da
Amazônia contêm segredos bioquímicos, como novas moléculas, enzimas,
antibióticos e fungicidas naturais, que podem ser sintetizados em laboratório e
resultar em produtos de valor agregado.
Em suma:
a maior proteção contra a destruição da floresta é que haja maior racionalidade
econômica em preservá-la do que em destruí-la, quer porque a sua preservação
gera renda para a população, quer porque gera resultados econômicos
substanciais de que o país não pode prescindir – ou, ainda, porque gera avanços
biotecnológicos que aproveitam a toda a humanidade.
Existe
uma lógica econômica e social na devastação da floresta. É uma lógica perversa,
mas poderosa. Para que ela seja derrotada, é necessário um modelo alternativo
consistente, capaz de trazer desenvolvimento sustentável, segurança humana e
apoio da cidadania. A ignorância, a necessidade e a omissão estatal são os
inimigos da Amazônia. A ciência, a inclusão social e a conscientização da
sociedade serão a sua salvação.”.
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e
oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança
de nossa história – que é de ética, de
moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas,
civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente
desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras
cruciais como:
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 130 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da
democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b) o combate implacável, sem eufemismos e
sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:
I – a inflação, a exigir permanente,
competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares
civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa
de juros do cartão de crédito atingiu em maio a estratosférica marca de 303,43%
nos últimos doze meses, e a taxa de
juros do cheque especial chegou ainda em históricos 117,06%; e já o IPCA, em
junho, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 2,13%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa
promiscuidade – “dinheiro público versus interesses privados”
–, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando
incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária
ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da
Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor,
de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é
cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional; eis, portanto, que todos os valores que vão
sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518
anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios,
malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a
corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar
inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo,
segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a
“... Desconfiança das empresas e das famílias é
grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase
nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses
recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à
ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de
infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de
planejamento...”;
c) a dívida pública brasileira - (interna e
externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para
2020, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos
Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e
insuportável desembolso de cerca de R$
1,651 trilhão (44,79%), a título de juros, encargos, amortização e
refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,004 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega,
do direito e da justiça:
- pagar,
sim, até o último centavo;
-
rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
-
realizar uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda
a propósito, no artigo Melancolia,
Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente
degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das
contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).
Destarte,
torna-se absolutamente inútil lamentarmos
a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira
alguma, abatem o nosso ânimo e nem
arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela excelência
educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e
desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas
riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos
os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos
bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de
infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à
luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização
das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas
tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a
nossa esperança... e perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos
de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)
-
Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
-
ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por
uma Nova Política Brasileira ...
- Pela
excelência na Gestão Pública ...
- Pelo
fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares
do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e,
ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A
alegria da vocação ...
Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou
asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...
E
P Í L O G O
CLAMOR
E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de
infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre
pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da
dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.