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quarta-feira, 29 de julho de 2020

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS LUZES DAS NOVAS TECNOLOGIAS NO AGRONEGÓCIO E O PODER DA BIOECONOMIA NA PROMOÇÃO DO DESENVOLVIMENTO INTEGRAL DA AMAZÔNIA NA SUSTENTABILIDADE


“Possibilidades da tecnologia no campo do agronegócio
        A transformação digital tem se tornado uma realidade permanente em praticamente todos os segmentos. E no caso do agronegócio, um dos mais importantes na economia brasileira, não é diferente. Com o crescimento da oferta e da demanda por novas tecnologias aplicáveis à  cadeia produtiva agrícola e pecuária, crescem as oportunidades de negócios.
         Nos últimos anos, o setor tem se tornado cada vez mais moderno. De acordo com uma pesquisa da Comissão Brasileira de Agricultura de Precisão (CBAP), 67% das propriedades agrícolas já são adeptas das inovações tecnológicas em suas atividades. Nesse sentido, a chamada “agricultura de precisão” tem ganhado força. Trata-se de um conjunto de práticas voltadas para o mapeamento das características físicas, geográficas e biológicas do ambiente, buscando adequá-las às diferentes espécies cultivadas.
         Algumas das principais soluções utilizadas nessa etapa são sensores óticos e eletroquímicos, que servem para avaliar os nutrientes do solo e otimizar o processo de adubação e aplicação de fertilizantes, tratores e drones automatizados, que funcionam por meio de tecnologias GPS e podem ser controlados remotamente; e alterações do material genético de plantas e organismos por meio de biotecnologia, criando espécies mais promissoras e resistentes.
         Quando o assunto é automação no agronegócio, um dos grandes destaques é a Agrosmart, que oferece um serviço de monitoramento de lavouras e leva informações em tempo real aos produtores, para que eles possam tomar as melhores decisões na condução dos seus negócios. A startup foi criada em 2014 e hoje monitora cerca de 600 mil hectares.
         Também existe uma alta demanda por soluções administrativas. Um exemplo de ferramenta que tem ganhado espaço no mercado é o aplicativo Aegro, que permite o registro das atividades realizadas nas etapas da semeadura, aplicação de defensivos, fertilizantes e colheita. Em seguida, essas informações são cruzadas e podem oferecer ao produtor dados concretos sobre a efetividade dos processos. Ela foi criada em 2016 e atualmente conta com cerca de 4.000 usuários em todo o Brasil.
         A força do agronegócio pode ser comprovada pelo seu desempenho recente no Produto Interno Bruto (PIB). Foi o único setor da economia que cresceu no primeiro trimestre deste ano, em meio à pandemia. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o valor gerado no campo foi de R$ 120 bilhões, e estima-se que possa chegar a R$ 697 bilhões até o fim do ano.
         São resultados como esse que justificam o fato de o setor ser o centro das atenções no mercado de inovação. Com tendência de crescimento, surge a demanda por novas soluções. Além de poder render boas oportunidades de negócio, pode ser um destino adequado para os investimentos no período pós-pandemia.”.

(Matheus Vieira Campos. Coordenador regional da Câmara Americana de Comércio de Belo Horizonte (Amcham_BH), em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 25 de julho de 2020, caderno OPINIÃO, página 15).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no jornal FOLHA DE S.PAULO, edição de 29 de junho de 2020, caderno Opinião, coluna TENDÊNCIAS / DEBATES, página A3, de autoria de Luís Roberto Barroso e Patrícia Perrone Campos Mello, ministro do Supremo Tribunal Federal e professora de direito constitucional; ambos elaboraram estudo sobre o tema, que seria apresentado em abril em Congresso da ONU em Kyoto, no Japão, mas foi adiado em razão da pandemia de Covid-19, e que merece igualmente integral transcrição:

“Bioeconomia pode salvar a Amazônia
        A Amazônia ocupa uma área correspondente a cerca de 40% da América do Sul. A região, de densa floresta tropical, espalha-se por nove países, mas 60% de sua extensão situa-se no Brasil. Na Amazônia legal brasileira, vivem 27 milhões de pessoas.
         A região desempenha um papel de grande relevância por três razões principais: a extraordinária biodiversidade, constituindo a maior concentração de plantas, animais, fundos, bactérias e algas da Terra; o papel no ciclo da água e no regime de chuvas, com implicações por todo o continente sul-americano; e a função de grande significado na mitigação do aquecimento global, absorvendo e armazenando dióxido de carbono.
         Entre 1970 e 1990, 7,4% da floresta foram desmatados. O desflorestamento atingiu seu ápice em 2004, alcançando uma área equivalente a 27.772 km2. Nesse ano de 2004, foi deflagrado um ambicioso programa, com medidas que incluíram monitoramento, fiscalização efetiva e combate à grilagem. Os resultados foram notáveis: entre 2004 e 2012, o desmatamento caiu mais de 80%, passando para menos de 4.600 km2. Lamentavelmente, contudo, a partir de 2013 o desmatamento voltou a crescer, chegando a 7.536 km2 em 2018. No ano de 2019, atingiu quase 10 mil km2 e, neste ano, a perspectiva não é melhor.
         Organizações ambientais, defensores da floresta e cientistas atribuíram o incremento ao governo, apontando declarações públicas de altas autoridades que sinalizaram desinteresse pela questão ambiental, associadas a atos concretos que implicaram uma substancial alteração das políticas públicas necessárias à prevenção e ao controle do desmatamento. O desgaste internacional do país foi imenso.
         A destruição e degradação da floresta amazônica decorrem, sobretudo, de atividades criminosas, como: desmatamento e queimadas (sendo a pecuária o principal agente de desmatamento); extração e comércio ilegal de madeira; e garimpo e mineração ilegais.
         Ao longo do tempo, a Amazônia experimentou atividades econômicas de baixo impacto ambiental (como produção de açaí, babaçu, borracha, castanha do Brasil) e de alto impacto (como agronegócio, extração de madeira e mineração). Tentou-se um modelo híbrido, que também não foi capaz de conter o desmatamento.
         Diante desse quadro, cientistas dedicados ao estudo da Amazônia têm procurado desenvolver novas ideias para velhos desafios, apostando em novas tecnologias. A bioeconomia é um modelo econômico que prioriza a sustentabilidade. A ideia é transformar os recursos naturais em produtos de maior valor agregado, gerados e consumidos de forma sustentável.
         A aplicação desse modelo à Amazônia tem sido defendida pelo climatologista Carlos Nobre e pelo Instituto Socioambiental, entre outros. A bioeconomia da floresta consiste em utilizar o conhecimento propiciado pelas ciências para a elaboração de novos produtos farmacêuticos, cosméticos e alimentícios, bem como para a pesquisa de novos materiais e soluções energéticas. Exemplo: as plantas da Amazônia contêm segredos bioquímicos, como novas moléculas, enzimas, antibióticos e fungicidas naturais, que podem ser sintetizados em laboratório e resultar em produtos de valor agregado.
         Em suma: a maior proteção contra a destruição da floresta é que haja maior racionalidade econômica em preservá-la do que em destruí-la, quer porque a sua preservação gera renda para a população, quer porque gera resultados econômicos substanciais de que o país não pode prescindir – ou, ainda, porque gera avanços biotecnológicos que aproveitam a toda a humanidade.
         Existe uma lógica econômica e social na devastação da floresta. É uma lógica perversa, mas poderosa. Para que ela seja derrotada, é necessário um modelo alternativo consistente, capaz de trazer desenvolvimento sustentável, segurança humana e apoio da cidadania. A ignorância, a necessidade e a omissão estatal são os inimigos da Amazônia. A ciência, a inclusão social e a conscientização da sociedade serão a sua salvação.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 130 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em maio a estratosférica marca de 303,43% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 117,06%; e já o IPCA, em junho, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 2,13%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2020, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,651 trilhão (44,79%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,004 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.



  

quarta-feira, 2 de outubro de 2019

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS LIÇÕES E EXIGENTES CUIDADOS COM A AMAZÔNIA E AS LUZES DA LOGÍSTICA REVERSA NA SUSTENTABILIDADE (36/134)


(Outubro = mês 36; faltam 134 meses para a Primavera Brasileira)


“O capital e o meio ambiente
        De todos os modos de produção conhecidos e vivenciados pela sociedade ocidental, o capitalismo, do ponto de vista ambiental, foi o mais cruel e prejudicial para o planeta. A balança desigual entre os homens e a natureza no nosso país, facilmente ao descobrimento. No século 16, o mesmo da chegada dos colonizadores, a costa brasileira foi ferozmente desmatada em valioso pau-brasil, uma vez que sua excelente madeira e seiva eram bem empregadas em Portugal. No século 18, foi a vez de o solo mineiro enfrentar as profundas perfurações dos mineradores lusitanos à procura de ouro e outros metais preciosos. Vistos do tempo presente, os desastres de Mariana (2015) e Brumadinho (2019) são apenas um resultado de um longo e doloroso processo que vem acometendo nosso estado há séculos.
         Todavia, um outro desastre ambiental nos é mais próximo. A queima da maior floresta do planeta, a Amazônia. Essa notícia, evidentemente, foi acolhida por todos com imensa tristeza e desalento. A destruição de uma floresta, ou reserva natural, não se restringe apenas à destruição de árvores. Sua queima afeta, diretamente, todo o ecossistema, sem pensar nas populações próximas às chamas. Entretanto, com a chegada da nuvem de fumaça na capital paulista, há alguns dias, as pessoas começaram a tomar consciência dos desdobramentos advindos das queimadas nas florestas brasileiras, uma vez que aparentavam não compreender a real gravidade dessa sequência de eventos. Em plena tarde, o dia tornou-se noite.
         Esse tipo de consequência, resultante de um processo muito mais profundo, não é inédito na história ocidental. Em 26 de outubro de 1890, o jornal A Folha Sabarense publicava o artigo “O nevoeiro em Londres”. Nesse texto, os redatores comentavam sobre um acontecimento muito próximo ao vivenciado em São Paulo e chamavam a atenção dos leitores para os resultados do avanço capitalista na capital inglesa do mesmo período: “Pouca gente imagina qual é o valor real e o peso do célebre nevoeiro em Londres. Tão explorado pelos poetas e romancistas e que outra coisa não é senão uma enorme nuvem de fumaça produzida pelas inúmeras chaminés das fábricas, usinas e casas da moderna Babylonia”.
         Apesar de ambos fatos narrados se distanciarem em mais de um século, o mesmo problema nos acomete, o descaso com o meio ambiente. Segundo dados divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), de agosto de 2018 a julho deste ano, cerca de 6,8 mil quilômetros quadrados vêm sendo desmatados na região da floresta amazônica, o que preocupa diversos segmentos sociais. Nesta perspectiva, o apelo é feito em prol da conscientização e responsabilização das pessoas em detrimento do futuro que plantamos hoje.”.

(MATEUS ROQUE DA SILVA. Professor de história, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 1º de setembro de 2019, caderno OPINIÃO, página 7).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 23 de janeiro de 2019, mesmo caderno e página, de autoria de MICHELE SHAYO, diretora de relações governamentais da Owens Illinois, e que merece igualmente integral transcrição:

“Logística reversa e reciclagem
        Muito tem se falado sobre consumo consciente e descarte adequado do lixo. Iniciativas sustentáveis são observadas em diferentes cidades no mundo e sinalizam uma forte tendência a novos hábitos de vida, novas formas de comprar, morar e adquirir serviços. Aos poucos, o homem tem percebido que o consumo desenfreado esgotará, em algum momento, os recursos naturais e se tornará insustentável.
         A reciclagem de resíduos sólidos é a solução mais inteligente e financeiramente viável para controlar o volume de lixo acumulado em aterros sanitários e o descarte inadequado no meio ambiente. Além das vantagens ecológicas, a reciclagem gera, também, economia nos custos de produção, pois exige menos insumos e energia no processo. Outro fator positivo é a geração de renda a catadores e cooperativas de reciclagem.
         O caco também permite à indústria de vidro ter mais eficiência energética e menos emissão de gases de efeito estufa: a cada 10% de cacos colocados nos fornos, são reduzidos em média 2,9% do consumo de energia elétrica e 5% das emissões de gás carbônico na atmosfera.
         O Brasil, no entanto, ainda tem entraves para o bom funcionamento da logística reversa dos materiais, isto é, o caminho que o lixo percorre até ser transformado em algo novo de novo. O vidro, por exemplo, é o único material infinitamente reciclável, o que significa que pode ser usado para refazer o mesmo produto diversas vezes, sendo que um quilo de cacos vira um quilo de vidro novo. Nossos índices de reciclagem, porém, ainda são baixíssimos em comparação a países da Europa.
         A grande dificuldade está no retorno desses cacos à indústria, que se deve por um conjunto de fatores motivadores, como falta de conscientização da população para o descarte adequado do vidro, pouco efetividade das políticas públicas de coleta seletiva e educação ambiental e, por último, problemas na estruturação das cooperativas, tanto no que diz respeito à infraestrutura quanto à formalização.
         Diante do cenário problemático da logística reversa do vidro, algumas empresas e organizações sem fins lucrativos têm encontrado, juntas, alternativas para solucionar o impasse e promover a destinação adequada do material de ponta a ponta. Projetos como o realizado pelo Instituto Ecozinha, no Distrito Federal, mostram que é possível mudar a situação ecológica de uma região reduzindo a quantidade de lixo no meio ambiente. A iniciativa propõe uma solução simples e financeiramente viável, que é disponibilizar para estabelecimentos de alimentação (bares, restaurantes, lanchonetes) depositarem as embalagens de vidro usadas no dia a dia. Essas embalagens são, posteriormente, recolhidas e enviadas para reciclagem.
         Cada depósito tem capacidade para receber até 800 quilos de vidro. Eles são estrategicamente instalados próximos aos estabelecimentos parceiros, de modo a facilitar o descarte adequado das embalagens.
         O objetivo do projeto é incentivar o gerenciamento de resíduos e permitir que esses locais possam se adequar à Lei dos Grandes Geradores de Lixo, que prevê responsabilidade aos estabelecimentos que produzem mais de 120 litros de lixo por dia. Bares, restaurantes e lanchonetes que estejam enquadrados na regra devem ficar responsáveis pelo próprio descarte. A iniciativa é inteiramente apoiada por instituições privadas. Os estabelecimentos interessados podem se credenciar junto ao Instituto Ecozinha e contribuir com uma taxa de manutenção mensal. Também participam obrigatoriamente de um programa de compostagem de resíduos orgânicos.
         Temos muito ainda a percorrer no caminho para a sustentabilidade, mas estimular o pensamento consciente da população é o primeiro grande passa a ser dado. Podemos, sim, melhorar os índices de reciclagem nmo país. Temos de agir de forma consciente e fazer a melhor escolha para o meio ambiente e para a sociedade.
         Ações como essa, mesmo que incipientes, atuam em seus microcosmos e não representam solução completa. Ainda é necessária a ação em cadeia de todos os agentes por meio de mais projetos e campanhas que estimulem a logística reversa. O ciclo positivo se inicia com a oferta maior de cacos e mais cooperativas de catadores envolvidas. Quanto maior o volume de reciclagem, melhor para o meio ambiente.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em agosto a ainda estratosférica marca de 307,20% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou em históricos 306,86%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 3,43%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2019, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,422 trilhão (43,6%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 758,672 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.




sexta-feira, 13 de setembro de 2019

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A FORÇA QUE BROTA DA LEITURA INFANTOJUVENIL E AS SUPREMAS EXIGÊNCIAS DA PÁTRIA NA PROMOÇÃO DA ECOLOGIA INTEGRAL NA SUSTENTABILIDADE


“Como criar o hábito de ler notícias na infância
        Às vésperas de completarmos a segunda década do século 21, a importância da representatividade se faz cada vez mais presente. Queremos nos identificar com o que assistimos, lemos e consumimos diariamente. Mora neste momento de identificação o instante em que determinado discurso, embutido em uma leitura ou vídeo, por exemplo, conversa com a gente.
         Agora, imagine ser criança e não se enxergar, totalmente, como parte da sociedade por não se reconhecer como um agente participante da leitura frequente de notícias. Afinal, de que forma podemos compreender o que se passa no mundo, e nos entender cidadãos deste planeta, se não nos informamos? Ao não oferecer às crianças a oportunidade de ler notícias, colocamos esses jovens cidadãos em uma forma de alienação involuntária.
         Mas de que maneira uma criança pode desenvolver o gosto pelo consumo de jornalismo, se ela nem sequer se vê representada nos veículos de comunicação? Se queremos jovens bem-informados e conscientes de assuntos de importância nacional e mundial, precisamos que eles se sintam acolhidos no ambiente jornalístico a ponto de pensar: “Notícias também são para mim”.
         Entra, aí, o papel fundamental do jornalismo infanto-juvenil muito difundido na Europa e nos Estados Unidos, e que dá seus primeiros passos firmes no Brasil há alguns anos. Notícias escritas com a mesma responsabilidade e apuração de qualidade que a praticada no jornalismo “para adultos”, em linguagem adequada e temas relevantes à faixa etária de crianças e jovens, fazem toda a diferença para que o leitor seja atraído pelo hábito de se informar.
         O jornalismo infanto-juvenil fica ainda mais interessante quando traz seu público para o centro da informação. Além de buscar por fatos com aderência ao universo desse leitor, procurando retratar histórias de outras crianças e jovens capazes de transformar visões (caso da ativista ambiental sueca GretaThungerg), é importante que ele se veja representado no veículo de comunicação que acompanha.
         Ao ter sua opinião valorizada ou sua sugestão ouvida, a criança e o jovem compreendem: “Notícias são, sim, para mim; faço parte deste mundo e tenho direito à informação”. É assim que, em alguns anos, teremos cidadãos melhor preparados para lidar com a avalanche de informação, que chega por todos os lados, e conscientes de seu papel ativo na sociedade.”.

(MARIA CAROLINA CRISTIANINI. Editora do jornal Joca, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 8 de setembro de 2019, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 6 de setembro de 2019, mesmo caderno e página, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente integral transcrição:

“Pátria e ecologia
        A pátria é razão de amor e de respeito, é a terra natal com suas tradições, culturas, histórias e sua língua. Espaço e herança cultural, missão a cumprir. A pátria é um projeto sempre em construção que ultrapassa qualquer sentido de posse partidária e deve estar livre dos estreitamentos impostos por manipulações a serviço de interesses contrários ao bem comum. A pátria somente ganha unidade quando se caminha e se labuta sob o signo da solidariedade, do respeito e do amor. Compreende-se o propósito sobre e altamente relevante da doutrina social da Igreja Católica, tesouro pouco conhecido, que aponta a importância de ser sinal do amor de Deus, desmascarando importações tortas, embora midiaticamente convincentes, do cristianismo.
         O genuíno cristianismo é escola completa dos valores necessários para que a pátria esteja atenta às demandas cidadãs e, assim, possa promover a paz, a justiça e a solidariedade. Impõe-se, pois, uma tarefa urgente: construir um humanismo integral, solidário, capaz de animar e impulsionar nova ordem social, econômica e política, fundada na liberdade de cada pessoa – em coerência com o desígnio do amor de Deus. Esse processo humanístico supõe o cultivo de virtudes morais e sociais para criar um novo caminho. Diante dessa necessidade, preste-se muita atenção: propostas e gestos de supostos cristãos carecem, profundamente, da largueza própria da fé. São gestos e propostas enjaulados nos interesses, manipulações, particularmente, na alimentação de projetos espúrios de poder travestidos de uma religiosidade, que estão muito distantes de Deus e dos valores que decorrem da fé.
         Termômetro importante para se avaliar a autenticidade do sentimento de amor e respeito pela pátria se encontra no interesse, no entendimento e no envolvimento efetivo de tudo o que está no horizonte da ecologia. É incontestável que, na raiz dos descompassos pátrios, está o mal decorrente dos abusos irresponsáveis no uso dos bens encontrados no solo. A violência, em suas variadas formas, vem do coração humano ferido pelo pecado. Os sintomas indicam, também, as doenças encontradas na terra, na água, no ar e nos seres vivos.
         O rumo novo que se espera para a pátria, na organização da nação, e a equilibrada convivência com as extensões e riquezas próprias de sua geografia, pensadas especialmente as responsabilidades do Estado, exigem uma conversão ecológica global. O papa Francisco lembra, insistentemente, na sua Carta Encíclica, sobre o cuidado com a casa comum, que a destruição do meio ambiente pelo ser humano é fato muito grave, porque Deus confiou o mundo à humanidade. E a vida é um dom que deve ser protegido de todas as formas de degradação. A lucidez interpelante dessa compreensão mostra que todos são responsáveis pela promoção e defesa da ecologia integral. Ilusório é pensar que a pátria possa alcançar novo vigor, nova ordem, desconsiderando a ecologia integral.
         Tudo e todos padecerão sem o horizonte rico e interpelante da ecologia integral, de sentimentos pátrios, de intuições inteligentes e assertivas e do sentido autêntico de cidadania. O compromisso com a pátria não deve ser de uma ou outra instância da sociedade. As responsabilidades são diferentes, mas todos os atores sociais, contracenam e são fundamentais – a corresponsabilidade patriótica é de cada um. O horizonte é a ecologia integral. Desconsiderá-la leva a grandes dificuldades neste tempo. Deve, pois, tornar-se preocupação do Estado, de diferentes instituições, segmentos sociais, das famílias e das igrejas, que só podem receber selo de autenticidade cristã se deixarem de lado projetos particulares de poder.
         A ecologia integral relaciona-se com a convivência entre seres vivos e o meio ambiente. Promovê-la exige debates sobre as condições de vida e sobrevivência na sociedade, com a coragem de questionar modelos de desenvolvimento, produção e consumo. Ecologia integral é a que considera as dimensões ambientais, econômicas e sociais. O olhar lançado sobre a Amazônia, como faz agora o sínodo dos bispos, convocado pelo papa Francisco para outubro próximo, é esforço da Igreja em promover a ecologia integral. Devem contracenar com a Igreja, nesse esforço, instâncias, instituições e segmentos sociais, a partir de um compromisso cidadão. Assim será possível ajudar a pátria a tornar-se um lugar exemplar, ensaio para a entrada na cidadania do Reino de Deus. Os descompassos, fracassos, polarizações e adoecimentos de todos os tipos podem encontrar rumos novos de superação e reversão se houver amor à pátria e respeito à ecologia integral.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em julho a ainda estratosférica marca de 300,29% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou em históricos 318,65%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 3,22%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2019, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,422 trilhão (43,6%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 758,672 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.