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quarta-feira, 9 de junho de 2010

A CIDADANIA, O PROFESSOR E O FUTURO

“Democracias

[...] O que é necessário é que, para avaliarmos se um determinado Estado é democrático, vejamos, em cada caso, qual o grau de liberdade dos cidadãos, qual o grau de participação das instituições políticas, qual o grau de participação popular nas decisões públicas, qual o grau de responsabilidade do governo perante os cidadãos, quais os mecanismos de controle real dos abusos de poder, qual a flexibilidade das instituições básicas para atender às exigências de mudanças pacíficas derivadas da vontade popular e uma série de outros aspectos correlatos. Assim, provavelmente, chegaremos à conclusão de que existem muitas democracias, nenhuma delas perfeita em função dos critérios abstratos que desenvolvamos, algumas mais aproximadas deles, outras mais distantes.

Cabe também mostrar que, mesmo que esses aspectos vistos acima sejam observados com rigor, há fatores econômicos e sociais que não podem deixar de ser levados em conta. Por exemplo, um determinado Estado pode garantir de todas as formas, em sua ordem jurídica, o direito de seus cidadãos, direito igual para todos, de obter uma educação formal gratuita, desde a escola primária até a universidade. Contudo, se muitos cidadãos, apesar desse direito garantido, não podem freqüentar as escolas, seja porque as exigências da sobrevivência sua e da família não permitem, seja porque não podem deslocar-se até os centros onde a educação é oferecida, seja até mesmo porque a pobreza (e conseqüentes deficiências de nutrição na infância, além de parcos estímulos ambientais) não lhes permitiu o desenvolvimento intelectual adequado, aí é patente que a democracia “existe mas não existe”. É possível raciocinar da mesma maneira sobre uma série de direitos, como à moradia, ao deslocamento físico para onde se desejar, à saúde e assim por diante. Por isso mesmo, é importante não confundir liberdade política com democracia.”
(JOÃO UBALDO RIBEIRO, in Política: quem manda, por que manda, como manda. – 3ª Ed. Rev. por Lúcia Hippolito. – Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1998, páginas 73 e 74).

Mais uma IMPORTANTE contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no Jornal ESTADO DE MINAS, edição de 18 de fevereiro de 2007, Caderno OPINIÃO, página 11, de autoria de MARIA ILSE RODRIGUES GONÇALVES, Doutora em filosofia e ciências da educação (Madri), que merece INTEGRAL transcrição:

“O professor e o futuro

A educação, à exceção de outras áreas, não tem passado por megamudanças e, no contexto atual, o papel do professor é sempre questionado. Sem dúvida, eles são agentes centrais do processo de ensino e aprendizagem. Devem promover interações, incentivando-as por meio da multiplicidade comunicacional, tendo sempre em vista os fundamentos da interatividade. Demandam formação adequada para corresponder ao desenvolvimento de suas atividades profissionais, precisam de habilidades para ajudar seus educandos a navegarem pela rede, a fomentar interações para a aprendizagem e a servir como moderadores de grupos de trabalho.

Nesse novo paradigma educacional, decorrente da sociedade da informação, os docentes deixam de ser transmissores e detentores de conhecimentos e passam a ser orientadores do processo ensino-aprendizagem, aprendizes na construção do conhecimento de sua própria aprendizagem, em parceria com os demais. Nessa nova comunidade emergente do aprendizado cooperativo, todos aprendem: discentes e docentes. Como bem afirmou Gilberto Freire, “nas condições de verdadeira aprendizagem, os educandos vão se transformando em reais sujeitos da construção e da reconstrução do saber ensinado, ao lado do educador, igualmente sujeito do processo”. A ação docente na atualidade deve possibilitar convivência com o texto e com o hipertexto, estimular a co-autoria e a interação, numa intrincada rede de múltiplas conexões, além de se centrar nas atividades do educando, ajudando-o a construir seu próprio percurso de aprendizagem e lhe proporcionando condições para um auto-aprendizado mais independente, ou seja, o ajudando a aprender a aprender. Para isso, o professor precisa ser preparado, o que demanda grandes avanços.

Como bem expressa Pierre Levy, “a principal função do professor não pode mais ser uma difusão dos conhecimentos, que agora é feita de forma mais eficaz por outros meios. Sua competência deve deslocar-se no sentido de incentivar a aprendizagem e o pensamento. O professor se torna animador da inteligência coletiva dos grupos que estão a seu encargo. Sua atividade será centrada no acompanhamento e na gestão das aprendizagens: o incitamento à troca dos saberes, à mediação relacional e simbólica, à pilotagem personalizada dos percursos da aprendizagem etc.”. Enfim, para que o professor tenha sucesso, é necessário que consiga estimular e interagir com seus aprendizes numa parceria mútua, cooperativa, de modo que todos partilhem a produção do conhecimento. Os avanços da sociedade da informação são contínuos e dinâmicos, logo, torna-se imprescindível que se fortaleça a auto-aprendizagem dos educandos para que eles se adaptem às novas mudanças. Somente assim nossa comunidade cooperativa de aprendizagem tenderá a desenvolver estratégias metacognitivas, tais como a habilidade de generalizar e aplicar conceitos com criatividade a uma variedade de situações, como demanda o mercado de trabalho na contemporaneidade.”

São, pois, páginas que,além de nos mostrar a profunda e vital relação da EDUCAÇÃO com a DEMOCRACIA, nos MOTIVAM e nos FORTALECEM nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE visando a construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, LIVRE, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA que permita a PARTILHA de suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS, OPORTUNIDADES e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, principalmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS como os previstos para eventos como a COPA DO MUNDO DE 2014, a OLIMPÍADA DE 2016 e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências da MODERNIDADE e de um mundo da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, a nossa LUTA, o nosso AMOR, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...