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quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

A CIDADANIA, A GESTÃO DAS PESSOAS E A EXCELÊNCIA

“[...] Cultura e Ética

Quando tratamos a SMS (abreviatura utilizada no livro para: gestão da qualidade, segurança, meio ambiente e segurança), não é incomum ouvir-se de funcionários que a importância que a “empresa” dá a SMS é apenas discurso – na prática, “a empresa” na verdade não “queria”! Tudo não passava de fachada...

A questão que se coloca aqui é: pessoa jurídica “quer”? Consciência ética pode ser atribuída a uma organização? Naturalmente que não. Apenas pessoas podem deixar de ser éticas, pelas seguintes razões: a ética é a teoria geral, que busca contribuir para fundamentar ou justificar certa forma de comportamento moral. A ética trata de definir o que é bom genericamente. É apenas no comportamento moral que a ética pode ganhar concretude prática. O problema do que fazer em cada situação é um problema prático-moral, e não teórico-ético. E empresa, portanto, só pode ser ética se as pessoas que dela fazem parte se comportarem de acordo com princípios éticos. E mais: a ética existe porque existe conflito – conflito de interesses, conflito de objetivos, que precisam ser redimidos. Quando pensamos em SMS, temos que levar em consideração fatores da seguinte natureza: os recursos são escassos. É ético investir na proteção ao meio ambiente. Mas o excesso desses investimentos pode roubar da empresa capacidade de investir na ampliação da produção e na geração de empregos. Ou de competir e garantir a sua sobrevivência. O que é mais ético? Investir em proteção ao meio ambiente ou gerar emprego numa sociedade pobre e desigual? A solução ética, muitas vezes, está no equilíbrio, e não em decisões simples e absolutas. Quanto maior a eficácia dos investimentos em meio ambiente, ou seja, quanto mais os empregados colaborarem em tornar eficazes esses investimentos, maiores os recursos liberados para outras ações.

No entanto, não se pode julgar em termos éticos pessoas sem autonomia, e o núcleo da autonomia envolve quatro dimensões: a da liberdade, a da responsabilidade, a da vontade e a da consciência. Para que uma “empresa” possa ser ética, é necessário garantir aos empregados as precondições necessárias à ação ética.

Em latim, o termo “bônus” referia-se, ao mesmo tempo, ao homem bom e ao guerreiro. Ser bom não é ser manso. Ser bom é lançar-se à ação, como um guerreiro, que luta pelo que acredita. A verdadeira bondade está naquele que é dotado de vontade de potência – potência transformadora do mundo. Quando transferimos responsabilidades para os outros, abrimos mão de cultivar, em nós mesmos, este espírito guerreiro que é ao mesmo tempo motivador e libertador. A passividade é uma forma de servidão. O guerreiro pode ser tranqüilo, pode ser calmo, mas não pode se omitir. A omissão do guerreiro pode condenar a sua comunidade à morte. O preço da liberdade, da justiça, da cidadania, da segurança, da ordem social produtiva e positiva é o trabalho constante, a eterna vigilância, de cada homem bom. Cada vez que abrimos mão de nossas batalhas, em nome do comodismo, em nome da hierarquia, em nome “da garantia de emprego”, nos vendemos de alguma forma, e nos tornamos mais fracos e inseguros.

A discussão da busca pela excelência é central para várias correntes filosóficas e religiosas. Todas tendem, de alguma forma, para a idéia de que o bem depende do desenvolvimento da consciência de todos, e só da consciência ele emana. Todos nós, portanto, temos o papel de cultivar esta consciência em nós mesmos e na coletividade, abrindo mão de nossos desejos egoístas em nome de uma postura ética. A ação ética não é uma coisa abstrata. É uma forma de ação sobre o mundo, sobre os outros, uma ação cujo núcleo está na capacidade de renúncia: eu sou ético quando renuncio à preguiça, quanto renuncio ao medo, à acomodação, a colocar o meu prazer acima do respeito e da valorização do outro e dos meus princípios, e coisas desta natureza. Neste sentido, a participação na construção de uma cultura de SMS é uma forma de despertar o guerreiro. É lançar-se ao bom combate, sabendo que, ao fazê-lo, está salvando vidas, o meio ambiente, valorizando seus colegas etc. Não há “empresa” ética. A “empresa” é uma pessoa jurídica. Não tem caráter, personalidade ou consciência. Quando falamos em empresa ética na realidade estamos falando em coletividade de empregados éticos. Só seres dotados de consciência e razão podem ser ou deixar de ser éticos. A ética é uma escolha da consciência. É uma disciplina (ver nosso conceito de disciplina no Capítulo 3). E é também uma forma de solidariedade, pois o sujeito ético auxilia aos outros na sua libertação.

É possível transmitir a cultura da excelência para familiares, vizinhos e outras comunidades. Isso é uma missão das empresas e seus funcionários. O número de crianças que se ferem em acidentes domésticos é enorme. O número de jovens que morrem desnecessariamente por causa de acidentes também. Quem é responsável por isso, senão os adultos da sociedade? Durante muitos anos, no Brasil e no mundo, tivemos medo de falar em ética, em responsabilidade e em consciência. Tivemos medo de assumir uma postura educadora por medo de parecermos caretas, mas hoje isso vem mudando. Isso é cidadania: acreditar-se responsável pelo pleno desenvolvimento da república, entendido no seu sentido mais nobre de “coisa pública”, res publica. [...].”
(CARMEN MIGUELES, in Criando o hábito da excelência: compreendendo a força da cultura na formação da excelência em SMS/Carmen Pires Migueles, João Ricardo Barusso Lafraia e Gustavo Costa de Souza. – Rio de Janeiro: Qualitymark Edit., 2006: Petrobras 2006, páginas 33 e 34).

Mais uma IMPORTANTE e também OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no Jornal ESTADO DE MINAS, edição de 20 de fevereiro de 2011, Caderno MEGACLASSIFICADOSTRABALHO E FORMAÇÃO PROFISSIONAL, Coluna MERCADO DE TRABALHO, página 2, de autoria de MARTA DEMATTOS, Professora do Ibmec, que merece INTEGRAL transcrição:

“Os desafios da gestão de pessoas

Como lidar com as frustrações de uma meta não alcançada ou de uma promoção não obtida? Essa questão representa um dos inúmeros desafios que envolvem o processo de gerir pessoas. Em uma situação de intensas mudanças, elevadas exigências, excesso de demandas, os gestores têm que encontrar tempo para permanecer próximos de suas equipes, dar atenção a quem trabalho com eles, cuidar de quem eles lideram, mantendo-se, ainda, como legítimos representantes de suas empresas.

Isso significa lidar com um dos maiores desafios da gestão de pessoas: conciliar os interesses da organização com os interesses individuais, que são diversos, porque as pessoas são diferentes e, naturalmente, têm desejos e expectativas singulares. Sendo assim, um dos primeiros movimentos que o gestor deve fazer no sentido de enfrentar os desafios de gerir pessoas é ouvir as necessidades de cada um.

Ao compreender o que cada indivíduo precisa e oferecer a ele o que é possível de forma alinhada com as necessidades da empresa, o gestor obtém o real comprometimento do colaborador. E para vencer os desafios da gestão de pessoas é preciso ter os funcionários ao lado e não atuando contra. Para ter as pessoas jogando no time é preciso conceder autonomia para que elas façam o seu trabalho. A autonomia é uma das bases da motivação. Afinal, não é isso que todo gestor quer: pessoas motivadas para melhorar os resultados do negócio?

Além de autonomia, as pessoas têm que ser desafiadas a alcançar a excelência. E para isso é preciso oferecer a elas tarefas nem tão fáceis, nem tão difíceis. Ou seja, as atividades atribuídas a cada um devem ser na medida da capacidade que a pessoa tem: não pode ser tão simples a ponto de não desafiar em nada quem vai executá-la, mas também não pode ser tão complexa a ponto de frustrar o profissional que não terá condição de realizá-la. Além disso, é preciso considerar as preferências e aptidões de cada um, o que permitirá o maior empenho na realização da tarefa. Quando fazemos algo de que gostamos muito, dentro das capacidades que temos, atingimos um estágio de prazer em que não se vê o tempo passar e a entrega é total.

Ainda considerando a motivação das pessoas, um dos maiores desafios é oferecer um significado para o trabalho. Os profissionais devem perceber que eles realizam mais do que uma tarefa, eles têm que alcançar a compreensão da obra como um todo. Os seres humanos, em geral, estão em busca de propósito – uma causa maior e mais duradoura do que eles mesmos. Nesse ponto o gestor tem um papel fundamental. Ele tem que comunicar de forma eficiente o sentido do trabalho, ampliando o entendimento sobre o negócio da empresa, sua missão, sua visão e seus objetivos estratégicos, e também deixar claras as expectativas sobre o desempenho e o resultado esperado de cada um. Só assim as pessoas vão compreender a verdadeira razão de realizar um determinado trabalho. Isso cria mais sentido para a vida profissional.

Evidente que existem muitos outros desafios para gerir pessoas. Este texto apresenta o caminho inicial para aprimorar essa gestão e criar um melhor ambiente de trabalho, que ainda necessita considerar o estabelecimento de relações de confiança, a administração dos conflitos, a oferta de feedbacks constantes e a manutenção de um clima agradável e de bom humor.

Por fim, um recado para os gestores: não se esqueçam de contar verdadeiramente com as pessoas. Você não está sozinho. Divida mais, amplie a participação das pessoas nas decisões, ouça mais quem trabalha com você, busque ajuda, atribua mais responsabilidades, chame as pessoas para gerenciar junto com você. Você poderá se surpreender com os resultados e viver dias melhores nessa desafiante jornada de gerir pessoas.”

Eis, pois, mais RICAS páginas contendo DENSAS e QUALIFICADAS ponderações e REFLEXÕES das quais o nosso PAÍS anda SEDENTO... e que nos MOTIVAM e nos FORTALECEM nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, LIVRE, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que permita a PARTILHA de suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para eventos como a COPA DO MUNDO DE 2014, a OLIMPÍADA DE 2016 e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigência do SÉCULO XXI, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um mundo da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...