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sábado, 20 de junho de 2020

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS LUZES DA HISTÓRIA NA TRAVESSIA DAS PANDEMIAS E AS EXIGÊNCIAS DO DISCERNIMENTO, DEMOCRACIA E HUMANISMO INTEGRAL NA SUSTENTABILIDADE


“É preciso reaprender com a história
        Vivemos um tempo difícil, em que o enfrentamento de uma pandemia que assusta o mundo é cercado por um ambiente de instabilidade política, conflitos ideológicos, desrespeito e ameaça aos valores democráticos. Mais do que nunca, o Brasil precisa de união, entendimento, soma de forças e serenidade.
         É hora de as pessoas de bem, de todos os setores representativos da nossa sociedade, se unirem e levantar a voz em defesa da democracia e da Constituição. Juntamente com a liberdade, são essas as bases de sustentação do que buscamos, que é uma vida mais justa para todos.
         A democracia é um processo contínuo, é uma terra a ser regada diariamente. Exige respeito às diversidades, opiniões e ideias. Nós, mineiros, que temos no DNA a luta pela liberdade, não podemos nos calar neste momento. Como escreveu Miguel de Cervantes no livro “Dom Quixote de La Mancha”: diante da tragédia, temos que pisar onde os bravos não ousam, onde os heróis se acovardam, temos que reparar o mal irreparável.
         É preciso reconhecer a tragédia que vivemos com os efeitos da pandemia da Covid-19 sobre a saúde da população e sobre a economia do país. Este é o nosso inimigo comum a ser combatido. A população espera de nós, homens públicos, seriedade e sabedoria para buscarmos caminhos que possam minimizar os efeitos danosos sobre a vida de todos.
         A articulação entre os Poderes da República é fundamental em tempos de normalidade, mas se torna ainda mais importante diante de uma crise de dimensão global como esta. Portanto, temos que enfrentar este momento de incerteza garantidos pela ordem constitucional e pelo respeito aos direitos fundamentais.
         Não podemos perder tempo com discussões inúteis e disputas que só tornam o cenário ainda mais incerto. Precisamos zela pelos alicerces do Estado democrático de direito. E nisso temos que ser intransigentes.
         No mundo atual, em que todos estão interligados pela tecnologia, os ataques às pessoas e às instituições são cada vez mais ferozes. Para enfrentar essa distopia, precisamos mais do que nunca da nossa Constituição.
         Temos que reaprender com a história e costurar um entendimento entre as forças democráticas, como já ocorreu no passado. É nosso dever apontar caminhos neste momento difícil da vida nacional. Mas sempre seguindo rigorosamente as linhas da Constituição, defendendo a liberdade de imprensa, o contraditório e o direito à ampla defesa.
         As experiências autoritárias já demonstraram os desastres que causaram aos países e aos cidadãos. Só conseguiremos superar tamanhos desafios com muito trabalho, compromisso com a vida, e numa sociedade democrática.
         Tenho a certeza de que sairemos vitoriosos desse momento sem precedente que atravessamos. Vamos em frente, em busca de um novo tempo.”.

(Dalmo Ribeiro. Presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 12 de junho de 2020, caderno OPINIÃO, página 15).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no site www.domtotal.com, edição de 12 de junho de 2020, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente integral transcrição:

“Discernimentos e poesia
        A humanidade está desafiada a tomar a direção certa para não ser vítima de emboscada. A pandemia da Covid-19, em curva decrescente de contaminações, expôs, ainda mais, as muitas outras pandemias que ameaçam o ser humano. A forme, a miséria, o feminicídio, o extermínio de indígenas, moradores de rua e vulneráveis mostram grande ferida, a ser curada, na civilização contemporânea. Em especial no contexto brasileiro, há uma preocupação: o país parece estar entre dois “paredões”, obscurecendo seus rumos e esmaecendo a luz de sua esperança. Urgentes providências são necessárias – os paredões precisam ser rompidos por um processo técnico-humanístico. Processo que seja capaz de iluminar direções para libertar a cultura de obscurantismos crescentes, obstáculos ao desenvolvimento integral.
         Embora a contemporaneidade seja marcada pela assinalação de muitos avanços tecnológicos e científicos, admiráveis, convive-se com um terrível despreparo humanístico-espiritual. Consequentemente, não há adequado enfrentamento das muitas crises que pesam sobre a humanidade. Ao analisar os acontecimentos dessas duas primeiras décadas deste terceiro milênio percebe-se, claramente, esse despreparo humanístico-espiritual. Há, no Brasil, muitos fatores que contribuem para o crescimento da exclusão social, para o recrudescimento da violência e para a consolidação de hábitos que são fonte de esgotamento do meio ambiente, causa de adoecimento das pessoas. Esses males ainda acentuam os atentados contra a democracia, com desrespeitos graves a instituições democráticas, a princípios pétreos da Constituição Federal, passando por cima da integridade das pessoas.
         Espera-se rapidez para investir em ferramentas, dinâmicas e, principalmente, em experiências humanístico-espirituais que permitam à civilização contemporânea tomar rumo certo, libertando a sociedade brasileira de “paredões” escurecidos como porões. É preciso inaugurar novo estilo de vida e não permitir que a herança cultural-religiosa do povo seja ameaçada por escolhas ideológicas e políticas. Essas escolhas, além de serem equivocadas, alimentam vandalismos, que comprovam delírios de onipotências de grupos guiados pela hegemonia do dinheiro. Essa submissão a ideologias que distorcem o ser humano leva pessoas a acreditar, alucinadamente, serem “donas da verdade” e, por isso, detentoras de autoridade para atacar, desrespeitar, passar por cima dos outros. Uma situação incontestavelmente grave, que gera perdas no exercício da cidadania e na força das instituições a serviço do país.
         Almas adoecidas, ideologias que comprometem a democracia, cidadania enfraquecida e instituições fragilizadas levam a um diagnóstico preocupante: faltam forças estratégicas para vencer as pandemias e há carência de lucidez para escolhas acertadas, capazes de gerar as mudanças necessárias. Sofre-se com a ausência da capacidade para articular valores, interpretar adequadamente a realidade e, assim, acertadamente contribuir para qualificar o contexto sociopolítico, nos parâmetros da democracia e do humanismo integral. Há, também, um nível de desgaste nas relações que provoca a perda de um componente indispensável para a harmonia entre as pessoas: a ternura, um dos fundamentos necessários à convivência. Importante é superar esquemas viciados e enxergar horizontes de valores e princípios que inspirem cada pessoa a contribuir para uma virada civilizatória urgente. O convite é recorrer sempre ao discernimento e à poesia.
         Tristemente, falta a competência para o discernimento. Isto se torna evidente quando é observado o amplo universo de palavras proferidas na vida social – poucas são edificantes. Grande parte das palavras ditas apenas revelam delírios de onipotência. A poesia pode ser caminho para corrigir essa triste realidade, pois recompõe o encantamento – por Deus, pela natureza, por si e pelo outro, que é irmão. É hora de palavras edificantes, do coro dos lúcidos, para que ocorra o que diz Dante Alighieri: “Porque se as palavras curam tua alma, também hão de curar o teu corpo”. A humanidade, com feridas expostas, neste tempo difícil, de travessia, acolha também a indicação de Carlos Drummond de Andrade: “Ponha a saia mais leve, aquela de chita, e passeie de mãos dadas com o ar. Enfeite-se com margaridas e ternura e escove a alma com leves fricções de esperança. De alma escovada e coração estouvado, saia do quintal de si mesmo e descubra o próprio jardim”. Por uma humanidade nova, na lucidez de discernimentos e na ternura da poesia.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 130 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em abril a estratosférica marca de 313,43% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 119,32%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 2,40%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2020, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,651 trilhão (44,79%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,004 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.