“Infraestrutura,
a deficiência que grita
A indignação do
brasileiro com as condições gerais de infraestrutura do país é legítima.
Afinal, ninguém paga impostos – e quantos! – para viver e transitar por vias e
rodovias em condições precárias. O custo operacional dos veículos é impactado
pelas condições do pavimento. O acréscimo médio estimado do custo operacional
devido às condições das rodovias brasileiras é de 26,7%. Rodovias deficientes
reduzem a segurança viária, aumentam o custo de manutenção dos veículos, além
do consumo de combustível, lubrificantes, pneus e freios.
As razões
para o cenário são inúmeras e já pautaram reflexões de especialistas dos mais
variados segmentos. As mais recorrentes linhas argumentativas têm como fio
condutor o fato de que o modal rodoviário – ou seja, o uso do transporte
terrestre – é o mais utilizado no Brasil. E, claro, se não investimos no
transporte ferroviário – como ocorre na Europa – e se o transporte aéreo ainda
está fora da realidade da população em geral, há que se pensar em alternativas
para melhorar custos e condições do que já desenvolvemos.
A 22ª
edição da Pesquisa CNT de Rodovias, que avaliou mais de 107 mil quilômetros em
todo o país, aponta que mais de 60% do transporte de cargas e mais de 90% dos
deslocamentos de passageiros do Brasil são feitos por rodovias. O próprio órgão
enfatiza que realizar fortes investimentos em infraestrutura de transporte é
fundamental para oferecer segurança a motoristas, passageiros e pedestres e,
também, para favorecer o desenvolvimento do setor e o crescimento econômico.
Segundo
a Confederação Nacional dos Transportes, as condições gerais das rodovias
brasileiras registraram uma significativa melhora na sinalização das vias, mas
a situação do pavimento continua apresentando índices de deficiência na casa
dos 50%. Essa deficiência, aliada a outros fatores, resultou em aumento médio
do custo operacional do transporte de cargas no Brasil de 26,7% em 2018.
Novamente,
o problema deixa de ser o cenário de gestão e retoma a condição de custo para o
cidadão. Afinal, se os custos relacionados à logística são majorados, o
consumidor paga a fatura no sacolão, no supermercado e onde mais precise de
adquirir seus produtos. Sofrem, também, os empreendedores, que trabalham com
preços menos competitivos em um cenário de baixo potencial de consumo gerado
por desemprego e crescimento do trabalho informal.
Minha
avaliação sobre esta questão é a mesma defendida pelo engenheiro Guilherme
Ramos e de tantos outros estudiosos e empreendedores do setor: os investimentos
em infraestrutura no país são muito pequenos frente à extrema malha rodoviária.
Ramos é o diretor da Paving Expo e Conference, evento que ocorreu em São Paulo
na semana passada e que colocou em pauta s situação das vias e rodovias do
Brasil.
Antes de
falar em necessidade de expansão, é preciso entender que rodovias são ativos,
precisam de manutenção e, quanto mais tardia, mais onerosa.
Sempre é
bom lembrar que esse é um cenário em que ninguém ganha e que depende, sim, de
vontade política. Mas o maior desafio é criar alternativas para reduzir os
custos de construção e manutenção que democratizem a concorrência nas
licitações públicas do setor, além de viabilizar tarifas mais baixas nas
rodovias pedagiadas em todos os estados brasileiros.”.
(PATRÍCIA
HERRERA. Engenheira mecânica e mecatrônica, executiva da subsidiária da
Moba do Brasil, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 4 de setembro de 2019, caderno OPINIÃO, página 7).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a
Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 23
de setembro de 2019, mesmo caderno e página, de autoria de CARLOS ALBERTO DI FRANCO, jornalista, e que merece igualmente
integral transcrição:
“Bom
jornalismo fascina
As virtudes e as
fraquezas dos jornais não são recatadas. Registram-nas, fielmente, os sensíveis
radares dos leitores. Precisamos, por isso, derrubar inúmeros desvios que
conspiram contra a credibilidade dos jornais.
Um
deles, talvez o mais resistente, é o dogma da objetividade absoluta. Transmite,
num pomposo tom de verdade, a falsa certeza da neutralidade jornalística. Só
que essa separação radical entre fatos e interpretações simplesmente não
existe. É uma bobagem.
Jornalismo
não é ciência exata e jornalistas não são autômatos. Além disso, não se faz bom
jornalismo sem emoção. A frieza é anti-humana e, portanto, antijornalística. A
neutralidade é uma mentira, mas a isenção é uma meta a ser perseguida. Todos os
dias. A imprensa honesta e desengajada tem um compromisso com a verdade. E é
isso que conta.
Mas a
busca da isenção enfrenta a sabotagem da manipulação deliberada, a falta de
rigor e o excesso de declarações entre aspas.
O
jornalista engajado é sempre um mau repórter. Militância e jornalismo não
combinam. Trata-se de uma mescla, talvez compreensível e legítima nos anos
sombrios da ditadura, mas que, agora, tem a marca do atraso e o vestígio do
sectarismo. O militante não sabe que o importante é saber escutar. Esquece,
ofuscado pela arrogância ideológica ou pela névoa do partidarismo, que as
respostas são sempre mais importantes que as perguntas. A grande surpresa no
jornalismo é descobrir que quase nunca uma história corresponde àquilo que
imaginávamos.
O bom
repórter é um curioso essencial, um profissional que é pago para se
surpreender. Por haver algo mais fascinante? O jornalista ético esquadrinha a
realidade, o profissional preconceituoso constrói a história. Mata o fato e
vende a versão.
Todos os
manuais de redação consagram a necessidade de ouvir os dois lados de um mesmo
assunto. Trata-se de um esforço de isenção mínimo e incontornável. Alguns
desvios, porém, transformam um princípio irretocável num jogo de cena.
Matérias
previamente decididas em guetos engajados buscam a cumplicidade da
imparcialidade aparente. A decisão de ouvir o outro lado não é sincera, não se
fundamenta na busca da verdade. É uma estratégia.
O
assalto à verdade culmina com uma tática exemplar: a repercussão seletiva. O
pluralismo de fachada convoca, então, pretensos especialistas para declarar o
que o repórter quer ouvir. Personalidades entrevistadas avalizam a “seriedade”
da reportagem. Assassina-se o jornalismo. Cria-se a ideologia.
A
precipitação e a falta de rigor são outros vírus que ameaçam a qualidade da
informação. A manchete de impacto, oposta ao fato ou fora do contexto da
matéria, transmite ao leitor a sensação de uma fraude.
Autor do
mais famoso livro sobre a história do The
New York Times, Gay Talese vê importantes problemas que castigam a imprensa
de qualidade. “Não fazemos matéria direito, porque a reportagem se tornou muito
tática, confiando em e-mails, telefones, gravações. Não é cara a cara. Quando
eu era repórter, nunca usava o telefone. Queria ver o rosto das pessoas”.
“Não se
anda na rua, não se pega o metrô ou um ônibus, um avião, não se vê, cara a
cara, a pessoa com quem se está conversando”, conclui Talese. E o leitor, não
duvidemos, capta tudo isso.
O leitor
que precisamos conquistar em qualquer plataforma não quer superficialidade e
espuma informativa. Ele quer algo mais. Quer o texto elegante, a matéria
aprofundada, a análise que o ajude, efetivamente, a tomar decisões. Conquistar
leitores é um desafio formidável. Reclama realismo, ética e qualidade.
A
autocrítica, justa e necessária, deve ser acompanhada por um firme propósito de
transparência e de retificação dos nossos equívocos. Hoje não temos mais a
hegemonia da informação. As redes sociais deram ao consumidor um protagonismo
interessante. Ele coteja as informações e quer ser ouvido.
O
jornalismo tropeça em armadilhas. Nossa profissão enfrenta desafios,
dificuldades e riscos sem fim. E é aí que mora o desafio.”.
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e
oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança
de nossa história – que é de ética, de
moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas,
civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e
sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras
cruciais como:
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno desenvolvimento
da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 129 anos
depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de
uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças
vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da
ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação,
da solidariedade, da sustentabilidade...);
b) o combate implacável, sem eufemismos e
sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:
I – a inflação, a exigir permanente,
competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares
civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa
de juros do cartão de crédito atingiu em agosto a ainda estratosférica marca de
307,20% nos últimos doze meses, e a taxa
de juros do cheque especial chegou em históricos 306,86%; e já o IPCA, em
setembro, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 2,89%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa
promiscuidade – “dinheiro público versus interesses privados”
–, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando
incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem
(a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da
Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor,
de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é
cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional; eis, portanto, que todos os valores que vão
sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518
anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios,
malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a
corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar
inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo,
segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a
“... Desconfiança das empresas e das famílias é
grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase
nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses
recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à
ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de
infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de
planejamento...”;
c) a dívida pública brasileira - (interna e
externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para
2019, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos
Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e
insuportável desembolso de cerca de R$
1,422 trilhão (43,6%), a título de juros, encargos, amortização e
refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 758,672 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria
grega, do direito e da justiça:
- pagar,
sim, até o último centavo;
-
rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
-
realizar uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda
a propósito, no artigo Melancolia,
Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente
degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das
contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).
Destarte,
torna-se absolutamente inútil lamentarmos
a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência,
eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com
menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira
alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem
o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela excelência
educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida,
que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas,
oportunidades e potencialidades com todas
as brasileiras e com todos os
brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários
previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além
de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do
século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da
informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da
sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da
paz, da solidariedade, da igualdade
– e com equidade –, e da fraternidade
universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a
nossa esperança... e perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos
de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)
-
Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
-
ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por
uma Nova Política Brasileira ...
- Pela
excelência na Gestão Pública ...
- Pelo
fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares
do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e,
ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A
alegria da vocação ...
Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou
asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...
E
P Í L O G O
CLAMOR
E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de
infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre
pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da
dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.