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sexta-feira, 29 de julho de 2016

A CIDADANIA, O PODER DA AUTORRESPONSABILIDADE E A EDUCAÇÃO PARA A SUSTENTABILIDADE

“De quem é a responsabilidade?
        Nos últimos meses, o Brasil tem vivido momentos de muita tensão política, em que o combate à corrupção ocupa a pauta central. Vejo muitas pessoas se mobilizando nas redes sociais, indo às ruas, clamando por mudanças. Um processo democrático e importante para o país, mas que não deve ser considerado de forma superficial. Você tem parado para pensar de que maneira suas atitudes contribuem para a situação atual? Será que você tem assumido em sua vida uma postura ativa em busca de mudanças ou é apenas capaz de criticar?
         Trabalho com coaching integral sistêmico, processo orientado à ação que ensina o indivíduo a agir com todo o seu potencial em direção aos seus objetivos. Essa metodologia usa a inteligência racional associada à emocional e leva em conta diversos aspectos da vida, como família, saúde e finanças, e não apenas o profissional. Durante as sessões com meus clientes, a autorresponsabilidade é um tema muito explorado e tenho percebido como é difícil para as pessoas lidarem com o resultado de seus atos, seja ele negativo ou positivo. Falo isso de forma ampla: no trabalho, financeiramente ou em casa com a família.
         Esse tema é tratado profundamente no livro Autorresponsabilidade – A chave para uma vida de realizações e conquistas, do coach Paulo Vieira, Ph.D. na área pela universidade norte-americana Florida Cristhian University (FCU) e um dos profissionais mais respeitados do Brasil. Na publicação, ele apresenta diversos comportamentos que são muito comuns, mas prejudiciais para o crescimento e o desenvolvimento das pessoas, e propõe seis leis para a conquista da autorresponsabilidade, que envolvem, entre outros, a crítica, o julgamento e a reclamação.
         Quando buscamos culpados, quando apontamos o dedo para o outro, deixamos de nos responsabilizar pelas situações que vivemos, pelas dificuldades por que passamos. Por que mudar se a culpa da situação do país é dos políticos corruptos? Por que mudar se os meus colegas de trabalho é que são ruins? Por que mudar se o meu companheiro é que não me entende? Os nossos melhores frutos dependem da nossa persistência na autorresponsabilidade. Para isso, precisamos reaprender a lidar com o outro e, principalmente, com nós mesmos.
         Podemos gerar grandes resultados, mas estes dependem de nossas ações e escolhas. Parece óbvio, mas não é. Costumo perguntar para as pessoas se elas estão dispostas a “pagar o preço”. Afinal, não existe mágica: é preciso abrir mão de posturas recorrentes, da vitimização, e colocar a mão na massa, abrir a mente para o novo, novos pensamentos, novas crenças. Sem dúvidas, isso exige muito. Enxergar além não é tarefa fácil, mas é possível.
         O autoconhecimento faz parte desse processo, ele nos dá poder para assumirmos nossas habilidades. Se cada um de nós se tornar responsável por sua vida e seus resultados, sem esperar que o outro o faça, sem deixar que a crise gere uma epidemia de pessimismo, teremos um suspiro de esperança. Quem sabe, assim, poderemos ser uma geração que acredita mais em si mesma, conhece suas responsabilidades e não apenas seus direitos, capaz de focar em ações que realmente fazem a diferença.”.

(JÚLIA LOBO. Publicitária, coach profissional e diretora do Centro Conceito de Coaching da Federação Brasileira de Coaching Integral Sistêmico (Febracis) em Belo Horizonte, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 24 de julho de 2016, caderno ADMITE-SECLASSIFICADOS, coluna MERCADO DE TRABALHO, página 2).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 28 de junho de 2016, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de RAFAEL ÁVILA, professor de relações internacionais do Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH), diretor de inovação do grupo A-nima, e que merece igualmente integral transcrição:

“Novos métodos de ensino
        As instituições educacionais do mundo inteiro estão buscando novas formas de ensino para atender às demandas do mundo contemporâneo. A Finlândia, por exemplo, país onde a educação é considerada uma das melhores do mundo, sabendo que o ensino tradicional não dá conta de algumas questões, tem proposto testar, de maneira a complementar o ensino tradicional com o dos fenômenos, porque considera que as necessidades não são mais as mesmas dos anos 90 e precisa de uma educação adequada ao século 21. O estudo de fenômenos é um método já adotado por cerca de 70% dos professores das escolas de ensino médio da capital do país. A ideia é que cada fenômeno possa ser estudado com diferentes abordagens: a Segunda Guerra, por exemplo, poderia reunir professores de história, geografia e matemática.
         Em Minas Gerais, o Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH), atento às transformações do mundo contemporâneo e da própria educação, sabe que a formação do estudante passa pelo ensino de aspectos técnicos e de conteúdos, mas que não se limita a somente isso. Por este motivo, além dos conhecidos projetos interdisciplinares, um componente curricular inovador, em que os estudantes articulam diversos saberes, de maneira interdisciplinar, na construção de produtos, protótipos, projetos e soluções, vem implementando uma nova proposta.
         Essa nova proposta, denominada Laboratório de Aprendizagem Integrada, ou Projeto de Vida, como é comumente conhecida, visa propiciar aos estudantes a possibilidade de desenvolver habilidades sócio-emocionais, ao mesmo tempo em que os mesmos podem refletir sobre seus projetos de vida e carreira. O objetivo do Projeto de Vida é propiciar uma formação mais humana, mais personalizada e mais contemporânea, que combina o ensino de conteúdos e o debate de temas da contemporaneidade com o desenvolvimento de habilidades sócio-emocionais ou não cognitivas, fundamentais para o cidadão do século 21. Este programa, muitas vezes mediado também por tecnologias, acaba por não só transformar a vida dos nossos estudantes, como também vem trazendo ao docente a possibilidade de assumir um novo papel, o de mentor, e que o permite contribuir diretamente na formação integral dos nossos alunos.
         O objetivo da instituição é formar um sujeito autoproposto, um cidadão crítico, engajado e atuante e capaz de entender o seu papel no mundo. Para isto, o UniBH buscou a inspiração no grande educador mineiro, o professor Antônio Carlos Gomes, que costumava dizer: “Quanto mais a pessoa for capaz de conhecer a si mesma e a sua circunstância, (...) mais será de visualizar onde pretende ir e traçar um caminho para chegar lá. (...) Um ser humano torna-se autoproposto, quando adquire um projeto de vida, quando traça um caminho claro entre seu ser e o seu querer-ser”. É formar um sujeito que trace um caminho autônomo de sua própria formação.
         Uma das inspirações que o projeto teve foi a Escola Municipal André Urani, ou simplesmente Escola da Rocinha, onde a Tamboro, empresa parceira no projeto, desenvolveu um projeto de resgate da autoestima e dos sonhos dos jovens da comunidade. O Laboratório de Aprendizagem Integrada, ou Projeto de Vida, começou no ano passado com cinco turmas pilotos e neste ano já impacta a formação de centenas de jovens que entram no UniBH.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em maio a ainda estratosférica marca de 471,3% para um período de doze meses; e, em junho, o IPCA acumulado nos doze meses chegou a 8,84%, e a taxa de juros do cheque especial em maio registrou históricos 311,3%...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para 2016, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,348 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,044 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a   Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- 55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...

- Estamos nos descobrindo através da Cidadania e Qualidade...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...